NESSES DIAS Mísero desterro a minha alma pertence. Íntima feridade a mim seduz, onde a morte escura domina... A caminhar pelas palmas do deserto pleno, por noites silenciosas, por cedros seculares, só... O silêncio das almas, o brilho perdido e a lâmina desprendida dá às trevas seu auge, do soar das frases tristes, de outras vivências... Oh! Nesses dias, suspensa o vento, sussurra a natureza, só... Imóveis as águas, a relva, a vida aos olhos da inocência, estrelas fulgurantes explodindo na noite como instinto de feras selvagens... Nesses dias, os feitos militares tomam o sangue inocente que tanto sublimaram, que por minha tristeza te defines... Nesses dias, a graça essencial que me carregas pelo oceano coerente do abstrato paraíso, tem teu retrato vago mudado pelas flores cobertas em armas de desejo, tão longe da glória, tão perto à idéia cega... Acorda o tempo, o sol já alto e sublime, clareia o sonho puro, erguem-se as canções, renasce a nova criança... Armas do desejo, que levitas posto à sombra dos corações, longe à guerra que surge no íntimo destes corpos, no clamor da natureza humana, no declive da esperança... Armas do desejo, que nesses dias ouviu-se, ocultou e quebrou-se silenciosamente... Nesses dias. Oh! Nesses dias... Rodrigo Rofato da Costa 01/06/1999
NESSES DIAS
Mísero desterro a minha alma pertence.
Íntima feridade a mim seduz, onde a morte escura domina...
A caminhar pelas palmas
do deserto pleno,
por noites silenciosas,
por cedros seculares,
só...
O silêncio das almas,
o brilho perdido e a lâmina desprendida
dá às trevas seu auge,
do soar das frases tristes, de outras vivências...
Oh! Nesses dias,
suspensa o vento,
sussurra a natureza,
só...
Imóveis as águas, a relva, a vida aos olhos da inocência, estrelas fulgurantes explodindo na noite como instinto de feras selvagens...
Nesses dias,
os feitos militares tomam o sangue inocente que tanto sublimaram, que por minha tristeza te defines...
Nesses dias,
a graça essencial que me carregas pelo oceano coerente do abstrato paraíso, tem teu retrato vago mudado pelas flores cobertas em armas de desejo,
tão longe da glória,
tão perto à idéia cega...
Acorda o tempo,
o sol já alto e sublime,
clareia o sonho puro,
erguem-se as canções, renasce a nova criança...
Armas do desejo,
que levitas posto à sombra dos corações,
longe à guerra que surge
no íntimo destes corpos,
no clamor da natureza humana, no declive da esperança...
Armas do desejo,
que nesses dias ouviu-se, ocultou e quebrou-se silenciosamente...
Nesses dias.
Oh! Nesses dias...
Rodrigo Rofato da Costa 01/06/1999