A Filosofia de John Rawls - Uma Teoria da Justiça | Prof. Anderson
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- Опубліковано 10 січ 2023
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John Rawls - Teoria da Justiça
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John Rawls (1921 - 2002) nasceu em Baltimore, estudou em Princeton e, depois de uma estadia em Oxford, voltou para os Estados Unidos, passando a ensinar na Universidade de Harvard, onde também ensina seu mais aguerrido e leal adversário: Robert Nozick.
Rawls é conhecido por ter publicado em 1971 um dos livros mais discutidos - e mais influentes - destes últimos vinte anos: Uma teoria da justiça.
Karl Popper definiu a obra de John Rawls como “um livro importantíssimo sob muitos aspectos”, e apreciou muito a ideia de Rawls segundo o qual é um projeto de vida “que caracteriza as intenções ou as finalidades que fazem de um homem ‘uma pessoa moral unificada, consciente’”.
Por sua vez, justamente Robert Nozick escreveu que Uma teoria da justiça “é uma fonte de ideias iluminadoras, fundidas em um conjunto agradável. Ora, os filósofos devem trabalhar dentro da teoria de Rawls, ou então explicar por que não o fazem [...]. Também quem não estiver convencido do desencontro com a visão sistemática de Rawls aprenderá muito, estudando-o aprofundadamente”. Essas coisas, ditas por seu adversário mais temível, constituem o melhor elogio da obra de Rawls.
Contra o Utilitarismo
Desde os inícios de seu livro Uma teoria da justiça, Rawls é claro sobre o fato de que sua teoria é de “natureza profundamente kantiana”; e isso no sentido de que ele põe sua obra na esteira do contratualismo (Locke, Rousseau, Kant), em contraste com a tradição do utilitarismo (Hume, Bentham e Mill).
O intento de fundo da obra de Rawls está na proposta e no exame de princípios em grau de sustentar uma sociedade livre e justa. “A justiça - escreve Rawls - é o primeiro requisito das instituições sociais, assim como a verdade o é dos sistemas de pensamento”. E logo acrescenta: “uma teoria, por mais simples e elegante que seja, deve ser abandonada ou modificada, se não for verdadeira”. Pois bem, “do mesmo modo as leis e as instituições, não importa o quanto sejam eficientes e bem urdidas, devem ser reformadas ou abolidas se forem injustas”.
Mas quando é que leis e instituições são justas?
Os utilitaristas - pensemos, justamente, em Bentham ou em Mill - perseguiram o ideal do maior bem-estar para o maior número de pessoas; por conseguinte, defenderam uma concepção tal que no fim, de fato, comportava a submissão do indivíduo a sociedade. Rawls combate tal impostação, enquanto, a seu ver, nenhum homem deve sofrer privações em vantagem de algum outro ou da “maior parte da sociedade”.
“Véu de ignorância e posição originária”
Rawls, na pesquisa de Uma teoria da justiça, parte daquela que ele chama de posição originária. Esta posição originaria é o estado em que se encontram os indivíduos que devem determinar o contrato. Ela não é uma hipótese de estado de natureza, mais ou menos fictícia. É simplesmente um expediente heurístico imaginado “de modo a obter - afirma Rawls - a solução desejada”.
Na posição originária, os indivíduos particulares se encontram em uma situação de equidade, isto é, de igualdade; e tal equidade deve-se ao véu de ignorância que caracteriza a condição dos indivíduos que se põem na posição originária.
Escreve Rawls: “Devemos de algum modo zerar os efeitos das consequências particulares que põem em dificuldade os homens, e que os impelem a desfrutar em sua própria vantagem as circunstâncias naturais e sociais. Com este objetivo, assumo que as partes estão situadas por trás de um véu de ignorância. As partes não sabem de que modo as alternativas influenciarão em seu caso particular, e são por isso obrigadas a avaliar os princípios apenas com base em considerações gerais. Assume-se, portanto, que as partes não conhecem alguns tipos de fatos particulares.
Primeiramente, ninguém conhece seu próprio lugar na sociedade, sua posição de classe ou seu status social; o mesmo vale na distribuição dos dotes e das capacidades naturais, sua força, inteligência e semelhantes. Além disso, ninguém conhece sua própria concepção do bem, nem os particulares dos próprios planos racionais de vida e nem as próprias características psicológicas particulares, como a aversão ao risco ou a tendência ao pessimismo ou ao otimismo. Além disso, assumo que as partes não conheçam as circunstâncias especificas de sua sociedade”.
Curso de História da Filosofia: hotm.art/historiadafilosofia-rawls
A filosofia de John Rawls é muito interessante, propositiva e realista !!!
É muito bom o Curso de Historia da Filosofia do professor Anderson, recomendo. E assim que conclui-lo vou adquirir o Curso de Filosofia do Direito também.
Muito obrigado pelo depoimento! Que bom que está gostando, aproveite bastante o curso. Bons estudos! 📚
Gostei muito da filosofia dele. Acredito que é a solução para os dias conturbados que estamos vivendo.
Obrigado pelo resumo da obra, principalmente dos capítulos 01 e 02. Muito bom!
Parabéns pela aula. Sempre nos presenteando com as suas brilhantes aulas.
Fico feliz que tenha gostado. 👏👏👏
Obrigada, professor.
Ótima aula, obrigada!
Valeu!
Meu Filósofo preferido: John Rawls. Gostei da explicação.
Fico muito feliz! 👏👏👏👏👏👏
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Excelente
Obrigado 🙂
Sei lá, vivemos em tempos diferentes do john, com o uso excessivo das redes sociais a sociedade perdeu a identidade,, segue sempre a manada
ótimo resumo, obrigada
Bons estudos!
Me parece mais uma revitalização do liberalismo mesmo, visto que Rawls não propõe nenhuma ação revolucionária e exclusora do sistema vigente e sim maneiras de amenizar as dores provocadas pelas contrariedades do neoliberalismo. No entanto, apesar de ser mais simpático com o lado socialista, admito que as ideias propostas por Rawls não me parecem ruins.
Ele me parece mais liberal (de direita) do que tudo, segundo o próprio Adam Smith a ascensão da burguesia favorece, sobretudo, os mais pobres. John Rawls apenas reafirma que isso é necessário. Achei muito interessante a forma com que ele deixa claro algumas teorias liberais mais complexas já existentes
🙏
Amo filosofia e sociologia, na época da escola era um inf3rno, não sei porquê. Hoje acho incrível
É porque você era jovem. Jovem é tudo merda.
FAZ UMA AULA SOBRE DIÓGENES O CÃO
No Brasil isso é uma utopia!
Na verdade é um liberalista crítico no que diz respeito as disfunções desse regime econômico.
um tanto utópica, a tese utilitarista aproxima-se mais da realidade. Excelente vídeo, prof.
Essa ideia tb pode ser identificada no Objetivismo de A Rand. Uma vez que todos os exercícios sociais devem ser isonômicos e proporcionais às demandas de justiça e ética, sendo que não há possibilidade alguma de proeminência de um grupo à qquer indivíduo, sendo todos os direitos e deveres iguais, sem que ninguém possa ter vantagem imerecida por fazer parte desse ou daquele grupo, ou mesmo ser apenas um único indivíduo.
Cara discordo totalmente, a Rand é anarco capitalista, em nenhum momento ela está preocupada com o nível de desigualdade social pois pra qualquer anarco pouco importa alguém ser bilionário enquanto outro é miserável, a vida é assim, que cada um faça seu melhor. A justiça dela é utópica, baseada no senso de integridade de cada indivíduo já que o Estado não deve existir.
@@cristianferrari4984 meu caro, creio que vc não deu suficiente atenção a A Rand. Mas o nível e a qualidade de vida de cada um cumpre como dever ser um resultado das qualidades, escolhas e acordos entre interessados. Mas fica a dica de leitura
Outrossim utopia é esperar qquer coisa de justa do Estado, uma vez que ele é um criminoso com poder de polícia e de punição.
Mas pode-se buscar um meio termo entre o estaríamos e o libertarianismo. Essa sim a filosofia de Rand. Outro detalhe e que Raws na afirma que o Estado seja o meio pelo qual se efetivem seus postulados. Isso é uma indução.
@@danielbalasamiguel6788 Rand é o oposto que prega o véu da ignorância de Rawls e a falácia hipócrita dos bem nascidos de achar que chegaram lá por conta própria, sem se beneficiar do trabalho e capital alheio (família)
Acho que John Rawls está fazendo mais uma defesa de uma ética socialista do que a de um liberalismo econômico, porque este não é muito afeito à ideia de que os fracassados precisam ser amparados; é mais afeito à ideia de que, se os fracassados forem amparados, haverá estímulo à preguiça, e um número cada vez maior de pessoas vai querer depender do Estado.
Opinião interessante e inteligente 👏👏👏👏
@@paulomauriterperreira8340 Obrigado
O liberalismo, mesmo o clássico, sempre defendeu a igualdade de condições. Quem adota apenas o liberalismo econômico, esquecendo do social, não é de fato um liberal. É impossível ser um liberal iliberal.
@@RobertWM Mas, então, enquanto não houver igualdade de condições, não poderá haver liberalismo econômico. E, assim que houver e o liberalismo econômico começar, em pouco tempo voltará a haver desigualdades. E poderemos mesmo dizer que os que não forem tão bem sucedidos assim tiveram culpa? Caso sim, então as desigualdades irão se aprofundando cada vez mais, não? Pois os mais bem sucedidos vão cada vez mais matando a concorrência e voltando a concentrar a propriedade e a riqueza (já que não haverá interferência do Estado).
@@Nelsonsveras depende do que vc entende por liberalismo econômico. Eu entendo por políticas econômicas baseadas na ciência, no que dá certo. E é perfeitamente possível você ter um estado responsável na economia ao mesmo tempo em que oferece direitos básicos à população, como saúde, educação, segurança. Aliado a políticas de distribuição de renda focalizada nos mais pobres. Vale lembrar que o Bolsa Família é uma política liberal.
Defesa socialista, minha opinião.
Ética socialista.
Até porque o Liberalismo argumenta que a desigualdade é inerente à sociedade e que ao tentar eliminá-las pode acabar por restringir a liberdade individual e o crescimento econômico. Só são contra quando a desigualdade está em excesso, extrapolando.
Quem discorre sobre uma sociedade em que todos tenham chances iguais é o aspecto socialista.
É sim irmão...
Ética liberal.
Talvez o pior nome da esquerda americana.
Pior do que David Korten, Books Adams e Edgar Snow.