Professor Oleg, li Crime e Castigo na tradução realizada pelo sr. Fiquei simplesmente fascinado. A sensação era a de que eu estava na Rússia. Obrigado pela imersão. Seu trabalho é muito importante para nós leitores.
Muito obrigado pelo retorno, Felipe! Faço questão de repetir, frase por frase e, muitas vezes, palavra por palavra, o que Dostoiévski escreveu no século XIX, daí a imersão da qual você está falando... Bom domingo, Oleg Almeida.
Tenho todas as edições de Dostoiévski nesta coleção da Martin Claret (aguardando o lançamento de Gente Pobre), mas mesmo com sua excelente explanação sobre estas duas obras, ainda me sentiria mais confortável se as traduções fossem diretas e, principalmente, realizadas por você. Mas parabéns pelo seu incansável trabalho em mostrar que hoje a Martin Claret é uma editora confiável, sempre um prazer assistir aos seus vídeos!
Cara Irina, Muitos leitores poderiam dizer o mesmo que você! No entanto, meu trabalho tradutório não depende das minhas venetas e, sim, das encomendas editoriais... Neste contexto, gostaria de reiterar que, hoje em dia, ambas as versões, muito embora indiretas, apresentam-se plenamente satisfatórias em seu aspecto espiritual. Se haverá versões melhores no futuro... quem viver verá! Cordialmente, Oleg Almeida.
Tenho os Irmãos Karamazov na edição da Martin Claret e na edição da editora 34 (tradução direta) e, verdadeiramente, ambas as traduções se equivalem. Eventuais diferenças não acarretam perda de sentido ou de intensidade da obra. Em que pese a capacidade do tradutor, Herculano, a sua revisão técnica, Oleg, com certeza, acrescentou um diferencial à obra. Parabéns pelos esclarecimentos.
Pois é, Cássio: foi um processo longo e complicado. Primeiramente, Herculano traduziu o texto da consagrada versão francesa, aquela de Henri Mongault, depois cotejou, ele mesmo, a tradução feita com mais duas versões, uma francesa e a outra inglesa, e, afinal, eu a conferi com o original russo. Acredito que o produto dessa trabalheira toda ficou bem satisfatório...
A tradução clássica de Crime e Castigo do poeta e romancista mineiro Rosário Fusco só foi superada pelo trabalho de Oleg Almeida. Parabéns e que venham muitas outras de vários autores russos👏🏻👏🏻
@@observadordemodernete5775 A primeira vez que li esse romance foi na tradução portuguesa adaptada e readaptada no Brasil, a que Denise Bottman estudou e divulgou. Por pior que seja, ainda assim foi melhor que a tradução ilegível e quebrada da editora 34. Hoje as únicas edições que deveriam ser lidas são a do Oleg Almeida e, se alguém quiser procurar no sebo por curiosidade, a do finado Rosário Fusco. "Mano" ou "mana" é um substantivo legítimo da língua portuguesa mais velho que andar para frente. No mínimo, no mínimo, lembro de textos do século XIX em que indica "irmão" ou "irmãozinho". Não há nada de errado com isso. Qual o problema com "mortadela"? Etimologia de acordo com Houaiss: " it. mortadella, dim. de (carne) mortada, este do lat. murtata 'enchido em que entram bagas de mirto'". Não deixe o conhecimento de mundo meramente contemporâneo e jornalístico guiar seu pensamento. Afinal está ou não está lendo um autor de dois séculos atrás, Dostoiévski? Desde quando "mano" é gíria e "mortadela" é marca ou político? Não faz dez anos.
Agora que minhas atividades profissionais estão suspensas, essa perspectiva parece ainda mais distante do que antes... De qualquer forma, o futuro a Deus pertence! Grato pela confiança, Oleg Almeida.
Muito bom! Tua fala passa seriedade e confiança. A Martin Claret deveria agradecer eternamente e de todas as formas pelos seus trabalhos. Tenha um bom dia!
Ótimo esclarecimento, caro Oleg. Acho que em 95% dos casos, pessoas que suscitam discussão em torno da problemática das traduções diretas ou indiretas, o fazem mais pela vontade de afetar cultura, do que por compreendem as reais dificuldades dos idiomas em questão, e de suas transposições. Você falou elogiosamente a respeito de José Geraldo Vieira, escritor brasileiro precioso, mas semi-esquecido editorialmente (após décadas, recentemente, algumas editoras voltaram a pública-lo - tanto seus ensaios como romances). Sugestão de vídeo: Poderia falar sobre seu contato com a literatura brasileira ? Quais são seus autores brasileiros preferidos ? Diria que, como os russos, houve algum momento em que algum escritor brasileiro atingiu expressão universal ? Estou certo de que todos gostaríamos muito de ouvi-lo nesse sentido. Obrigado por seu trabalho!
Muito obrigado pelo comentário, Lukas! E pela sua sugestão também: vou pensar no assunto... Tenho percebido que a literatura brasileira continua sendo relativamente pouco conhecida fora do País. Na Rússia, por exemplo, só têm certa projeção Jorge Amado, promovido pelos comunistas a partir dos anos 1950, e Paulo Coelho, apoiado pelo meio esotérico em nossos dias. Nem Machado de Assis, com toda a sua grandeza, chegou àquelas paragens...
Caro Oleg, muitíssimo obrigado por esta excelente explicação. É um assunto curiosíssimo. Foi a primeira vez que ouvi - no youtube - falarem sobre traduções indiretas de forma detalhada. A questão foi levantada por um leitor, mas também um grande admirador do seu trabalho. A tradução de H.V.B para os Братья Карамазовы é sem dúvida excelente. Siga firme. Se cuide professor!!!!
Muito obrigado pelo retorno! A única coisa que posso lhe dizer a respeito das minhas traduções, sejam quais forem, é que não alterei nem sequer adaptei, enquanto as fazia, uma só frase constante do texto autoral. Destarte, você está lendo exatamente aquilo que Dostoiévski escreveu, há um século e tanto, em russo. Bom domingo, Oleg Almeida.
Obrigado pelo excelente esclarecimento sobre as traduções indiretas, Oleg. Tive a oportunidade de ler Doutor Jivago nas duas versões, uma do Italiano e outra direto do original russo de Pasternak , traduzida por Olga Prestes. E não há como deixar de admirar o excelente trabalho feito por ela, o que só corrobora suas ponderações . Estou lendo Anna Karenina com a sua tradução, direto da versão original ( Editora Martin Claret ) e devo acrescentar, que estou maravilhado.
Muito lhe agradeço, amigo, esse gentil comentário! Espero ter merecido seus elogios com minha tradução de "Anna Karênina". Quanto às traduções indiretas, o buraco fica mesmo mais embaixo: por um lado, é sempre preferível ler uma tradução direta, sim; por outro lado, ainda há muitas traduções indiretas no mercado livreiro, e algumas delas são plenamente satisfatórias, a tal ponto, aliás, que faria pena jogá-las fora... Digamos prudentemente que cada caso é um caso. Bom domingo, Oleg Almeida.
Se formos pensar nas obras de um certo Aristóteles que voltaram à Europa pela tradução indireta a partir dos textos mantidos no Oriente Próximo já me parece suficiente para não descartar o inestimável valor das traduções indiretas. Eu particularmente prefiro uma tradução direta. Eu lembro de comparar O Diabo de Tolstói direto e indireto e gostei mais do primeiro. O leitor brasileiro foi bem acostumado pela Cosac, pela 34 e pelo próprio Oleg com traduções diretas, mas as indiretas continuam e continuarão um tesouro e uma importante forma de divulgação dessas obras eternas.
É claro que as traduções diretas costumam ser melhores (contanto que o respectivo tradutor seja bom mesmo), porém isso não significa que as indiretas devem logo ir para a lixeira. Digamos que cada caso é um caso! Sem nos esquecermos de que o veredicto final sempre fica com o público leitor...
Obrigado pelo excelente esclarecimento Oleg! Estava em dúvida se comprava essa versão da Martin Claret justamente por ser uma tradução indireta. Cheguei até a comprar uma outra versão de outra editora que foi traduzida diretamente do russo porém não gostei da tradução. Tive oportunidade de ler a amostra dessa linda edição da Martin Claret na Amazon e já fiz minha encomenda, aguardo ansioso para começar essa aventura. Parabéns pelo excelente trabalho!
Muito obrigado, Carlos! Sempre digo que uma tradução indireta não pode nem deve ser descartada, logo de cara, pelo próprio fato de ser indireta. Por outro lado, que adiantaria uma tradução direta do russo se o respectivo tradutor não dominasse mesmo o russo? Há o que pensar, concorda? Boas leituras, Oleg Almeida.
@@olegalmeida Concordo plenamente com o senhor! Realmente abri meus olhos a respeito das traduções indiretas, graças a você. Obrigado pela resposta, fico muito feliz que o senhor teve um tempinho para ler e responder meu comentário! Gostaria de fazer somente mais uma pergunta, a Martin Claret pretende lançar algum dia uma versão de Guerra e Paz do Tolstói traduzido pelo senhor? Obrigado!
@@carlosalmeida9273 Boa pergunta, Carlos! Minha tradução de "Guerra e paz" já está pronta e se encontra, neste exato momento, em processo de preparação editorial. Se não houver impedimentos de qualquer espécie, será lançada até o fim do ano.
@@olegalmeidaQuerido Oleg, tudo bem? Você saberia me dizer se Guerra e Paz com a sua tradução será lançado ainda neste ano pela Martin Claret? E tenho também outra dúvida, as partes em francês no original russo de Tolstói serão mantidas em francês e traduzidas no rodapé como na edição da Companhia das Letras? (Confesso que ter de ficar refém das notas de rodapé cansa um pouco os olhos 😅) Agradeço desde já!
Muito esclarecedora a sua explicação, meu bom mestre. Li está tradução de Os Irmãos Karamazov revisadas pelo senhor e posso afirmar que está maravilhosa, acentuada a qualidade pela beleza de sua parte física, a minha com arte na capa. Aproveitando o comentário já feito, alguma possibilidade de existir uma tradução de Guerra e Paz ou demais obras de Tolstói traduzidas pelo senhor em um futuro não muito distante?
Grato pelo seu interesse, Felipe! A tradução de "Guerra e paz" já está sendo realizada, em paralelo a outros projetos não menos ambiciosos. É um trabalho a longo prazo (traduzir esse calhamaço seria, mais ou menos, como atravessar o Amazonas nadando), mas calma: um dia chegaremos lá! Cordialmente, Oleg Almeida.
Parabéns pelo vídeo Oleg!!! Ótimo esclarecimento!! Amo as suas traduções, estou terminando o meu 6 livro de Dostoievski, Crime e Castigo e com certeza irei adquirir os 2 citados no vídeo e sei que a tradução e indireta, mas revisada por ti, já está de parabéns. E tbm, pq quero a minha coleção nestas edições da Martin Claret. Uma ótima semana e fique col Deus!
Obrigado, Ana Lívia! Seu comentário é, como sempre, oportuno e agradável. De fato, a Martin Claret se esforçou muito para lançar essa coleção de Dostoiévski, que é uma maravilha...
Seu trabalho é de excelência, sempre irei repetir isso. Também gosto muito dos seus comentários e explicações nos vídeos , sempre tão esclarecedores! Tenho toda a coleção da Martin Claret do Dostoieviski (principalmente por causa da sua tradução depois que li Anna Karenina) e agora aguardo ansiosa a chegada de Gente Pobre na sexta-feira! Vi o vídeo do livro e está lindíssimo! Mais um belo trabalho! Parabéns Oleg!
Muito obrigado, Cris: tanto pelos seus comentários sempre acertados quanto, e mais ainda, pelo seu interesse em conhecer meu trabalho! Espero que goste de "Gente pobre" também e lhe desejo, desde logo, uma leitura interessante e prazerosa. Tenha um ótimo dia, Oleg Almeida.
@@treinadordeluca Acho difícil, André: a Martin Claret está comercializando a tradução de Herculano Villas-Boas (plenamente satisfatória, diga-se de passagem), e as outras editoras nacionais não enxergam meu trabalho nem ao microscópio...
Oleg, me tira uma dúvida: a versão revisada por você da tradução de Herculano de Os irmãos Karamazov é só essa da capa verde ou aquela outra que tem um mosteiro na capa também foi revisada? E a propósito, parabéns pelo seu trabalho tanto literário quanto aqui no UA-cam, gravando vídeos tão esclarecedores!
Bom dia, Filipe! Todas as edições d'Os irmãos Karamázov lançadas de 2012 para cá (a de capa ilustrada, a de capa verde e a de bolso) contêm a mesma versão por mim conferida e, por sinal, plenamente satisfatória apesar de indireta. Muito grato pelo seu interesse, Oleg Almeida.
Eu tinha receio de comprar essa edição de O Idiota por ser tradução indireta. Estava na dúvida entre a da Martin Claret e a da Editora 34 que é uma tradução direta, mas depois do seu vídeo fiquei mais tranquilo em comprar a da Martin Claret cujo a edição tem uma qualidade material bem superior.
... E lhe digo mais, Eduardo: apesar de indireta, a versão de José Geraldo Vieira é a melhor releitura d'O idiota que existe, hoje em dia, no espaço lusófono, uma verdadeira "tradução mítica". Sinceramente falando, não sei se eu mesmo conseguiria ir além dela ou, pelo menos, chegar ao mesmo nível! Cordialmente, Oleg Almeida.
@@olegalmeida obrigada pela franqueza. Percebe-se que há um distanciamento nas análises apesar de ser um dos tradutores. Isso passa credibidade ao leitor. Vou reler Anna Karenina pela sua versão. Terminando agora a irmãos Karamazov pela tradução de Paulo Bezerra da 34. O que acha destas traduções?
@@tiamaral O distanciamento é obrigatório, senão a crítica se torna inviável. Aliás, não gosto de criticar quem quer que seja (se bem que me acusem, de vez em quando, de tentar vender meu próprio peixe por conta dos meus colegas) e leio as traduções de outrem mui raramente, por mera falta de tempo e, máxime, para não me decepcionar depois de ler o original. Você me pergunta pela qualidade das versões de "Os irmãos Karamázov" e "Anna Karênina" presentes no mercado livreiro, certo? Acho que podem ser consideradas satisfatórias em geral, no que diz respeito às histórias contadas pelos autores, mas também podem ser questionadas quanto à sua qualidade linguística. Nesse caso, quem fica com a última palavra é o leitor: querendo uma tradução "gramatical", escolherá a minha; preferindo uma adaptação, optará pela de Paulo Bezerra ou similar. Grato pelo seu interesse, Oleg Almeida.
Apesar de reconhecer que uma tradução direta, a princípio, é preferível a uma indireta, não tenho nenhum problema em ler traduções indiretas. Já li algumas da Martin Claret, e as considero ótimas. Esse mimimi sobre traduções é algo recente, e não raro, feito por pessoas sem a menor capacidade técnica para discutir o assunto. Por muitos anos, toda a obra dos escritores russos foi conhecida por todos no Brasil, ipor traduções indiretas. Pessoalmente, prefiro algumas traduções indiretas como é o caso da tradução de “ as mil e uma noites” de Galland. Sob minha perspectiva de leitor comum, que não sabe árabe, acho a traduzida do francês, mais fluída e agradável que a traduzida recentemente do árabe. Abraços. Sucesso!
Muito obrigado pelo seu retorno, Luciano! Você percebeu muito bem essa recente tendência a criticar as traduções indiretas e quaisquer traduções em geral, sendo que tais críticas provêm muitas vezes de quem se vê e se reconhece incapaz de avaliar determinada obra literária (daí as réplicas do tipo: "Não sei uma palavra em russo, mas as traduções do Oleg são muito ruins"). Quanto às traduções indiretas... hum... digamos que ainda não chegou o momento de podermos deixá-las fora do mercado livreiro: uma boa revisão técnica, e uma tradução dessas continuará servindo por décadas. Cordialmente, Oleg Almeida.
@@olegalmeida É lamentável que um profissional como você, se depare com esse tipo de leitor. Mas te digo para não se importar com tais críticas, porque como disse, são pessoas que nem conhecimento têm para fazê-las. Uma grande parte destes leitores, infelizmente são influenciados pelos tais "booktubers", que são pagos pelas editoras para promover esta ou aquela tradução. Por isso cancelei minhas inscrições dos canais de livros. Muitas recomendações são ruins, e só visam o lucro para os booktubers e as editoras em detrimento de outras obras e traduções excelentes, que são relegadas ao esquecimento.
Caro Oleg, obrigado pelos vídeos com suas análises e comentários. É um privilégio para nós leitores termos acesso direto ao tradutor. Lendo o livro “O idiota” de Dostoiévski sinto que o sentido do termo que dá título a obra desse autor oscila entre uma condição de saúde e o de uma inépcia social. Mas não estou muito certo, poderia explicar melhor qual o sentido do termo idiota em russo (Идиот) que o autor assume?
Boa pergunta, Gabriel, e bastante inopinada! Digamos que o termo "idiota" equivale, em russo, ao respectivo termo português, referindo-se mormente a portadores de certa moléstia psíquica. No entanto, é também um epíteto pejorativo que pode ser aplicado a alguém que "não sabe viver", isto é, tirar um proveito material da vida, a quem for ingênuo em demasia, "humilde de espírito", como o é o príncipe Mychkin. De certo modo, ele vem a ser rotulado de "idiota" em ambos os sentidos dessa palavra...
As traduções que nenhuma OUTRAS traduções as superam . Tolstoy .Anna Karenina : tradução Oleg Almeida. Dostoiévsky. Crime e Castigo : tradução Rosário Fusco. Scott Fitzgerald . O Grande Gatsby : tradução Roberto Muggiati
@@olegalmeida e Crime e Castigo e os Demônios traduzido por você Oleg Almeida
6 днів тому+1
Caro Oleg, novamente venho aqui dirigir uma pergunta ao senhor, conforme leio os livros de Dostoievski e vejo seus esclarecedores vídeos. Estou finalizando a obra Diário do Subsolo (por sinal, uma ótima tradução, como eu mesmo já esperava). Mas minha pergunta é outra, já estou com com o livro O Idiota em mãos, esse que será minha próxima leitura, e fiquei me questionando se o senhor, na sua revisão técnica, fez adição de quaisquer notas ao decorrer da obra ou até mesmo alterações diretamente na tradução, de modo a deixar o texto mais parecido com o original russo, embora seja uma tradução indireta. Desde já agradeço, suas traduções e até mesmo seus vídeos são de uma contribuição, dizendo por mim, sem tamanho.
Boa tarde, Rogério! Fiz minhas observações e sugestões no decorrer da releitura daquela tradução, sim. Não sei se foram aceitas: meu trabalho termina com a entrega da versão pronta, usada pela respectiva editora a seu exclusivo critério. Cordialmente, Oleg Almeida.
5 днів тому+1
@olegalmeida Obrigado pela resposta, Oleg. Não chegou a ler a edição da Martin Claret, com sua revisão, para saber se as observações e sugestões foram utilizadas? Espero que tenham, pois imagino que elas tragam uma melhor contextualização.
Nunca releio essas traduções, depois de lançadas, porque não faz nenhum sentido gastar meu tempo com isso. Minha tarefa consiste em conferir tal ou tal tradução, propondo as emendas que achar desejáveis, mas quem as aplica, ou deixa de aplicar, é a própria editora. Nesse sentido, minha influência tem sido praticamente nula...
4 дні тому+1
@@olegalmeida Entendo Oleg. Folheando hoje as páginas d'O Idiota, antes de começar a ler, vi que tem várias notas de rodapé (N.E.), além de um trecho que encontrei, por exemplo, em francês e que tinha nas notas uma tradução sua. Portanto, alegra-me de certa forma saber que terei acesso a essa maior contextualização feita durante sua revisão técnica.
Parabéns pela discussão abordada no vídeo, Oleg! O sr. vem esclarecendo muitas dúvidas dos leitores na internet, obrigada. Ainda não tive contato com suas traduções, mas certamente pretendo. Com relação ao escritores russos pouco conhecidos no Brasil, poderia nos informar acerca de eventual interesse seu e/ou da editora na tradução de Marina Tsvetaeva ou Anna Akhmatova? Abraço!
Bom dia, Maria Eduarda! Muito obrigado pelo seu interesse em conhecer meu trabalho tradutório. Quanto às poetisas russas que você menciona, acho bastante difícil alguém investir na publicação de suas obras que sabidamente teriam poucos leitores. "A poesia não vende...": é o que se diz no meio editorial. Cordialmente, Oleg Almeida.
Vamos ver... Como se diz, o futuro a Deus pertence! Por ora, só poderia garantir uma coisa: seria uma tradução exata e muito cristã. Bom final de semana, Oleg Almeida.
Olá caro Oleg! O senhor acha que as traduções indiretas conservam o nome dos personagens corretamente? Estou lendo Crime e Castigo numa versão portuguesa e indireta em que Sônia as vezes é chamada Sofia, e outras vezes os nomes aparecem com sufixos diferentes. Seriam apelidos? Desculpe se a pergunta é muito elementar, não há notas do tradutor explicando as variações e por isso fiquei confusa. Obrigada pelo seu canal aqui no UA-cam! Bom trabalho!
Olá, Estrela! Grato pela sua pergunta. Embora a teoria tradutória admita a adaptação e até mesmo a tradução dos nomes próprios, esses fenômenos são relativamente raros hoje em dia. Quanto ao seu exemplo, "Sônia" não é um nome particular em russo, mas uma forma diminutiva e carinhosa do nome "Sofia", podendo também apresentar tais variantes como "Sônetchka" (mais diminutiva ainda), etc. Pelo que me diz, essa versão portuguesa aí é bastante satisfatória. Agora a ausência das notas explicativas é um defeito, sim, que poderia ter sido evitado... Tudo de bom, Oleg Almeida.
Boa tarde, Oleg. As suas palavras são preciosas. Tenho a versão "de bolso", de José Geraldo Vieira, que foi a primeira obra que comprei de literatura clássica. Notei um certo estranhamento quando passei para a versão da Editora 34, esteticamente falando. Penso em pegar a versão "de bolso" , de Irmãos Karamazov, de capa dura azul, pois de 15 em 15 dias viajo, o que torna inviável levar um livro grande comigo. Você recomenda essa versão azul de bolso? Muito obrigado pela atenção.
Oi, amigo! A versão azul d'Os irmãos Karamázov é a mesma assinada por Herculano Villas-Boas e amiúde reeditada com a capa dura. Cheguei a conferi-la na íntegra, em 2012 ainda, e posso dizer que o tradutor fez um excelente trabalho. Essa versão poderia ser um tanto menos romântica, um tanto mais naturalista, sim, mas em momento algum faria Dostoiévski se revirar no túmulo. Boas leituras e... boas viagens! Oleg Almeida.
Olá, Oleg. Ainda não li nenhuma obra com a sua tradução. Mas estão todos na minha lista! Já li algumas obras do Dostoevsky em lingua inglesa. Tradução pela Constance Garnett, adoraria saber o que você acha da tradução dela. Abraços da Paraíba.
Bom dia, amigo! Quando me perguntam por que Dostoiévski é idolatrado no Ocidente e visto com olhos cheios de ceticismo na Rússia, respondo que a Rússia o lê no original, e o Ocidente, traduzido por Constance Garnett. As traduções dela são por demais livres, interpretativas a ponto de tornar Dostoiévski tão certinho, bonitinho e politicamente correto que ele se transforma num Dickens bem-humorado. Aliás, não é minha opinião pessoal: Nabókov, Brodsky e, sobretudo, Kornéi Tchukóvski chegaram a formulá-la bem antes de mim. Diria que, do ponto de vista técnico, as traduções antigas de David Magarshack e as recentes de Richard Pevear e Larissa Volokhonsky são perceptivelmente melhores... Oleg Almeida.
Alguem poderia me dizer algo sobre a tradução de crime e castigo de Natalia Nunes da editora Abril de 1973? Estou com este livro e nao encontro nada sobre esta edição...
Li Ana Karienina pela Cia das Letras e vou comprar a edição da Martin Claret com sua tradução. Você sabe dizer em quais pontos as duas traduções se diferenciam?
Bom dia, Newton! Conheço bem superficialmente a tradução que você já leu (só cheguei a folheá-la, há alguns anos, numa livraria), mas acredito que a minha seja um tanto diferente. A começar pelos nomes dos personagens: "Kariênina" não existe, já que nenhum russófono pronuncia ridiculamente Карьенина nem, muito menos, Кариэнина; o protagonista não se chama "Liévin" (outra aberração ridícula), mas "Lióvin", etc. Em todo caso, desejo-lhe uma leitura (ou releitura) agradável. Cordialmente, Oleg Almeida.
Olá Sr. OLEG Bom dia sou Angela Assis do Rio de Janeiro. Por favor, poderia tirar uma dúvida? Li Os Irmãos Karamazov no Kindle, traduzida por um português (Portugal). Nessa tradução ele escre ve na segunda pessoa do plural e a leitura tornou-se estranha para a atualidade, pois ele escreve, por exemplo: vós quereis comprá-lo? Dostoievski es crevia assim? Obrigada
Cara Ângela, Sua pergunta é simples, mas, ao mesmo tempo, é bastante difícil responder a ela. Quanto à língua russa, o plural da 2a pessoa (Вы) continua a ser usado nela, hoje em dia, do mesmo modo que na época de Dostoiévski, porém, quanto ao português brasileiro, essa forma (vós) é considerada arcaica e demasiado solene, empregando-se principalmente na linguagem litúrgica, quando se trata de Deus, assim como, por exemplo, o singular da 2a pessoa (thou) em inglês. Portanto, uma tradução d'Os irmãos Karamázov em que o pronome "vós" seja empregado de forma sistemática, se não abusiva, pode ser satisfatória em reproduzir mecanicamente o conteúdo desse romance, mas, com toda a certeza, não corresponde ao estilo autoral de Dostoiévski, nada solene e, na maioria das vezes, bem próximo do linguajar cotidiano, até mesmo coloquial... Resumo da ópera: talvez você tenha conhecido a história narrada por Dostoiévski nos mínimos detalhes, mas, pelo que parece, não chegou a conhecer o estilo original dele. Bom domingo, Oleg Almeida.
“По поводу косвенного переводов”, Prof. Oleg, estaria correta esta versão para o Russo de seu vídeo “A propósito de traduções indiretas”? Muito obrigado.
Oi, Misael! A versão literal do título poderia ser essa mesma: По поводу косвенного перевода (no singular) / По поводу косвенных переводов (no plural), mas não seria naturalmente russa. Um russófono diria antes К вопросу о косвенном переводе / К вопросу о косвенных переводах. Tudo de bom, Oleg Almeida.
Muitíssimo obrigado, Prof. pela resposta, tentei traduzir ao lembrar-me da segunda parte do livro de Dostoiévski (“Diário do Subsolo”, da M. Claret, de sua tradução, 👏👍), “A Respeito da Neve Molhada), 😁👍
@@misaelgalindo2402 O que importa muito nessa área, Misael, é o contexto: По поводу мокрого снега (A respeito da neve molhada: texto literário) / К вопросу о косвенных переводах (A propósito das traduções indiretas: texto acadêmico) / Как насчёт выпить? (Que tal tomar uma?: conversa do dia a dia). Percebe a diferença?
@@misaelgalindo2402 Por isso é que os espiões estrangeiros não se dão bem naquelas paragens (risos meio amarelos)... Sem falarmos da linguagem coloquial, cerca de 80% obscena!
Oleg, muito boa tarde. Você conhece a obra, " O homem que Ri" de Victor Hugo? Fico sempre em dúvidas sobre adquirir esse livro, pois não sei se a tradução é de boa qualidade. Não sei se você tem uma opinião ou conhece esse livro, mas gostaria de sua opinião.
Bom dia, Victor! Conheço "O homem que ri" desde adolescente. É um dos melhores romances de Hugo: um tanto histórico, um tanto gótico, permeado de uma interessante visão social e, quanto ao seu estilo, exuberante como tudo o que foi criado por aquele escritor genial. Não sei, para lhe dizer a verdade toda, se a tradução editada pela Martin Claret fica à altura do original épico, já que não fui contratado para conferi-la, mas a reputação da tradutora, Regina Célia de Oliveira, é irreprochável junto à academia e no mercado livreiro. Amistosamente, Oleg Almeida.
@@olegalmeida Bom dia, Oleg Agradeço imensamente a atenção disponível. Faz se mister hoje em dia pessoas como você que dão atenção as pessoas que buscam se aprofundar espiritualmente, intelectualmente e de outras formas humanamente positivas. Já havia namorado muito esse livro pelo seu tema bastante delicado, e de certa forma perturbador, mas desde que comecei a ler livros russos, não me poupo da realidade que alguns românticos chamam de absurdo, a final de contas, em algum lugar aquilo de fato existiu. Tenha um ótimo dia, que seja proveitoso. Respeitosamente. Victor Pessoa.
Caro Gláucio, Não deu para entender de que tradução você estava falando, mas, como se diz, pode confiar: António Pescada é um dos melhores tradutores de russo (bem como de inglês e de francês) em todo o espaço lusófono. A meu ver, a competência linguística dele ultrapassa a dos principais tradutores brasileiros, sem falarmos da sua imensa experiência prática... Bom domingo, Oleg Almeida.
@@olegalmeida Perdão, meu caro, permita-me citar a tradução de Crime e Castigo feita pelo Pescada. É boa, então, assim como a vossa... Ótimo domingo, muito obrigado.
@@glauciovin ... Com uma só ressalva: a tradução de Pescada tem uma excelente reputação (pelo menos, em Portugal), e a minha não tem nenhuma. Fora isso, como já disse, pode confiar!
Está previsto lançamento de novas traduções realizadas por você de obras de Dostoievski e Tolstoi? Estou querendo ampliar minha coleção desses autores, mas minha prioridade seria adquirir obras traduzidas por você
Pois é, Homero: estou traduzindo, neste exato momento, "Guerra e paz" de Tolstói e "O sósia" de Dostoiévski em paralelo, mas esses projetos são ambos a longo prazo. Ao invés da Editora 34, para a qual trabalha todo um grupo de tradutores, tenho me esforçado sozinho para a Martin Claret... Mas pode deixar, que, com saúde e tempo, várias novas traduções acabarão vindo a lume. Cordialmente, Oleg Almeida.
Solicito sua opinião de tradutor literário, Oleg. Em seu ofício, quando encontra uma palavra regional, arcaica ou obscura em russo ou francês, o correto não é primeiro compulsar os dicionários, as enciclopédias e os manuais na língua original, para depois quebrar a cabeça sozinho com a correspondência em português? É o que sempre fiz com inglês, como amador, mas juntando uma suspeita minha com um comentário seu sobre a tradução de "ateu" e "herege" em Dostoiévski, acabei chegando à conclusão de que alguns tradutores do Brasil são dependentes dos dicionários bilíngues. Jesus! Em alemão, que é o que estudo como autodidata, o único dicionário quase perfeito publicado no Brasil e em Portugal é o semibilíngue Wahrig, que só tem 19 mil verbetes, mas correspondências muito competentes; os bilíngues maiores de Leonardo Tochtrop, de Henriette Michaelis, Taschenwörterbuch da Langenscheidt, a primeira edição do Dicionário Porto por Udo Schau e a edição mais recente, todos esses livros - com 25, 35, 65 mil verbetes - sofrem de deficiências graves e correspondências capengas! São ótimas ferramentas iniciais de aprendizado, não de tradução literária.
Você tem toda a razão, meu amigo: o trabalho de um tradutor literário, tal como ele deveria ser em quaisquer circunstâncias, sempre parte do idioma original! Quando traduzo, por exemplo, Dostoiévski, em cujas obras há uma profusão de termos raros, obsoletos, etc. (ainda que ele não chegue a ser regionalista ou interiorano em hipótese alguma), procuro entender, nos menores detalhes, o que ele quis exatamente dizer em russo e só depois transcrevo esse pensamento dele em português, escolhendo para tanto as palavras mais adequadas que forem de meu conhecimento. Se dependesse dos dicionários bilíngues, o que é natural e perdoável para um novato, mas nunca para um tradutor profissional, meu Dostoiévski mancaria de ambas as pernas...
@@olegalmeida Bom saber que estou no caminho certo com o alemão e que imagem feliz, mestre! Podem até dizer que é um autor coxo de propósito, puxando de uma perna, mas se for todo estropiado... 🤣
É so parar um instante e pensar , se a tradução do francês é boa, então, nao perdeu a sua essência do idioma original , nesse caso, o russo, acrescentando , tendo um bielrusso que é nascido, sabe dos costumes , conviveu e mais que um escritor que foi na Rússia e traduzidu diretamente(claro que é boa), não possui a essência e a natureza de quem nasceu na Rússia....
Só posso repetir o que já disse no vídeo: cada caso é um caso, ou seja, uma tradução indireta não pode nem deve ser descartada, logo de cara, pelo próprio fato de ser indireta. Por outro lado, o valor de uma tradução direta, mas feita por quem não dominar o respectivo idioma estrangeiro, sempre é bem questionável. Tudo de bom, Oleg Almeida.
Traduzir é sempre trair. Penso que a tradução indireta pode ser muito útil ao tradutor que conhece a língua de origem também, caso contrário, ele pode cair nas armadilhas existentes em toda e qualquer tradução, já que esse nao é um ofício para amadores. No caso do francês, embora essa seja a língua que mais se afasta de suas raízes latinas, nao deixa de retratar um passo, um degrau à lingua final, desde que essa seja o português por exemplo.
"Traduzir é sempre trair" é uma das numerosas tolices inventadas pelos tradutores ineptos para justificar suas próprias falhas, como, por exemplo, no caso daquele corifeu nosso que traduz "navio" como "vaca" e ganha um prestigioso prêmio literário pelas "esplêndidas traduções" apreciadas por todo mundo. Concordo que uma tradução indireta pode, lógica e tecnicamente falando, afastar-se do original traduzido em maior grau do que uma tradução direta, mas, por outro lado, que adianta uma tradução direta se seu autor não domina a língua da qual está traduzindo? Como sempre digo, o buraco fica bem mais embaixo...
@@olegalmeida Acho que podendo ler no original sempre melhor, afinal filtros são filtros. Traduzir poesia, para mim, é quase uma missão impossível, mas claro, o exemplo dado pelo Sr. é um exagero, embora mão duvide que isso ocorra aos montes e como disse, tradução não é para amadores. Talvez o meu erro tenha sido imaginar o melhor dos mundos.
@@luisaugustobonilha8210 Volto a concordar, meu amigo! Num mundo ideal, onírico, viveríamos lendo as obras de Shakespeare, de Dante e de Púchkin em seus respectivos originais. Mas, no mundo real, parei de revisar as traduções alheias... e sabe por que motivo? Por não conseguir mais, fisicamente, corrigir centenas de erros crassos, ridículos, presentes em cada página daquelas traduções que poderiam e deveriam ser exemplares!
Professor Oleg, li Crime e Castigo na tradução realizada pelo sr. Fiquei simplesmente fascinado. A sensação era a de que eu estava na Rússia. Obrigado pela imersão. Seu trabalho é muito importante para nós leitores.
Muito obrigado pelo retorno, Felipe!
Faço questão de repetir, frase por frase e, muitas vezes, palavra por palavra, o que Dostoiévski escreveu no século XIX, daí a imersão da qual você está falando...
Bom domingo,
Oleg Almeida.
Tenho todas as edições de Dostoiévski nesta coleção da Martin Claret (aguardando o lançamento de Gente Pobre), mas mesmo com sua excelente explanação sobre estas duas obras, ainda me sentiria mais confortável se as traduções fossem diretas e, principalmente, realizadas por você. Mas parabéns pelo seu incansável trabalho em mostrar que hoje a Martin Claret é uma editora confiável, sempre um prazer assistir aos seus vídeos!
Cara Irina,
Muitos leitores poderiam dizer o mesmo que você! No entanto, meu trabalho tradutório não depende das minhas venetas e, sim, das encomendas editoriais... Neste contexto, gostaria de reiterar que, hoje em dia, ambas as versões, muito embora indiretas, apresentam-se plenamente satisfatórias em seu aspecto espiritual. Se haverá versões melhores no futuro... quem viver verá!
Cordialmente,
Oleg Almeida.
Tenho os Irmãos Karamazov na edição da Martin Claret e na edição da editora 34 (tradução direta) e, verdadeiramente, ambas as traduções se equivalem. Eventuais diferenças não acarretam perda de sentido ou de intensidade da obra.
Em que pese a capacidade do tradutor, Herculano, a sua revisão técnica, Oleg, com certeza, acrescentou um diferencial à obra.
Parabéns pelos esclarecimentos.
Pois é, Cássio: foi um processo longo e complicado. Primeiramente, Herculano traduziu o texto da consagrada versão francesa, aquela de Henri Mongault, depois cotejou, ele mesmo, a tradução feita com mais duas versões, uma francesa e a outra inglesa, e, afinal, eu a conferi com o original russo. Acredito que o produto dessa trabalheira toda ficou bem satisfatório...
Comprarei da Martin Claret, nos comentários do You tube, muitos elogios para você, Oleg
Muito obrigado pela confiança!
Boas leituras,
Oleg Almeida.
De nada@@olegalmeida
A tradução clássica de Crime e Castigo do poeta e romancista mineiro Rosário Fusco só foi superada pelo trabalho de Oleg Almeida. Parabéns e que venham muitas outras de vários autores russos👏🏻👏🏻
Obrigado, Tomás: vou me esforçar bastante!
@@observadordemodernete5775 A primeira vez que li esse romance foi na tradução portuguesa adaptada e readaptada no Brasil, a que Denise Bottman estudou e divulgou.
Por pior que seja, ainda assim foi melhor que a tradução ilegível e quebrada da editora 34. Hoje as únicas edições que deveriam ser lidas são a do Oleg Almeida e, se alguém quiser procurar no sebo por curiosidade, a do finado Rosário Fusco.
"Mano" ou "mana" é um substantivo legítimo da língua portuguesa mais velho que andar para frente. No mínimo, no mínimo, lembro de textos do século XIX em que indica "irmão" ou "irmãozinho". Não há nada de errado com isso.
Qual o problema com "mortadela"? Etimologia de acordo com Houaiss: " it. mortadella, dim. de (carne) mortada, este do lat. murtata 'enchido em que entram bagas de mirto'".
Não deixe o conhecimento de mundo meramente contemporâneo e jornalístico guiar seu pensamento. Afinal está ou não está lendo um autor de dois séculos atrás, Dostoiévski? Desde quando "mano" é gíria e "mortadela" é marca ou político? Não faz dez anos.
Vc conhece as traduções de Crime e Castigo por Paulo Bezerra e Rubens Figueiredo?
De qualquer forma, esperando ansiosamente sua tradução de Irmãos Karamazov!
Agora que minhas atividades profissionais estão suspensas, essa perspectiva parece ainda mais distante do que antes... De qualquer forma, o futuro a Deus pertence!
Grato pela confiança,
Oleg Almeida.
Muito bom! Tua fala passa seriedade e confiança. A Martin Claret deveria agradecer eternamente e de todas as formas pelos seus trabalhos. Tenha um bom dia!
Muito obrigado, amigo!
Um ótimo dia para você também e toda a família sua!
Oleg Almeida.
Ótimo esclarecimento, caro Oleg.
Acho que em 95% dos casos, pessoas que suscitam discussão em torno da problemática das traduções diretas ou indiretas, o fazem mais pela vontade de afetar cultura, do que por compreendem as reais dificuldades dos idiomas em questão, e de suas transposições.
Você falou elogiosamente a respeito de José Geraldo Vieira, escritor brasileiro precioso, mas semi-esquecido editorialmente (após décadas, recentemente, algumas editoras voltaram a pública-lo - tanto seus ensaios como romances). Sugestão de vídeo: Poderia falar sobre seu contato com a literatura brasileira ? Quais são seus autores brasileiros preferidos ? Diria que, como os russos, houve algum momento em que algum escritor brasileiro atingiu expressão universal ? Estou certo de que todos gostaríamos muito de ouvi-lo nesse sentido.
Obrigado por seu trabalho!
Muito obrigado pelo comentário, Lukas! E pela sua sugestão também: vou pensar no assunto... Tenho percebido que a literatura brasileira continua sendo relativamente pouco conhecida fora do País. Na Rússia, por exemplo, só têm certa projeção Jorge Amado, promovido pelos comunistas a partir dos anos 1950, e Paulo Coelho, apoiado pelo meio esotérico em nossos dias. Nem Machado de Assis, com toda a sua grandeza, chegou àquelas paragens...
Sobre o que falam das traduções indiretas concordo totalmente com seu comentário!
Obrigado pelo vídeo e pelos esclarecimentos, professor!
De nada, Gabriel: aproveite, que é tudo de graça!
Caro Oleg, muitíssimo obrigado por esta excelente explicação. É um assunto curiosíssimo. Foi a primeira vez que ouvi - no youtube - falarem sobre traduções indiretas de forma detalhada. A questão foi levantada por um leitor, mas também um grande admirador do seu trabalho. A tradução de H.V.B para os Братья Карамазовы é sem dúvida excelente. Siga firme. Se cuide professor!!!!
Muito obrigado, Rodolfo! Espero ter respondido àquela sua pergunta e esclarecido algumas das dúvidas mais comuns dos leitores em geral...
@@olegalmeida O senhor é nota 10, professor! Muito agradecido! Abração!
Parabéns Oleg, sou seu fã, comprei a coleção, por causa das suas traduções 🤝👏👏👏
Muito obrigado, Cleber!
Boas leituras, agora e sempre!
Oleg Almeida.
Esclarecimentos importantes. Comprei recentemente 4 livros de Dostoievski tradução realizada por você e gostei . Já havia lido esses livros antes .
Muito obrigado pelo retorno! A única coisa que posso lhe dizer a respeito das minhas traduções, sejam quais forem, é que não alterei nem sequer adaptei, enquanto as fazia, uma só frase constante do texto autoral. Destarte, você está lendo exatamente aquilo que Dostoiévski escreveu, há um século e tanto, em russo.
Bom domingo,
Oleg Almeida.
Caro Oleg,
Admiro muito o seu trabalho. Adquiri toda a coleção de Dostoyevsky da Martin Claret por conta de suas traduções.
@Henrique A Eu vi e acompanhei, mas esse ainda não adquiri. Mas dispunha da coleção completa até o lançamento deste.
... E haverá mais obras no futuro, só não sei quando!
Muito me alegra saber disso!!!
Nós, leitores, é que lhe agradecemos.
... E sua gratidão vale ouro para mim!
Amigas e amigos, o Oleg tá de parabéns! Excelente trabalho no canal!
Muito obrigado, Nicholas! Seja bem-vindo ao meu canal...
Amistosamente,
Oleg Almeida.
Obrigado pelo excelente esclarecimento sobre as traduções indiretas, Oleg. Tive a oportunidade de ler Doutor Jivago nas duas versões, uma do Italiano e outra direto do original russo de Pasternak , traduzida por Olga Prestes. E não há como deixar de admirar o excelente trabalho feito por ela, o que só corrobora suas ponderações . Estou lendo Anna Karenina com a sua tradução, direto da versão original ( Editora Martin Claret ) e devo acrescentar, que estou maravilhado.
Muito lhe agradeço, amigo, esse gentil comentário! Espero ter merecido seus elogios com minha tradução de "Anna Karênina".
Quanto às traduções indiretas, o buraco fica mesmo mais embaixo: por um lado, é sempre preferível ler uma tradução direta, sim; por outro lado, ainda há muitas traduções indiretas no mercado livreiro, e algumas delas são plenamente satisfatórias, a tal ponto, aliás, que faria pena jogá-las fora... Digamos prudentemente que cada caso é um caso.
Bom domingo,
Oleg Almeida.
Se formos pensar nas obras de um certo Aristóteles que voltaram à Europa pela tradução indireta a partir dos textos mantidos no Oriente Próximo já me parece suficiente para não descartar o inestimável valor das traduções indiretas. Eu particularmente prefiro uma tradução direta. Eu lembro de comparar O Diabo de Tolstói direto e indireto e gostei mais do primeiro. O leitor brasileiro foi bem acostumado pela Cosac, pela 34 e pelo próprio Oleg com traduções diretas, mas as indiretas continuam e continuarão um tesouro e uma importante forma de divulgação dessas obras eternas.
É claro que as traduções diretas costumam ser melhores (contanto que o respectivo tradutor seja bom mesmo), porém isso não significa que as indiretas devem logo ir para a lixeira. Digamos que cada caso é um caso! Sem nos esquecermos de que o veredicto final sempre fica com o público leitor...
Bacana o esclarecimento.
Às suas ordens, Wilson!
Obrigado pelo excelente esclarecimento Oleg! Estava em dúvida se comprava essa versão da Martin Claret justamente por ser uma tradução indireta. Cheguei até a comprar uma outra versão de outra editora que foi traduzida diretamente do russo porém não gostei da tradução. Tive oportunidade de ler a amostra dessa linda edição da Martin Claret na Amazon e já fiz minha encomenda, aguardo ansioso para começar essa aventura. Parabéns pelo excelente trabalho!
Muito obrigado, Carlos!
Sempre digo que uma tradução indireta não pode nem deve ser descartada, logo de cara, pelo próprio fato de ser indireta. Por outro lado, que adiantaria uma tradução direta do russo se o respectivo tradutor não dominasse mesmo o russo? Há o que pensar, concorda?
Boas leituras,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida
Concordo plenamente com o senhor! Realmente abri meus olhos a respeito das traduções indiretas, graças a você. Obrigado pela resposta, fico muito feliz que o senhor teve um tempinho para ler e responder meu comentário!
Gostaria de fazer somente mais uma pergunta, a Martin Claret pretende lançar algum dia uma versão de Guerra e Paz do Tolstói traduzido pelo senhor?
Obrigado!
@@carlosalmeida9273 Boa pergunta, Carlos! Minha tradução de "Guerra e paz" já está pronta e se encontra, neste exato momento, em processo de preparação editorial. Se não houver impedimentos de qualquer espécie, será lançada até o fim do ano.
@@olegalmeida Que excelente notícia Oleg! Fico muito feliz em saber disso, muito obrigado novamente!
Tudo de bom para o senhor!
@@olegalmeidaQuerido Oleg, tudo bem?
Você saberia me dizer se Guerra e Paz com a sua tradução será lançado ainda neste ano pela Martin Claret?
E tenho também outra dúvida, as partes em francês no original russo de Tolstói serão mantidas em francês e traduzidas no rodapé como na edição da Companhia das Letras? (Confesso que ter de ficar refém das notas de rodapé cansa um pouco os olhos 😅)
Agradeço desde já!
Muito esclarecedora a sua explicação, meu bom mestre. Li está tradução de Os Irmãos Karamazov revisadas pelo senhor e posso afirmar que está maravilhosa, acentuada a qualidade pela beleza de sua parte física, a minha com arte na capa.
Aproveitando o comentário já feito, alguma possibilidade de existir uma tradução de Guerra e Paz ou demais obras de Tolstói traduzidas pelo senhor em um futuro não muito distante?
Grato pelo seu interesse, Felipe! A tradução de "Guerra e paz" já está sendo realizada, em paralelo a outros projetos não menos ambiciosos. É um trabalho a longo prazo (traduzir esse calhamaço seria, mais ou menos, como atravessar o Amazonas nadando), mas calma: um dia chegaremos lá!
Cordialmente,
Oleg Almeida.
Parabéns pelo vídeo Oleg!!!
Ótimo esclarecimento!!
Amo as suas traduções, estou terminando o meu 6 livro de Dostoievski, Crime e Castigo e com certeza irei adquirir os 2 citados no vídeo e sei que a tradução e indireta, mas revisada por ti, já está de parabéns. E tbm, pq quero a minha coleção nestas edições da Martin Claret.
Uma ótima semana e fique col Deus!
Obrigado, Ana Lívia! Seu comentário é, como sempre, oportuno e agradável. De fato, a Martin Claret se esforçou muito para lançar essa coleção de Dostoiévski, que é uma maravilha...
Seu trabalho é de excelência, sempre irei repetir isso. Também gosto muito dos seus comentários e explicações nos vídeos , sempre tão esclarecedores! Tenho toda a coleção da Martin Claret do Dostoieviski (principalmente por causa da sua tradução depois que li Anna Karenina) e agora aguardo ansiosa a chegada de Gente Pobre na sexta-feira! Vi o vídeo do livro e está lindíssimo! Mais um belo trabalho! Parabéns Oleg!
Muito obrigado, Cris: tanto pelos seus comentários sempre acertados quanto, e mais ainda, pelo seu interesse em conhecer meu trabalho! Espero que goste de "Gente pobre" também e lhe desejo, desde logo, uma leitura interessante e prazerosa.
Tenha um ótimo dia,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida se você tiver instagram compartilha com a gente. Boa noite e ótima quinta-feira!
Oleg, estou aguardando a sua tradução dos Irmãos. Sou fã do seu trabalho.
Muito obrigado pela confiança! É pena que nem todos pensem como você...
@@olegalmeida Também aguardo sua tradução de Irmãos Karamázov. Você irá traduzir algum dia?
@@treinadordeluca Acho difícil, André: a Martin Claret está comercializando a tradução de Herculano Villas-Boas (plenamente satisfatória, diga-se de passagem), e as outras editoras nacionais não enxergam meu trabalho nem ao microscópio...
Muito bom Oleg... =)
Obrigado!
Espetacular o seu trabalho.
Grato pelo seu elogio!
Oleg, sua análise é inspiradora, é perfeita.
Muito obrigado, amigo!
Oleg, me tira uma dúvida: a versão revisada por você da tradução de Herculano de Os irmãos Karamazov é só essa da capa verde ou aquela outra que tem um mosteiro na capa também foi revisada?
E a propósito, parabéns pelo seu trabalho tanto literário quanto aqui no UA-cam, gravando vídeos tão esclarecedores!
Bom dia, Filipe!
Todas as edições d'Os irmãos Karamázov lançadas de 2012 para cá (a de capa ilustrada, a de capa verde e a de bolso) contêm a mesma versão por mim conferida e, por sinal, plenamente satisfatória apesar de indireta.
Muito grato pelo seu interesse,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida muito obrigado caro Oleg! E um feliz natal, Deus abençoe! 🙌
Eu tinha receio de comprar essa edição de O Idiota por ser tradução indireta. Estava na dúvida entre a da Martin Claret e a da Editora 34 que é uma tradução direta, mas depois do seu vídeo fiquei mais tranquilo em comprar a da Martin Claret cujo a edição tem uma qualidade material bem superior.
... E lhe digo mais, Eduardo: apesar de indireta, a versão de José Geraldo Vieira é a melhor releitura d'O idiota que existe, hoje em dia, no espaço lusófono, uma verdadeira "tradução mítica". Sinceramente falando, não sei se eu mesmo conseguiria ir além dela ou, pelo menos, chegar ao mesmo nível!
Cordialmente,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida obrigada pela franqueza. Percebe-se que há um distanciamento nas análises apesar de ser um dos tradutores. Isso passa credibidade ao leitor. Vou reler Anna Karenina pela sua versão. Terminando agora a irmãos Karamazov pela tradução de Paulo Bezerra da 34. O que acha destas traduções?
@@tiamaral O distanciamento é obrigatório, senão a crítica se torna inviável. Aliás, não gosto de criticar quem quer que seja (se bem que me acusem, de vez em quando, de tentar vender meu próprio peixe por conta dos meus colegas) e leio as traduções de outrem mui raramente, por mera falta de tempo e, máxime, para não me decepcionar depois de ler o original. Você me pergunta pela qualidade das versões de "Os irmãos Karamázov" e "Anna Karênina" presentes no mercado livreiro, certo? Acho que podem ser consideradas satisfatórias em geral, no que diz respeito às histórias contadas pelos autores, mas também podem ser questionadas quanto à sua qualidade linguística. Nesse caso, quem fica com a última palavra é o leitor: querendo uma tradução "gramatical", escolherá a minha; preferindo uma adaptação, optará pela de Paulo Bezerra ou similar.
Grato pelo seu interesse,
Oleg Almeida.
Apesar de reconhecer que uma tradução direta, a princípio, é preferível a uma indireta, não tenho nenhum problema em ler traduções indiretas. Já li algumas da Martin Claret, e as considero ótimas. Esse mimimi sobre traduções é algo recente, e não raro, feito por pessoas sem a menor capacidade técnica para discutir o assunto. Por muitos anos, toda a obra dos escritores russos foi conhecida por todos no Brasil, ipor traduções indiretas.
Pessoalmente, prefiro algumas traduções indiretas como é o caso da tradução de “ as mil e uma noites” de Galland. Sob minha perspectiva de leitor comum, que não sabe árabe, acho a traduzida do francês, mais fluída e agradável que a traduzida recentemente do árabe. Abraços. Sucesso!
Muito obrigado pelo seu retorno, Luciano! Você percebeu muito bem essa recente tendência a criticar as traduções indiretas e quaisquer traduções em geral, sendo que tais críticas provêm muitas vezes de quem se vê e se reconhece incapaz de avaliar determinada obra literária (daí as réplicas do tipo: "Não sei uma palavra em russo, mas as traduções do Oleg são muito ruins"). Quanto às traduções indiretas... hum... digamos que ainda não chegou o momento de podermos deixá-las fora do mercado livreiro: uma boa revisão técnica, e uma tradução dessas continuará servindo por décadas.
Cordialmente,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida É lamentável que um profissional como você, se depare com esse tipo de leitor. Mas te digo para não se importar com tais críticas, porque como disse, são pessoas que nem conhecimento têm para fazê-las. Uma grande parte destes leitores, infelizmente são influenciados pelos tais "booktubers", que são pagos pelas editoras para promover esta ou aquela tradução. Por isso cancelei minhas inscrições dos canais de livros. Muitas recomendações são ruins, e só visam o lucro para os booktubers e as editoras em detrimento de outras obras e traduções excelentes, que são relegadas ao esquecimento.
@@luciano2166 Pois é, amigo: a literatura é cada vez mais destruída pela própria indústria do livro...
Caro Oleg, obrigado pelos vídeos com suas análises e comentários. É um privilégio para nós leitores termos acesso direto ao tradutor. Lendo o livro “O idiota” de Dostoiévski sinto que o sentido do termo que dá título a obra desse autor oscila entre uma condição de saúde e o de uma inépcia social. Mas não estou muito certo, poderia explicar melhor qual o sentido do termo idiota em russo (Идиот) que o autor assume?
Boa pergunta, Gabriel, e bastante inopinada! Digamos que o termo "idiota" equivale, em russo, ao respectivo termo português, referindo-se mormente a portadores de certa moléstia psíquica. No entanto, é também um epíteto pejorativo que pode ser aplicado a alguém que "não sabe viver", isto é, tirar um proveito material da vida, a quem for ingênuo em demasia, "humilde de espírito", como o é o príncipe Mychkin. De certo modo, ele vem a ser rotulado de "idiota" em ambos os sentidos dessa palavra...
@@olegalmeida Brilhante! Muito obrigado pelos esclarecimentos.
As traduções que nenhuma OUTRAS traduções as superam .
Tolstoy .Anna Karenina : tradução Oleg Almeida.
Dostoiévsky. Crime e Castigo : tradução Rosário Fusco.
Scott Fitzgerald . O Grande Gatsby : tradução Roberto Muggiati
Uma ótima observação: obrigado, amigo!
@@olegalmeida e Crime e Castigo e os Demônios traduzido por você Oleg Almeida
Caro Oleg, novamente venho aqui dirigir uma pergunta ao senhor, conforme leio os livros de Dostoievski e vejo seus esclarecedores vídeos. Estou finalizando a obra Diário do Subsolo (por sinal, uma ótima tradução, como eu mesmo já esperava). Mas minha pergunta é outra, já estou com com o livro O Idiota em mãos, esse que será minha próxima leitura, e fiquei me questionando se o senhor, na sua revisão técnica, fez adição de quaisquer notas ao decorrer da obra ou até mesmo alterações diretamente na tradução, de modo a deixar o texto mais parecido com o original russo, embora seja uma tradução indireta. Desde já agradeço, suas traduções e até mesmo seus vídeos são de uma contribuição, dizendo por mim, sem tamanho.
Boa tarde, Rogério!
Fiz minhas observações e sugestões no decorrer da releitura daquela tradução, sim. Não sei se foram aceitas: meu trabalho termina com a entrega da versão pronta, usada pela respectiva editora a seu exclusivo critério.
Cordialmente,
Oleg Almeida.
@olegalmeida Obrigado pela resposta, Oleg. Não chegou a ler a edição da Martin Claret, com sua revisão, para saber se as observações e sugestões foram utilizadas? Espero que tenham, pois imagino que elas tragam uma melhor contextualização.
Nunca releio essas traduções, depois de lançadas, porque não faz nenhum sentido gastar meu tempo com isso. Minha tarefa consiste em conferir tal ou tal tradução, propondo as emendas que achar desejáveis, mas quem as aplica, ou deixa de aplicar, é a própria editora. Nesse sentido, minha influência tem sido praticamente nula...
@@olegalmeida Entendo Oleg. Folheando hoje as páginas d'O Idiota, antes de começar a ler, vi que tem várias notas de rodapé (N.E.), além de um trecho que encontrei, por exemplo, em francês e que tinha nas notas uma tradução sua. Portanto, alegra-me de certa forma saber que terei acesso a essa maior contextualização feita durante sua revisão técnica.
Parabéns pela discussão abordada no vídeo, Oleg! O sr. vem esclarecendo muitas dúvidas dos leitores na internet, obrigada.
Ainda não tive contato com suas traduções, mas certamente pretendo.
Com relação ao escritores russos pouco conhecidos no Brasil, poderia nos informar acerca de eventual interesse seu e/ou da editora na tradução de Marina Tsvetaeva ou Anna Akhmatova? Abraço!
Bom dia, Maria Eduarda!
Muito obrigado pelo seu interesse em conhecer meu trabalho tradutório.
Quanto às poetisas russas que você menciona, acho bastante difícil alguém investir na publicação de suas obras que sabidamente teriam poucos leitores. "A poesia não vende...": é o que se diz no meio editorial.
Cordialmente,
Oleg Almeida.
Por isso eu te admiro, você superaria sim, meu caro. E ainda vais traduzir os Irmãos Karamazov.
Vamos ver... Como se diz, o futuro a Deus pertence! Por ora, só poderia garantir uma coisa: seria uma tradução exata e muito cristã.
Bom final de semana,
Oleg Almeida.
Olá caro Oleg! O senhor acha que as traduções indiretas conservam o nome dos personagens corretamente? Estou lendo Crime e Castigo numa versão portuguesa e indireta em que Sônia as vezes é chamada Sofia, e outras vezes os nomes aparecem com sufixos diferentes. Seriam apelidos? Desculpe se a pergunta é muito elementar, não há notas do tradutor explicando as variações e por isso fiquei confusa.
Obrigada pelo seu canal aqui no UA-cam! Bom trabalho!
Olá, Estrela!
Grato pela sua pergunta.
Embora a teoria tradutória admita a adaptação e até mesmo a tradução dos nomes próprios, esses fenômenos são relativamente raros hoje em dia. Quanto ao seu exemplo, "Sônia" não é um nome particular em russo, mas uma forma diminutiva e carinhosa do nome "Sofia", podendo também apresentar tais variantes como "Sônetchka" (mais diminutiva ainda), etc. Pelo que me diz, essa versão portuguesa aí é bastante satisfatória. Agora a ausência das notas explicativas é um defeito, sim, que poderia ter sido evitado...
Tudo de bom,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida Muito, muito obrigada!
Boa tarde, Oleg.
As suas palavras são preciosas. Tenho a versão "de bolso", de José Geraldo Vieira, que foi a primeira obra que comprei de literatura clássica. Notei um certo estranhamento quando passei para a versão da Editora 34, esteticamente falando. Penso em pegar a versão "de bolso" , de Irmãos Karamazov, de capa dura azul, pois de 15 em 15 dias viajo, o que torna inviável levar um livro grande comigo. Você recomenda essa versão azul de bolso? Muito obrigado pela atenção.
Oi, amigo!
A versão azul d'Os irmãos Karamázov é a mesma assinada por Herculano Villas-Boas e amiúde reeditada com a capa dura. Cheguei a conferi-la na íntegra, em 2012 ainda, e posso dizer que o tradutor fez um excelente trabalho. Essa versão poderia ser um tanto menos romântica, um tanto mais naturalista, sim, mas em momento algum faria Dostoiévski se revirar no túmulo.
Boas leituras e... boas viagens!
Oleg Almeida.
Olá, Oleg. Ainda não li nenhuma obra com a sua tradução. Mas estão todos na minha lista! Já li algumas obras do Dostoevsky em lingua inglesa. Tradução pela Constance Garnett, adoraria saber o que você acha da tradução dela.
Abraços da Paraíba.
Bom dia, amigo!
Quando me perguntam por que Dostoiévski é idolatrado no Ocidente e visto com olhos cheios de ceticismo na Rússia, respondo que a Rússia o lê no original, e o Ocidente, traduzido por Constance Garnett. As traduções dela são por demais livres, interpretativas a ponto de tornar Dostoiévski tão certinho, bonitinho e politicamente correto que ele se transforma num Dickens bem-humorado. Aliás, não é minha opinião pessoal: Nabókov, Brodsky e, sobretudo, Kornéi Tchukóvski chegaram a formulá-la bem antes de mim. Diria que, do ponto de vista técnico, as traduções antigas de David Magarshack e as recentes de Richard Pevear e Larissa Volokhonsky são perceptivelmente melhores...
Oleg Almeida.
Alguem poderia me dizer algo sobre a tradução de crime e castigo de Natalia Nunes da editora Abril de 1973?
Estou com este livro e nao encontro nada sobre esta edição...
Li Ana Karienina pela Cia das Letras e vou comprar a edição da Martin Claret com sua tradução. Você sabe dizer em quais pontos as duas traduções se diferenciam?
Bom dia, Newton!
Conheço bem superficialmente a tradução que você já leu (só cheguei a folheá-la, há alguns anos, numa livraria), mas acredito que a minha seja um tanto diferente. A começar pelos nomes dos personagens: "Kariênina" não existe, já que nenhum russófono pronuncia ridiculamente Карьенина nem, muito menos, Кариэнина; o protagonista não se chama "Liévin" (outra aberração ridícula), mas "Lióvin", etc.
Em todo caso, desejo-lhe uma leitura (ou releitura) agradável.
Cordialmente,
Oleg Almeida.
Li Anna Karenina da Martin Claret com tradução do Oleg e posso dizer que é um trabalho perfeito! Em tudo!
@@olegalmeida lo Recordações da Casa dos Mortos, traduzido por você, e fiquei encantado.
Olá Sr. OLEG Bom dia sou Angela Assis do Rio de Janeiro. Por favor, poderia tirar uma dúvida? Li Os Irmãos Karamazov no Kindle, traduzida por um português (Portugal). Nessa tradução ele escre ve na segunda pessoa do plural e a leitura tornou-se estranha para a atualidade, pois ele escreve, por exemplo: vós quereis comprá-lo? Dostoievski es crevia assim? Obrigada
Cara Ângela,
Sua pergunta é simples, mas, ao mesmo tempo, é bastante difícil responder a ela. Quanto à língua russa, o plural da 2a pessoa (Вы) continua a ser usado nela, hoje em dia, do mesmo modo que na época de Dostoiévski, porém, quanto ao português brasileiro, essa forma (vós) é considerada arcaica e demasiado solene, empregando-se principalmente na linguagem litúrgica, quando se trata de Deus, assim como, por exemplo, o singular da 2a pessoa (thou) em inglês. Portanto, uma tradução d'Os irmãos Karamázov em que o pronome "vós" seja empregado de forma sistemática, se não abusiva, pode ser satisfatória em reproduzir mecanicamente o conteúdo desse romance, mas, com toda a certeza, não corresponde ao estilo autoral de Dostoiévski, nada solene e, na maioria das vezes, bem próximo do linguajar cotidiano, até mesmo coloquial... Resumo da ópera: talvez você tenha conhecido a história narrada por Dostoiévski nos mínimos detalhes, mas, pelo que parece, não chegou a conhecer o estilo original dele.
Bom domingo,
Oleg Almeida.
Obrigada.
“По поводу косвенного переводов”, Prof. Oleg, estaria correta esta versão para o Russo de seu vídeo “A propósito de traduções indiretas”? Muito obrigado.
Oi, Misael!
A versão literal do título poderia ser essa mesma: По поводу косвенного перевода (no singular) / По поводу косвенных переводов (no plural), mas não seria naturalmente russa. Um russófono diria antes К вопросу о косвенном переводе / К вопросу о косвенных переводах.
Tudo de bom,
Oleg Almeida.
Muitíssimo obrigado, Prof. pela resposta, tentei traduzir ao lembrar-me da segunda parte do livro de Dostoiévski (“Diário do Subsolo”, da M. Claret, de sua tradução, 👏👍), “A Respeito da Neve Molhada), 😁👍
@@misaelgalindo2402 O que importa muito nessa área, Misael, é o contexto: По поводу мокрого снега (A respeito da neve molhada: texto literário) / К вопросу о косвенных переводах (A propósito das traduções indiretas: texto acadêmico) / Как насчёт выпить? (Que tal tomar uma?: conversa do dia a dia). Percebe a diferença?
Verdade, como se tivéssemos uma linguagem própria para cada contexto/ambiente. Agradeço-lhe pelo esclarecimento, 👍
@@misaelgalindo2402 Por isso é que os espiões estrangeiros não se dão bem naquelas paragens (risos meio amarelos)... Sem falarmos da linguagem coloquial, cerca de 80% obscena!
Boa tarde tudo bem? Você já fez tradução de Tolstoi? Parabens pelo trabalho.
Já traduzi "Anna Karênina" e três novelas (A morte de Ivan Ilitch, Sonata a Kreutzer e O padre Sêrgui) de Tolstói: o fato é notório...
@@olegalmeida B0m dia obrigada!!! olha muito legal
Oleg, muito boa tarde.
Você conhece a obra, " O homem que Ri" de Victor Hugo? Fico sempre em dúvidas sobre adquirir esse livro, pois não sei se a tradução é de boa qualidade. Não sei se você tem uma opinião ou conhece esse livro, mas gostaria de sua opinião.
Bom dia, Victor!
Conheço "O homem que ri" desde adolescente. É um dos melhores romances de Hugo: um tanto histórico, um tanto gótico, permeado de uma interessante visão social e, quanto ao seu estilo, exuberante como tudo o que foi criado por aquele escritor genial. Não sei, para lhe dizer a verdade toda, se a tradução editada pela Martin Claret fica à altura do original épico, já que não fui contratado para conferi-la, mas a reputação da tradutora, Regina Célia de Oliveira, é irreprochável junto à academia e no mercado livreiro.
Amistosamente,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida
Bom dia, Oleg
Agradeço imensamente a atenção disponível. Faz se mister hoje em dia pessoas como você que dão atenção as pessoas que buscam se aprofundar espiritualmente, intelectualmente e de outras formas humanamente positivas. Já havia namorado muito esse livro pelo seu tema bastante delicado, e de certa forma perturbador, mas desde que comecei a ler livros russos, não me poupo da realidade que alguns românticos chamam de absurdo, a final de contas, em algum lugar aquilo de fato existiu.
Tenha um ótimo dia, que seja proveitoso.
Respeitosamente.
Victor Pessoa.
Professor, a tradução lusa de António Pescada é boa?
Caro Gláucio,
Não deu para entender de que tradução você estava falando, mas, como se diz, pode confiar: António Pescada é um dos melhores tradutores de russo (bem como de inglês e de francês) em todo o espaço lusófono. A meu ver, a competência linguística dele ultrapassa a dos principais tradutores brasileiros, sem falarmos da sua imensa experiência prática...
Bom domingo,
Oleg Almeida.
@@olegalmeida Perdão, meu caro, permita-me citar a tradução de Crime e Castigo feita pelo Pescada. É boa, então, assim como a vossa... Ótimo domingo, muito obrigado.
@@glauciovin ... Com uma só ressalva: a tradução de Pescada tem uma excelente reputação (pelo menos, em Portugal), e a minha não tem nenhuma. Fora isso, como já disse, pode confiar!
Está previsto lançamento de novas traduções realizadas por você de obras de Dostoievski e Tolstoi? Estou querendo ampliar minha coleção desses autores, mas minha prioridade seria adquirir obras traduzidas por você
Pois é, Homero: estou traduzindo, neste exato momento, "Guerra e paz" de Tolstói e "O sósia" de Dostoiévski em paralelo, mas esses projetos são ambos a longo prazo. Ao invés da Editora 34, para a qual trabalha todo um grupo de tradutores, tenho me esforçado sozinho para a Martin Claret... Mas pode deixar, que, com saúde e tempo, várias novas traduções acabarão vindo a lume.
Cordialmente,
Oleg Almeida.
Solicito sua opinião de tradutor literário, Oleg.
Em seu ofício, quando encontra uma palavra regional, arcaica ou obscura em russo ou francês, o correto não é primeiro compulsar os dicionários, as enciclopédias e os manuais na língua original, para depois quebrar a cabeça sozinho com a correspondência em português? É o que sempre fiz com inglês, como amador, mas juntando uma suspeita minha com um comentário seu sobre a tradução de "ateu" e "herege" em Dostoiévski, acabei chegando à conclusão de que alguns tradutores do Brasil são dependentes dos dicionários bilíngues. Jesus!
Em alemão, que é o que estudo como autodidata, o único dicionário quase perfeito publicado no Brasil e em Portugal é o semibilíngue Wahrig, que só tem 19 mil verbetes, mas correspondências muito competentes; os bilíngues maiores de Leonardo Tochtrop, de Henriette Michaelis, Taschenwörterbuch da Langenscheidt, a primeira edição do Dicionário Porto por Udo Schau e a edição mais recente, todos esses livros - com 25, 35, 65 mil verbetes - sofrem de deficiências graves e correspondências capengas! São ótimas ferramentas iniciais de aprendizado, não de tradução literária.
Você tem toda a razão, meu amigo: o trabalho de um tradutor literário, tal como ele deveria ser em quaisquer circunstâncias, sempre parte do idioma original! Quando traduzo, por exemplo, Dostoiévski, em cujas obras há uma profusão de termos raros, obsoletos, etc. (ainda que ele não chegue a ser regionalista ou interiorano em hipótese alguma), procuro entender, nos menores detalhes, o que ele quis exatamente dizer em russo e só depois transcrevo esse pensamento dele em português, escolhendo para tanto as palavras mais adequadas que forem de meu conhecimento. Se dependesse dos dicionários bilíngues, o que é natural e perdoável para um novato, mas nunca para um tradutor profissional, meu Dostoiévski mancaria de ambas as pernas...
@@olegalmeida Bom saber que estou no caminho certo com o alemão e que imagem feliz, mestre! Podem até dizer que é um autor coxo de propósito, puxando de uma perna, mas se for todo estropiado... 🤣
É so parar um instante e pensar , se a tradução do francês é boa, então, nao perdeu a sua essência do idioma original , nesse caso, o russo, acrescentando , tendo um bielrusso que é nascido, sabe dos costumes , conviveu e mais que um escritor que foi na Rússia e traduzidu diretamente(claro que é boa), não possui a essência e a natureza de quem nasceu na Rússia....
Só posso repetir o que já disse no vídeo: cada caso é um caso, ou seja, uma tradução indireta não pode nem deve ser descartada, logo de cara, pelo próprio fato de ser indireta. Por outro lado, o valor de uma tradução direta, mas feita por quem não dominar o respectivo idioma estrangeiro, sempre é bem questionável.
Tudo de bom,
Oleg Almeida.
Obrigada pela atenção @@olegalmeida
Traduzir é sempre trair. Penso que a tradução indireta pode ser muito útil ao tradutor que conhece a língua de origem também, caso contrário, ele pode cair nas armadilhas existentes em toda e qualquer tradução, já que esse nao é um ofício para amadores. No caso do francês, embora essa seja a língua que mais se afasta de suas raízes latinas, nao deixa de retratar um passo, um degrau à lingua final, desde que essa seja o português por exemplo.
"Traduzir é sempre trair" é uma das numerosas tolices inventadas pelos tradutores ineptos para justificar suas próprias falhas, como, por exemplo, no caso daquele corifeu nosso que traduz "navio" como "vaca" e ganha um prestigioso prêmio literário pelas "esplêndidas traduções" apreciadas por todo mundo. Concordo que uma tradução indireta pode, lógica e tecnicamente falando, afastar-se do original traduzido em maior grau do que uma tradução direta, mas, por outro lado, que adianta uma tradução direta se seu autor não domina a língua da qual está traduzindo? Como sempre digo, o buraco fica bem mais embaixo...
@@olegalmeida Acho que podendo ler no original sempre melhor, afinal filtros são filtros. Traduzir poesia, para mim, é quase uma missão impossível, mas claro, o exemplo dado pelo Sr. é um exagero, embora mão duvide que isso ocorra aos montes e como disse, tradução não é para amadores. Talvez o meu erro tenha sido imaginar o melhor dos mundos.
@@luisaugustobonilha8210 Volto a concordar, meu amigo! Num mundo ideal, onírico, viveríamos lendo as obras de Shakespeare, de Dante e de Púchkin em seus respectivos originais. Mas, no mundo real, parei de revisar as traduções alheias... e sabe por que motivo? Por não conseguir mais, fisicamente, corrigir centenas de erros crassos, ridículos, presentes em cada página daquelas traduções que poderiam e deveriam ser exemplares!