A informação apresentada existe apenas graças à dedicação e trabalho de investigadores e académicos. Por isso, a autoria da mesma é exclusivamente sua. A bibliografia utilizada na realização deste vídeo está disponível na descrição por baixo do mesmo.
Quando vi o thumbnail do vídeo a dizer o que manuelino é uma invenção brasileira pensei que o IntoThePast tinha ficado doido mas agora já entendi. Não fazia a mínima ideia que a expressão Manuelino foi inventada no século XIX, pensava que já se chamava assim. Só tenho uma pergunta, o que é que na época de D. Manuel chamavam ao manuelino?
O "Manuelino" é uma sub categoria do chamado Gótico tardio, já com umas pitadas do que se designa por "Renascimento". Mas isso são nomenclaturas modernas, na sua época era a continuação do estilo anterior misturado com elementos exóticos (animais, flora) e elementos náuticos (cordames, velas de navio, ondas de mar, etc). Na época era chamada de "arte" ou "obra d'el-rei D.Manuel".
A documentação refere-se a esta arquitetura como "ao modo de Inglaterra", "ao modo alemão", "ao moderno" e em Castela "ao modo das Espanhas", embora esta última seja mais rara.
@@IntoThePast Isso era o Gótico...este tipo de Gótico específico a que chamamos hoje de "Manuelino" já era referido no século XVI como "arte" ou "obra d'el-rei D.Manuel".
@@pedromarques3870 como disse no vídeo, o manuelino não representa nenhum corte com o gótico. A nomenclatura (que referi) utilizada anteriormente era perfeitamente adequada ao menuelino. Quando a documentação se refere a "obra d'el rei" estava a dizer que a obra foi encomendada ou patrocinada pelo rei e não a linguagem arquitetonica utilizada, até porque esse aspecto é raramente referido. Além disso, no início do século XVI a palavra "arte" não tinha o mesmo significado que tem hoje e era empregue de forma diferente.
@@IntoThePast Estamos a falar de coisas diferentes mas ambos correctos, o "Manuelino" não é uma corrente arquitectónica, mas é uma corrente decorativa/artística dentro do Gótico final. A menção a "arte" ou "obra d'el-rei D.Manuel" naquele contexto referia exactamente isso, o facto de ser um Gótico específico daquele período, associada aquela pessoa. Portanto dizer que o "Manuelino" era igual ao Gótico tardio que se fazia noutros locais só é verdade na vertente arquitectónica...e mesmo assim ressalvo um ponto: o "Manuelino" tem uma característica arquitectónica específica que quase não se via no resto do Gótico tardio europeu: o paradigma de igreja-salão.
Então o Manuelino era um género de propaganda pró-D. Manuel. No video é referido que D. Manuel chegou ao poder de uma forma pouco tradicional, como assim? Ótimo vídeo como sempre.
O rei D. Manuel I sucedeu ao rei D. João II,e ambos eram netos do rei D. Duarte mas não eram irmãos, eram primos e cunhados...a esposa de D. João II, a rainha D. Leonor era irmã de D. Manuel e portanto também sua prima .Eles tiveram um unico filho ,que se casou anda criança com uma filha dos "reis católicos" de Castela e Aragão Fernando e Isabel, mas que morreu num acidente de cavalo muito estranho. D. João II quis legalizar um filho seu, bastardo, para sucede-lo no trono, mas a rainha D. Leonor (que foi a criadora das Santas Casas da Misericórdia) se opôs energicamente fazendo valer os direitos de seu irmão D. Manuel como legítimo herdeiro do trono de Portugal.
Hello, muito obrigado pelo vídeo, estou neste momento a estudar para o exame nacional de hca e este tipo de conteúdo é muito útil. Muito obrigado mesmo!!! :)
O canal me parece excelente, tive vontade de me inscrever, porém a falta de legendas me fez desistir, só falo português e um sofrível inglês, que pena.
Como é possível num vídeo tão curto haver tanta informação?? O canal deveria servir de exemplo para os mais cientes divulgarem novos, velhos e desconhecidos tópicos. Realço o que mais gostei: 1º Com a Dinastia de Aviz, ao contrário das Humanidades (que consolida as eruditas importações italianas e clássicas, de que 'Os Lusíadas' são o maior exemplo, deixando lamentavelmente para trás a língua popular e escrita da Dinastia Afonsina, e isso não é propriamente evolução..), a Arquitetura tem continuidade (no gosto flamengo e nórdico). 2º O «surto mudéjar desapareceu tão rapidamente como apareceu»: eis a tentativa (falhada) das inovações da nova corte do Tejo. O estilo, por exemplo, do arabesco Palácio da Vila de Sintra, do séc. XIV, não teve continuidade.
Obrigado pelo comentário, espero que tenha gostado do vídeo! O recuo do mudéjar é possivelmente uma consequência da adoção de uma linguagem artística e cultural clássica. A estética mudéjar já não ia ao encontro das aspirações das elites eruditas. No entanto, longe dos grandes centros urbanos o mudéjar continuou a ser utilizado (principalmente através das coberturas de madeira, os chamados tetos de alfarge) pelo menos até ao séc. XVII, e em termos culturais até muito mais tarde.
A informação apresentada existe apenas graças à dedicação e trabalho de investigadores e académicos. Por isso, a autoria da mesma é exclusivamente sua. A bibliografia utilizada na realização deste vídeo está disponível na descrição por baixo do mesmo.
Muito interessante, o nosso pais realmente tem monumentos espetaculares que vale a pena conhecer.
Muito bom. Gostava de ver um vídeo sobre o mudéjar em Portugal, porque eu acho que há muita coisa islâmica na arte portuguesa para além dos azulejos.
Por acaso já tenho um vídeo sobre o mudéjar planeado. Obrigado pela sugestão.
Sempre a aprender algo novo
Aprendi muito este vídeo.Gostei muito.
Muito obrigado 😃
Quando vi o thumbnail do vídeo a dizer o que manuelino é uma invenção brasileira pensei que o IntoThePast tinha ficado doido mas agora já entendi. Não fazia a mínima ideia que a expressão Manuelino foi inventada no século XIX, pensava que já se chamava assim.
Só tenho uma pergunta, o que é que na época de D. Manuel chamavam ao manuelino?
O "Manuelino" é uma sub categoria do chamado Gótico tardio, já com umas pitadas do que se designa por "Renascimento". Mas isso são nomenclaturas modernas, na sua época era a continuação do estilo anterior misturado com elementos exóticos (animais, flora) e elementos náuticos (cordames, velas de navio, ondas de mar, etc). Na época era chamada de "arte" ou "obra d'el-rei D.Manuel".
A documentação refere-se a esta arquitetura como "ao modo de Inglaterra", "ao modo alemão", "ao moderno" e em Castela "ao modo das Espanhas", embora esta última seja mais rara.
@@IntoThePast Isso era o Gótico...este tipo de Gótico específico a que chamamos hoje de "Manuelino" já era referido no século XVI como "arte" ou "obra d'el-rei D.Manuel".
@@pedromarques3870 como disse no vídeo, o manuelino não representa nenhum corte com o gótico.
A nomenclatura (que referi) utilizada anteriormente era perfeitamente adequada ao menuelino. Quando a documentação se refere a "obra d'el rei" estava a dizer que a obra foi encomendada ou patrocinada pelo rei e não a linguagem arquitetonica utilizada, até porque esse aspecto é raramente referido. Além disso, no início do século XVI a palavra "arte" não tinha o mesmo significado que tem hoje e era empregue de forma diferente.
@@IntoThePast Estamos a falar de coisas diferentes mas ambos correctos, o "Manuelino" não é uma corrente arquitectónica, mas é uma corrente decorativa/artística dentro do Gótico final. A menção a "arte" ou "obra d'el-rei D.Manuel" naquele contexto referia exactamente isso, o facto de ser um Gótico específico daquele período, associada aquela pessoa. Portanto dizer que o "Manuelino" era igual ao Gótico tardio que se fazia noutros locais só é verdade na vertente arquitectónica...e mesmo assim ressalvo um ponto: o "Manuelino" tem uma característica arquitectónica específica que quase não se via no resto do Gótico tardio europeu: o paradigma de igreja-salão.
Então o Manuelino era um género de propaganda pró-D. Manuel. No video é referido que D. Manuel chegou ao poder de uma forma pouco tradicional, como assim?
Ótimo vídeo como sempre.
O rei D. Manuel I sucedeu ao rei D. João II,e ambos eram netos do rei D. Duarte mas não eram irmãos, eram primos e cunhados...a esposa de D. João II, a rainha D. Leonor era irmã de D. Manuel e portanto também sua prima .Eles tiveram um unico filho ,que se casou anda criança com uma filha dos "reis católicos" de Castela e Aragão Fernando e Isabel, mas que morreu num acidente de cavalo muito estranho. D. João II quis legalizar um filho seu, bastardo, para sucede-lo no trono, mas a rainha D. Leonor (que foi a criadora das Santas Casas da Misericórdia) se opôs energicamente fazendo valer os direitos de seu irmão D. Manuel como legítimo herdeiro do trono de Portugal.
Hello, muito obrigado pelo vídeo, estou neste momento a estudar para o exame nacional de hca e este tipo de conteúdo é muito útil.
Muito obrigado mesmo!!! :)
O canal me parece excelente, tive vontade de me inscrever, porém a falta de legendas me fez desistir, só falo português e um sofrível inglês, que pena.
Viva Dom Manuel, o maior Rey da História do Brasil
Ótimo vídeo
king Manuel rules
Como é possível num vídeo tão curto haver tanta informação??
O canal deveria servir de exemplo para os mais cientes divulgarem novos, velhos e desconhecidos tópicos.
Realço o que mais gostei:
1º Com a Dinastia de Aviz, ao contrário das Humanidades (que consolida as eruditas importações italianas e clássicas, de que 'Os Lusíadas' são o maior exemplo, deixando lamentavelmente para trás a língua popular e escrita da Dinastia Afonsina, e isso não é propriamente evolução..), a Arquitetura tem continuidade (no gosto flamengo e nórdico).
2º O «surto mudéjar desapareceu tão rapidamente como apareceu»: eis a tentativa (falhada) das inovações da nova corte do Tejo. O estilo, por exemplo, do arabesco Palácio da Vila de Sintra, do séc. XIV, não teve continuidade.
Obrigado pelo comentário, espero que tenha gostado do vídeo!
O recuo do mudéjar é possivelmente uma consequência da adoção de uma linguagem artística e cultural clássica. A estética mudéjar já não ia ao encontro das aspirações das elites eruditas. No entanto, longe dos grandes centros urbanos o mudéjar continuou a ser utilizado (principalmente através das coberturas de madeira, os chamados tetos de alfarge) pelo menos até ao séc. XVII, e em termos culturais até muito mais tarde.
Que mania portuguesa de rebaixar a própria história, tais fatos não acontecem na França.