Byung Chul Han • Por que hoje uma revolução não é possível?
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- Опубліковано 15 вер 2024
- 1. Quem é Byung-Chul Han?
Filósofo asiático, nascido na Coreia do Sul em 1959, que vive na Alemanha
Ensaísta sobre o mundo contemporâneo
2. Por que hoje uma revolução não é possível?
Artigo publicado pela primeira vez em 2014
Livro publicado em 2019, na Alemanha
Em 2021, no Brasil
3. Problema
“Por que o sistema dominante neoliberal é tão estável? Por que há tão poucas resistências e oposições a ele? Por que tão rapidamente todas elas não levam a nada? Por que hoje uma revolução não é possível, a despeito do abismo cada vez maior entre ricos e pobres? Para explicar isso é preciso compreender de maneira precisa como funciona hoje a dominação.” (p. 31-32).
4. Sociedade disciplinar
“O poder que sustenta o sistema da sociedade disciplinar e industrial era repressivo. Trabalhadores eram explorados brutalmente pelos donos das fábricas. Essa exploração estrangeira violenta dos trabalhadores levava, então, a protestos e resistências. Era possível aqui uma revolução que derrubasse a relação dominante de produção. Nesse sistema repressivo não só a opressão mas também o opressor são visíveis. Há um opositor concreto, um inimigo visível contra quem se opor. (p. 32-33).
5. Sociedade de desempenho
“O neoliberalismo moldou o trabalhador oprimido em um empreendedor livre, um empreendedor de si mesmo. Cada um é hoje um trabalhador autoexplorado de seu próprio empreendimento. Cada um é senhor e escravo na mesma pessoa. A luta de classes também se transformou em luta interior consigo mesmo. Quem fracassa hoje, culpa a si mesmo, envergonhado. Problematiza-se a si mesmo em vez de problematizar a sociedade.” (p. 33-34).
6. Liberdade
“O sujeito submetido não tem aqui nem sequer consciência de sua submissão. Supõe-se em liberdade. Essa técnica de dominação neutraliza a resistência de um jeito muito efetivo. A dominação que oprime e ataca a liberdade não é estável. O regime neoliberal é tão estável, estão imunizados contra qualquer resistência e oposição, justamente porque faz uso da liberdade em vez de oprimi-la. A opressão da liberdade provoca rapidamente resistência. A exploração da liberdade, ao contrário, não.” (p. 35-36).
7. Concorrência
“Antigamente as empresas entravam em concorrência umas com as outras. Hoje concorrem todos contra todos, um contra o outro, até mesmo no interior de uma empresa. Essa concorrência absoluta aumenta tremendamente a produtividade, mas acaba destruindo a solidariedade e o senso cívico. De indivíduos esgotados, depressivos e isolados não se pode formar nenhuma revolução de massa.” (p. 37).
8. Amabilidade
“Uma amabilidade sem finalidade não é mais possível. As pessoas ficam amigas umas das outras para receber avaliações melhores.” (p. 39).
![Byung-Chul Han • A sociedade paliativa e a dor hoje [Introdução]](http://i.ytimg.com/vi/-w22qS0sQVI/mqdefault.jpg)
Eu só tenho a agradecer, este autor me fez entender muitas coisas e ser mais afável comigo própria e o senhor é um professor maravilhoso!!!! A filosofia é o caminho para a cura!
Ótima aula, parabéns! (só tira a musiquinha de fundo, por favor. kkkk)
É incrível como as ideias dele e do Bauman conversam
Então , era melhor antes, quando culpávamos terceiros pelos nossos maus resultados, quando tudo era culpa do governo, dos pais ou da economia? E como ignorar a grande parcela da sociedade que ocupa cargos públicos ou outros empregos com vínculo empregatício e proteção de leis trabalhistas, férias, décimo terceiro…? Esses ensaístas do “primeiro mundo” estão analisando uma mudança muito recente. Mudança esta que pode ser considerada uma conquista de rebeldes ou um resultado natural da era da tecnologia. Talvez seja cedo para se rebelar. A “festa” mal começou e já estão falando da ressaca! Os filósofos têm minha admiração porque assim como eles tento prever os efeitos das grandes mudanças na sociedade, mas a internet e seus desdobramentos ainda guardam muitas surpresas.
Acho a temática dele muito importante para que busquemos respostas para construirmos um mundo melhor, mais humano, menos superficial. Ele está ajudando a PERGUNTARMOS. É essencial essa inquietação. Mas, nem todos os tradutores são zelosos na tarefa. Tem livro dele que a formação da frase, em português está mal elaborada.
Muito bom! Gosto do seu jeito calmo de conversar🤩 Chul Han, maravilhoso!
Obg professor!
Sempre com belas explanaçãoes.
Acompanhando sempre.
Muito bem explicado Alfredo.
Muito bom.
Professor obrigado pelo vídeo, quero primeiramente falar que a qualidade do vídeo, áudio e imagem, está muito boa.
Em geral eu gosto muito da sua interpretação, adoro como traz essa sequencia direta entre citação e comentário.
Contudo, quero falar do HAN, professor eu li alguns livros do HAN (12 no total), na verdade li alguns livros mais de uma vez e com este vídeo que o senhor nos apresenta posso afirmar que a obra do HAN é muito boa, excelente, muito moderna e com uma visão da sociedade contemporânea ímpar, mas, ele é EXTREMAMENTE repetitivo.
Se alguém leu mais de um livro do HAN constatará isso de cara, todas as citações fez existem em outros livros, inclusive, fiz algumas anotações referentes aos livros que li e em TODOS eles o HAN se repete em conceito e EM PALAVRAS, literalmente ele escreve a mesma coisa em grande parte de seus livros, com as mesmas palavras e sentidos. Se a gente pegar Sociedade do Cansaço; Topologia da Violência; e Psicopolítica - O neoliberalismo e as novas técnicas de poder, você terá lido a obra completa desse autor, e olha que afirmo isso sem ter lido alguns livros dele, por exemplo, sobre a Morte e esse apresentado no vídeo.
Acho que a repetição é mais intensa quando ele interpreta o mundo contemporâneo. Há livros que não repetem tanto os temas, como Morte e alteridade e Filosofia do zen-budismo. Li todos os que foram traduzidos para o nosso idioma e acho que é um autor que vale muito a pena. Abraço.
O neoliberslismo dá uma falsa sensação de liberdade.
Como pensar, Alfredo, os fenômenos de massa na atualidade brasileira (esquerda e direita)?
Não sei muito bem como interpretar. Parece que as pessoas têm necessidade de seguir um líder, um iluminado, que vai indicar um caminho que as pessoas não conseguem encontrar sozinhas.
@@alfredo_olivaEsta necessidade de que vc falou parece ser melhor explicada a partir de uma visão psicobiológica. Me parece que instintivamente buscamos líderes.
Já para entender esta polarização extrema, assistir a série "The Rabbit Hole" permite obter alguns insights para tanto. Vc pode perceber que os algoritmos das redes sociais são feitos para segmentar a sociedade de forma a produzir segmentos bem definidos. É mais fácil vender produtos e serviços para alguém que sabe muito bem quem é ou que sabe o que quer.
Ótimo prof. Em sentido de complementação os sistemas são retro-conectados (mídia, economia, político, religioso e conhecimento) agem conforme seus status quo de se firmarem no Poder Hegemônico em controlarem as sociedades em diversos âmbitos da vida. Em uma compreensão de Sartre inverso " somos condenados não-liberdade".