Byung-Chul Han • A sociedade paliativa e a dor hoje [Introdução]

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  • Опубліковано 6 вер 2024
  • 1. Quem é Byung-Chul Han?
    Filósofo asiático, nascido na Coreia do Sul em 1959, que vive na Alemanha
    Ensaísta sobre o mundo contemporâneo
    2. Sociedade paliativa: a dor hoje
    Ensaio produzido em 2020
    Traduzido para o português em 2021
    Livro de 115 páginas
    3. Estrutura do livro
    1. Algofobia [medo da dor]; 2. Coação à felicidade; 3. Sobrevivência; 4. Ausência de sentido da dor; 5. Astúcia da dor; 6. A dor como verdade; 7. Poética da dor; 8. Dialética da dor; 9. Ontologia da dor; 10. Ética da dor; 11. O último ser humano.
    4. Dor como signo
    “A nossa relação com a dor mostra em que sociedade vivemos. Dores são cifras. Elas contêm a chave para o entendimento de toda a sociedade. Assim, cada crítica da sociedade tem de levar a cabo uma hermenêutica da dor. Caso se deixe a dor apenas a cargo da medicina, deixamos escapar o seu caráter de signo.” (p. 9).
    5. Sociedade paliativa
    “A sociedade paliativa coincide com a sociedade do desempenho. A dor é vista como um sinal de fraqueza. Ela é algo que deve ser ocultado ou ser eliminado por meio da otimização. Ela não é compatível com o desempenho. A passividade do sofrer não tem lugar na sociedade ativa dominada pelo poder. Hoje se remove à dor qualquer possibilidade de expressão. Ela é, além disso, condenada a calar-se. A sociedade paliativa não permite avivar, verbalizar a dor em uma paixão.” (p. 14).
    6. Dispositivo felicidade
    “O dispositivo de felicidade neoliberal nos distrai do sistema de dominação existente ao nos obrigar apenas à introspecção da alma. Ele cuida para que cada um se ocupe apenas ainda consigo mesmo, com a sua própria psyché, em vez de interrogar criticamente as relações sociais.” (p. 27).
    7. Coisificação da dor
    “Segundo Freud, a dor é um sintoma que indica um bloqueio na história de uma pessoa. O paciente, por causa de seu bloqueio, não está em condições de avançar na história. Dores psicogênicas são expressão de palavras soterradas, reprimidas. A palavra se tornou coisal. A terapia consiste em libertar a pessoa desse bloqueio de falar, tornar a sua história novamente fluida.” (p. 45).
    “Vivemos, hoje, em um tempo pós-narrativo. Não a narrativa, mas sim a contagem determina a nossa vida. A narrativa é a capacidade do espírito de superar a contingência do corpo. Por isso, não é absurda a ideia de Benjamin de que a narrativa poderia curar toda doença. Também xamãs expulsam doenças e dores com evocações mágicas que têm um caráter narrativo. O corpo ganha poder onde o espírito se retira.” (p. 48).
    8. Dor como verdade
    a) “Dor é vínculo. Quem recusa todo o estado doloroso é incapaz de vínculos. Vínculos intensivos que poderiam doer são, hoje, evitados. Tudo se desenrola em uma zona de conforto paliativa.” (p. 62-63).
    b) “Dor é distinção. Ela articula a vida. Órgãos corporais se fazem conhecer primeiramente pelo seu próprio dialeto de dor. A dor marca os limites, destaca distinções. Sem a dor, tanto o corpo como o mundo afundam em uma in-diferença.” (p. 63).
    c) “Dor é realidade. Ela tem o efeito de realidade. Percebemos primeiramente a realidade na resistência que dói. A anestesia permanente da sociedade paliativa desrrealiza o mundo. Também a digitalização reduz cada vez mais a resistência, leva ao desaparecimento do confronto contrariante, o contra, o contracorpo. O contínuo curtir leva a um embotamento, ao mar desconstrução da realidade. A digitalização é anestesiação.” (p. 64-65).
    9. Dor como parteira
    “Hoje, não estamos dispostos a nos expor à dor. A dor, entretanto, é uma parteira do novo, uma parteira do inteiramente outro. A negatividade da dor interrompe o igual. Na sociedade paliativa como inferno igual, nenhuma fala da dor, nenhuma poética da dor é possível. Ela permite apenas a prosa do bem-estar, a saber a escrita à luz do Sol.” (p. 73).
    10. Fim da humanidade
    “A vida sem dor e com felicidade permanente não será mais uma vida humana. A vida que persegue expulsa a sua dor suspende a si mesma. Morte e dor são inseparáveis. Na dor, antecipa-se a morte. Quem deseja eliminar toda a dor também terá que acabar com a morte. Mas a vida sem morte e dor não é uma vida humana, mas sim uma morta-viva. O ser humano se desfaz, a fim de sobreviver. Ele alcançará, possivelmente, a imortalidade, mas ao custo de sua vida.” (p. 115).
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