Gente, o vídeo é pra abordar se a linguagem não binária faz sentido e se existe chance de ela ser implementada na língua. Não é um vídeo pra negar a identidade de gênero das pessoas, porque como falo no vídeo as duas coisas são diferentes! Então não usem os comentários para atacar pessoas trans ou vir com papos nada a ver de que existe alguém obrigando você a usar linguagem não binária, porque ninguém está te obrigando a nada! Da mesma forma não faz sentido querer argumentar nos comentários que existem gêneros além de homem e mulher, ou que devemos respeitar a identidade de gênero das pessoas, porque não estou negando isso. O vídeo é sobre gênero GRAMATICAL, que são apenas dois no português. Eu falo justamente sobre serem coisas diferentes.
@@arunamzanvettorguedes6611 estudante pode ser adjetivo ou substantivo, e sim, como na maioria dos adjetivos terminados em -e, eles podem ser dos dois gêneros.
@@arunamzanvettorguedes6611 O nome técnico desses tipos de substantivos é "comum de dois gêneros". Ele ainda tem gênero, masculino ou feminino, mas a forma dele não muda. Mesmo assim os modificadores que o acompanham ainda não ter que ser masculinos ou femininos. O termo "neutro" é empregado em linguística para se referir a um terceiro gênero que acompanha o masculino e o feminino em línguas que possuem uma divisão em três gêneros, mas não é um gênero que se usa para juntar o masculino e o feminino numa forma que não separa os dois, mas sim um gênero separado que convive com o masculino e o feminino no mesmo nível. Quando a diferença entre masculino e feminino se perde em línguas com gênero gramatical, o gênero formado pela fusão desses dois é chamado de gênero comum, não gênero neutro. Em sueco e holandês, por exemplo, os dois gêneros existentes são o gênero comum e o gênero neutro. O gênero comum corresponde ao que em outras línguas germânicas (e indo-europeias) são os gêneros masculino e feminino, que nelas se fundiram num gênero só porque se tornaram morfologicamente idênticos, da mesma forma como em português o masculino e o neutro do latim se fundiram num só pela mesma razão.
E se um mulherão me oferecer flores, agradeço a ele ou a ela? Observaçao: Gramaticas portuguesas do seculo XVI e XVII atestam a existencia de 5 gêneros, 3 artigos definidos, ille e illi como pronomes sujeitos de terceira pessoa singular e plural respectivamente, sem distinçao de genero. As mesmas gramaticas normatizam a concordancia com o genero mais nobre quando os generos se encontram, sendo o género mais nobre o genero masculino, que prevalece sobre o feminino e sobre o neutro, e que o neutro prevalece sobre o feminino. Mais ou menos na mesma epoca, a mesma regra do genero nobre proliferava nas demais linguas latinas. Até entao imperava à regra da proximidade. A mulher que contestou a regra e publicou a declaraçao dos direitos da mulher e da cidadã foi guilhotinada em 1792 pelos companheiros revolucionarios.
no início dessa discussão no Brasil, chamavam essa linguagem de "pronome neutro", independentemente da classe gramatical da palavra alterada, isso só mostra como foi uma discussão importada do inglês sem qualquer real preocupação com o uso da lingua.
Mas as pessoas que defendem neolinguagem hoje crítica que usa pronome para se referir a tudo. Crítica até pessoas não binárias que fazer isso. E até em inglês não é somente pronome. Tem outras coisas associada a identidade de gênero das pessoas, como boyfriend e girlfriend
@@LeFugitifd Acredito que é mais difícil provar ao contrário, que todos as pessoas necessariamente vão ser homem ou mulher. São coisas um pouco complicadas. Mas a ideia é entender oq significa gênero. Existem categorias sociais, que tradicionalmente dividem as pessoas em homens/mulheres, contudo, nem todas as pessoas se indentificam totalmente, completamente e somente numa dessas categorias. São pessoas que se ver fazendo parte desses grupos, ou pode ser mais só parcialmente, ou podem fluir, ou se ver fazendo parte dos dois. Além de que pode se identificar com outros gêneros não ligado a homem/mulher, ou são próximos mas não a mesma coisa...
Muito interessante o vídeo, eu sou uma pessoa não-binária e fiquei com medo de entrar e ouvir coisas preconceituosas sobre pessoas não-binárias, mas me surpreendi ao assistir e ver pontos bastante válidos sem fazer ataques à comunidade LGBTQIA+, esse tema poderia ser bem melhor discutido se as pessoas deixassem os preconceitos de lado e focassem em entender a língua
@@williambaldega Teria que ser -CH (todos os gêneros e sexualidades, menos cis e hetero), porque as letras da sigla não envolvem só gênero, mas sexualidade também, já que dá pra uma pessoa ser trans e hetero
@@ricardowilliamdasilva2702 algumas nao demoraram tanto. A regra de concordancia com o "gênero nobre", que afirma que o masculino é o gênero nobre e predomina sobre o femrnino e sobre o neutro e que o neutro predomina sobre o feminino foi criada em meados do seculo XVII e ja no final do mesmo século, em 1792, a unica mulher que se opunha a essa regra, Olympe de Gourges, foi guilhotinada pelos proprios companheiros revolucionários. Ela tmb tinha escrito a declaracao universal da mulher e da cidadã, o que agravou a pena. Sntes do século XVII, cada. pessoa podia decidir se fazia a cordancia de genero com o masculino ou com o feminino ou com o neutro. Tudo atestado nas publicações da época . Essa de "masculino genérico" nao existia antes dos anos 2000.
15:00 Tenho notado que nos últimos anos vem surgindo o "verbo no genrúndio diminutivo" que eu imagino estar associado ao que gosto de chamar de "dialeto Twitter" Seria uma adição de um sufixo diminutivo ao gerúndio de um verbo para marcar que a ação acontecendo é percebida como fofa pelo falante e geralmente performada por um ser pequeno e inofensivo. Já vi vários exemplos por aí como "andandinho", "comendinho", "correndinho", "mexendinho", etc.
Por outro lado, se você ler isso: Não acho que a redução -im é neutra de alguma forma, ela ainda soa como masculina e sua contraforma feminina seria mais ou menos o que já é falado e comprendido como -inha em muitos sotaques brasileiros, algo como uma aproximante -in'ja (Letra J como no alemão, não como no português. Como é usado no IPA mesmo) (Visto, também, que no Brasil o NH quase não tem, de fato, som de /ɲ/ em lugar nenhum)
eu não sei a origem e história do diminutivo no gerúndio, mas conheço pessoas do interior de São Paulo que nasceram na década de 60 e aprenderam a falar assim, um exemplo comum é quando está garoando dizer que está "chovendinho"
@Lazulee__ Mas aí é outro uso. Esse aí é pra indicar que algo esta acontecendo em pouca quantidade. Já escutei aqui no Rio também. Imagino que seja algo aparentado à palavra "noitinha" para se referir ao horários depois das 18h30 mas que ainda têm um pouco de sol, num sentido de "está de noite, mas só um pouco de noite"
Vídeo muito interessante. Sou uma pessoa não binária e também nunca consegui encaixar direito a linguagem neutra (pelo menos esses neologismos neutros) no meu discurso. Me forço a usar mais quando há pessoas que se sintam mais à vontade dessa forma. Ao mesmo tempo, entendo quem sinta tal necessidade. Quando me expresso em inglês ou em outra língua que não tenha gênero gramatical, prefiro usar pronomes como "they".
Olha, eu honestamente prefiria referir a pessoas não-binárias como "Outrem, de outrem (detrem para encurtar) e com em frazes tipo "Outrem possui beleza" aplicar substantivo abstrato, isso me soa eficaz, e até formal
"Neutros" - que valem os dois gêneros, erro meu, o que tenho a dizer, "Cônjuge" "consorte" cada um do par, muitos substantivos só mudam em artigos, como O/A jornalista, gerente, jovem etc, pra cônjuge só se adiciona "O cônjuge" + masculino ou feminino.
poxa eu que sô enby nunca tive dificuldade alguma em só omitir o gênero gramatical quando me incomoda. portuguêis é uma lingua bem flexível quando tu sabe usar, principalmente com esses lance de contração e tals.
Entrei no vídeo com muito medo, pois já ouvi muita besteira sendo dita só com preconceito como justificativa, mas esse vídeo foiestremamente elucidativo e respeitoso, parabéns pelo canal e sucesso! Ganhou um novo inscrito.
Ah, geralmente qnd falo com pessoas sem usar o gênero masculino ou feminino, ultilizo apenas o pronome neutro e adiciono um substantivo, para que o adjetivo concorde com o substantivo, acho mais simples e fácil, tem alguma opinião sobre isso? Exemplo: elu é uma pessoa bonita
Bom, se funciona pra você, tá ok, hehehe. Eu uso esporadicamente "elu" só se sei que a pessoa com quem estou conversando se sentiria incomodada se usasse outra forma. Caso contrário eu acabaria usando "ela" geralmente por me referir ao indivíduo como "a pessoa" na falta de poder defini-lo como homem ou mulher.
Eu li que o gênero feminino do proto indo-europeu provavelmente surgiu de um sufixo -h2- que tinha um significado de coletivo. Pesquisei um pouco e encontrei alguem falando que isso ocorreu porque praticavam muita pecuária e a maior parte dos animais que eles cuidavam eram femininas, portanto, o coletivo relacionado a esses rebanhos foi gradativamente relacionado ao sexo feminino e, depois de algum tempo, passou a ser usado em relação a indivíduos. Eu não confio completamente nessa tese, porque eu não encontrei artigos sobre isso (até porque meu inglês é uma maravilha skksskksk), mas creio que faça sentido. Distinguir sexo deve ser algo bem importante para comunidades agrárias e, bom, essa pode ser uma motivação pra ter classes nominais baseadas em sexo biológico. Se termos completamente diferentes para distinguir machos de fêmeas de alguns animais de fazenda surgem com o tempo vide boi e vaca, égua e cavalo, gênero gramatical não é lá tão irreal de ocorrer kkkkk Aliás, ainda estou esperando os possíveis vídeos que vc disse que teria (se é que eles ainda não sairam skskskks)
Esse vídeo foi ótimo! Sempre que escuto ou leio sobre esse assunto, já me vem à cabeça de que alguém falará mal dele. Mas você foi respeitoso, bem argumentativo e trouxe até uma possível solução, solução essa que pra mim, é ótima!
Muitas vezes falamos sobre pessoas que não sabemos o gênero (sócial, e nem o gênero gramátical do nome). Vemos uma pessoa médica, e falamos por exemplo "o médico" ou "a médica". Nesse caso está se referindo ao gênero que está sendo atribuído para a pessoa. É claor que tem muitos momentos que o gênero gramátical da palavra depende do gênero (social) de quem estamos se referindo (o do sexo, no caso para animais não humanos, ou quando esta sendo usada de forma cissexista). [Tb sabemos que nem sempre é assim. Muitos quais de linguagem neutra/linguagem pessoal, deixa claro a existência de palavra uniforme, palavra sobrecomum, palavra comum a todos os gêneros. Normalmente quem comete erros, são inicianres ou quem quer criticar] Nem todo nome esta no gênero gramátical masculino ou feminino. Principalmente quando o nome é criado por uma pessoa não binairia justamente com essa informação. Forcar que toda pessoa não binairia escolha um gênero gramátical para o nome dela é muito negativo, pode causar disforia/incomodo etc. Não nego que é difícil usar novos gêneros gramaticais, principalmente pq mudam morfemas. Mas isso é possível pelo costume e é muito importante para certas pessoa. Não conheço pesquisa sobre isso no Brasil, mas nos eua tem uma pesquisa que faz uma correção as tentativas de suicídio de pessoas não binárias com o quanto quando que elas tem seus pronomes respeitados. Aqui: Diversity of Nonbinary Youth | The Trevor Project Sobre elu parecer ainda masculino. Então, depende da pessoa. Se tem uma pessoa que não ter ter um pronome que soe masculino e tb acha que elu parece masculino, so não ussa elu. Para se referir de forma neutra, é realmente mais complicado. O sistema ê/elu/e é o mais famoso atualmente para ser usando como neutro. Mas não é único, tem outras alternativas. Não é qualquer coisas que é corajada ser usando como neutro, o gênero gramátical masculino e feminino não são defenidos ser usada por ter uma grande associação na nossa cultura com homens/mulheres. Isso não depende de como língua surgio, e sim como ela é vista hoje na nossa cultura. Outra coisas como elx tb não é legal de usar como neutro por ter problemas como em leitores de tela.
Além que algumas pessoas que defendem a neolinguagem crítica justamente a ideia de associar o gênero gramátical ao gênero da pessoa, até em casos que a associação seria mais direita. Visto que nem todas pessoas que usam o gênero gramátical masculino são homem e nem todas pessoas usam o gênero gramátical feminino são mulheres...
Mas veja que se "elu" soa masculino e a pessoa não quer esse pronome, o que usaremos? MAIS um gênero extra? Isso só tornaria ainda mais e mais complicado tornar o sistema eficiente. Como eu mencionei no vídeo, por mais nobre a atitude seja, ela é cognitivamente custosa demais para ser implementada e se tornar parte real da língua. Isso provavelmente, se persistir, se manterá restrito a pequenos círculos sociais onde o convívio com pessoas não binárias seja bem comum. A população não binária é muito pequena na sociedade como um todo, de forma que a maioria das pessoas vai se deparar com uma situação em que terá que usar um gênero não binário pouquíssimas vezes, então além de ser um sistema que é antinatural na lógica da língua, ainda vai ter pouquíssima exposição para ser internalizado eficientemente. A população surda brasileira é 5 vezes maior que a população não-binária e mesmo assim não existe qualquer esforço coletivo da população de aprender LIBRAS para melhorar a inserção dos surdos na comunidade, e aprender LIBRAS não busca reestruturar o arcabouço do português como a linguagem não-binária pretende.
@@PiterKeo Sim, normalmente vai ter mais o gênero gramátical extra. Normalmente as pessoas trocam mais so o pronome e artigo. Tem pouca gente que não ussa nem -o, nem -a e nem -e como desinencia de gênero. Mas existem outras sim. Existem pessoas que defedem neolinguagem que críticam o uso de outros gênero gramáticais além de ê/elu/e. E outras falam que qualquer coisa é valida. Concordo que vai ser algo mais restrito. Contudo isso depende do quando as pessoas não binárias vão ser aceitas na sociedade. Uma sociedade mais inclusiva, possivelmente as pessoas teriam mais contratos com pessoas surdas no dia a dia, e por isso mais motivação para se aprender libras. O mesmo vale com pessoas não binárias. Eu não sei como vai ser o avanço social da aceitação de pessoas não binárias e muito menos se elas vão ser concetradas em subculturas ou não (e tb, não sei se no Brasil, as pessoas não binárias que convivem com muitas pessoas binairias, vão ainda usar algum gênero gramátical dentro da norma ou não). São muitos fatores sócias relevante para saber o quanto de incentivo a maior paste da população vai ter para aprender sobre. Mas mesmo se ser o caso de ficar restrito em pequenos grupos, não deixa de ser algo válido. As pessoas que convivem com que só usa neolinguagem, acabam se acostumando depois de um tempo. Além que, mesmo sendo muito mais difícil as mudanças que fazemos no português do que no inglês por exemplo, aprender a usar neolinguagem em português ainda é muito mais fácil que aprender libras.
desde de que esse debate ganhou forma aqui no brasil eu penso que o ideal seria "desexualizar" os conceitos na cabeça das pessoas, fico feliz de saber que não estava sendo mt burro kkk
Mas é a questão. Os gêneros não tem relação com sexo. Uma mesa não usa saia porque é feminina. A galera do inglês inclusive já chegaram a fazer chacota com as línguas que tem gêneros por causa disso.
Elin é engracadin= elin nao binario, engracadin, não binário. O mineires vai ser o dialeto nao binário do português salvando ele da polêmica de indentidade e boba do inglés. Será o estagio futuro real da língua.
Muito obrigado por esse vídeo! Eu falo essas coisas a anos (até a coisa do tomate kkkkkk). Um outro exemplo que eu ainda uso é que o português perdeu também uma conjugação verbal, já que o latim tinha quatro. Criar um gênero gramatical extra hoje em dia seria a mesma coisa que criar uma conjugação verbal a mais e tentar associar ela com algum tipo de significado. Parabéns pelo vídeo esclarecedor e que teve cuidado de não ofender ninguém!
Eu sempre fui simpático aos pronomes neutros por que os argumentos contra até mesmo no meio progressistas eram sempre baseados em ignorância e conservadorismo escroto na minha percepção. Essa bola que você levantou no vídeo de que estamos simplesmente importando mais uma discussão norte-americana e deixando a cultura deles pautar até mesmo nossa língua mesmo em um assunto que deveria representar um avanço progressista me fez realmente repensar minha opinião. O melhor vídeo que já assisti sobre o assunto, mandou muito.
Praticamente todas as pautas progressistas são importadas dos EUA, por isso que a esquerda cada vez mais se afasta do povo trabalhador e se torna praticamente um movimento de jovens de classe média que querem transmitir virtudes.
Em português também há muitos termos e realidades femeninas acabadas em -e, como muitas substancias químicas que em outras línguas latinas como o castelhano ou o italiano ou mesmo o francês têm um -a, mas no português levam um -e como no inglês, e também tem plurais patrimoniais de palavras portuguesas desse sempre que tem sufixos acabados em -e ou em consoante que têm o plural feminino em -es -ão>-ões. É curioso que no espanhol da Argentina já tem pessoas que falam com essas flexões neutras com a eficiência própria da língua materna, especialmente entre crianças e adolescentes quando o espanhol tem menos -e em palavras femininas do que o português. Se calhar a questão é mais de costume e de adquicisição que é o que dá naturalidade na fala, e não à tradição: de fato isto acontece em todo neologismo, mesmo em sufixos cultos integrados históricamente como os superlativos em -íssimo, -(érr)ime, que se tinham perdido no romance e foram decalcados no renascimento e no iluminismo... De outro lado um problema que tem a ideia do E como vogal neutra no português é que ela é usada nos pronomes masulinos ele/este/esse/aquele, ao invés de outras línguas que o fazem em -o/-u ou em morfema -zero em contraste com o feminino em -a e que permete um neutro em -e... Se calhar isso de colocar -u/-o faria mais sentido no português e o neutro poderia até suplantar o masculino como forma genérica... De fato nos primórdios da língua existiu um neutro de objeto como ainda existe em "isto", "isso" e "aquilo" e que era extendido também a "elo/ilo" que aparece em textos medievais e que ainda existe no galego asturiano e no português da Extremadura. E se pensarmos nisso, na verdade boa parte do masculino em origem não era tal, era o neutro mesmo com o que o masculino terminou confluíndo... Dum jeito análogo também muitos termos em neutro plural indoeuropeus e latinos acabados em -a viraram femininos com a evolução das línguas: um caso paradigmático poderia ser o dos animáis domésticos, especialmente no gando que o importante era terem fêmeas pelo seu valor econômico (galinhas, ovelhas, vacas, cabras, abelhas valem mais do que galos, marões ou carneiros, touros ou bois, e bodes) e os nomes que hoje temos por o das fêmeas na origem poderiam ter sido o nome neutro plural coletivo do gando que uma pessoa tinha... e de aí passou a ser individualizado para as unidades já como feminino... essa pode ser a origem do gênero feminino inexistente no proto-indoeuropeu pre-anatólico, pois antes essas línguas só distinguiam entre animado e inanimado. Só imaginem: no começo a palavra para "vaca" era o plural para toda a vacada, depois com o tempo confundiram e começaram a dizer que tinham "10 vacada" como quem diz 3 gente quando gente é incontável... de aí passaram a falar "uma vacada" para um só animal... e o único termo diferente para os machos era o usado para o garanhão usado para prenhar as fêmeas que só necessitavam um e que as vezes até podia ser emprestado ou alugado por outra pessoa... A probabilidade disso basea-se nos factos da inexistência original do gênero feminino, na coincidência cronológica de que se desenvolveu quando a agricultura e a gadaria foram conhecidas pelos povos indoeuropeos, e no fato de que alguns termos como "vaca" significavam em algumas línguas vitelo, tanto macho quanto fêmea...
tomate pode ser consumido como uma uva ou o morango, especialmente se está bem madurecido ao sol que é bem doce... isto na verdade depende da cultura... os brasileiros por exemplo consomem o avacate em doces e o tomante em salgados, no México por exemplo o em países europeus pode ser ao invês e terem marmeladas doces ou sucos doces de tomate e o avacate ser consomido como hortaliça ou legume em saladas e em preparações salgadas como molhos, cremes de barrar ou em muitas outras presentações... Se o conceito é esse pode ser que no Brasil é fruto e em Portugal uma fruta (porque pode ser consomido em sucos e marmeladas)
Sim, pois como eu expliquei, é um termo CULINÁRIO, então vai ser afetado pela culinária local. De qualquer forma foi só um exemplo para introduzir o assunto do gênero gramatical. Não é o ponto central do vídeo.
Achei o vídeo muito bom e respeitoso. Tenho umas dúvidas... Ja ouvi, por exemplo, a saudação "bom dia a todos, todas e todes" numa conferência. O todes seria apenas para ser usado com pessoas não-binárias ou seria uma tentativa de neutralizar o gênero, englobando o masculino, feminino e neutro? Seria, nesse sentido, suficiente dizer "bom dia a todes"? Outra dúvida... a flexão de gênero ficou muito bem explicada, mas e quanto à questão pronominal? Qual a solução ao se referir a uma pessoa não-binária? Com pessoas trans eu acredito ser mais fácil, pois eu costumo me referir com o pronome relativo ao gênero que se identificam, mas com pessoas não-binárias eu não sei. É verdade que o alemão possui mais de 3 gêneros? Esses gêneros estão mais alinhados com o conceito anglo-saxão ou o nosso conceito morfológico?
Não existe gênero neutro em português. "Bom dia a todos" engloba todo mundo. Em alemão existem três gêneros, mas eles são morfológicos como em qualquer língua que tenha gênero gramatical. Não existe conceito anglo-saxão de gênero. O inglês NÃO TEM gênero gramatical, como eu falei no vídeo. Existe o conceito de gênero social do indivíduo, que não está relacionado com a língua, já que em qualquer cultura humana os indivíduos são classificados em gêneros, independente da gramática da língua que falam. Quanto a pessoas não-binárias, o gênero gramatical usado não vai depender do gênero social dela, porque não depende em nenhuma cultura. Vai depender do gênero da palavra usada para se referir a ela. Se ela não quer usar as palavras "homem" ou "mulher", ainda é uma pessoa, então "ela" seria adequado ao nos referirmos a ela como pessoa, exatamente como fiz nesse parágrafo inteiro.
Uma sugestão seria palavras que terminam com vogais omitisse gerando palavras neutras tipo: mund(mundo) su(seu,sua) él(ele,ela inspirada em línguas latinas) del(dele,dela) mi(meu, minha do espanhol) temp(tempo) nad(nada) e as vogais -a -o poderiam funcionarem como declinação e também usada para rimar 😂😂😅
Mas isso seria igualmente contraintuitivo na estrutura do português. Quebraria completamente a fonotática nativa. E é costume os brasileiros pronunciarem um i epentético pra quebrar encontros consonantais e consoantes finais, então ao final o resultado na fala seria exatamente o mesmo de usar a forma com -e.
Qual seria a necessidade real de transformar palavras não relacionadas a gêneros sociais em neutras, quando justamente o neutro caiu em desuso na evolução do latim ao português? E quais seriam os respectivos artigos de acordo com tua sugestão? A meu ver, você praticamente está pedindo pra voltarmos ao latim, o que, de fato não ocorrerá e, mesmo que viesse a ocorrer, não solucionaria o problema da identificação de gêneros sociais não-binários. Aliás, falando nisso, cada dia que passa, há outros gêneros humor sendo classificados, e a tal linguagem neutra até o momento proposta não abarca todos eles.
@@LyegePradoo genero neutro tmb evoluiu do latim para o português, gramaticas dos seculos XVI e XVII atestam 5 gêneros (masculino, feminino, neutro, comum de dois e comum de três). Em latim nao havia os pronomes ela, ele, elas, eles. Até o sec. XVII em Portugal se usava ille para ela/eles e illi para elas/eles, sem distinçao de género.
O plural do alemão não é um feminino genérico. A forma do plural e do feminino se tornaram parecidas por coincidência durante a evolução da língua, mas cada uma ainda possui sua própria declinação.
Mas o tomate é usado com açúcar, como você acha que o ketchup é feito? Tomate, açúcar e vinagre. O tomate no Brasil não é comumente usado como doce, é cultural, de fato, mas não é errado chamar tomate de fruta, pois ele pode ser consumido como tal. Já com relação ao gênero gramatical, concordo plenamente com o que foi dito no vídeo. Infelizmente o Português possui gênero gramatical e deve ser usado para uma melhor fluidez e é imprescindível em muitos casos escritos.
Quando traduzo textos do Português para o inglês quando diz que alguém é pai de outro quando eu não sei o sexo desse pai eu traduzo como Parent em vez de Father, Dad ou Daddy
Na minha conlang não precisa da linguagem neutra. Pq os gêneros são definidos por uma partícula. Sem a partícula, não tem gênero definido. Exemplo: Pærsøwa significa pessoa. Pærsøwa mæ significa homem. E Pærsøwa mu significa mulher. A partícula define o gênero. Então Pærsøwi(pessoas no plural) poderia significar uma multidão de homens, mulheres, não-binários e etc.
O masculino genérico nunca “surgiu”. No início o proto-indo-europeu tinha dois gênero: animado e inanimado. Com o tempo, o gênero feminino foi criado a partir da desinência de palavras inanimadas no coletivo. Assim, o animado acabou se tornando o masculino e sendo usado de forma genérica, porque ele veio antes. O inanimado passou a ser chamado de neutro, mas continuou tendo nenhuma ou pouquíssimas palavras referentes a pessoas nas línguas descendentes
De onde vem o feminino e o masculino do Português e os outros generos indo europeu etc e porque línguas como o Japonês e Inglês não tem gênero gramatical?
cheguei a ter professores universitários que metiam um BEIJO A TODES no fim dos emails e no resto do texto seguiam falando com o masculino genérico kkkkkkkkkkkkk
Então, levando-se tudo isso em consideração, se os pronomes pessoais coloquiais (por falta de palavra melhor) "elu" e "elus" (para se referir, exclusivamente, a 2 ou mais pessoas não-binárias) forem usados, eu devo optar pelos adjetivos em suas versões masculinas para que a concordância esteja correta? Exemplos: Elu está muito cansado. Elus estão muito cansados.
Não, pois essa concordância não está correta. Nesses exemplos citados o adjetivo concorda com o pronome, não com o advérbio "muito" Falamos "Ele está muito cansado" e "Ela está muito cansada". Portanto, "Elu está muito cansade" Você confundiu advérbio com pronominal indefinido.
Se você vai inventar um gênero novo no pronome, vai ter que usar ele no adjetivo também. O ponto central do vídeo é que nenhuma das duas coisas é natural para os falantes. Não se cria uma categoria flexional nova numa língua do nada. Isso é algo que evolui gradualmente a partir de categorias derivacionais que eventualmente se mesclam com as flexões.
Se o gênero masculino não tem marca, não se poderia dizer que a marca do masculino é a ausência de marca, sendo a ausência uma marca? Se no indo-europeu, língua hipotética, não existia gênero feminino, poder-se-ia afirmar que existia o gênero masculino, ou mesmo que existia gênero? A ausência de gênero implica necessariamente que as palavras são do gênero masculino? O português não parece ter perdido o gênero neutro na evolução do latim, mas na evolução do próprio português, como atestam gramáticas portuguesas da época. Nem todo neutro latino virou masculino em português. Alguns neutros viraram masculinos, outros viraram femininos, outros seguiram neutros. Em português, o neutro foi sendo assimilado ora pelo masculino, ora pelo feminino, e alguns masculinos passaram para o feminino e vice-versa, outros ainda hesita-se sobre o gênero. P. Manoel Alvarez, em Curiosas advertencias da boa Grammatica no compendio, e na exposiçam, Coimbra, anno 1 659, afirma que “Os Generos ſaõ ſinco, Maſculino, Feminino, Neutro, Commum de dous, Commum de três...” (ADVERTENCIAS DA BOA GRAMMATICA, pagina 3) “Diz que os nomes adjectivos, Pronomes, e Participios concordaõ com os ſeus ſubſtantivos em genero, numero, e caſo...” (LIVRO II - DOS NOMES ADJECTIVOS, E Subſtantivos, pagina 55) “Diz que o adjectivo do plurar ſegue o mais nobre genero. O genero maſculino he mais nobre que o feminino, e neutro... “ (LIVRO II - DOS NOMES ADJECTIVOS, E Subſtantivos pagina 56) “Diz que o genero neutro é mais nobre que o feminino... “ (LIVRO II - DOS NOMES ADJECTIVOS, E Subſtantivos, pagina 56) Nem o latim nem a gramática normativa portuguesa se apresentam como argumentos consistentes contra pronome neutro, gênero neutro, agênero, não-binário, linguagem inclusiva... Bibliografia: P. Manoel Alvarez, em Curiosas advertencias da boa Grammatica no compendio, e na exposiçam, Coimbra, anno 1 659 bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/8575 Fernão de Oliveira, Gramática da Linguagem Portuguesa, Lisboa, anno 1 536 archive.org/details/GrammaticaDaLingoagemPortuguesaEmLixboa27Ianeyro1536/page/n6/mode/1up
O proto-indo-europeu tinha dois gêneros: animado (que se tornou o masculino) e inanimado (que se tornou o neutro). O feminino surgiu inicialmente como uma forma do gênero animado com um sufixo derivacional que indicava um indivíduo do sexo feminino. Eventualmente esse sufixo foi assimilado e se tornou uma marca de flexão. Essas classificações de "masculino, feminino, neutro, comum de dois e sobrecomum" são tentativas de incluir o gênero/sexo na gramática. Não se trata de uma marcação morfológica como os gêneros masculino e feminino, mas uma classificação semântica. "homem, menino, boi" seriam o "gênero masculino", pois possuem o gênero gramatical masculino e representam entidades do gênero/sexo masculino "mulher, menina, vaca" seriam o "gênero feminino", pois são gramaticalmente e semanticamente femininos "casa, pedra, carvão" seriam o "gênero neutro", pois não representam nenhum indivíduo com sexo, mas possuem claramente um gênero gramatical (masculino ou feminino)como toda palavra em português. "presidente, feliz, triste" seriam o "comum de dois", pois são palavras que não possuem marcação morfológica de gênero gramatical em si mesmas, mas podem ser masculinas ou femininas dependendo de marcarem um indivíduo macho ou fêmea. "pessoa, indivíduo, testemunha" seriam o "sobrecomum", pois possuem sempre só um gênero gramatical, mas podem indicar indivíduos machos ou fêmeas. Eu particularmente acho essa classificação bem tosca e ajuda a confundir as ideias de gênero gramatical e gênero social/sexo. O Mattos Camara chegou a criticar essa classificação também. Morfologicamente só temos dois gêneros e cada um com sua concordância própria. A ideia de mais gêneros só faria sentido se algumas palavras fossem marcadas como masculinas e recebessem um plural com marcação feminina ou coisa similar.
@@PiterKeo Obrigado por tomar o tempo de me responder. Você ainda não me disse como fazer a concordância na frase: Um mulherão me ofereceu flores. Eu agradeci a ele (ao mulherão), ou eu agradeci a ela (à mulher) ? Concordância com o gênero do substantivo ou com o gênero da pessoa ? Que eu saiba, o proto-indo-europeu é uma língua hipotética, imagina-se que deve ter existido uma língua indo-européia comum. Sao hipóteses sobre um grupo de línguas que não deixaram nenhum vestígio, não se sabe como era a escrita nem a pronuncia, nem como se chamava. Teria tido 3 gêneros, mas ninguém pode afirmar categoricamente que teve 3 gêneros. O que entendemos por gênero hoje tlvz não corresponda necessariamente à definição de gênero do passado, e isso vale pra muitos outros conceitos. O masculino como gênero só se explica a partir daquilo que ele não é, ou seja, o feminino, o neutro se explica a partir daquilo que ele não é, o animado só se explica em presença de inanimado. É o conceito da alteridade. Algo só existe em presença de outro algo.
@@jlpedronEu diria "o mulherão me deu flores e eu agradeci a ele". E é claro que não podemos saber como os falantes de proto-indo-europeu chamavam a língua. Esse nome é cunhado por se tratar da língua primária das línguas indo-europeias, faladas entre a Índia e a Europa. E considerando que todas as línguas indo-europeias possuem originalmente três gêneros (com exceção das anatólias, que tinham apenas o animado e o inanimado, correspondendo morfologicamente ao masculino e ao neutro), é muito provável que o proto-indo-europeu tinha originalmente esses dois gêneros e desenvolveu o feminino após a separação das populações que deram origem às línguas anatólias. E é claro que o masculino só existe com base no conceito de feminino, e o animado com base no conceito de inanimado. A ideia de ser o gênero não marcado é por ele não possuir um morfema específico que o caracterize, diferente do feminino. Não cabem aqui discussões filosóficas sobre se "não ter marca é um tipo de marca?". Isso é indiferente. Não ter cor é um tipo de cor? Não ter pernas é um tipo de perna?
@@jlpedron E de fato não importa para os falantes de português moderno como eram os gêneros em português antigo, latim, proto-indo-europeu ou qualquer outro estágio anterior da língua. Na língua como falada atualmente os gêneros são apenas dois: masculino e feminino, e o masculino é usado espontaneamente pelos falantes para se referir a grupos mistos ou quando o gênero nos itens em questão não é indicado ou é irrelevante. É assim que a língua funciona na atualidade e simplesmente criar um gênero novo ou resgatar um antigo e obrigar as pessoas a usarem não é algo que vai dar certo.
@@PiterKeo nenhum gênero antigo foi resgatado, e não há obrigatoriedade de usar seja lá o que for. Aliás, nenhuma língua, gramática ou norma gramatical é legislada, não existem leis sobre gramática em nenhum país que eu conheça. O passado da língua portuguesa permite afirmar que a nossa língua ja teve, e ainda tem, meios de responder, em tempo e lugar, às necessidades dos seus locutores. Ja teve 5 gêneros, 3 artigos definidos, tem regras normativas arbitrarias criadas e impostas por um grupo de homens. É uma língua flexível, são as pessoas que são rígidas. Não ter cor é uma marca em relação a quem tem cor, ser unijambista é uma marca em relação a quem tem duas pernas ou nenhuma. A falta de um atributo faz a diferença. Eu acredito num feminino genérico, visto que, cientificamente, todo humano tem o X, nem todo humano tem o Y.
não vi o video ainda, mas já tem pronome neutro e tals no portugues, é simplesmente ele, deles, etc, porque o '' masculino '' na verdade é neutro, apenas o feminino indica genero. De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, o artigo masculino cumpre papel de pronome neutro no plural. Por exemplo, se um grupo de pessoas é composto por homens e mulheres, mesmo que majoritariamente feminino, pode-se referir às pessoas do grupo como "eles" ou "todos". - google.
@@jlpedron De português você pode ver em "Estrutura da Língua Portuguesa" de Joaquim Mattoso Câmara Jr. Mas o masculino genérico já existia desde o latim. Veja a explicação de concordância de gênero em latim nas entradas 286 a 287 do livro "A New Latin Grammar" (página 171 em diante): www.mtnbrook.k12.al.us/cms/lib/AL01901445/Centricity/Domain/1258/New%20Latin%20Grammar%20Black%20and%20White.pdf
@@PiterKeo obrigado pela resposta e pelas referências. Nao sabia que Mattos Camara havia publicado essa gramática póstuma. Nao encontrei a terminologia "masculino genérico " em nenhuma obra anterior a 2015, nem a concordancia obrigatoria com o termo masculino, nem que o masculino é neutro. Porém, na New Latin grammar (confesso que só li as passagens que vc indicou) está claro que, apesar de ser comum, nao era incomum nem errado o locutor concordar o adjetivo, tanto predicativo quanto atributivo, com o termo mais proximo, ou poderia escolher o masculino, ou o feminino ou até o neutro. Inclusive ali diz que um adjetivo referente a um substantivo coletivo poderia concordar tanto com o gênero quanto em número, com a ideia veiculada pelo substantivo, ou ir para o masculino ou para o feminino. Latim me parece uma lingua mais democrática.
Assim... Talvez seja um pouco fora do normal, mas, às vezes eu como tomate que nem como melancia. Logo, a definição de fruta é subjetiva, mesmo sendo padronizada.
O que você quer dizer com "que nem como melancia"? Você quer dizer comer tomate in natura, só pegar e comer? Mas isso se faz com várias coisas que não são frutas. Não invalida o fato de que tomate não é usado como fruta na culinária.
O Brasil caminha para ser um pais anglofono, a sociedade deseja isso a seculos. O inglês e a lingua paterna dos brasileiros pre-infancia e na infância. Se a sociedade brasileira criar uma lei popular com esse tema ele passa no congresso sim de boa.
Muito bom esse vídeo,de verdade. Só tenho uma consideração sobre ele. A ideia do gênero neutro é muito difusa,mais em consenso o campo progressista não quer "oficializar" o gênero neutro, é para ser usado em casos específicos de pessoas não binárias. E também não seria flexionar todos os verbos na verdade, . exemplo: ele é meu amigo, seria: elu é meu amigo. E assim por diante,porque é inevitável não associar os gêneros gramaticais com os gêneros de pronomes.
Gênero gramatical é diferente de gênero SOCIAL. No português os pronomes têm gênero gramatical como qualquer outra classe nominal. É no inglês que os pronomes têm gênero social. Você ainda tá misturando as duas coisas.
Acho q os brasileiros esqueceram de uma coisa principal No ingles eles nao criaram pronome para ser usado como neutro, eles ja TINHAM, que era "they e them" porem no portugues eles querem criar um que nao faz sentido nenhum e alem disso tem um som que nao combina nada com os já existentes Eu sou nao binario e apesar que uso neutro no ingles eu so uso "ele" no portugues pq "ele" ja é usado como neutro na maioria das coisas
Em português antigo, os pronomes sujeitos da terceira pessoa nao tinham gênero. Se dizia "ille" no singular, tanto para "ela" quanto para "ele", e "illi" para o plural. Caiu em desuso com a invenção e imposição da regra do gênero nobre nas línguas latinas do seculo XVII.
@@eric18993 Gramática da Linguagem Portuguesa, Fernão de Oliveira, Lisboa, ano 1536 Curiosas advertencias da boa Grammatica, P. Manoel Alvarez, Coimbra, ano 1659 Se vc nao encontrar, aqui vai uns trechos de CVRIOSAS ADVERTENCIAS DA BOA GRAMMATICA NO COMPENDIO, E EXPOSIC,AM do P. Manoel Alvarez, em lingua Portugueza. Do anno de 1 659 Mantive a ortografia da obra original. ſ = s / v = u “Os Articulos ſaõ três, Hic, Hæc, Hoc: Hic, ſerue a maſculino; Hæc, a feminino; Hoc, a neutro. “ (pagina 3) “Os Generos ſaõ ſinco, Maſculino, Feminino, Neutro, Commum de dous, Commum de três...” (pagina 3) “As peſſoas ſão três, Ego, Tu, Ille : Ego amo, tu amas, ille amat; & do meſmo modo no plurar, nòs amamus, vòs amaris, illi amant.” “Diz que os nomes adjectivos, Pronomes, e Participios concordaõ com os ſeus ſubſtantivos em genero, numero, e caſo...” (pagina 55) “Diz que o adjectivo do plurar ſegue o mais nobre genero. O genero maſculino he mais nobre que o feminino, e neutro... (pagina 56) “Diz que o genero neutro é mais nobre que o feminino... “ (pagina 56) Boa leitura e volte para conversarmos ! Abraços
A morfologia é o principal motivo para que eu não tenha intenção de adotar esse tipo de mudança e considerar este apenas como mais um dialeto de uma comunidade a qual não faço parte. E já fui atacado mais de uma vez por simplesmente não concordar com uma forma tão desleixada como essa de tratar o português.
Foi uma descrição histórica, sintatica e linguistica de como o português funciona e de como o português não deve e nem pode aderir aos problemas do inglês que não tem definição profunda de gênero gramatical. Vídeo legal. Eu ja conhecia essa solução do im/ims. Se ela for bem pensada e trabalhada com mais paciencia lógica e psico-sócio-linguística, esse diminuitivo podera se transformar num neutro coerente sem destruir a gramatica portuguesa e sem gerar mal estar nos seus falantes todos(as). Se o im/ims for evoluir e vai caso seja adotado como solução cambiará para imi/imis.
O neopronome “elu” tem grafia contrária às regras do português. Se pronunciado élu, deveria ser grafado assim, se êlu, idem; mas “elu” só permite pronúncia de oxítona. “Elo” permitiria as duas pronúncias mais comuns, as primeiras.
Excelente vídeo. Eu acho que afastar a língua padrão ainda mais da popular com alterações tão complexas só acabaria criando mais preconceito linguístico, mesmo que as intenções sejam boas.
Se eu disser "o livro é dele" esse "dele" não está relacionado ao gênero da pessoa? Essa questão de colocar gênero neutro em tudo é coisa de conservador debochando da causa.
Vai estar relacionado ao gênero da pessoa porque provavelmente a palavra usada é do gênero gramatical que corresponde ao gênero da pessoa. Se o livro for de um homem você vai dizer "o livro é dele" porque a palavra homem é masculina, ou o nome próprio do homem em questão é uma palavra masculina. E isso de colocar gênero neutro em tudo não é só coisa de conservador não. Existem sim "apoiadores da causa" que fazem um uso absurdo de gênero não-binário. Já vi trabalhos acadêmicos sugerindo dizer "pessoas bonites", por exemplo, e outros que usam coisas como "a corpa" para se referir a corpos femininos e outras coisas absurdas, e não são conservadores.
9:42 É um fato que toda área da ciência precisa de conhecimento filosófico mas a linguística atual precisa de um departamento inteiro dedicado a disciplina. Vamos lá. Dizem que existem dois lados na linguística atual: os prescriptivistas e os descriptivistas. Os prescriptvistas são aqueles que querem mandar na língua e mudá-la a seu aquém. Enquanto os descritivistas seriam aqueles que observam a natureza real das línguas. Mas isso não passa de uma estratégia de marketing dos descriptivistas, ao menos dos descriptivistas militantes. Isso ancontece porque o funcionamento das línguas e o estudo da linguística=/=descriptivismo. Quer ver um exemplo? Pega essa fala aí do vídeo. Disse que os conservadores estavam errados em resistir a essa mudança da língua em específico (gênero neutro) porque línguas naturalmente mudam. O erro aqui veio em duas camadas: 1) generalização de um fenômeno como se fosse uma lei e 2) confundir juízo de valor com a ciência propriamente dita. 1)aconteceu ao dizer que por existir uma tendência das linguas mudarem e evoluirem toda e qualquer mudança possível deverá acontecer. O que é errôneo. Nós sabemos que existe um grupo que quer introduzir o gênero neutro na língua portuguesa e que sem esse grupo não há indicação que esse fenômeno apareça na língua por uma mutação aleatória, logo caso esse grupo seja derrotado, desapareça ou seja riducularizado ao esquecimento não haverá mutação na língua. Isso não só é possível como não contrariaria nenhuma ((lei)) da linguistica e logo pertence á natureza da lingua portuguesa ser mantida do jeito que tá por enquanto. Se algo não é impossível ou não contraria a natureza das línguas é sempre justo julgar se devemos deixar acontecer ou não. 2) ocorreu ao achar que por entender (ou desentender como expliquei em 1))o funcionamento da língua, tem o direito de falar por ela e que o que você acha que é certo para língua é um conhecimento vindo da própria natureza dela. Não é. Só porque as línguas têm a tendência a mudar não segue que alguém é obrigado a deixá-la mudar em um certo caso em que é possível impedi-la de mudar ou atrasar sua mudança. Isso é juízo de valor da parte de quem fez o vídeo. É um fato que a evolução das línguas pode ser atrasada em vários casos como ao estabelecer uma norma culta e ensiná-la nas escolas. Línguas com norma culta evoluem, sim mais devagar do que línguas sem norma culta. E se é possível atrasar esse fenômeno tá no direito do ser humano decidir se vai atrasá-lo ou não. Também é possível impedir várias mudanças com imposições mais draconianas como extinguir um dialeto (não que eu seja a favor).O errado é dar juízo de valor achando que fala pela língua, só doido fala com coisas inanimadas. Outra loucura seria contrariar a naturezas das línguas e fazer o impossível. Mas pelo que vi muitas das pautas prescriptivistas não são impossíveis só decidem o que querem fazer com as línguas na medida do possível. Só pra exemplificar quão ridículos são os argumentos de alguns descriptivistas: seria como se alguém quisesse dimiuir a fome na África e outra pessoa viesse parar ela com um livro de biologia explicando como a desnutrição acontece. Resumindo: somente existe a natureza das línguas/a ciência que estuda elas e dois tipos de prescriptivista dando juízo de valor sobre o que fazer com as línguas, um mais honesto e outro mais sorrateiro. O triste é ver que em pleno 2024 ainda usem a falácia da natureza para impor suas pautas e vontades, quando o filósofo Hume no século XVIII já havia denunciado essa falácia e os filosófos do século XX já haviam denunciado o cientifismo.
Você precisa treinar mais sua interpretação de discurso porque está afirmando diversas coisas que não foram ditas no vídeo como se tivessem sido. Em nenhum momento eu disse que toda mudança deverá acontecer. Se você é um prescriptivista, tudo bem, mas não precisa ser paranoico.
Pelo contrário, eu tentei ler o que estava implícito na sua afirmação para te dar a melhor interpretação possível. Não consegui imaginar outra razão pela qual alguém acharia que os "conservadores" estariam errado nesse caso. Cabe a você então me explicar como (qual razão/qual mecanismo) os "conservadores" estão errados ao se opor a linguagem neutra seguindo aquela mesma fala sua no vídeo sem cair no que eu disse.
No caso o plural "os avós" se refere ao avô e avó juntos. "As avós" seria o plural de avó. Então nesse caso "os avós" no masculino é um substantivos dos chamados "sobrecomuns", com gênero gramatical definido, mas sem especificar gênero social.
Na minha opnião nós precisamos de pelo menos 75 marcadores de generos para fazer estrangeiros nunca mais aprenderem portugues. Por que seria muito engraçado ter que referir a todos cachorros com o marcador de genero esclusivo para canideos (-og). Também seria engraçado chamar alguém de "Elog"
Uma coisa que eu não gosto na linguagem neutra é a imposição dela. Tem algumas pessoas que simplesmente te chamam de -fobico se vc não usa. Além do próprio governo estar sendo usado como modo de imposição (mesmo de modo limitado). Bom, creio que sua sugestão de usar o diminutivo realmente seja legal. Nunca tinha notado isso, cara, e olha que eu tenho o costume de falar desse jeito kkkkk
Como u não fucioma o motivo e simples u tem sons de o bem próximo então quer fucioma é como e eles virar neutro é elos séria para os homens de formas simples.
Guys, the video is to address whether non-binary language makes sense and whether there is a chance of it being implemented in the language. It's not a video to deny people's gender identity, because as I say in the video, the two things are different! So don't use the comments to attack trans people or come up with talk that says someone is forcing you to use non-binary language, because no one is forcing you to do anything! Likewise, it makes no sense to want to argue in the comments that there are genders other than men and women, or that we should respect people's gender identities, because I'm not denying that. The video is about the GRAMMAR genre, of which there are only two in Portuguese. I talk precisely about them being different things.
Isso ainda é assunto? A língua não tem preconceito, as pessoas é que tem. Já seria bom as escolas ensinarem a falar corretamente quanto mais complicar ainda mais.
@@PiterKeo Quem não sabe conjugar corretamente ou concordar o plural não fala corretamente ponto! Não existe norma culta, somente a forma correta de se falar. Por causa dessa visão à Paulo Freire ultrapassada há mais de 50 anos é que o Brasil hoje tem dos piores ensinos do mundo e 25% dos estudantes são considerados analfabetos funcionais.
Gente, o vídeo é pra abordar se a linguagem não binária faz sentido e se existe chance de ela ser implementada na língua. Não é um vídeo pra negar a identidade de gênero das pessoas, porque como falo no vídeo as duas coisas são diferentes! Então não usem os comentários para atacar pessoas trans ou vir com papos nada a ver de que existe alguém obrigando você a usar linguagem não binária, porque ninguém está te obrigando a nada!
Da mesma forma não faz sentido querer argumentar nos comentários que existem gêneros além de homem e mulher, ou que devemos respeitar a identidade de gênero das pessoas, porque não estou negando isso. O vídeo é sobre gênero GRAMATICAL, que são apenas dois no português. Eu falo justamente sobre serem coisas diferentes.
Qual a classe gramatical da palavra "estudante"? Não posso tanto falar "o estudante" quanto "a estudante"?
@@arunamzanvettorguedes6611 estudante pode ser adjetivo ou substantivo, e sim, como na maioria dos adjetivos terminados em -e, eles podem ser dos dois gêneros.
@@PiterKeo Não posso chamar ele de neutro por tanto? Já que pode ser tanto um quanto o outro? (Dúvidas sinceras)
@@arunamzanvettorguedes6611 O nome técnico desses tipos de substantivos é "comum de dois gêneros". Ele ainda tem gênero, masculino ou feminino, mas a forma dele não muda. Mesmo assim os modificadores que o acompanham ainda não ter que ser masculinos ou femininos.
O termo "neutro" é empregado em linguística para se referir a um terceiro gênero que acompanha o masculino e o feminino em línguas que possuem uma divisão em três gêneros, mas não é um gênero que se usa para juntar o masculino e o feminino numa forma que não separa os dois, mas sim um gênero separado que convive com o masculino e o feminino no mesmo nível. Quando a diferença entre masculino e feminino se perde em línguas com gênero gramatical, o gênero formado pela fusão desses dois é chamado de gênero comum, não gênero neutro.
Em sueco e holandês, por exemplo, os dois gêneros existentes são o gênero comum e o gênero neutro. O gênero comum corresponde ao que em outras línguas germânicas (e indo-europeias) são os gêneros masculino e feminino, que nelas se fundiram num gênero só porque se tornaram morfologicamente idênticos, da mesma forma como em português o masculino e o neutro do latim se fundiram num só pela mesma razão.
E se um mulherão me oferecer flores, agradeço a ele ou a ela?
Observaçao:
Gramaticas portuguesas do seculo XVI e XVII atestam a existencia de 5 gêneros, 3 artigos definidos, ille e illi como pronomes sujeitos de terceira pessoa singular e plural respectivamente, sem distinçao de genero.
As mesmas gramaticas normatizam a concordancia com o genero mais nobre quando os generos se encontram, sendo o género mais nobre o genero masculino, que prevalece sobre o feminino e sobre o neutro, e que o neutro prevalece sobre o feminino. Mais ou menos na mesma epoca, a mesma regra do genero nobre proliferava nas demais linguas latinas. Até entao imperava à regra da proximidade. A mulher que contestou a regra e publicou a declaraçao dos direitos da mulher e da cidadã foi guilhotinada em 1792 pelos companheiros revolucionarios.
no início dessa discussão no Brasil, chamavam essa linguagem de "pronome neutro", independentemente da classe gramatical da palavra alterada, isso só mostra como foi uma discussão importada do inglês sem qualquer real preocupação com o uso da lingua.
Mas as pessoas que defendem neolinguagem hoje crítica que usa pronome para se referir a tudo. Crítica até pessoas não binárias que fazer isso.
E até em inglês não é somente pronome. Tem outras coisas associada a identidade de gênero das pessoas, como boyfriend e girlfriend
Como podemos provar a existência de não binariedade? (não é um ataque)
@@LeFugitifd Acredito que é mais difícil provar ao contrário, que todos as pessoas necessariamente vão ser homem ou mulher.
São coisas um pouco complicadas. Mas a ideia é entender oq significa gênero.
Existem categorias sociais, que tradicionalmente dividem as pessoas em homens/mulheres, contudo, nem todas as pessoas se indentificam totalmente, completamente e somente numa dessas categorias.
São pessoas que se ver fazendo parte desses grupos, ou pode ser mais só parcialmente, ou podem fluir, ou se ver fazendo parte dos dois.
Além de que pode se identificar com outros gêneros não ligado a homem/mulher, ou são próximos mas não a mesma coisa...
@@aloi4Que bagulho estranho
@@aloi4acabei de imaginar os caras falando theyfriend OIPASJDOAIJSODJOAISDJOA
10:56 queremos! Kkkk
13:46 também adoraria ver mais sobre isso, como o gênero e os casos surgem ou desaparecem num idioma.
Vou me organizar pra fazer os vídeos disso então =)
Somos dois
Muito interessante o vídeo, eu sou uma pessoa não-binária e fiquei com medo de entrar e ouvir coisas preconceituosas sobre pessoas não-binárias, mas me surpreendi ao assistir e ver pontos bastante válidos sem fazer ataques à comunidade LGBTQIA+, esse tema poderia ser bem melhor discutido se as pessoas deixassem os preconceitos de lado e focassem em entender a língua
eu também tava com esse medo, fiquei aliviado e aprendi muito
Sim, esse é o trabalho de um linguista.
Sem querer ser ofensivo, mas por que não mudam o termo pra -H? (Todos os generos menos o hetero)
@@williambaldega É porque querendo ou não a heterosexualidade também é uma sexualidade, só não está evidente na sigla, está oculta.
@@williambaldega Teria que ser -CH (todos os gêneros e sexualidades, menos cis e hetero), porque as letras da sigla não envolvem só gênero, mas sexualidade também, já que dá pra uma pessoa ser trans e hetero
Valeu!
O que as pessoas quem tentam mudar a língua tem que saber, é que um idioma tem uma evolução lenta e gradual.
Ele não mudar dor dia para a noite
Varias regras gramaticais foram mudadas da noite pro dia, outras ainda do dia pra noite.
@@jlpedron mas para as pessoas usarem demorou e não são tam grandes com adicional um gênero novo
@@ricardowilliamdasilva2702 algumas nao demoraram tanto. A regra de concordancia com o "gênero nobre", que afirma que o masculino é o gênero nobre e predomina sobre o femrnino e sobre o neutro e que o neutro predomina sobre o feminino foi criada em meados do seculo XVII e ja no final do mesmo século, em 1792, a unica mulher que se opunha a essa regra, Olympe de Gourges, foi guilhotinada pelos proprios companheiros revolucionários. Ela tmb tinha escrito a declaracao universal da mulher e da cidadã, o que agravou a pena. Sntes do século XVII, cada. pessoa podia decidir se fazia a cordancia de genero com o masculino ou com o feminino ou com o neutro. Tudo atestado nas publicações da época . Essa de "masculino genérico" nao existia antes dos anos 2000.
@@jlpedron obrigado por explicar, quanta coisa deve ter mudado por gente criando regras do geito que eles querem
Sem ideologia, sem política, apenas explicações respaldadas pelo conhecimento linguístico. Muito bom! 👏👏👏
Esse vídeo é perfeito!! Vontade de estampá-lo na minha cara para que todos possam entender de uma vez por todas esse assunto! ❤
“Acho mais fácil o esperanto suplantar o inglês…” - aí você pegou pesado! 😂
E eu vou mais além, ainda acho mais fácil o retorno do latim para fins acadêmicos.
15:00
Tenho notado que nos últimos anos vem surgindo o "verbo no genrúndio diminutivo" que eu imagino estar associado ao que gosto de chamar de "dialeto Twitter"
Seria uma adição de um sufixo diminutivo ao gerúndio de um verbo para marcar que a ação acontecendo é percebida como fofa pelo falante e geralmente performada por um ser pequeno e inofensivo.
Já vi vários exemplos por aí como "andandinho", "comendinho", "correndinho", "mexendinho", etc.
Por outro lado, se você ler isso:
Não acho que a redução -im é neutra de alguma forma, ela ainda soa como masculina e sua contraforma feminina seria mais ou menos o que já é falado e comprendido como -inha em muitos sotaques brasileiros, algo como uma aproximante -in'ja (Letra J como no alemão, não como no português. Como é usado no IPA mesmo)
(Visto, também, que no Brasil o NH quase não tem, de fato, som de /ɲ/ em lugar nenhum)
eu não sei a origem e história do diminutivo no gerúndio, mas conheço pessoas do interior de São Paulo que nasceram na década de 60 e aprenderam a falar assim, um exemplo comum é quando está garoando dizer que está "chovendinho"
@Lazulee__ Mas aí é outro uso. Esse aí é pra indicar que algo esta acontecendo em pouca quantidade. Já escutei aqui no Rio também. Imagino que seja algo aparentado à palavra "noitinha" para se referir ao horários depois das 18h30 mas que ainda têm um pouco de sol, num sentido de "está de noite, mas só um pouco de noite"
Falou certo sem atacar ninguém, é muito esclarecedor, um mês de aula de português em um vídeo só
Verdade, ele falou bem sem estar do lado de ninguém, só explicando como funciona a língua e porque se usa assim
Melhor explicação que eu vi sobre o assunto
Faz um vídeo sobre o pajuba, é bem diferente
Pra isso vou ter que fazer uma pesquisa aprofundada do assunto, pois meu contato com pajubá sempre foi bem marginal.
@@PiterKeo Seria um tema muito legal de se abordar, já que não se encontra muitos conteúdos aprofundados do assunto aqui no YT
Vídeo muito interessante. Sou uma pessoa não binária e também nunca consegui encaixar direito a linguagem neutra (pelo menos esses neologismos neutros) no meu discurso. Me forço a usar mais quando há pessoas que se sintam mais à vontade dessa forma. Ao mesmo tempo, entendo quem sinta tal necessidade. Quando me expresso em inglês ou em outra língua que não tenha gênero gramatical, prefiro usar pronomes como "they".
Você pode ser liberto sabia?
@@jharezgustavo4457 nem sabia q eu tava preso... O hábeas corpus sai quando?
@@saigonotsuki Liberto do pecado que te consome
@@jharezgustavo4457 eu tô em paz, quieto no meu canto. Quem tem que se libertar é você, do seu pensamento obtuso. Passar bem.
Olha, eu honestamente prefiria referir a pessoas não-binárias como "Outrem, de outrem (detrem para encurtar) e com em frazes tipo "Outrem possui beleza" aplicar substantivo abstrato, isso me soa eficaz, e até formal
up
@@aquiegomes E segue a gramática, até substantivos são neutros : Estudante, dicente , docente...
Pode dar mais exemplos como "outrem"? Também já pensei em usar substantivos sobrecomuns como solução
"Neutros" - que valem os dois gêneros, erro meu, o que tenho a dizer, "Cônjuge" "consorte" cada um do par, muitos substantivos só mudam em artigos, como O/A jornalista, gerente, jovem etc, pra cônjuge só se adiciona "O cônjuge" + masculino ou feminino.
Amei o vídeo. Muito informativo e bem construído. Parabéns
Técnico e cirúrgico parabéns professor Piter.
poxa eu que sô enby nunca tive dificuldade alguma em só omitir o gênero gramatical quando me incomoda. portuguêis é uma lingua bem flexível quando tu sabe usar, principalmente com esses lance de contração e tals.
5:47 a primeira vez que vejo ele xingar kkjkkkk
A parte do pessoão da porra me pegou kkkkkkkkkkk
Entrei no vídeo com muito medo, pois já ouvi muita besteira sendo dita só com preconceito como justificativa, mas esse vídeo foiestremamente elucidativo e respeitoso, parabéns pelo canal e sucesso! Ganhou um novo inscrito.
Ah, geralmente qnd falo com pessoas sem usar o gênero masculino ou feminino, ultilizo apenas o pronome neutro e adiciono um substantivo, para que o adjetivo concorde com o substantivo, acho mais simples e fácil, tem alguma opinião sobre isso?
Exemplo: elu é uma pessoa bonita
Bom, se funciona pra você, tá ok, hehehe.
Eu uso esporadicamente "elu" só se sei que a pessoa com quem estou conversando se sentiria incomodada se usasse outra forma. Caso contrário eu acabaria usando "ela" geralmente por me referir ao indivíduo como "a pessoa" na falta de poder defini-lo como homem ou mulher.
Eu li que o gênero feminino do proto indo-europeu provavelmente surgiu de um sufixo -h2- que tinha um significado de coletivo. Pesquisei um pouco e encontrei alguem falando que isso ocorreu porque praticavam muita pecuária e a maior parte dos animais que eles cuidavam eram femininas, portanto, o coletivo relacionado a esses rebanhos foi gradativamente relacionado ao sexo feminino e, depois de algum tempo, passou a ser usado em relação a indivíduos.
Eu não confio completamente nessa tese, porque eu não encontrei artigos sobre isso (até porque meu inglês é uma maravilha skksskksk), mas creio que faça sentido. Distinguir sexo deve ser algo bem importante para comunidades agrárias e, bom, essa pode ser uma motivação pra ter classes nominais baseadas em sexo biológico. Se termos completamente diferentes para distinguir machos de fêmeas de alguns animais de fazenda surgem com o tempo vide boi e vaca, égua e cavalo, gênero gramatical não é lá tão irreal de ocorrer kkkkk
Aliás, ainda estou esperando os possíveis vídeos que vc disse que teria (se é que eles ainda não sairam skskskks)
Esse vídeo foi ótimo! Sempre que escuto ou leio sobre esse assunto, já me vem à cabeça de que alguém falará mal dele. Mas você foi respeitoso, bem argumentativo e trouxe até uma possível solução, solução essa que pra mim, é ótima!
Muitas vezes falamos sobre pessoas que não sabemos o gênero (sócial, e nem o gênero gramátical do nome).
Vemos uma pessoa médica, e falamos por exemplo "o médico" ou "a médica".
Nesse caso está se referindo ao gênero que está sendo atribuído para a pessoa.
É claor que tem muitos momentos que o gênero gramátical da palavra depende do gênero (social) de quem estamos se referindo (o do sexo, no caso para animais não humanos, ou quando esta sendo usada de forma cissexista).
[Tb sabemos que nem sempre é assim. Muitos quais de linguagem neutra/linguagem pessoal, deixa claro a existência de palavra uniforme, palavra sobrecomum, palavra comum a todos os gêneros.
Normalmente quem comete erros, são inicianres ou quem quer criticar]
Nem todo nome esta no gênero gramátical masculino ou feminino. Principalmente quando o nome é criado por uma pessoa não binairia justamente com essa informação. Forcar que toda pessoa não binairia escolha um gênero gramátical para o nome dela é muito negativo, pode causar disforia/incomodo etc.
Não nego que é difícil usar novos gêneros gramaticais, principalmente pq mudam morfemas. Mas isso é possível pelo costume e é muito importante para certas pessoa.
Não conheço pesquisa sobre isso no Brasil, mas nos eua tem uma pesquisa que faz uma correção as tentativas de suicídio de pessoas não binárias com o quanto quando que elas tem seus pronomes respeitados.
Aqui:
Diversity of Nonbinary Youth | The Trevor Project
Sobre elu parecer ainda masculino. Então, depende da pessoa. Se tem uma pessoa que não ter ter um pronome que soe masculino e tb acha que elu parece masculino, so não ussa elu.
Para se referir de forma neutra, é realmente mais complicado. O sistema ê/elu/e é o mais famoso atualmente para ser usando como neutro. Mas não é único, tem outras alternativas.
Não é qualquer coisas que é corajada ser usando como neutro, o gênero gramátical masculino e feminino não são defenidos ser usada por ter uma grande associação na nossa cultura com homens/mulheres. Isso não depende de como língua surgio, e sim como ela é vista hoje na nossa cultura.
Outra coisas como elx tb não é legal de usar como neutro por ter problemas como em leitores de tela.
Além que algumas pessoas que defendem a neolinguagem crítica justamente a ideia de associar o gênero gramátical ao gênero da pessoa, até em casos que a associação seria mais direita.
Visto que nem todas pessoas que usam o gênero gramátical masculino são homem e nem todas pessoas usam o gênero gramátical feminino são mulheres...
Mas veja que se "elu" soa masculino e a pessoa não quer esse pronome, o que usaremos? MAIS um gênero extra? Isso só tornaria ainda mais e mais complicado tornar o sistema eficiente.
Como eu mencionei no vídeo, por mais nobre a atitude seja, ela é cognitivamente custosa demais para ser implementada e se tornar parte real da língua. Isso provavelmente, se persistir, se manterá restrito a pequenos círculos sociais onde o convívio com pessoas não binárias seja bem comum. A população não binária é muito pequena na sociedade como um todo, de forma que a maioria das pessoas vai se deparar com uma situação em que terá que usar um gênero não binário pouquíssimas vezes, então além de ser um sistema que é antinatural na lógica da língua, ainda vai ter pouquíssima exposição para ser internalizado eficientemente.
A população surda brasileira é 5 vezes maior que a população não-binária e mesmo assim não existe qualquer esforço coletivo da população de aprender LIBRAS para melhorar a inserção dos surdos na comunidade, e aprender LIBRAS não busca reestruturar o arcabouço do português como a linguagem não-binária pretende.
@@PiterKeo Sim, normalmente vai ter mais o gênero gramátical extra.
Normalmente as pessoas trocam mais so o pronome e artigo. Tem pouca gente que não ussa nem -o, nem -a e nem -e como desinencia de gênero. Mas existem outras sim.
Existem pessoas que defedem neolinguagem que críticam o uso de outros gênero gramáticais além de ê/elu/e. E outras falam que qualquer coisa é valida.
Concordo que vai ser algo mais restrito. Contudo isso depende do quando as pessoas não binárias vão ser aceitas na sociedade. Uma sociedade mais inclusiva, possivelmente as pessoas teriam mais contratos com pessoas surdas no dia a dia, e por isso mais motivação para se aprender libras.
O mesmo vale com pessoas não binárias.
Eu não sei como vai ser o avanço social da aceitação de pessoas não binárias e muito menos se elas vão ser concetradas em subculturas ou não (e tb, não sei se no Brasil, as pessoas não binárias que convivem com muitas pessoas binairias, vão ainda usar algum gênero gramátical dentro da norma ou não).
São muitos fatores sócias relevante para saber o quanto de incentivo a maior paste da população vai ter para aprender sobre.
Mas mesmo se ser o caso de ficar restrito em pequenos grupos, não deixa de ser algo válido. As pessoas que convivem com que só usa neolinguagem, acabam se acostumando depois de um tempo.
Além que, mesmo sendo muito mais difícil as mudanças que fazemos no português do que no inglês por exemplo, aprender a usar neolinguagem em português ainda é muito mais fácil que aprender libras.
@@PiterKeoeles em espanhol se diz ellos que provavelmente seria lido por um Brasileiro como Elus
desde de que esse debate ganhou forma aqui no brasil eu penso que o ideal seria "desexualizar" os conceitos na cabeça das pessoas, fico feliz de saber que não estava sendo mt burro kkk
Mas é a questão. Os gêneros não tem relação com sexo. Uma mesa não usa saia porque é feminina.
A galera do inglês inclusive já chegaram a fazer chacota com as línguas que tem gêneros por causa disso.
É assim que funciona, você vai acabar com milhares de anos de desenvolvimento linguístico, mudar a mente de milhões, porque ofende um grupinho
Elin é engracadin= elin nao binario, engracadin, não binário.
O mineires vai ser o dialeto nao binário do português salvando ele da polêmica de indentidade e boba do inglés.
Será o estagio futuro real da língua.
Descobri o canal recentemente... e que achado. Quanto mais canais brasileiros falando sobre linguística melhor
Seria muito legal um vídeo abordando como gêneros gramaticais surgem ou se perdem em linguas.
Esse vídeo foi o lacre, amei. Assim você me deu ótimos argumentos e conhecimento
Muito obrigado por esse vídeo! Eu falo essas coisas a anos (até a coisa do tomate kkkkkk). Um outro exemplo que eu ainda uso é que o português perdeu também uma conjugação verbal, já que o latim tinha quatro. Criar um gênero gramatical extra hoje em dia seria a mesma coisa que criar uma conjugação verbal a mais e tentar associar ela com algum tipo de significado. Parabéns pelo vídeo esclarecedor e que teve cuidado de não ofender ninguém!
A forma que você abordou o tema foi bem interessante. Bom vídeo.
Vídeo impecável, sem reparos. Amei.
Piter então quer dizer que vc quer que o mineirês atropele a linguagem neutra????? que absurdo!!!!!!! (eu apoio)
Eu sempre fui simpático aos pronomes neutros por que os argumentos contra até mesmo no meio progressistas eram sempre baseados em ignorância e conservadorismo escroto na minha percepção. Essa bola que você levantou no vídeo de que estamos simplesmente importando mais uma discussão norte-americana e deixando a cultura deles pautar até mesmo nossa língua mesmo em um assunto que deveria representar um avanço progressista me fez realmente repensar minha opinião. O melhor vídeo que já assisti sobre o assunto, mandou muito.
Praticamente todas as pautas progressistas são importadas dos EUA, por isso que a esquerda cada vez mais se afasta do povo trabalhador e se torna praticamente um movimento de jovens de classe média que querem transmitir virtudes.
Em português também há muitos termos e realidades femeninas acabadas em -e, como muitas substancias químicas que em outras línguas latinas como o castelhano ou o italiano ou mesmo o francês têm um -a, mas no português levam um -e como no inglês, e também tem plurais patrimoniais de palavras portuguesas desse sempre que tem sufixos acabados em -e ou em consoante que têm o plural feminino em -es -ão>-ões. É curioso que no espanhol da Argentina já tem pessoas que falam com essas flexões neutras com a eficiência própria da língua materna, especialmente entre crianças e adolescentes quando o espanhol tem menos -e em palavras femininas do que o português. Se calhar a questão é mais de costume e de adquicisição que é o que dá naturalidade na fala, e não à tradição: de fato isto acontece em todo neologismo, mesmo em sufixos cultos integrados históricamente como os superlativos em -íssimo, -(érr)ime, que se tinham perdido no romance e foram decalcados no renascimento e no iluminismo...
De outro lado um problema que tem a ideia do E como vogal neutra no português é que ela é usada nos pronomes masulinos ele/este/esse/aquele, ao invés de outras línguas que o fazem em -o/-u ou em morfema -zero em contraste com o feminino em -a e que permete um neutro em -e... Se calhar isso de colocar -u/-o faria mais sentido no português e o neutro poderia até suplantar o masculino como forma genérica... De fato nos primórdios da língua existiu um neutro de objeto como ainda existe em "isto", "isso" e "aquilo" e que era extendido também a "elo/ilo" que aparece em textos medievais e que ainda existe no galego asturiano e no português da Extremadura. E se pensarmos nisso, na verdade boa parte do masculino em origem não era tal, era o neutro mesmo com o que o masculino terminou confluíndo...
Dum jeito análogo também muitos termos em neutro plural indoeuropeus e latinos acabados em -a viraram femininos com a evolução das línguas: um caso paradigmático poderia ser o dos animáis domésticos, especialmente no gando que o importante era terem fêmeas pelo seu valor econômico (galinhas, ovelhas, vacas, cabras, abelhas valem mais do que galos, marões ou carneiros, touros ou bois, e bodes) e os nomes que hoje temos por o das fêmeas na origem poderiam ter sido o nome neutro plural coletivo do gando que uma pessoa tinha... e de aí passou a ser individualizado para as unidades já como feminino... essa pode ser a origem do gênero feminino inexistente no proto-indoeuropeu pre-anatólico, pois antes essas línguas só distinguiam entre animado e inanimado. Só imaginem: no começo a palavra para "vaca" era o plural para toda a vacada, depois com o tempo confundiram e começaram a dizer que tinham "10 vacada" como quem diz 3 gente quando gente é incontável... de aí passaram a falar "uma vacada" para um só animal... e o único termo diferente para os machos era o usado para o garanhão usado para prenhar as fêmeas que só necessitavam um e que as vezes até podia ser emprestado ou alugado por outra pessoa... A probabilidade disso basea-se nos factos da inexistência original do gênero feminino, na coincidência cronológica de que se desenvolveu quando a agricultura e a gadaria foram conhecidas pelos povos indoeuropeos, e no fato de que alguns termos como "vaca" significavam em algumas línguas vitelo, tanto macho quanto fêmea...
tomate pode ser consumido como uma uva ou o morango, especialmente se está bem madurecido ao sol que é bem doce... isto na verdade depende da cultura... os brasileiros por exemplo consomem o avacate em doces e o tomante em salgados, no México por exemplo o em países europeus pode ser ao invês e terem marmeladas doces ou sucos doces de tomate e o avacate ser consomido como hortaliça ou legume em saladas e em preparações salgadas como molhos, cremes de barrar ou em muitas outras presentações...
Se o conceito é esse pode ser que no Brasil é fruto e em Portugal uma fruta (porque pode ser consomido em sucos e marmeladas)
Sim, pois como eu expliquei, é um termo CULINÁRIO, então vai ser afetado pela culinária local. De qualquer forma foi só um exemplo para introduzir o assunto do gênero gramatical. Não é o ponto central do vídeo.
a melhor explicação que vi sobre linguagem neutra. muito obrigado
Muito coerente seu posicionamento e explicação.
Achei o vídeo muito bom e respeitoso.
Tenho umas dúvidas... Ja ouvi, por exemplo, a saudação "bom dia a todos, todas e todes" numa conferência. O todes seria apenas para ser usado com pessoas não-binárias ou seria uma tentativa de neutralizar o gênero, englobando o masculino, feminino e neutro? Seria, nesse sentido, suficiente dizer "bom dia a todes"?
Outra dúvida... a flexão de gênero ficou muito bem explicada, mas e quanto à questão pronominal? Qual a solução ao se referir a uma pessoa não-binária? Com pessoas trans eu acredito ser mais fácil, pois eu costumo me referir com o pronome relativo ao gênero que se identificam, mas com pessoas não-binárias eu não sei.
É verdade que o alemão possui mais de 3 gêneros? Esses gêneros estão mais alinhados com o conceito anglo-saxão ou o nosso conceito morfológico?
Não existe gênero neutro em português. "Bom dia a todos" engloba todo mundo.
Em alemão existem três gêneros, mas eles são morfológicos como em qualquer língua que tenha gênero gramatical. Não existe conceito anglo-saxão de gênero. O inglês NÃO TEM gênero gramatical, como eu falei no vídeo. Existe o conceito de gênero social do indivíduo, que não está relacionado com a língua, já que em qualquer cultura humana os indivíduos são classificados em gêneros, independente da gramática da língua que falam.
Quanto a pessoas não-binárias, o gênero gramatical usado não vai depender do gênero social dela, porque não depende em nenhuma cultura. Vai depender do gênero da palavra usada para se referir a ela. Se ela não quer usar as palavras "homem" ou "mulher", ainda é uma pessoa, então "ela" seria adequado ao nos referirmos a ela como pessoa, exatamente como fiz nesse parágrafo inteiro.
esse canal é uma mina de diamantes.
Caramba, que vídeo top
Uma sugestão seria palavras que terminam com vogais omitisse gerando palavras neutras tipo: mund(mundo) su(seu,sua) él(ele,ela inspirada em línguas latinas) del(dele,dela) mi(meu, minha do espanhol) temp(tempo) nad(nada) e as vogais -a -o poderiam funcionarem como declinação e também usada para rimar 😂😂😅
Mas isso seria igualmente contraintuitivo na estrutura do português. Quebraria completamente a fonotática nativa. E é costume os brasileiros pronunciarem um i epentético pra quebrar encontros consonantais e consoantes finais, então ao final o resultado na fala seria exatamente o mesmo de usar a forma com -e.
Qual seria a necessidade real de transformar palavras não relacionadas a gêneros sociais em neutras, quando justamente o neutro caiu em desuso na evolução do latim ao português? E quais seriam os respectivos artigos de acordo com tua sugestão? A meu ver, você praticamente está pedindo pra voltarmos ao latim, o que, de fato não ocorrerá e, mesmo que viesse a ocorrer, não solucionaria o problema da identificação de gêneros sociais não-binários. Aliás, falando nisso, cada dia que passa, há outros gêneros humor sendo classificados, e a tal linguagem neutra até o momento proposta não abarca todos eles.
Gêneros humanos sendo classificados*
@@LyegePradoo genero neutro tmb evoluiu do latim para o português, gramaticas dos seculos XVI e XVII atestam 5 gêneros (masculino, feminino, neutro, comum de dois e comum de três). Em latim nao havia os pronomes ela, ele, elas, eles. Até o sec. XVII em Portugal se usava ille para ela/eles e illi para elas/eles, sem distinçao de género.
@@jlpedron isso. E parece que a pessoa está querendo voltar a falar latim. Faz 0 sentido.
e sobre o feminino generico do alemao q sie q é a terceira pessoal do singular feminina tbm é a terceira pessoa do plural em geral
O plural do alemão não é um feminino genérico. A forma do plural e do feminino se tornaram parecidas por coincidência durante a evolução da língua, mas cada uma ainda possui sua própria declinação.
Mas o tomate é usado com açúcar, como você acha que o ketchup é feito? Tomate, açúcar e vinagre. O tomate no Brasil não é comumente usado como doce, é cultural, de fato, mas não é errado chamar tomate de fruta, pois ele pode ser consumido como tal.
Já com relação ao gênero gramatical, concordo plenamente com o que foi dito no vídeo. Infelizmente o Português possui gênero gramatical e deve ser usado para uma melhor fluidez e é imprescindível em muitos casos escritos.
Cara, esse vídeo é tão necessário, tanto pra mim como pra todos.
Quando traduzo textos do Português para o inglês quando diz que alguém é pai de outro quando eu não sei o sexo desse pai eu traduzo como Parent em vez de Father, Dad ou Daddy
E lá vem polêmica!!!
Pôlemika mezmu, maz explikassão foy munhitu boah, pêna ki az vezis az pêçoas nãum eztãum em buska di explicassõis...
@@claudeJUNIOR?
Eu pago a internet pra ter polêmica mesmo.
Ótimo vídeo!! Sempre concordei com o uso da linguagem neutra mas ainda sim concordo com o que foi falado
Na minha conlang não precisa da linguagem neutra. Pq os gêneros são definidos por uma partícula. Sem a partícula, não tem gênero definido. Exemplo: Pærsøwa significa pessoa. Pærsøwa mæ significa homem. E Pærsøwa mu significa mulher. A partícula define o gênero. Então Pærsøwi(pessoas no plural) poderia significar uma multidão de homens, mulheres, não-binários e etc.
O masculino genérico nunca “surgiu”. No início o proto-indo-europeu tinha dois gênero: animado e inanimado. Com o tempo, o gênero feminino foi criado a partir da desinência de palavras inanimadas no coletivo. Assim, o animado acabou se tornando o masculino e sendo usado de forma genérica, porque ele veio antes. O inanimado passou a ser chamado de neutro, mas continuou tendo nenhuma ou pouquíssimas palavras referentes a pessoas nas línguas descendentes
De onde vem o feminino e o masculino do Português e os outros generos indo europeu etc e porque línguas como o Japonês e Inglês não tem gênero gramatical?
O japonês não tem gênero e nem plural!
Novo inscrito Amei seu canal 😍😊
Bem-vindo!
êlu devia ter acento
Sim, de fato. Muitas dessas palavras sugeridas não são acentuadas da maneira adequada.
cheguei a ter professores universitários que metiam um BEIJO A TODES no fim dos emails e no resto do texto seguiam falando com o masculino genérico kkkkkkkkkkkkk
Ahahahaa. A realidade em 99% dos usos de todes.
Então, levando-se tudo isso em consideração, se os pronomes pessoais coloquiais (por falta de palavra melhor) "elu" e "elus" (para se referir, exclusivamente, a 2 ou mais pessoas não-binárias) forem usados, eu devo optar pelos adjetivos em suas versões masculinas para que a concordância esteja correta?
Exemplos:
Elu está muito cansado.
Elus estão muito cansados.
Não, pois essa concordância não está correta. Nesses exemplos citados o adjetivo concorda com o pronome, não com o advérbio "muito"
Falamos "Ele está muito cansado" e "Ela está muito cansada". Portanto, "Elu está muito cansade"
Você confundiu advérbio com pronominal indefinido.
Se você vai inventar um gênero novo no pronome, vai ter que usar ele no adjetivo também. O ponto central do vídeo é que nenhuma das duas coisas é natural para os falantes. Não se cria uma categoria flexional nova numa língua do nada. Isso é algo que evolui gradualmente a partir de categorias derivacionais que eventualmente se mesclam com as flexões.
Ótimo video!
Se o gênero masculino não tem marca, não se poderia dizer que a marca do masculino é a ausência de marca, sendo a ausência uma marca? Se no indo-europeu, língua hipotética, não existia gênero feminino, poder-se-ia afirmar que existia o gênero masculino, ou mesmo que existia gênero? A ausência de gênero implica necessariamente que as palavras são do gênero masculino?
O português não parece ter perdido o gênero neutro na evolução do latim, mas na evolução do próprio português, como atestam gramáticas portuguesas da época. Nem todo neutro latino virou masculino em português. Alguns neutros viraram masculinos, outros viraram femininos, outros seguiram neutros. Em português, o neutro foi sendo assimilado ora pelo masculino, ora pelo feminino, e alguns masculinos passaram para o feminino e vice-versa, outros ainda hesita-se sobre o gênero.
P. Manoel Alvarez, em Curiosas advertencias da boa Grammatica no compendio, e na exposiçam, Coimbra, anno 1 659, afirma que
“Os Generos ſaõ ſinco, Maſculino, Feminino, Neutro, Commum de dous, Commum de três...” (ADVERTENCIAS DA BOA GRAMMATICA, pagina 3)
“Diz que os nomes adjectivos, Pronomes, e Participios concordaõ com os ſeus ſubſtantivos em genero, numero, e caſo...” (LIVRO II - DOS NOMES ADJECTIVOS, E Subſtantivos, pagina 55)
“Diz que o adjectivo do plurar ſegue o mais nobre genero. O genero maſculino he mais nobre que o feminino, e neutro... “ (LIVRO II - DOS NOMES ADJECTIVOS, E Subſtantivos pagina 56)
“Diz que o genero neutro é mais nobre que o feminino... “ (LIVRO II - DOS NOMES ADJECTIVOS, E Subſtantivos, pagina 56)
Nem o latim nem a gramática normativa portuguesa se apresentam como argumentos consistentes contra pronome neutro, gênero neutro, agênero, não-binário, linguagem inclusiva...
Bibliografia:
P. Manoel Alvarez, em Curiosas advertencias da boa Grammatica no compendio, e na exposiçam, Coimbra, anno 1 659
bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/8575
Fernão de Oliveira, Gramática da Linguagem Portuguesa, Lisboa, anno 1 536
archive.org/details/GrammaticaDaLingoagemPortuguesaEmLixboa27Ianeyro1536/page/n6/mode/1up
O proto-indo-europeu tinha dois gêneros: animado (que se tornou o masculino) e inanimado (que se tornou o neutro). O feminino surgiu inicialmente como uma forma do gênero animado com um sufixo derivacional que indicava um indivíduo do sexo feminino. Eventualmente esse sufixo foi assimilado e se tornou uma marca de flexão.
Essas classificações de "masculino, feminino, neutro, comum de dois e sobrecomum" são tentativas de incluir o gênero/sexo na gramática. Não se trata de uma marcação morfológica como os gêneros masculino e feminino, mas uma classificação semântica.
"homem, menino, boi" seriam o "gênero masculino", pois possuem o gênero gramatical masculino e representam entidades do gênero/sexo masculino
"mulher, menina, vaca" seriam o "gênero feminino", pois são gramaticalmente e semanticamente femininos
"casa, pedra, carvão" seriam o "gênero neutro", pois não representam nenhum indivíduo com sexo, mas possuem claramente um gênero gramatical (masculino ou feminino)como toda palavra em português.
"presidente, feliz, triste" seriam o "comum de dois", pois são palavras que não possuem marcação morfológica de gênero gramatical em si mesmas, mas podem ser masculinas ou femininas dependendo de marcarem um indivíduo macho ou fêmea.
"pessoa, indivíduo, testemunha" seriam o "sobrecomum", pois possuem sempre só um gênero gramatical, mas podem indicar indivíduos machos ou fêmeas.
Eu particularmente acho essa classificação bem tosca e ajuda a confundir as ideias de gênero gramatical e gênero social/sexo. O Mattos Camara chegou a criticar essa classificação também.
Morfologicamente só temos dois gêneros e cada um com sua concordância própria. A ideia de mais gêneros só faria sentido se algumas palavras fossem marcadas como masculinas e recebessem um plural com marcação feminina ou coisa similar.
@@PiterKeo Obrigado por tomar o tempo de me responder.
Você ainda não me disse como fazer a concordância na frase:
Um mulherão me ofereceu flores. Eu agradeci a ele (ao mulherão), ou eu agradeci a ela (à mulher) ? Concordância com o gênero do substantivo ou com o gênero da pessoa ?
Que eu saiba, o proto-indo-europeu é uma língua hipotética, imagina-se que deve ter existido uma língua indo-européia comum. Sao hipóteses sobre um grupo de línguas que não deixaram nenhum vestígio, não se sabe como era a escrita nem a pronuncia, nem como se chamava. Teria tido 3 gêneros, mas ninguém pode afirmar categoricamente que teve 3 gêneros. O que entendemos por gênero hoje tlvz não corresponda necessariamente à definição de gênero do passado, e isso vale pra muitos outros conceitos. O masculino como gênero só se explica a partir daquilo que ele não é, ou seja, o feminino, o neutro se explica a partir daquilo que ele não é, o animado só se explica em presença de inanimado. É o conceito da alteridade. Algo só existe em presença de outro algo.
@@jlpedronEu diria "o mulherão me deu flores e eu agradeci a ele".
E é claro que não podemos saber como os falantes de proto-indo-europeu chamavam a língua. Esse nome é cunhado por se tratar da língua primária das línguas indo-europeias, faladas entre a Índia e a Europa. E considerando que todas as línguas indo-europeias possuem originalmente três gêneros (com exceção das anatólias, que tinham apenas o animado e o inanimado, correspondendo morfologicamente ao masculino e ao neutro), é muito provável que o proto-indo-europeu tinha originalmente esses dois gêneros e desenvolveu o feminino após a separação das populações que deram origem às línguas anatólias.
E é claro que o masculino só existe com base no conceito de feminino, e o animado com base no conceito de inanimado. A ideia de ser o gênero não marcado é por ele não possuir um morfema específico que o caracterize, diferente do feminino. Não cabem aqui discussões filosóficas sobre se "não ter marca é um tipo de marca?". Isso é indiferente. Não ter cor é um tipo de cor? Não ter pernas é um tipo de perna?
@@jlpedron E de fato não importa para os falantes de português moderno como eram os gêneros em português antigo, latim, proto-indo-europeu ou qualquer outro estágio anterior da língua. Na língua como falada atualmente os gêneros são apenas dois: masculino e feminino, e o masculino é usado espontaneamente pelos falantes para se referir a grupos mistos ou quando o gênero nos itens em questão não é indicado ou é irrelevante. É assim que a língua funciona na atualidade e simplesmente criar um gênero novo ou resgatar um antigo e obrigar as pessoas a usarem não é algo que vai dar certo.
@@PiterKeo nenhum gênero antigo foi resgatado, e não há obrigatoriedade de usar seja lá o que for. Aliás, nenhuma língua, gramática ou norma gramatical é legislada, não existem leis sobre gramática em nenhum país que eu conheça. O passado da língua portuguesa permite afirmar que a nossa língua ja teve, e ainda tem, meios de responder, em tempo e lugar, às necessidades dos seus locutores. Ja teve 5 gêneros, 3 artigos definidos, tem regras normativas arbitrarias criadas e impostas por um grupo de homens. É uma língua flexível, são as pessoas que são rígidas.
Não ter cor é uma marca em relação a quem tem cor, ser unijambista é uma marca em relação a quem tem duas pernas ou nenhuma. A falta de um atributo faz a diferença. Eu acredito num feminino genérico, visto que, cientificamente, todo humano tem o X, nem todo humano tem o Y.
Eu nunca usei o masculino genérico para falar sobre coisas que são, em maioria, gramaticalmente femininas. Se tem 5 mulheres e um homem eu uso "elas".
Bom, você é uma em cada dez mil pessoas ou mais que faz isso.
Não faria mais sentido dizer algo como: If a person gives you flowers, thank this.
Não. "This" dessa forma soaria como "isto" e desumaniza a pessoa.
não vi o video ainda, mas já tem pronome neutro e tals no portugues, é simplesmente ele, deles, etc, porque o '' masculino '' na verdade é neutro, apenas o feminino indica genero. De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, o artigo masculino cumpre papel de pronome neutro no plural. Por exemplo, se um grupo de pessoas é composto por homens e mulheres, mesmo que majoritariamente feminino, pode-se referir às pessoas do grupo como "eles" ou "todos". - google.
Isso é abordado no vídeo também.
Vc tem alguma referencia bibliográfica, uma gramatica antiga, que afirma essa regra de masculino genérico?
@@jlpedron De português você pode ver em "Estrutura da Língua Portuguesa" de Joaquim Mattoso Câmara Jr.
Mas o masculino genérico já existia desde o latim.
Veja a explicação de concordância de gênero em latim nas entradas 286 a 287 do livro "A New Latin Grammar" (página 171 em diante): www.mtnbrook.k12.al.us/cms/lib/AL01901445/Centricity/Domain/1258/New%20Latin%20Grammar%20Black%20and%20White.pdf
@@jlpedron google, leia o comentário :p
@@PiterKeo obrigado pela resposta e pelas referências. Nao sabia que Mattos Camara havia publicado essa gramática póstuma. Nao encontrei a terminologia "masculino genérico " em nenhuma obra anterior a 2015, nem a concordancia obrigatoria com o termo masculino, nem que o masculino é neutro. Porém, na New Latin grammar (confesso que só li as passagens que vc indicou) está claro que, apesar de ser comum, nao era incomum nem errado o locutor concordar o adjetivo, tanto predicativo quanto atributivo, com o termo mais proximo, ou poderia escolher o masculino, ou o feminino ou até o neutro. Inclusive ali diz que um adjetivo referente a um substantivo coletivo poderia concordar tanto com o gênero quanto em número, com a ideia veiculada pelo substantivo, ou ir para o masculino ou para o feminino. Latim me parece uma lingua mais democrática.
eu simplesmente uso One como pronome neutro ou repito o termo e eu uso para seres não humanos It em inglês
Assim... Talvez seja um pouco fora do normal, mas, às vezes eu como tomate que nem como melancia. Logo, a definição de fruta é subjetiva, mesmo sendo padronizada.
O que você quer dizer com "que nem como melancia"? Você quer dizer comer tomate in natura, só pegar e comer? Mas isso se faz com várias coisas que não são frutas. Não invalida o fato de que tomate não é usado como fruta na culinária.
Essa piada final sobre o Esperanto pegou no coração, mas é verdade kkkkkk😥.
"Mas fácil o Brasil implementar o inglês como lingua oficial do linguagem não-binária ir para frente" 😊
Seria bom o ingles, ninguem ia precisar fazer curso
@@eric18993 seria uma maravilha!!!🤩🤩
O Brasil caminha para ser um pais anglofono, a sociedade deseja isso a seculos.
O inglês e a lingua paterna dos brasileiros pre-infancia e na infância.
Se a sociedade brasileira criar uma lei popular com esse tema ele passa no congresso sim de boa.
Igual a gente as vezes usa mim quando o correto é eu em inglês o mesmo ocorre com me e I e as vezes Me tá certo mesmo
Continua a fazer o que fazes de melhor 👏👏👏
Muito bom esse vídeo,de verdade. Só tenho uma consideração sobre ele. A ideia do gênero neutro é muito difusa,mais em consenso o campo progressista não quer "oficializar" o gênero neutro, é para ser usado em casos específicos de pessoas não binárias. E também não seria flexionar todos os verbos na verdade, . exemplo: ele é meu amigo, seria: elu é meu amigo. E assim por diante,porque é inevitável não associar os gêneros gramaticais com os gêneros de pronomes.
Ué, mas por que vou usar "elu" se vou manter "meu amigo" no masculino? Isso torna o sistema ilógico, o que torna ainda mais difícil de implantar.
@@PiterKeo ué, você mesmo disse que o gênero gramatical é diferente do gênero de pronomes?
Gênero gramatical é diferente de gênero SOCIAL. No português os pronomes têm gênero gramatical como qualquer outra classe nominal. É no inglês que os pronomes têm gênero social. Você ainda tá misturando as duas coisas.
Opa Alex! Vc tá certo. Essa é a forma que eu mais vejo sendo comumente usada e também a forma que eu usaria.
@@silverkip2992 como é que você veio parar aqui?kkkk do nada
Parabéns pela lucidez
Acho q os brasileiros esqueceram de uma coisa principal
No ingles eles nao criaram pronome para ser usado como neutro, eles ja TINHAM, que era "they e them"
porem no portugues eles querem criar um que nao faz sentido nenhum e alem disso tem um som que nao combina nada com os já existentes
Eu sou nao binario e apesar que uso neutro no ingles eu so uso "ele" no portugues pq "ele" ja é usado como neutro na maioria das coisas
Em português antigo, os pronomes sujeitos da terceira pessoa nao tinham gênero. Se dizia "ille" no singular, tanto para "ela" quanto para "ele", e "illi" para o plural. Caiu em desuso com a invenção e imposição da regra do gênero nobre nas línguas latinas do seculo XVII.
@@jlpedronquem fez isso merece uma medalha 🏅
@@jharezgustavo4457 e quem desfez ou refez merece outra medalha
@jlpedron Serio? Onde tem as fontes?
@@eric18993
Gramática da Linguagem Portuguesa, Fernão de Oliveira, Lisboa, ano 1536
Curiosas advertencias da boa Grammatica, P. Manoel Alvarez, Coimbra, ano 1659
Se vc nao encontrar, aqui vai uns trechos de
CVRIOSAS ADVERTENCIAS DA BOA GRAMMATICA
NO COMPENDIO, E EXPOSIC,AM
do P. Manoel Alvarez, em lingua Portugueza. Do anno de 1 659
Mantive a ortografia da obra original. ſ = s / v = u
“Os Articulos ſaõ três, Hic, Hæc, Hoc: Hic, ſerue a maſculino; Hæc, a feminino; Hoc, a neutro. “ (pagina 3)
“Os Generos ſaõ ſinco, Maſculino, Feminino, Neutro, Commum de dous, Commum de três...” (pagina 3)
“As peſſoas ſão três, Ego, Tu, Ille : Ego amo, tu amas, ille amat; & do meſmo modo no plurar, nòs amamus, vòs amaris, illi amant.”
“Diz que os nomes adjectivos, Pronomes, e Participios concordaõ com os ſeus ſubſtantivos em genero, numero, e caſo...” (pagina 55)
“Diz que o adjectivo do plurar ſegue o mais nobre genero. O genero maſculino he mais nobre que o feminino, e neutro... (pagina 56)
“Diz que o genero neutro é mais nobre que o feminino... “ (pagina 56)
Boa leitura e volte para conversarmos !
Abraços
🎉🎉🎉❤❤❤
A morfologia é o principal motivo para que eu não tenha intenção de adotar esse tipo de mudança e considerar este apenas como mais um dialeto de uma comunidade a qual não faço parte. E já fui atacado mais de uma vez por simplesmente não concordar com uma forma tão desleixada como essa de tratar o português.
Foi uma descrição histórica, sintatica e linguistica de como o português funciona e de como o português não deve e nem pode aderir aos problemas do inglês que não tem definição profunda de gênero gramatical.
Vídeo legal.
Eu ja conhecia essa solução do im/ims. Se ela for bem pensada e trabalhada com mais paciencia lógica e psico-sócio-linguística, esse diminuitivo podera se transformar num neutro coerente sem destruir a gramatica portuguesa e sem gerar mal estar nos seus falantes todos(as).
Se o im/ims for evoluir e vai caso seja adotado como solução cambiará para imi/imis.
Sensacional
Adorei!
Eu adoro essa problematização a respeito da língua neutra e ver você falando é maravilhoso!
O neopronome “elu” tem grafia contrária às regras do português. Se pronunciado élu, deveria ser grafado assim, se êlu, idem; mas “elu” só permite pronúncia de oxítona. “Elo” permitiria as duas pronúncias mais comuns, as primeiras.
Entrei esperando LGBTfobia e recebi uma aula. ❤
Ciência linguística raiz no canal.🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺
Na minha conlang genero gramatical e sexo concordam totalmente
porque animais e objetos são tratados igualmente no inglês?
Baita vídeo
Porque em especies de reprodução assexuada é comum dizer que um animal é pai do outro em vez de mãe que pra mim parece mais natural?
provavelmente porque em idiomas com gênero gramatical um gênero predomina em outras formas, no caso da língua portuguesa é o gênero masculino
Mas dizemos "célula mãe" e "célula filha". Acho que pelo fato de bactéria, célula, ameba e algas são do gênero feminino.
Excelente vídeo. Eu acho que afastar a língua padrão ainda mais da popular com alterações tão complexas só acabaria criando mais preconceito linguístico, mesmo que as intenções sejam boas.
Se eu disser "o livro é dele" esse "dele" não está relacionado ao gênero da pessoa? Essa questão de colocar gênero neutro em tudo é coisa de conservador debochando da causa.
Vai estar relacionado ao gênero da pessoa porque provavelmente a palavra usada é do gênero gramatical que corresponde ao gênero da pessoa.
Se o livro for de um homem você vai dizer "o livro é dele" porque a palavra homem é masculina, ou o nome próprio do homem em questão é uma palavra masculina.
E isso de colocar gênero neutro em tudo não é só coisa de conservador não. Existem sim "apoiadores da causa" que fazem um uso absurdo de gênero não-binário. Já vi trabalhos acadêmicos sugerindo dizer "pessoas bonites", por exemplo, e outros que usam coisas como "a corpa" para se referir a corpos femininos e outras coisas absurdas, e não são conservadores.
9:42 É um fato que toda área da ciência precisa de conhecimento filosófico mas a linguística atual precisa de um departamento inteiro dedicado a disciplina.
Vamos lá. Dizem que existem dois lados na linguística atual: os prescriptivistas e os descriptivistas. Os prescriptvistas são aqueles que querem mandar na língua e mudá-la a seu aquém. Enquanto os descritivistas seriam aqueles que observam a natureza real das línguas.
Mas isso não passa de uma estratégia de marketing dos descriptivistas, ao menos dos descriptivistas militantes.
Isso ancontece porque o funcionamento das línguas e o estudo da linguística=/=descriptivismo.
Quer ver um exemplo? Pega essa fala aí do vídeo. Disse que os conservadores estavam errados em resistir a essa mudança da língua em específico (gênero neutro) porque línguas naturalmente mudam. O erro aqui veio em duas camadas: 1) generalização de um fenômeno como se fosse uma lei e 2) confundir juízo de valor com a ciência propriamente dita.
1)aconteceu ao dizer que por existir uma tendência das linguas mudarem e evoluirem toda e qualquer mudança possível deverá acontecer. O que é errôneo. Nós sabemos que existe um grupo que quer introduzir o gênero neutro na língua portuguesa e que sem esse grupo não há indicação que esse fenômeno apareça na língua por uma mutação aleatória, logo caso esse grupo seja derrotado, desapareça ou seja riducularizado ao esquecimento não haverá mutação na língua. Isso não só é possível como não contrariaria nenhuma ((lei)) da linguistica e logo pertence á natureza da lingua portuguesa ser mantida do jeito que tá por enquanto. Se algo não é impossível ou não contraria a natureza das línguas é sempre justo julgar se devemos deixar acontecer ou não.
2) ocorreu ao achar que por entender (ou desentender como expliquei em 1))o funcionamento da língua, tem o direito de falar por ela e que o que você acha que é certo para língua é um conhecimento vindo da própria natureza dela. Não é.
Só porque as línguas têm a tendência a mudar não segue que alguém é obrigado a deixá-la mudar em um certo caso em que é possível impedi-la de mudar ou atrasar sua mudança. Isso é juízo de valor da parte de quem fez o vídeo.
É um fato que a evolução das línguas pode ser atrasada em vários casos como ao estabelecer uma norma culta e ensiná-la nas escolas. Línguas com norma culta evoluem, sim mais devagar do que línguas sem norma culta. E se é possível atrasar esse fenômeno tá no direito do ser humano decidir se vai atrasá-lo ou não. Também é possível impedir várias mudanças com imposições mais draconianas como extinguir um dialeto (não que eu seja a favor).O errado é dar juízo de valor achando que fala pela língua, só doido fala com coisas inanimadas.
Outra loucura seria contrariar a naturezas das línguas e fazer o impossível. Mas pelo que vi muitas das pautas prescriptivistas não são impossíveis só decidem o que querem fazer com as línguas na medida do possível.
Só pra exemplificar quão ridículos são os argumentos de alguns descriptivistas: seria como se alguém quisesse dimiuir a fome na África e outra pessoa viesse parar ela com um livro de biologia explicando como a desnutrição acontece.
Resumindo: somente existe a natureza das línguas/a ciência que estuda elas e dois tipos de prescriptivista dando juízo de valor sobre o que fazer com as línguas, um mais honesto e outro mais sorrateiro.
O triste é ver que em pleno 2024 ainda usem a falácia da natureza para impor suas pautas e vontades, quando o filósofo Hume no século XVIII já havia denunciado essa falácia e os filosófos do século XX já haviam denunciado o cientifismo.
Você precisa treinar mais sua interpretação de discurso porque está afirmando diversas coisas que não foram ditas no vídeo como se tivessem sido. Em nenhum momento eu disse que toda mudança deverá acontecer.
Se você é um prescriptivista, tudo bem, mas não precisa ser paranoico.
Pelo contrário, eu tentei ler o que estava implícito na sua afirmação para te dar a melhor interpretação possível. Não consegui imaginar outra razão pela qual alguém acharia que os "conservadores" estariam errado nesse caso.
Cabe a você então me explicar como (qual razão/qual mecanismo) os "conservadores" estão errados ao se opor a linguagem neutra seguindo aquela mesma fala sua no vídeo sem cair no que eu disse.
"pessoão da porra" kk
Estranhissimo escutar isso saindo do Peter
Foi os brasileiros que inventaram o nasal em muito
Não.
Você gostaria que as Línguas Indígenas do Brasil fosse usado a Ortografia do Português?
Por que eu usaria a ortografia do português para outras línguas? Isso não faz sentido.
@@PiterKeo Ah tá, e quanto a base fonetica
Oi gente eu sou uma criança
Mesmo? Que idade vc tem?
@@PiterKeo12 anos
@@showdojoaomarco471 😱
Avós de avô e avó é o plural de Avô e não de avó
No caso o plural "os avós" se refere ao avô e avó juntos. "As avós" seria o plural de avó. Então nesse caso "os avós" no masculino é um substantivos dos chamados "sobrecomuns", com gênero gramatical definido, mas sem especificar gênero social.
Fruta que caiu
oi
Na minha opnião nós precisamos de pelo menos 75 marcadores de generos para fazer estrangeiros nunca mais aprenderem portugues. Por que seria muito engraçado ter que referir a todos cachorros com o marcador de genero esclusivo para canideos (-og). Também seria engraçado chamar alguém de "Elog"
Que imbecilidade.
"Ainnnnnnnn, eu não sou homem nem mulher " que ridículo kkkkkkkkk
Se é pra ficar desrespeitando as pessoas, vaza.
@@PiterKeovocê não precisa concordar com a opinião, mas tem que pelo menos respeitar. ❤
@@jhonybarbosa4366 Opiniões ofensivas não merecem ser respeitadas não.
Eu concordo mas não fale desse jeito desrespeitoso todos merecem respeito
A biologia foi jogada no lixo😅
Uma coisa que eu não gosto na linguagem neutra é a imposição dela. Tem algumas pessoas que simplesmente te chamam de -fobico se vc não usa. Além do próprio governo estar sendo usado como modo de imposição (mesmo de modo limitado). Bom, creio que sua sugestão de usar o diminutivo realmente seja legal. Nunca tinha notado isso, cara, e olha que eu tenho o costume de falar desse jeito kkkkk
Bom, as pessoas extremistas no assunto felizmente são poucas. Não são suficientes para realmente imporem nada.
Fui o primeiro 🎉
Como u não fucioma o motivo e simples u tem sons de o bem próximo então quer fucioma é como e eles virar neutro é elos séria para os homens de formas simples.
Guys, the video is to address whether non-binary language makes sense and whether there is a chance of it being implemented in the language. It's not a video to deny people's gender identity, because as I say in the video, the two things are different! So don't use the comments to attack trans people or come up with talk that says someone is forcing you to use non-binary language, because no one is forcing you to do anything!
Likewise, it makes no sense to want to argue in the comments that there are genders other than men and women, or that we should respect people's gender identities, because I'm not denying that. The video is about the GRAMMAR genre, of which there are only two in Portuguese. I talk precisely about them being different things.
Xingando bunitu
Este vídeo é desnecessário. Existem temas muito melhores para conversar.
Só não assistir então, ora. Tão te obrigando?
@@PiterKeo não assisti
@@V.Cigales Então tá. De qualquer forma obrigado pelo comentário pra engajar e fazer o vídeo ser recomendado para mais pessoas. ♥
Isso ainda é assunto? A língua não tem preconceito, as pessoas é que tem. Já seria bom as escolas ensinarem a falar corretamente quanto mais complicar ainda mais.
Todo falante nativo de uma língua a fala corretamente. O que a escola ensina é a norma culta, que é algo diferente.
@@PiterKeo Quem não sabe conjugar corretamente ou concordar o plural não fala corretamente ponto!
Não existe norma culta, somente a forma correta de se falar.
Por causa dessa visão à Paulo Freire ultrapassada há mais de 50 anos é que o Brasil hoje tem dos piores ensinos do mundo e 25% dos estudantes são considerados analfabetos funcionais.