Mas claro que havia algo de planejado. MPL de São Paulo planejou por seis meses as manifestações contra o aumento da tarifa que ocorreria. E foi tão bem planejado que a revogação do aumento ocorreu exatamente no dia que eles haviam planejado. A questão desse conceito de Guerra Híbrida desse autor russo é que ele serve, se serve, para gestores, para burocratas, governantes, não é um conceito operativo na luta de classes. Ele exclui a agência da classe trabalhadora. Faz pensar que só quem planeja as coisas são os gestores (políticos ou econômicos). Não só por esse motivo mas por outros motivos o conceito de guerra híbrida é inadequado para compreender as manifestações de 2013. Da geopolítica, ele não é capaz de compreender sequer a ação das burguesias locais. Não houve planejamento dos EUA em 2013, houve ação da burguesia brasileira após o dia 13 de junho. Bastou os interesses da burguesia brasileira para tentar transformar aquelas manifestações em algo que abalasse a popularidade do governo petista. E isso não foi planejado antecipadamente, ocorreu no curso da ação. A burguesia passou da criminalização à legitimação e tentativa de ressignificação. Querer analisar um fenômeno de luta de classes pela lente da geopolítica é quase como chamar a Torre Eiffel de "minha avó". É um desvio da realidade. Não há sequer dado empírico em 2013 para falar de influência externa (fora da burguesia e classe trabalhadora local) na dinâmica das manifestações de junho daquele ano.
Sua fala me fez lembrar de uma entrevista com Michel Foucault. Nesta, o filósofo e questionado se é marxista, ao que ele responde que o marxismo é tão básico em sua formação que não é necessário relembra-lo o tempo todo. Penso o mesmo sobre esse conceito. Ele se encaixa tão bem com a questão sobre a luta de classes, que penso não ser necessário nem o comentário. Mesmo assim, é interessante buscar relaciona-lo. Quando Andrew fala sobre estimular contradições nacionais é exatamente a luta de classes que entra em cena. Penso que a maioria buscou jogar fora o conceito e penso que seria mais interessante reinterpreta-lo segundo suas possibilidades para o marxismo. De modo que esse conceito não pode se tornar uma via única e definitiva de explicação.
Mas claro que havia algo de planejado. MPL de São Paulo planejou por seis meses as manifestações contra o aumento da tarifa que ocorreria. E foi tão bem planejado que a revogação do aumento ocorreu exatamente no dia que eles haviam planejado. A questão desse conceito de Guerra Híbrida desse autor russo é que ele serve, se serve, para gestores, para burocratas, governantes, não é um conceito operativo na luta de classes. Ele exclui a agência da classe trabalhadora. Faz pensar que só quem planeja as coisas são os gestores (políticos ou econômicos). Não só por esse motivo mas por outros motivos o conceito de guerra híbrida é inadequado para compreender as manifestações de 2013. Da geopolítica, ele não é capaz de compreender sequer a ação das burguesias locais. Não houve planejamento dos EUA em 2013, houve ação da burguesia brasileira após o dia 13 de junho. Bastou os interesses da burguesia brasileira para tentar transformar aquelas manifestações em algo que abalasse a popularidade do governo petista. E isso não foi planejado antecipadamente, ocorreu no curso da ação. A burguesia passou da criminalização à legitimação e tentativa de ressignificação. Querer analisar um fenômeno de luta de classes pela lente da geopolítica é quase como chamar a Torre Eiffel de "minha avó". É um desvio da realidade. Não há sequer dado empírico em 2013 para falar de influência externa (fora da burguesia e classe trabalhadora local) na dinâmica das manifestações de junho daquele ano.
Sua fala me fez lembrar de uma entrevista com Michel Foucault. Nesta, o filósofo e questionado se é marxista, ao que ele responde que o marxismo é tão básico em sua formação que não é necessário relembra-lo o tempo todo.
Penso o mesmo sobre esse conceito. Ele se encaixa tão bem com a questão sobre a luta de classes, que penso não ser necessário nem o comentário. Mesmo assim, é interessante buscar relaciona-lo. Quando Andrew fala sobre estimular contradições nacionais é exatamente a luta de classes que entra em cena.
Penso que a maioria buscou jogar fora o conceito e penso que seria mais interessante reinterpreta-lo segundo suas possibilidades para o marxismo. De modo que esse conceito não pode se tornar uma via única e definitiva de explicação.
Gostaria de lhe perguntar: o que é geopolítica?