Obrigado mais uma vez por ter a amabilidade de me nomear pela minha muito pequena contribuição sobre alguns pormenores da história do Lobito e neste caso do CFB. Uma pequena correcção e não a si, mas ao trabalho de divulgação da história da cidade do Lobito feito pelo jovem lobitanga e que muito devemos agradecer mostrado neste episódio: A correcção é que a nova estação do CFB do Lobito está na Triagem, num local de transição ou terra de ninguém entre o bairro da Restinga, a Colina da Saudade e sua ligação aos bairros Comercial e da Praia, e depois da avenida da Triagem, agora da Estação, uns quinhentos ou oitocentos metros mais a Sul, a cancela da antiga passagem de nível das linhas do CFB que cruzava a avenida, era onde se iniciava a definir o início bairro do Compão. Também há que referir que no tempo em que a estação estava na Restinga, a 100 metros a Sul do edifício da antiga Câmara Municipal do Lobito (hoje Comissariado), existia no Compão, pouco depois da passagem de nível um apeadeiro, e muito perto as instalações do Liceu do Lobito. Durante a guerra colonial, os recém recrutados mancebos, que viajavam pelo CFB com destino aos quarteis de instrução militar da então Nova Lisboa, hoje cidade do Huambo, tinham a última despedida das suas noivas, amigos/as e familiares neste apeadeiro do Compão, com inusitada multidão por aquela despedida.
Estou extasiado em saber que a história de Angola começa a ter fragmentos importantes,que finalmente vão esclarecer a verdade histórica sobre Angola. Agradeço imenso esta iniciativa de Oliveira Pinto e aproveito pedir-lhe que nos contasse também o movimento dos katangueses ao longo do corredor do caminho de ferro de Benguela e a sua influência junto dos povos de Angola daquela região.
Parabéns mais uma vez e espero que continue Alberto Pinto. Tal como deu nota o Fernando L. Velho, meu conterrâneo, o bairro do Compão, onde morou o meu avô materno e a família num dos "bungallows" em madeira de meado dos anos 20 a 1936, foi construído integrado num complexo formado pelo estaleiro seguido pelas casas dos trabalhadores, que começou em 1905. Estas distribuídas em dois blocos, uns familiares outros em barracões colectivos em madeira e com telhado em folhas de zinco, montados na areia de uma forma organizada com ruas cujo traçado se mantiveram até hoje consolidadas por camadas de terra. Houve um primeiro "compão" (estaleiro) ainda em Benguela onde a Griffith instalou uma primeira descarga de material de via (carris e travessas em ferro, etc) bem como a estrutura da ponte ferroviária que atravessaria o rio Catumbela batizada depois D. Luis Filipe terminada em 1905. A opção da Catumbela das Ostras (Lobito) acabava por ser a melhor opção, tal como o abandono do traçado inicial da linha para Caconda. Relativamente aos dromedários, apraz-me dizer que ainda nos anos 60 foram avistados alguns exemplares silvestrados a sul do Dombe Grande que algumas pessoas de Benguela diziam que eram descendentes dos que foram trazidos para o CFB. Jorge Sá Pinto
Muito obrigado por essas informações, que poderiam dar um episódio autónomo. Mas precisava de imagens. Tem? Muito obrigado também pela informação sobre os Nigerianos, Senegaleses e Ganeses. Decerto haverá descendentes deles no Lobito. Conhece algum?
O conceito de globalização, antes de se referir aos movimentos de trocas comerciais e outras, deriva da mobilidade de povos, seja pelas costas mediterrânicas, seja atravessando continentes, seja por travessias oceânicas. Esses movimentos aconteceram durante várias épocas, quer entre a Ásia e a Europa, quer através do vasto continente africano, gerando novos focos de desenvolvimento humano. Também aqui, à escala de Angola, a construção do CFB se insere nesse tipo de processo histórico, exemplificando-o com toda a propriedade. Pergunto a quem saiba se existem indícios sugestivos de vestígios de descendência deixada por esses trabalhadores estrangeiros que construíam a linha férrea que metaforicamente viria a ser como que uma “coluna vertebral” desta nossa grande nação.
Estou feliz por falarem abertamente da empresa na qual faço parte e trabalho mesmo no CFB, no compão, Lobito. Muito obrigado 🙏♥️♥️♥️♥️
É bastante satisfatório ouvir histórias sobre nossa terra Angola.
Parabéns por este canal! Portuguesa com raízes Angolanas, muito feliz por ouvir num bom Português, a História da nossa Angola 🇦🇴🇵🇹
Muito obrigado. Seja bem vinda ao Lembra-te Angola 😃.
Obrigado mais uma vez por ter a amabilidade de me nomear pela minha muito pequena contribuição sobre alguns pormenores da história do Lobito e neste caso do CFB.
Uma pequena correcção e não a si, mas ao trabalho de divulgação da história da cidade do Lobito feito pelo jovem lobitanga e que muito devemos agradecer mostrado neste episódio:
A correcção é que a nova estação do CFB do Lobito está na Triagem, num local de transição ou terra de ninguém entre o bairro da Restinga, a Colina da Saudade e sua ligação aos bairros Comercial e da Praia, e depois da avenida da Triagem, agora da Estação, uns quinhentos ou oitocentos metros mais a Sul, a cancela da antiga passagem de nível das linhas do CFB que cruzava a avenida, era onde se iniciava a definir o início bairro do Compão.
Também há que referir que no tempo em que a estação estava na Restinga, a 100 metros a Sul do edifício da antiga Câmara Municipal do Lobito (hoje Comissariado), existia no Compão, pouco depois da passagem de nível um apeadeiro, e muito perto as instalações do Liceu do Lobito.
Durante a guerra colonial, os recém recrutados mancebos, que viajavam pelo CFB com destino aos quarteis de instrução militar da então Nova Lisboa, hoje cidade do Huambo, tinham a última despedida das suas noivas, amigos/as e familiares neste apeadeiro do Compão, com inusitada multidão por aquela despedida.
Obrigado. Estou sempre a aprender.
Também nós espectadores agradecemos, pelos pormenores que trazem “carne e osso”, vida e emoções, às descrições históricas.
Estou extasiado em saber que a história de Angola começa a ter fragmentos importantes,que finalmente vão esclarecer a verdade histórica sobre Angola. Agradeço imenso esta iniciativa de Oliveira Pinto e aproveito pedir-lhe que nos contasse também o movimento dos katangueses ao longo do corredor do caminho de ferro de Benguela e a sua influência junto dos povos de Angola daquela região.
Tentarei um dia.
Parabéns mais uma vez e espero que continue Alberto Pinto. Tal como deu nota o Fernando L. Velho, meu conterrâneo, o bairro do Compão, onde morou o meu avô materno e a família num dos "bungallows" em madeira de meado dos anos 20 a 1936, foi construído integrado num complexo formado pelo estaleiro seguido pelas casas dos trabalhadores, que começou em 1905. Estas distribuídas em dois blocos, uns familiares outros em barracões colectivos em madeira e com telhado em folhas de zinco, montados na areia de uma forma organizada com ruas cujo traçado se mantiveram até hoje consolidadas por camadas de terra. Houve um primeiro "compão" (estaleiro) ainda em Benguela onde a Griffith instalou uma primeira descarga de material de via (carris e travessas em ferro, etc) bem como a estrutura da ponte ferroviária que atravessaria o rio Catumbela batizada depois D. Luis Filipe terminada em 1905. A opção da Catumbela das Ostras (Lobito) acabava por ser a melhor opção, tal como o abandono do traçado inicial da linha para Caconda. Relativamente aos dromedários, apraz-me dizer que ainda nos anos 60 foram avistados alguns exemplares silvestrados a sul do Dombe Grande que algumas pessoas de Benguela diziam que eram descendentes dos que foram trazidos para o CFB.
Jorge Sá Pinto
Muito obrigado por essas informações, que poderiam dar um episódio autónomo. Mas precisava de imagens. Tem? Muito obrigado também pela informação sobre os Nigerianos, Senegaleses e Ganeses. Decerto haverá descendentes deles no Lobito. Conhece algum?
@@albertooliveirapinto5092 boa ideia! À falta de fotos e filmes, porque não desenhos ilustrativos?
@@Jose_Frade Já tive uma pessoa que ia fazer esses desenhos ilustrativos, mas ela desapareceu. Conhece alguém disposto a isso?
@@albertooliveirapinto5092 se o Neco Mangericão, de Moçâmedes, estiver de boa saúde…
@@Jose_Frade Não o conheço, mas se quiser pode apresentar-nos.
Muito bom. Até manhã professor-
Obrigado e boa noite.
Porquê vieram pescadores da Costa do Marfim para Moçamedes?
A estação da restinga vai sofrer uma requalificação e o comboio voltará a chegar até a restinga. Bem haja
O conceito de globalização, antes de se referir aos movimentos de trocas comerciais e outras, deriva da mobilidade de povos, seja pelas costas mediterrânicas, seja atravessando continentes, seja por travessias oceânicas. Esses movimentos aconteceram durante várias épocas, quer entre a Ásia e a Europa, quer através do vasto continente africano, gerando novos focos de desenvolvimento humano. Também aqui, à escala de Angola, a construção do CFB se insere nesse tipo de processo histórico, exemplificando-o com toda a propriedade. Pergunto a quem saiba se existem indícios sugestivos de vestígios de descendência deixada por esses trabalhadores estrangeiros que construíam a linha férrea que metaforicamente viria a ser como que uma “coluna vertebral” desta nossa grande nação.
Engraçado que, já depois de gravar este vídeo, pensei exactamente no mesmo.