acompanhe a leitura : 💖 Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo- nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos. Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos. No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
pra quem não entendeu é conto bastante simples... uma menina no ponto esperando um bonde vê um cachorro passar com sua dona e tanto ela quanto ele percebe que ela nasceu pra ser a dona dele e ele nasceu pra ser o cachorro dela.
essa foi a sua perspectiva, penso q cada um pode ver na sua propria e relativa optica, eu entendi q era uma menina ruiva e cachorro ruivo e eles ja foram almas gémeas em talvez outra vida, ja foram apaixonados um pelo outro
Lindooo...... exatamente,perfeito. ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤ Ele dela e ela para seu cachorro. Amor B Bem amor. Mais amor Saudações bravoooooo amei Simplesmente amei
Aqui e para quem sabe. E para poucos que entende. Vamos viver e e fazer vale apena. Cada momento obg.❤
Sempre maravilhosa!
não entende esse começo não quer dizer endende foi nadaaaaaaaaaaaaaa
kakksksksksks
Aqui Clarisse nosso mundo mágico
Universal. ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
Que maravilha!!
“Mas ele foi mais forte que ela, nem uma só vez olhou para trás”
acompanhe a leitura : 💖
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era
ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada
nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando
inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e
paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se
apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-
nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de
bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que
importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de
mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas
horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a
com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A
possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando
uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável,
doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento.
Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante
dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava
a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem
latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um
grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou
por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram
rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam.
Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a
criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães
maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua
ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um
instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela
fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da
menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos,
numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos
pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a
outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
Solidão!!!
....nao entedir nada...aish as atividades sao difícil em
❤❤❤❤❤❤❤❤bilhões de vezes saudações... mais AMOR por favor.
e com essa narradora!
pra quem não entendeu é conto bastante simples... uma menina no ponto esperando um bonde vê um cachorro passar com sua dona e tanto ela quanto ele percebe que ela nasceu pra ser a dona dele e ele nasceu pra ser o cachorro dela.
essa foi a sua perspectiva, penso q cada um pode ver na sua propria e relativa optica, eu entendi q era uma menina ruiva e cachorro ruivo e eles ja foram almas gémeas em talvez outra vida, ja foram apaixonados um pelo outro
Lindooo...... exatamente,perfeito.
❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
Ele dela e ela para seu cachorro.
Amor B Bem amor. Mais amor
Saudações bravoooooo amei
Simplesmente amei
humm
BASSET RUIVO ...