Vida - Um Breve Intervalo
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- Опубліковано 9 лют 2025
- Um intervalo é um lapso de tempo ou espaço que medeia dois momentos ou lugares. Um espaço que separa dois pontos. Seria a vida um intervalo? Mas o que, realmente, habita este intervalo? A alma? A consciência?
Todas as respostas para essas perguntas NÃO estão neste vídeo, mas se você quiser se juntar às minhas indagações, fique à vontade.
Espero que tenham gostado do vídeo,
Abraço,
Pepe.
Essas perguntas norteiam a humanidade a séculos, e existe a grande probabilidade da resposta ser diferente de tudo que possamos imaginar. É aí que entra a crença religiosa.
Desde o início do vídeo eu tento empurrar o espectador para a reflexão. São perguntas, sim, que norteiam a humanidade há milênios.
A crença religiosa entra em cena como uma via, historicamente forte, para a tentativa de resposta a essas perguntas. Intrigante é que cada diferente religião possui respostas peculiares para estas perguntas.
Mas, penso eu, que a crença religiosa não é a única via de responder a estas perguntas. Há tempos que tais perguntas são feitas e há tempos que a humanidade alcança diferentes respostas. Quem sabe, penso eu, isso seja um indício da relevância dessas perguntas; um indício se sua complexidade ou até mesmo de sua insolubilidade. Mas creio que, mesmo ante de tais "obstáculos" e indícios, se faz importante colocar-se diante de tais perguntas. Isto, pelo movimento do pensar.
Há quem diga que só realmente deixamos de existir quando somos esquecidos, pois vivemos nas memórias das pessoas que cativamos.
Gosto de pensar que não devemos temer a morte por dois motivos:
1 - Caso não exista o pós-vida, nós simplesmente pararemos de estar presentes no mundo, sendo assim não temos sensações pós nossas mortes.
2 - Caso exista o pós-vida, nós estaremos indo para um plano superior, almejado por muitos e tido como a resolução máxima dos feitos de nossas vidas.
Desta forma, nenhum dos dois casos apresenta qualquer revés para aquele que perdeu a vida (a menos que ele tenha sido mau e vá para um pós-vida infernal hahah)
Ótimas reflexões e vídeo!
Como memória podemos existir até que lembrem-se de nós. Mas por interagirmos com as outras pessoas já não deixamos uma certa influência nossa nelas? E, por conseguinte, já não deixamos um legado para o mundo? Digo, a partir do momento em que estamos na barriga da mãe já influenciamos, mesmo que indiretamente, a vida de nossos pais e de todos os que esperam e tem ciência de nossa vinda. Essa influência pode não ser da mesma maneira como uma experiência em que a gente atua conscientemente, mas já não influenciamos todo o desenrolar de aconteceres que ocorrerão no mundo? Quem sabe a ideia ou memória do Pepe fique no mundo até que a última pessoa que me conheceu (e se lembra de mim) morra, mas minhas influências - mesmo que tenham sido somente num âmbito microssocial (família e amigos, por exemplo) - já perdurarão no mundo. Tente pensar no efeito borboleta para compreender melhor isso.
Sobre o temer a morte: é um medo muito comum, né?! Quero dizer, muita gente teme a morte. A grande real é que, para mim, morte/vida são questões que aparecem para todos. Todo mundo que passa dos 10 anos de idade reflete sobre o assunto (outros, até, menos). Para mim foi com uns 7 ou 8 anos. Me lembro até hoje da primeira reflexão sobre a vida/morte.
Eu trocaria a sua palavrinha ali em cima. O "não devemos temer a morte" por "temos dois motivos para não temer a morte". "Dever" dá a impressão de que é preciso ser feito. Tá no imperativo. Mas sei que o emprego do teu termo não foi nesse sentido.
Esses motivos são apontados por Sócrates no diálogo Fédon (se não me falha a memória). É uma das obras que pretendo reler e trazer pro canal. São ótimos motivos, na verdade, para não se temer a morte. Mas, ainda assim, sempre será a primeira vez de todo mundo. Como a primeira vez que você anda de montanha russa, ou faz uma entrevista de emprego, ou pula de para-quedas, ou viaja de avião. Só que em uma proporção cujo destino desconhecemos como será tal experiência (e se haverá alguma, na verdade). Uma primeira vez com um frio na barriga em proporções colossais - isso quando sabemos que vamos morrer pois, às vezes, a morte vem e nem percebemos, como num acidente de carro.
Há outras linhas de pensamento que podemos recorrer para não temer a morte, ou reduzir seu medo ante ela. Mas esses dois que tu citou já são ótimos!
Tua reflexão é bem bacana, cara. Muito legal.
@@paradoxa7505 Sim, com certeza, tudo pode ser alterado por uma simples ação nossa, a ideia do efeito borboleta é muito interessante. A nossa influencia perdura indefinidamente, agora, sermos ativamente lembrados já se torna algo com um prazo de validade que, dependendo de nossas ações e consequências delas (legado) podem durar meros anos ou até mesmo milênios.
@@paradoxa7505 Muito bem colocada a questão do "Dever", realmente não foi a minha intenção ao usar ali.
E sua conclusão me fez lembrar daquela máxima comum das pessoas em seu leito de morte ou fim da vida, de que "nos arrependemos muito mais daquilo que não fizemos do que o que fizemos". Sinto que o medo da morte está muito atrelado a essa ideia, de temermos não poder mais fazer as coisas que poderíamos ter feito, não ter experienciado tudo que a vida nos tinha a oferecer.
Obrigado pela resposta e novas reflexões!
Quem fala sobre a imprevisibilidade e "incessabilidade" da ação é Hannah Arendt em seu livro "A Condição Humana". Vale muuuuito a pena ler. Ela faz uma análise do ser do humano e da modificação da sociedade de maneira impecável. A meu ver, é leitura indispensável para qualquer um que queira se inteirar um pouco mais sobre o assunto Política, de maneira filosófica. Em tempo, ela trata sobre o que é "poder" em âmbito político que, a meu ver, é de tirar o chapéu.
Pensarmos em um "prazo de validade" para nós não te parece uma ambição humana que beira o divino? Digo, somo humanos, findáveis, mortais. por que aspirar à eternidade, ao divino? Indo além: por que querer ser eterno? Sei que em nenhum momento tu fala nisso, sou eu quem está levantando esta lebre. Mas acho é relacionado à beleza do viver, o esquecimento. O oblívio é, também, uma dádiva, um alívio.