Como era ser jornalista na ditadura | Pedro+Cora
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- Опубліковано 27 бер 2024
- Em Pedro+Cora de hoje (28), Pedro Doria e Cora Rónai conversam sobre os 60 anos do golpe, que estabeleceu uma ditadura militar no Brasil. Cora conta como era ser jornalista em um período definido pela censura e perseguição e desafia aqueles que insistem a chamar a ditadura militar de "bons tempos". Vem!
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PEDRO+CORA
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#golpe | #ditaduramilitar | #jornalismo | #PedroeCora | #Meio
Eu tinha 10 anos! Meu pai era um conservador democrata. Disse para mim que íamos viver momentos difíceis. Não poderíamos falar o que gostaríamos. Com 14 eu percebi o que ele tinha me explicado. Toda segunda feira ia parar na Delegacia por conta do que havia escrito no jornal da nossa cidadezinha. Anos depois, por curiosidade, fui ver no antigo Dops minha ficha. Eu tinha até codinome: Mustafá pela minha descendência libanesa. Mas passei por outros apertos quando fui para São Paulo.
Em 1964, eu tinha 6 anos de idade e, na manhã do dia 1⁰. de abril daquele ano, meu pai e dezenas de outros sindicalistas de Santos (SP) foram presos. Os sindicatos foram invadidos e tiveram salas destruídas. As diretorias foram destituídas. Houve intervenção. Eu estudava na escola que funcionava dentro do Sindicato dos Operários Portuários. No final de abril, trouxeram o navio Raul Soares, para servir de presídio político no Porto de Santos. Escrevi o livro Raul Soares, Um Navio Tatuado em Nós, onde relato esses fatos junto com meu pai. Ele ficou 2 meses preso nessa embarcação. Fui visitá-lo com minha mãe e irmãs. Desde 1⁰. de abril de 1964, a ditadura foi um horror para a cidade de Santos, que passou a comandada naquele ano pelo capitão dos portos, Júlio de Sá Bierrenbach. Então, posso afirmar categoricamente que a ditadura não era "pianinho" no início. Ao menos em Santos (SP) não foi, porque aqui havia um sindicalismo forte e de vanguarda. Precisaram destruí-lo. A história da ditadura não pode ser contada somente a partir de 1968. Ela começou de fato em 1⁰. de abril de 1964.
E houve tortura na prisão de seu pai e demais sindicalistas no ano de 1964 ? Porque se não chegou a existir prática de tortura nessas prisões , os militares não tinham ainda iniciado um festival das mais terríveis brutalidades e a situação estava ' pianinho ' , nesse início , como Cora Rónai colocou
@@anahelenadonascimento9231 Como o espaço é curto, serei direta. Houve tortura no Palácio da Polícia (DOPS_SANTOS) e no navio Raul Soares, unidades consideradas locais de tortura pela Comissão Nacional da Verdade, pela Municipal (de Santos) e pela Comissão de Ex-Presos Políticos do Estado de São Paulo, que elaborou parecer sobre tortura, por intermédio do presidente do Cremesp e advogado Henrique Carlos Gonçalves, em 2004. Há bibliografia a respeito. Eu mesma escrevi reportagens, livro e publicarei um novo este ano. Em Pernambuco, por exemplo, é notório o caso de Gregório Bezerra, torturado no meio da rua. Ela, no entanto, não fala sobre o apoio da imprensa ao golpe nessa época. Faz parte dos que afirmam que a ditadura só começou em 1968. Há muito o que se estudar sobre a História do Brasil a partir de 1964.
Nasci em 62, morei no interior de Minas até meus 17 anos, portanto passei “sem sentir” na pele os efeitos da ditadura. Apenas na fase adulta e com a Abertura, tendo acesso às informações. pude conectar tudo aquilo que vivi. As benesses e os poderes dos militares e como esse poder era transferido para seus parentes, amigos e aliados. É aquele tio que por ter um carteirinha da Escola Superior de Guerra, enquadrava os “guardinhas” na rua e nas blitz nas estradas. Ter um parente ou amigo militar era ter a “chave da cadeia”. Um filho de militar tinha muito mais poderes do que muita autoridade da época, E quantos ostentavam títulos militares como capitão, coronel… sem nunca terem sido militares.,Foi uma épica negra na nossa história.
Temos que falar sim! Tenho a mesma idade de Cora. Negro, pobre, vivendo no Estácio...não sabíamos de nada no primeiro momento.
Nossa que legal descobri que fui vizinha da Cora! Morei na rua Décio Vilares, bairro do Peixoto até 1971. Quem sabe a gente não se cruzava na praça andando de bicicleta?
Cora! Toda administração e carinho!
Cora, muito obrigada, e sinto muito por vc e tantos outros que viveram tudo isso.
Qto ao seu pai, toda vez que vou a Budapeste me lembro dele, e da tradução de Paul utcai fiúk.
Qdo conheci meu marido (que é Húngaro) ele ficou encantado ao saber que eu havia lido esse livro em Português, e se encantou pela história do seu pai ❤
Adoro escutar duas pessoas cultas e inspiradoras muito obrigado da Belgica.
Ter vivido na época da ditadura deve ter sido horrível, me lembro uma vez que policiais entraram dentro da minha casa sem permissão. Acredito eu que por moro numa periferia. eles se sentem o próprio poder, N foi uma experiência nda agradável estar dentro de sua própria casa lavando louça escutando legião urbana de boa😅, se vira e olha pra trás do nd ter dois policiais dentro da sua casa. Essa sensação de se sentir invadida. Lembro de falar para os policiais pq vcs entregaram na minha casa segundo eles estavam procurando um "sujeito "nas palavras dele. sujeito esse que teria fugido. Enfim nunca esqueço desse dia. Com certeza se fosse num bairro de classe média, eles não teriam essa sensação de poder. Poder e superioridade que quase todos os militares tem. e no qual sentem tanta falta.
Autoritarismo e violência não são exclusividade de ditaduras. Basta que o agressor se sinta do apoiado pelo poder vigente. Tristemente, saímos da ditadura mas boa parte da população ainda anseia pela violência e autoritarismo e elegem políticos assim. Saímos da ditadura mas ela não saiu de nós.
Cora Rónai começou a trabalhar como jornalista em 1970 , quando tinha apenas 17 anos ( não entendi como era possível por conta da pouca idade ) e , cobrindo a área de Educação e Cultura em Brasília pelos jornal Folha de São Paulo e Jornal do Brasil , vivenciou situações bizarras por conta da brutalidade e extrema arrogância dos militares durante a Ditadura -- seu pai que era um tradutor , Paulo Rónai , teve todos os livros de literatura russa da sua biblioteca , apreendidos pelos militares ; um festival de cinema promovido pela embaixada russa foi proibido ; um general , que ocupava o cargo de Ministro da Educação , se irritou com ela , numa situação de entrevista , por conta de perguntas sobre possíveis hábitos de leitura . Ele simplesmente arrancou o gravador de suas mãos e jogou o aparelho em seu rosto . Ela , então , se retirou em silêncio e foi chorar na sala de imprensa . Pedro Dória lembra que , quando já não havia mais as guerrilhas urbanas e rurais , os militares resolveram perseguir , torturar e matar estudantes . No entanto , eu tenho uma revelação bombástica sobre os militares ATUAIS do Brasil : nenhum deles tem pacto com Magos Negros , com as terríveis forças do Mal dos abismos das Trevas da região espiritual do Brasil . Quem diria ? Quanto à isso , eles estão limpos
Amei o colar da Cora! Gostei muito
Obrigado pela entrevista
Meus pais são imigrantes japoneses, que vieram como missionários em 1965. EM casa era proibido falar de política. Parafraseando Cora, havia um miasma de deportação.
Adorei , vou assistir de novo
O Brasil tem medo dos seus militares!
Por ter nascido no início da década de 60 em Fortaleza, não senti o que muitos adultos sentiram em 1964, mas anos depois morando no Rio comecei a perceber que a situação era diferente , as pessoas evitavam falar em política abertamente , em casa minha irmã mais velha tinha receio de acontecer no Brasil o que as pessoas favoráveis ao governo militar falavam para ela em conversas reservadas do perigo dos comunistas tomarem o poder e fazer tal como na União Soviética de obrigar as pessoas que nunca haviam vistos umas à outras antes a morarem juntas na mesma casa ou apartamento por ordem do governo comunista , também percebi que o Brasil estava muito atrasado em matéria de tecnologia, ou seja as novidades tecnológicas demoravam anos para aqui chegar, a televisão à cores foi uma delas , demorou muito para a maioria dos brasileiros terem acesso à ela diariamente.
Eu era uma pessoa comum, totalmente apolitica, nao me interessava politica, mas, havia sim um peso no ar, um medo constante, um medo de dizer algo sem querer. Sim o guarda ara ecochante. Pegava-se dinheiro por nada do cidadão. Uma inseguranca permanente. As pessoas fantasiam a ditadura. Tive de novo esta mesma sensação em cuba! Nunca imaginaria. Ser parada cada vez que entrava num hotal para mostrar passapore, fez voltar aquele medo da ditadura militar. E eu era um ninguém, engenheira, pessoa chinfrin e apolitica, classe média.
Obrigado
Dona Cora, a senhora faz parte do patrimônio cultural brasileiro, e tem toda razão quando fala que a ditadura contamina até o guarda de transito, vemos como aumentou a letalidade e crueldade policial nos tristes anos que o Bolsonaro estava no "comando" da distribuição do butim. Agradeço pela sua contribuição para cultura dos leitores do Meio. "Obrigado, mil vezes obrigado" ( tradução chula de um trecho de uma musica cantada por Edith Piaf)
Não precisa todo esse esforço. O amor venceu e calou a "imprensa Brasileira". A internet, ocupou à auduência da televisão e nos conta como é a vida cheia e plena da liberdade de expressão na "Democrata Venezuela e Cuba" Exemplos para ser aplicado aqui em terras Brasileiras. Os jornazistas, vão se alegrar só receber e ficar quietos. Alguns vão receber e comprar a editora que trabalha (diário de Santo André). rsrsrs
Cora Ronai: “ OS EXTREMOS SÃO SEMPRE IGUAIS. AS DITADURAS SÃO SEMPRE DITADURAS”
Grande entrevista.
Só quero saber uma cousa: o que os jovens estão aprendendo nas escolas e faculdades sobre o assunto? Estão sendo informados sob qual prisma? Moderado e democrático ou por um dos extremos perversos?
A descrição da Cora sobre aqueles anos em Brasília é fidedigna... Quem viveu aqui em Brasília naquele período sabe que é...
FaZEM 60 anos ?!?!
Pois é...O Pedro deu uma escorregada feia.
Eu notei também. Mas posso perdoar, mas só porque ele usa o saudoso cujo de vez em quando.
A ditadura prendeu, torturou, matou. Negar isto é escolher não ver . Fico impressionada pelas informações circulada nos grupos bolsonaristas. Traça uma realidade paralela, descolada do real, que le a história e a atualidade de forma tão distorcida que impressiona. Estai convictos e proferem discursos absurdos. Fico pasma e preocupada com o grau desta distorção cognitiva coletiva
hoje esta se prendendo torturando perseguindo por pensamentos censura hoje esta pior que 64, hoje não se respeita o povo e as leis. A atual ditadura é pela corrupção.
Esclareçam para o povo o que era proibido. vcs tem que mostrar, explicar o que esses livros pregavam e dizer onde deu certo.
Caro Pedro, o comentário do JB, acerca da temperatura, foi no dia 14/12/68, dia seguinte da edição do AI-5.
O mais interessante é que, publicou no lado direito do título do jornal que aquele era o Dia do cego, brincando com o fato de o censor não ter visto a crítica no quadro da temperatura.
Era igual os dias de hoje 😂
☔
Pedro+Cora é certamente meu programa favorito do Meio. Parabéns pelo trabalho de vocês. Um abraço.
Vcs tem que dizer quem era o ditador no Brasil!!
Gratidão ao Nordeste!
A cora deve ter sem notar acertado o calo do general, que livros ele leu ? Lembrou a quanto tempo ele não lia nada , que filme vc viu ? Outra coisa que que ele não fazia desde quando deixou a AMAN
Boa
A ditadura não é simplesmente uma lembrança é uma realidade, que vivemos todos os dias, dentro das democracia.
Capaz, tu não sabes o que é ditadura 😢
@@artivagoudel6638 eu sou de uma família de comunista, nós anos 70 tivemos quase que diariamente sempre nas madrugada agentes que iam a nosso casa bater na porta para nós desestabilizar e com familiares presos deste 64.
Até para consegui emprego era complicado, quando falo que a democracia faz a ditadura diária, é só observar.
Meu avô perdeu um pulmão pelas torturas e condições da cadeia.
E a luta contra a ditadura ela e constantemente pois isso está dentro de parte da sociedade.
Glória Deus, mas Clezão morreu! Espantoso
Cara na boa, eu não sou Bolsonarista, muito pelo contrário na vdd, mas me dá uma preguiça de ver essa galera, como a Cora e o Pedro falando que Bolsonaro é "burro", que não sabem se é "mais burro ou covarde" Aff... O cara só se tornou Presidente da República, se o Bolsonaro é burro, vc imagina o que vc é "minha querida" Cora, ou que vc é Pedro kkkkkkk E pior, vcs estão aí até hj morrendo de medo que ele volte a presidência, esses insultos pessoais que vcs vomitam toda vez que falam sobre Bolsonaro ou os militares cheira muito a DESESPERO PURO mesmo.
Mas aclarando, você não é Bolsonarista né???
@@danielmorales-br3uq Eu detesto Bolsonaro e a sua família mafiosa, ou melhor, a sua familícia. E pra ser honesto, a ideologia desses caras é muito burra de fato, o conservadorismo religioso seja brasileiro ou americano é uma das coisas mais burras, preconceituosas, moralistas, retrógradas e reacionárias que existe, mas claramente não é esse tipo de burrice ideológica a qual a cora e o Pedro estão se referindo no vídeo, daí a minha crítica.
Se tivesse sido em Cuba, na China, na Rússia...alguns não estariam aqui p contar história e estórias. Não é Dilma, Lula, Genoíno, Gabeira, Franklin Martins, Zé Dirceu...e outros
Da Apple, só ações na bolsa $$$.
Sugiro o Pedro ir na Jovem Pan e perguntar se tem censura hoje em dia kkkkkkkkk
Achei que você iria terminar o comentário com: "e o Lula, e o PT?" 😂😂😂😂
Por que?
La é mundo paralelo. Fake news não é noticia e deve ser banida sim
"FAZEM" 60 anos. Doeu meus ouvidos 👂 Pedro Doria. Que Português medonho é esse?
Sim, o Pedro erra nisso. Também fala “subZidio”… ninguém é perfeito - nem eu! 😐
@@zecarlosmenezes Jornalista renomado não pode ter esse tipo de erro de português. Isso é elementar.
Exato
Lembro muito dest3s tempos, ser acordado a noite com medo de policiais até os vizinhos eram dedos duros dos ditadores
Como fica agora essa percepção com Lula rejeitando tratar dos 60 anos de Ditadura e volta da Comissão da Verdade sobre a Ditadura?
Parece acordo do Lula... com militares? Se prezas mesmo LIBERDADE e DEMOCRACIA, ajude a trazer LUZ A ISSO, mesmo que signifique apontar o dedo para Luiz Inácio Lula da Silva.
Em tempo: não sou Lula nem Bolsonaro.
A revolução de 64 foi os militares nas ruas aplaudidos pela população espantando os ratos comunistas.
⛑
Tenho 76 anos e vou te dizer a diferença entre aquela época e a atual: na ditadura o que era censurado era o artigo ou a peça; hoje o autor é que é censurado
Não. Na ditadura o todo era censurado. A peça era “cortada” sem explicações e o autor era “marcado” como comunista, subversivo etc. Era uma aniquilação daquela pessoa. Eu também tinha por volta de 20 anos e meu pai era censor federal. Eu era um alienado político (conveniniente, não?), mas de vez em quando eu via isso acontecer.
@@zecarlosmenezesvia nada! sua imaginaçao e que viajava! os militares eram. rígidos seguidores de ordens burras e absurdas, e como seguidores as cumpriam sem analizar o senso o mérito a ideologia,Porém quem.eram.os canalhas", corruptos traidores ?R: eram.os aproveitadores e oportunistas desde os policiais ( maioria civis!).os puxa saco de poderosos e os articuladores políticos que aproveitavam-se dos " cumpridores de ordens" pra cometer todo tipo de crimes extorsões e corrupções possíveis( deles descendem os mensalao, petrolao, BNDS, Postalis etc.Se fosse MESMO uma ditadura militar , POR QUE TERIAM.ENTREGUE O PODER com eleições e SEM.DERRAMAMENTO DE SANGUE?.Aonde, em que pais se viu tal fato?🤨
Aliás, alienação era a estratégia de sobrevivência, principalmente se você estava ligado aos dois lados - opressor-oprimido
Vivi naquela época e infelizmente vejo isso se repetir hoje no regime lulazista!
64 nos salvou do socialismo.
Pode ter salvado, mas gerou um atraso danado na nossa vida, coisa de un 30 anos perdidos. Inclusive, estamos presos em 64 até hoje.
O mesmo voces estão fazendo agora com seus opositores ... vergonha
Vergonha vc e que deveria ter de nao saber a diferença, vai ler e estudar historia, quem sabe supera sua IGNORANCIA...
@@lucianascimento4318 ignorância tem acento .
P@@lucianascimento4318
@@lucianascimento4318Perca tempo não. Temos que aprender que uma senhora igual a essa faz parte da sociedade. São as mesmas pessoas que no passado crucificaram Cristo e hoje falam e vivem em nome dele. São pessoas que não sabem viver sem serem civizados e sempre vão existir.
@@wellingtonestevao7226 vestiu a carapuça ... minhas palavras te atingiram né ? Kkkkkkk