Psiquiatria - Transtornos alimentares
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- Опубліковано 9 лют 2025
- medkobe.com.br Transtornos Alimentares
Os transtornos alimentares são distúrbios psiquiátricos caracterizados por alterações graves nos hábitos alimentares, podendo envolver restrição alimentar extrema, compulsão alimentar e comportamentos compensatórios inadequados. Esses transtornos têm causas multifatoriais, incluindo fatores genéticos, psicológicos e socioculturais.
Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por restrição severa da ingestão alimentar, medo intenso de ganhar peso e distorção da imagem corporal. É mais comum em mulheres adolescentes e adultas jovens, embora possa afetar pessoas de qualquer idade e gênero.
Critérios Diagnósticos
1. Restrição da ingestão calórica que leva a um peso corporal significativamente baixo para a idade e altura do indivíduo.
2. Medo intenso de ganhar peso ou comportamento persistente que impede o ganho de peso.
3. Distorção da imagem corporal, com percepção alterada do próprio peso e forma física, muitas vezes acompanhada de negação da gravidade da magreza.
Subtipos
• Restritivo: O paciente mantém o peso extremamente baixo por meio da restrição alimentar severa e exercícios físicos excessivos, sem apresentar episódios de compulsão alimentar ou purgação.
• Compulsão alimentar/purgativo: O paciente alterna períodos de restrição alimentar com episódios de compulsão alimentar seguidos de vômito autoinduzido, uso de laxantes, diuréticos ou enemas.
Sintomas Clínicos
• Perda de peso extrema e rápida.
• Diminuição da massa muscular e desnutrição.
• Amenorreia (ausência de menstruação).
• Bradicardia, hipotensão e intolerância ao frio.
• Pele seca, cabelos quebradiços e lanugo (crescimento excessivo de pelos finos).
• Fraqueza, tontura e fadiga intensa.
• Alterações gastrointestinais, como constipação.
• Osteoporose devido à deficiência nutricional crônica.
Complicações
A anorexia nervosa pode levar a insuficiência cardíaca, alterações eletrolíticas graves e risco elevado de morte por complicações metabólicas ou suicídio.
Tratamento
• Reabilitação nutricional com aumento gradual da ingestão calórica.
• Psicoterapia cognitivo-comportamental, visando a reestruturação da percepção corporal e dos padrões alimentares.
• Uso de antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como Fluoxetina, para tratar sintomas depressivos e ansiosos.
• Internação hospitalar em casos graves, especialmente quando há risco de complicações metabólicas ou comportamentos suicidas.
Bulimia Nervosa
A bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de comportamentos compensatórios inadequados para evitar o ganho de peso. Diferente da anorexia, os pacientes com bulimia geralmente têm peso normal ou sobrepeso.
Critérios Diagnósticos
1. Episódios recorrentes de compulsão alimentar, definidos pelo consumo de uma quantidade excessiva de alimento em um curto período de tempo, acompanhado de sensação de perda de controle.
2. Comportamentos compensatórios inadequados, como vômito autoinduzido, uso de laxantes, diuréticos, jejum ou exercícios físicos excessivos.
3. Os episódios de compulsão e os comportamentos compensatórios ocorrem pelo menos uma vez por semana durante três meses.
4. Preocupação excessiva com o peso e a forma corporal.
Sintomas Clínicos
• Peso geralmente dentro da faixa normal ou discretamente aumentado.
• Episódios de compulsão alimentar, seguidos de sentimentos de culpa e vergonha.
• Vômitos frequentes, podendo causar erosão dentária e inflamação esofágica.
• Sinal de Russell: Calosidades nos dedos causadas pelo atrito ao induzir o vômito.
• Distensão abdominal e desconforto gastrointestinal.
• Amenorreia ou irregularidades menstruais.
Complicações medkobe.com.br
• Desequilíbrios eletrolíticos severos, podendo levar a arritmias cardíacas fatais.
• Esofagite e úlceras gástricas devido aos episódios repetidos de vômito.
• Depressão e risco aumentado de suicídio.
Tratamento
• Psicoterapia cognitivo-comportamental para controle da compulsão alimentar e das distorções cognitivas.
• Antidepressivos ISRS (Fluoxetina, Sertralina), que reduzem os episódios de compulsão e purgação.
• Monitoramento de complicações metabólicas e cardíacas.
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica
O transtorno da compulsão alimentar periódica é caracterizado por episódios frequentes de compulsão alimentar, sem a presença de comportamentos compensatórios como vômitos ou uso de laxantes.
Critérios Diagnósticos
1. Episódios recorrentes de compulsão alimentar, caracterizados pelo consumo de grandes quantidades de alimentos em um curto período de tempo, com sensação de perda de controle.
2. Comer mais rapidamente do que o normal.
3. Comer até sentir desconforto extremo.
4. Sentir vergonha, culpa ou angústia após os episódios de compulsão.
5. Os episódios ocorrem pelo menos uma vez por semana durante três meses.
Sintomas Clínicos
• Ganho de peso progressivo, podendo levar à obesidade.
• Presença de sentimentos de culpa e vergonha após a compulsão.
• Ansiedade e sintomas depressivos associados.
Complicações
• Obesidade e doenças metabólicas associadas, como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.
• Comprometimento da autoestima e isolamento social.
Tratamento
• Psicoterapia cognitivo-comportamental para controle dos episódios compulsivos.
• Uso de antidepressivos ISRS (Fluoxetina, Sertralina) para redução da compulsão alimentar.
• Topiramato e Lisdexanfetamina, que podem ajudar a reduzir os episódios de compulsão alimentar.
Outros Transtornos Alimentares
Ortorexia Nervosa
A ortorexia é a obsessão patológica por alimentação saudável e “limpa”, levando à restrição severa de grupos alimentares. Isso pode resultar em deficiências nutricionais e comprometimento social.
Vigorexia
A vigorexia é caracterizada por uma preocupação excessiva com a definição muscular e a aparência física, levando a treinos excessivos e uso abusivo de suplementos e anabolizantes.
Conclusão
Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas graves que podem levar a complicações metabólicas, cardiovasculares e psiquiátricas. O tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas e psicólogos, com ênfase na psicoterapia e no acompanhamento nutricional.