Achei interessante sua observação de que Melancolia é o filme mais fílmico de Lars von Trier e menos literário que os outros. De fato, como filme, acho que Melancolia é a melhor expressão do que é a depressão. Ao fim e ao cabo, a depressão é a experiência vivida e vívida da morte em vida, sendo o paradoxo não apenas intencional como necessário para o entendimento. Justine, como a personagem de Sade está alienada de tudo o que a cerca. A Justine de Sade é virtuosa em meio a um mundo de corrupção que a devora. A Justine de Trier é alienada de todos que a cercam por ela entender/sentir que o fim do (seu) mundo está próximo, seja este fim metaforicamente colocado para os espectadores no filme como a vinda do planeta Melancolia, seja intuitivamente para a personagem Justine como o fim do mundo, ou psiquicamente como a depressão mais profunda que possa existir (a ponto de em certo momento Justine não ter ânimo sequer para tomar banho). A depressão dela começa exatamente no momento em que ela avista Melancolia no céu. Até aquele momento ela não sabe o que é aquele planeta, e quando é informada de seu nome é aí que seu estado de espírito muda de animada com a perspectiva de vida conjugal para alienada de seu recém marido. O carro que leva os noivos encalha porque a depressão encalha a vida, o carro é um signo de movimento, direção, desejo claro e força de vida. Fazer sexo com o estagiário é também uma expressão de entropia do espírito: ela sabe que o estagiário foi enviado pelo patrão para obter dela uma ideia genial para propaganda. Ela despreza o estagiário, assim como despreza o patrão. Justine dá um fora acachapante no patrão que não respeitou sequer o momento especial do casamento, ele só pensa em lucro, ele é morto por dentro, e Justine deixa bem claro todo o desprezo que sente por ele, pois depressão também causa o desapego material e possibilita um senso crítico agudo (como o senso de que as forças do capital eliminam a aura de sagrado e tentam capitalizar até mesmo os rituais mais tradicionais de comunidade). Para Justine a carreira dela já estava morta antes mesmo de responder ao patrão, pois para ela não há razão nem ânimo para continuar trabalhando. Na festa de casamento e ao longo do filme, Justine dá sinais de que a depressão (a morte em vida) aniquila todas as esperanças e possibilidades de relações afetuosas, pois onde não há esperança não há sequer razão para levantar da cama, a depressão é a morte do desejo de vida. A mãe de Justine se apresenta como uma niilista, a estraga-festa. Para mim a mãe é a expressão do que Justine projeta para si: o que seria sua vida matrimonial caso permanecesse casada. Outra coisa interessante é que na 1a. parte do filme, a festa de casamento, quase todos os personagens, especialmente o cunhado que paga a festa, esperam/demandam de Justine que ela sinta-se feliz. Como se o casamento em si mesmo fosse um veículo de alegria. A depressão também dá ao depressivo a perspectiva de que não há garantias de nada, a pessoa pode ter todos os motivos do mundo para estar feliz e ainda assim estar infeliz e sentir nos outros a exigência de expressar alegria e gratidão. O único momento em que Justine se mostra afetuosa e compreensiva com as necessidades dos outros é com o sobrinho: e ela faz isso logo depois de ridicularizar a irmã que propôs uma pequena cerimônia de comunhão antes do fim. Justine é indulgente com o sobrinho, e não com a irmã, pois o que resta diante da consciência do fim do mundo/da morte/do aniquilamento da espécie? Resguardar um pouco de esperança sendo indulgente com os mais frágeis. À beira do abismo, proteger a inocência de uma criança e lhe manter a esperança é o que restaria a Justine/humanidade e assim reafirmar a vida através do cuidado por uma criança. Ética e sensibilidade até o fim (ou no fim). A confiança na Ciência que tinha o cunhado de Justine lhe dava apenas respostas práticas, mas nenhum conforto espiritual. O cunhado decidiu pelo suicídio quando percebeu que Melancolia iria colidir com a Terra. Seria a decisão de Justine, em confortar o sobrinho, uma forma de Lars von Trier dizer: o que nos resta, o que nos salva da morte em vida é a Imaginação e a Arte, brincar como criança e fingir ignorar que o fim está próximo? Na minha opinião, Melancolia é um dos filmes mais belos já feitos, e seu final, no meu entender, esperançoso com a capacidade de (re)invenção da humanidade.
Eu vi dançando no escuro e melancolia, senti essa diferença nos dois. Porém pra mim melancolia é um dos melhores, ou o melhor que já vi. Essas pouca leitura do filme, pra mim é simplesmente o que a vida é... A perca do rumo, do sentido... Só vai acontecendo e o fim é a única certeza, pra uns o desespero e pra outros a paz. Enfim, amo suas resenhas, é um ótimo espaço pra troca de conhecimento.
Melancolia é um dos meus filmes preferidos porque me marcou pessoalmente. Pela primeira vez na vida, vi traduzidos na tela através das atitudes da Justine alguns sentimentos que sempre tive e nunca conseguia expressar em relação à minha própria melancolia, depressão e sensação de "estar por fora" em certas situações que deveriam ser felizes. Uma das coisas mais interessantes foi justamente que as personagens que tudo controlam (Claire com seu planejamento minutos a minuto, o marido com a ciência) são os que se desesperam quando algo trágico acontece. Quem vive com a depressão é comumente visto pela sociedade como como o pessimista desesperado, mas eu acho que é quem vê a realidade com mais clareza. Eu interpreto a capacidade de Justine adivinhar o número exato na brincadeira dos feijões como simbólica da capacidade que ela tem de estar mais perto da verdade sem ilusão, sem negação. Mas ouvindo tua análise, eu concordo que Dogville, Dançando no escuro e Anticristo têm mais riqueza numa perspectiva coletiva, política, da condição feminina, da exploração dos trabalhadores e outros temas de sofrimento compartilhado. Por mais que as estatísticas de depressão no mundo sejam altíssimas, a experiência da depressão em si não é compartilhada.
Não sou tão conhecedor, assisto aos filmes dele com os olhos e a mente. Melancolia me trouxe uma reflexão profunda sobre a quase vida que quase vivemos nesse quase mundo. Todos foram ótimos nos seus momentos e com suas reflexões.
Penso que por tudo isso mesmo ganhamos a liberdade e o direito de colocar luz , a nossa luz, aluz de cada um de nós, nas dobras e desdobramentos da coisa contada. Não sei bem porque, mas é de longe o melhor filme que já assisti. Abraço fraterno
Como já estou no lucro dessa existência, assistindo Melancolia, senti na alma a dor e a angústia de saber que algo medonho está se aproximamdo . Assim como Justine . Amei o filme.
Te fazer uma recomendação de um filme, meu filme favorito! "Asas do desejo" seria uma honra que você assistisse e fizesse uma resenha sobre, é um filme MT filosófico e tem MTS assuntos para puxar. valeu!!
3 роки тому+4
Oi, Edouard! Tudo bem? Já fiz uma resenha sobre "Asas do desejo". Está na playlist "Resenhas de filmes com Vassoler". Abraço!
Eu adorei esse filme, foram 3 filmes…mas adorei o alemão. Cidade dos Anjos foi a versão mais frágil e que trouxe uma poesia sem a mágica adequada à original.
Esse foi o primeiro filme de Lars Von Trier que eu assisti e gostei muito, é o melhor filme que retrata a depressão e adorei o final do filme, mas Dançando no Escuro ainda é o meu favorito do diretor
3 роки тому+2
Oi, Clara! Temos impressões distintas sobre "Melancolia", mas concordamos a respeito de "Dançando no escuro". Um abraço!
Melancholia é depressão pura !!! Eu ja me vi nesse personagem da Kirsten Dunst muitas vezes. Realmente o filme trata muito bem do assunto no ponto de vista de um mundo literalmente para acabar e o mundo ja acabado da Justine. Ja vi varias vezes esse filme e sempre me serve para refletir o quão é triste e profundo uma pessoa com depresão.
Pessoalmente, acho Melancolia um dos mehores filmes do Lars. Com todo respeito a opinião do Vassoler, acho exatamente o contrário... é justamente por ser um filme menos discursivo e mais imagético, mais plástico, que o diretor atinge seu auge na arte de esconder a arte (ars celare artem). A trilha sonora de Tristão e Isolda e a expressão imagética da melancolia distribuída em diversos símbolos imprimem no espectador a experiência estética desse sentimento, e não seu conceito bem delimitado, formal, preocupado com a verossimilhança lógica... enfim, de toda forma, é sempre um deleite ouvir o Vassoler falar!
Outro que segue uma linha interessante de direção, similar a alguns aspectos do Lars Von Trier ( por conta do movimento Dogma 95 que tentou resgatar as idéia de François Truffaut ), é o também dinamarquês Thomas Vinterberg. Melancolia ainda não assisti - mas fiquei curiosa pós sua resenha, mesmo não sendo tão animadora em virtude das outras referentes obras do L.V.T.
2 роки тому
Ótimo diretor. Já resenhei "A caça", do Vinterberg, por aqui. Abraço!
Discosdo da sua interpretação- o filme é melancolia “boa”, no sentido q destrói um mundo vazio de valores e que Justine representa e despreza, desejando a destruição desse mundo. Leia “Agonia do Eros” de Byung-Chul Han - 1º capítulo “melancolia” e ele analisa justamente o filme - ele desvelou os meus sentimentos de quando vi o filme e q foi estética pura…
Flávio, qual sua interpretação sobre aquela ponte? Que primeiro o cavalo não quer passar e no final, o carrinho de golf quebra? Adoro seus vídeos, parabéns pelo trabalho
Acabei de ver o filme acho q a primeira cena ela justine deitada no Chão uma cena quase q de dezenho era ela mergulhando na fantasia de seus pensamentos...observei q tda vez q ela olhava p céu ela mudava seu humoe o ceu entao seria como ele enxerga o mundo detalhe de forma mistica e intuitiva e musteriosa logo o tal apocalipse seria um jeito q ela vê o mundo q tds irão ter o encontro com a tristeza profundo dai entra em cena seu cunhado um riquíssimo e credulo na ciência....em algum momento justine descobre sobre a o colisão sei cunhado lhe pede segredo nesse momento subjetivo p cada um q ve o filme eu notei q ele falava de uma doenca q achava q a ciências pudera curar porem de alguma forma justine saberia q ñ entao sua irma descobre no computador a verdade e entra rm pânico ela fala c marido ele tenta acalma la dizenfo q a ciência ajudaria porem qd teve alguma confirmacao de q ñ seria curado entrou em desespero e se matou😢 foi dai q a irma entrou em melancolia tb justine ao ver q isso aconteceria teve uma melhora pois sabia q teria q apoiar a irma pois na mente de justine o mundo todo iria colidir com a melancolia cedo ou tarde
Excelente análise porem , desculpe amigo mais concordo parcialmente , o personagem john (marido) se matou por não suportar a pressão, de ver a familia morrer e ter que encarar a esposa com a verdade, ele tomou todos os comprimidos da esposa para isso , ja a justine fez sexo com o aprendiz de secretario na festa não foi a toa , foi porque ja que tudo esta perdido vou quebrar o galho desse moço que era humilhado pelo chefe assim como ela , tipo aqueles que desejam nunca terão , e os que não desejam tem de sobra, tipo coisas dessa vida humana que jamais entenderemos,..... se ela tivesse cedido ao marido na noite ele jamais sairia do pé déla.. deixo claro que é apenas meu ponto de vista
Eu não tinha visto que você já tinha feito a resenha do Melancolia. E eu tive a mesma interpretação: é um filme completamente plástico. Inclusive, eu cliquei no teu vídeo pq eu só lembrava que esse filme era bonito, mas o roteiro em si, não lembrava de nada.
Oi prof Flávio, sou a Roberta Amorelli! Não sei por que está aparecendo o nome Deidara! rs Para mim, este filme é sensacional justamente porque deixa em aberto determinadas questões. Por exemplo, a cena do cavalo, que pode nos remeter a muitas possibilidades associativas. A força desta imagem, a do cavalo morto, se deve, em parte, por sua aparição, um pouco destoante do encadeamento das cenas. A morte é esse ponto (final) que parece destoar... Não há muito a ser dito sobre o inexorável fim, anunciado desde o início do filme e, desde o nascimento de qualquer ser vivo Melancolia é um filme cuja experiência estética nos conduz à problemática da condição humana: a sua vulnerabilidade. No início do filme, a personagem Justine parece imersa num delírio angustiante. Mas, conforme o planeta melancolia se aproxima da Terra, evidenciando a inevitável colisão, entre os planetas, vai se desenhando, em justine, um semblante plácido, como quem deseja o fim, como se estivesse fascinada pelo desvelamento de uma verdade, da qual foi a mensageira, desde o início do filme: a morte, o fim ou mesmo a destruição de tudo o que há
3 роки тому
Oi, Roberta! Tudo bem? Como disse na resenha, não vejo potência em "Melancolia" no sentido filosófico. Me parece o filme mais fílmico de Lars, mas o menos ambicioso em termos filosóficos. Reveja o filme, Roberta, depois de rever "Dogville" e "Dançando no escuro", e procure pensar nesse cotejo que fiz. Um grande abraço!
O cunhado morreu porque tomou todos os remédios que a mulher comprou e escondeu na gaveta e ele era cientista,mas concordo que melancolia também não foi o meu filme preferido dele,achei os personagens raposeiro o roteiro vazio.
Achei interessante sua observação de que Melancolia é o filme mais fílmico de Lars von Trier e menos literário que os outros. De fato, como filme, acho que Melancolia é a melhor expressão do que é a depressão. Ao fim e ao cabo, a depressão é a experiência vivida e vívida da morte em vida, sendo o paradoxo não apenas intencional como necessário para o entendimento. Justine, como a personagem de Sade está alienada de tudo o que a cerca. A Justine de Sade é virtuosa em meio a um mundo de corrupção que a devora. A Justine de Trier é alienada de todos que a cercam por ela entender/sentir que o fim do (seu) mundo está próximo, seja este fim metaforicamente colocado para os espectadores no filme como a vinda do planeta Melancolia, seja intuitivamente para a personagem Justine como o fim do mundo, ou psiquicamente como a depressão mais profunda que possa existir (a ponto de em certo momento Justine não ter ânimo sequer para tomar banho). A depressão dela começa exatamente no momento em que ela avista Melancolia no céu. Até aquele momento ela não sabe o que é aquele planeta, e quando é informada de seu nome é aí que seu estado de espírito muda de animada com a perspectiva de vida conjugal para alienada de seu recém marido. O carro que leva os noivos encalha porque a depressão encalha a vida, o carro é um signo de movimento, direção, desejo claro e força de vida. Fazer sexo com o estagiário é também uma expressão de entropia do espírito: ela sabe que o estagiário foi enviado pelo patrão para obter dela uma ideia genial para propaganda. Ela despreza o estagiário, assim como despreza o patrão. Justine dá um fora acachapante no patrão que não respeitou sequer o momento especial do casamento, ele só pensa em lucro, ele é morto por dentro, e Justine deixa bem claro todo o desprezo que sente por ele, pois depressão também causa o desapego material e possibilita um senso crítico agudo (como o senso de que as forças do capital eliminam a aura de sagrado e tentam capitalizar até mesmo os rituais mais tradicionais de comunidade). Para Justine a carreira dela já estava morta antes mesmo de responder ao patrão, pois para ela não há razão nem ânimo para continuar trabalhando. Na festa de casamento e ao longo do filme, Justine dá sinais de que a depressão (a morte em vida) aniquila todas as esperanças e possibilidades de relações afetuosas, pois onde não há esperança não há sequer razão para levantar da cama, a depressão é a morte do desejo de vida. A mãe de Justine se apresenta como uma niilista, a estraga-festa. Para mim a mãe é a expressão do que Justine projeta para si: o que seria sua vida matrimonial caso permanecesse casada. Outra coisa interessante é que na 1a. parte do filme, a festa de casamento, quase todos os personagens, especialmente o cunhado que paga a festa, esperam/demandam de Justine que ela sinta-se feliz. Como se o casamento em si mesmo fosse um veículo de alegria. A depressão também dá ao depressivo a perspectiva de que não há garantias de nada, a pessoa pode ter todos os motivos do mundo para estar feliz e ainda assim estar infeliz e sentir nos outros a exigência de expressar alegria e gratidão. O único momento em que Justine se mostra afetuosa e compreensiva com as necessidades dos outros é com o sobrinho: e ela faz isso logo depois de ridicularizar a irmã que propôs uma pequena cerimônia de comunhão antes do fim. Justine é indulgente com o sobrinho, e não com a irmã, pois o que resta diante da consciência do fim do mundo/da morte/do aniquilamento da espécie? Resguardar um pouco de esperança sendo indulgente com os mais frágeis. À beira do abismo, proteger a inocência de uma criança e lhe manter a esperança é o que restaria a Justine/humanidade e assim reafirmar a vida através do cuidado por uma criança. Ética e sensibilidade até o fim (ou no fim). A confiança na Ciência que tinha o cunhado de Justine lhe dava apenas respostas práticas, mas nenhum conforto espiritual. O cunhado decidiu pelo suicídio quando percebeu que Melancolia iria colidir com a Terra. Seria a decisão de Justine, em confortar o sobrinho, uma forma de Lars von Trier dizer: o que nos resta, o que nos salva da morte em vida é a Imaginação e a Arte, brincar como criança e fingir ignorar que o fim está próximo? Na minha opinião, Melancolia é um dos filmes mais belos já feitos, e seu final, no meu entender, esperançoso com a capacidade de (re)invenção da humanidade.
Obrigado pelo comentário.
Otimo comentario.
Excelente comentário
lindo. esse comentario é poesia.
Lars von Trie é um diretor espetacular! Ele é artístico, poético, exalta a sétima arte com maestria.
Um grande mestre!
Eu vi dançando no escuro e melancolia, senti essa diferença nos dois. Porém pra mim melancolia é um dos melhores, ou o melhor que já vi. Essas pouca leitura do filme, pra mim é simplesmente o que a vida é... A perca do rumo, do sentido... Só vai acontecendo e o fim é a única certeza, pra uns o desespero e pra outros a paz. Enfim, amo suas resenhas, é um ótimo espaço pra troca de conhecimento.
Muito obrigado pelo comentário.
Melancolia é um dos meus filmes preferidos porque me marcou pessoalmente. Pela primeira vez na vida, vi traduzidos na tela através das atitudes da Justine alguns sentimentos que sempre tive e nunca conseguia expressar em relação à minha própria melancolia, depressão e sensação de "estar por fora" em certas situações que deveriam ser felizes. Uma das coisas mais interessantes foi justamente que as personagens que tudo controlam (Claire com seu planejamento minutos a minuto, o marido com a ciência) são os que se desesperam quando algo trágico acontece. Quem vive com a depressão é comumente visto pela sociedade como como o pessimista desesperado, mas eu acho que é quem vê a realidade com mais clareza. Eu interpreto a capacidade de Justine adivinhar o número exato na brincadeira dos feijões como simbólica da capacidade que ela tem de estar mais perto da verdade sem ilusão, sem negação. Mas ouvindo tua análise, eu concordo que Dogville, Dançando no escuro e Anticristo têm mais riqueza numa perspectiva coletiva, política, da condição feminina, da exploração dos trabalhadores e outros temas de sofrimento compartilhado. Por mais que as estatísticas de depressão no mundo sejam altíssimas, a experiência da depressão em si não é compartilhada.
Obrigado pelo comentário e pelo relato.
Qual sua interpretação sobre aquela ponte? Que primeiro o cavalo não quer passar e no final, o carrinho de golf quebra?
Não sou tão conhecedor, assisto aos filmes dele com os olhos e a mente. Melancolia me trouxe uma reflexão profunda sobre a quase vida que quase vivemos nesse quase mundo. Todos foram ótimos nos seus momentos e com suas reflexões.
Obrigado pelo comentário.
@ obrigado pela resenha e por postar conteúdo que podemos aproveitar! 👏🏽👏🏽👏🏽
Incrivel!!👏🏻❣
Muito obrigado, Vitória, um abraço!
Suas resenhas são as melhores do Brasil. Pretende fazer resenhas de Tarkovsky.
Muito obrigado, Luan! Sim, no futuro Tarkóvski estará por aqui. Um abraço!
Penso que por tudo isso mesmo ganhamos a liberdade e o direito de colocar luz , a nossa luz, aluz de cada um de nós, nas dobras e desdobramentos da coisa contada.
Não sei bem porque, mas é de longe o melhor filme que já assisti.
Abraço fraterno
Abraço, Eni!
Como já estou no lucro dessa existência, assistindo Melancolia, senti na alma a dor e a angústia de saber que algo medonho está se aproximamdo . Assim como Justine . Amei o filme.
Te fazer uma recomendação de um filme, meu filme favorito! "Asas do desejo" seria uma honra que você assistisse e fizesse uma resenha sobre, é um filme MT filosófico e tem MTS assuntos para puxar. valeu!!
Oi, Edouard! Tudo bem? Já fiz uma resenha sobre "Asas do desejo". Está na playlist "Resenhas de filmes com Vassoler". Abraço!
Eu adorei esse filme, foram 3 filmes…mas adorei o alemão. Cidade dos Anjos foi a versão mais frágil e que trouxe uma poesia sem a mágica adequada à original.
Esse foi o primeiro filme de Lars Von Trier que eu assisti e gostei muito, é o melhor filme que retrata a depressão e adorei o final do filme, mas Dançando no Escuro ainda é o meu favorito do diretor
Oi, Clara! Temos impressões distintas sobre "Melancolia", mas concordamos a respeito de "Dançando no escuro". Um abraço!
Melancholia é depressão pura !!! Eu ja me vi nesse personagem da Kirsten Dunst muitas vezes. Realmente o filme trata muito bem do assunto no ponto de vista de um mundo literalmente para acabar e o mundo ja acabado da Justine. Ja vi varias vezes esse filme e sempre me serve para refletir o quão é triste e profundo uma pessoa com depresão.
Pessoalmente, acho Melancolia um dos mehores filmes do Lars. Com todo respeito a opinião do Vassoler, acho exatamente o contrário... é justamente por ser um filme menos discursivo e mais imagético, mais plástico, que o diretor atinge seu auge na arte de esconder a arte (ars celare artem). A trilha sonora de Tristão e Isolda e a expressão imagética da melancolia distribuída em diversos símbolos imprimem no espectador a experiência estética desse sentimento, e não seu conceito bem delimitado, formal, preocupado com a verossimilhança lógica... enfim, de toda forma, é sempre um deleite ouvir o Vassoler falar!
Obrigado pelo comentário, Gustavo, um abraço!
Outro que segue uma linha interessante de direção, similar a alguns aspectos do Lars Von Trier ( por conta do movimento Dogma 95 que tentou resgatar as idéia de François Truffaut ), é o também dinamarquês Thomas Vinterberg. Melancolia ainda não assisti - mas fiquei curiosa pós sua resenha, mesmo não sendo tão animadora em virtude das outras referentes obras do L.V.T.
Ótimo diretor. Já resenhei "A caça", do Vinterberg, por aqui. Abraço!
@ vou ver, vi o filme, grata!
Discosdo da sua interpretação- o filme é melancolia “boa”, no sentido q destrói um mundo vazio de valores e que Justine representa e despreza, desejando a destruição desse mundo.
Leia “Agonia do Eros” de Byung-Chul Han - 1º capítulo “melancolia” e ele analisa justamente o filme - ele desvelou os meus sentimentos de quando vi o filme e q foi estética pura…
Obrigado pelo comentário.
Deixo aqui uma sugestão, não sei se já não foi realizada, uma resenha de "Violência e Paixão" do Diretor Luchino Visconti.
Sugestão anotada, Carmelita, um abraço!
Professor, que tal uma resenha de "O Operário", de Brad Anderson?
Vou atrás do filme, Lázaro, muito obrigado. Abraço!
Deixo uma sugestão para resenha de filme: Pink Floyd The Wall de Alan Parker.
Muito obrigado, um abraço!
Flávio, qual sua interpretação sobre aquela ponte? Que primeiro o cavalo não quer passar e no final, o carrinho de golf quebra?
Adoro seus vídeos, parabéns pelo trabalho
Que tal uma resenha para o filme O Duplo...
Sugestão anotada. Um abraço!
Acabei de ver o filme acho q a primeira cena ela justine deitada no Chão uma cena quase q de dezenho era ela mergulhando na fantasia de seus pensamentos...observei q tda vez q ela olhava p céu ela mudava seu humoe o ceu entao seria como ele enxerga o mundo detalhe de forma mistica e intuitiva e musteriosa logo o tal apocalipse seria um jeito q ela vê o mundo q tds irão ter o encontro com a tristeza profundo dai entra em cena seu cunhado um riquíssimo e credulo na ciência....em algum momento justine descobre sobre a o colisão sei cunhado lhe pede segredo nesse momento subjetivo p cada um q ve o filme eu notei q ele falava de uma doenca q achava q a ciências pudera curar porem de alguma forma justine saberia q ñ entao sua irma descobre no computador a verdade e entra rm pânico ela fala c marido ele tenta acalma la dizenfo q a ciência ajudaria porem qd teve alguma confirmacao de q ñ seria curado entrou em desespero e se matou😢 foi dai q a irma entrou em melancolia tb justine ao ver q isso aconteceria teve uma melhora pois sabia q teria q apoiar a irma pois na mente de justine o mundo todo iria colidir com a melancolia cedo ou tarde
Excelente análise porem , desculpe amigo mais concordo parcialmente , o personagem john (marido) se matou por não suportar a pressão, de ver a familia morrer e ter que encarar a esposa com a verdade, ele tomou todos os comprimidos da esposa para isso , ja a justine fez sexo com o aprendiz de secretario na festa não foi a toa , foi porque ja que tudo esta perdido vou quebrar o galho desse moço que era humilhado pelo chefe assim como ela , tipo aqueles que desejam nunca terão , e os que não desejam tem de sobra, tipo coisas dessa vida humana que jamais entenderemos,..... se ela tivesse cedido ao marido na noite ele jamais sairia do pé déla.. deixo claro que é apenas meu ponto de vista
Obrigado pelo comentário.
Eu não tinha visto que você já tinha feito a resenha do Melancolia. E eu tive a mesma interpretação: é um filme completamente plástico. Inclusive, eu cliquei no teu vídeo pq eu só lembrava que esse filme era bonito, mas o roteiro em si, não lembrava de nada.
Um abraço, Alessandra!
Oi prof Flávio, sou a Roberta Amorelli! Não sei por que está aparecendo o nome Deidara! rs
Para mim, este filme é sensacional justamente porque deixa em aberto determinadas questões. Por exemplo, a cena do cavalo, que pode nos remeter a muitas possibilidades associativas. A força desta imagem, a do cavalo morto, se deve, em parte, por sua aparição, um pouco destoante do encadeamento das cenas. A morte é esse ponto (final) que parece destoar... Não há muito a ser dito sobre o inexorável fim, anunciado desde o início do filme e, desde o nascimento de qualquer ser vivo
Melancolia é um filme cuja experiência estética nos conduz à problemática da condição humana: a sua vulnerabilidade.
No início do filme, a personagem Justine parece imersa num delírio angustiante. Mas, conforme o planeta melancolia se aproxima da Terra, evidenciando a inevitável colisão, entre os planetas, vai se desenhando, em justine, um semblante plácido, como quem deseja o fim, como se estivesse fascinada pelo desvelamento de uma verdade, da qual foi a mensageira, desde o início do filme: a morte, o fim ou mesmo a destruição de tudo o que há
Oi, Roberta! Tudo bem? Como disse na resenha, não vejo potência em "Melancolia" no sentido filosófico. Me parece o filme mais fílmico de Lars, mas o menos ambicioso em termos filosóficos. Reveja o filme, Roberta, depois de rever "Dogville" e "Dançando no escuro", e procure pensar nesse cotejo que fiz. Um grande abraço!
O cunhado morreu porque tomou todos os remédios que a mulher comprou e escondeu na gaveta e ele era cientista,mas concordo que melancolia também não foi o meu filme preferido dele,achei os personagens raposeiro o roteiro vazio.