Como surgiram tantas identidades Negras?

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  • Опубліковано 2 жов 2024
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КОМЕНТАРІ • 36

  • @Mrdevilquesvoce
    @Mrdevilquesvoce 4 місяці тому +1

    mulato não é100% negro.

  • @jailsonmaria
    @jailsonmaria 4 місяці тому +3

    O que conheço são o *CAFUZO* (que era resultante da relação entre de negros e índios); *MULATO* (que era resultante da relação entre os europeus e os negros) e *MAMELUCO* (que era o resultado da relação entre europeus e índios). Os bandeirantes na sua maioria eram mamelucos.

  • @henriqueagostinhosilverio1951
    @henriqueagostinhosilverio1951 5 місяців тому +12

    Os preconceituosos, me arrisco a dizer que fascistas, tem problemas com cores, senão vejamos aqui no Brasil. Desde que o fascismo chegou ao poder, criou-se uma onda que, "meninos" vestem azul e "meninas" vestem rosa, como se a cor pudesse definir uma pessoa. Uma imposição que, diz que uma pessoa não tem direito a pensar e agir por si própria, mas deve se submeter a ordem de algum mandatário que se sente e se faz dono dos outros. Eu lembro que quando eu era um garoto ainda, para ajudar a família, eu trabalhava em daqueles mercados que era um bar e mercearia. Uma vez, minha mãe pediu para comprar uma saca de açúcar que vinha embalado em um grosso papel kraft e com receitas no verso. Porém ela não queria que fosse do mercado onde eu trabalhava, pois ela já tinha visto que as receitas ela já as tinha. Ela queria alguma nova. Encerrado meu expediente de trabalho, fui a outro mercado e, enquanto escolhia a receita que ela tanto queria, alguém bateu em meu ombro e disse: - "Ô moleque! Pegue dois pacotes destes aí e leva lá no balcão". Ignorei completamente a pessoa que tornou a insistir, talvez por eu ainda estivesse usando o avental de trabalho. Ele insistia e eu ignorava, "Ô moleque, Ô crioulinho, não vai pegar não"?! Ele me deixou e foi atrás do gerente do mercado, eu fiquei esperando e também escolhendo o pacote de açúcar. Logo os dois apareceram e o homem furioso foi logo dizendo: - "Foi este neguinho aí"! O gerente me olhou de alto a baixo, como se diz, olhou para o homem e disse; "Ele não é funcionário da loja, ele é cliente"! Invés de ficar envergonhado o homem se mostrou mais bravo ainda, foi o momento que fiz um gesto obsceno pela primeira vez, levantei o dedo do meio e mostrei para ele. Se ele tivesse a educação e o respeito de me perguntar se eu trabalhava naquele local e se poderia ajudá-lo, certamente não me negaria. Mas acho que a falta de educação e respeito pelos outros é que torna o racismo e o preconceito mais forte em todas as culturas.

    • @josevicentemartins9085
      @josevicentemartins9085 5 місяців тому +2

      Hahaha ! Bela história,.com um lindo final obsceno. 🤣 Sem ser psicólogo, penso que uma pessoa, nos dias de hoje, que assuma ser racista ,se trate de alguém com algum tipo de desvio mental ou então com algum complexo recalcado, um trauma. Ou ainda alguém que foi educado num ambiente propício ao desenvolvimento de ideias racistas e que nunca conseguiu dar a volta ao texto. Sou branco, já estive em África e conheci e convivi com alguma gente assim, mas uma pequeníssima minoria, diga-se em abono da verdade. Todavia, tenho esperança de que o fenómeno vá desaparecendo com o tempo, devido à educação, à vivência, mas sobretudo devido ao facto de o tempo ser um grande mestre. Quero eu dizer que o ser humano terá forçosamente de evoluir, portanto limará as arestas da sua animalidade . Com o tempo. Todavia, registo por vezes excessos na defesa do não ao racismo, deslocados, não contextualizados, que acabam por ter um efeito boomerang . Portanto racismo nunca, mas este deverá ser combatido com a elevação e a confiança de quem está do lado correcto da história.

    • @nikolasmaduro157
      @nikolasmaduro157 4 місяці тому +1

      Esse daí, e o maior inimigo do Bolsonaro

    • @jalim27
      @jalim27 4 місяці тому +2

      Amigo , essas história de que meninos vestem azul e meninas vestem rosa não chegou agora com
      " fascismo " isso é cultural no Brasil e em grande parte dos países , no Brasil a pelo menos a mais de 100 anos .
      E não tem nenhuma ligação com a questão de racismo, fascismo e outros "Ismos"

    • @josevicentemartins9085
      @josevicentemartins9085 4 місяці тому

      @@jalim27 Concordo consigo. Algumas pessoas não conseguem esconder o seu " clubismo " político, vêem fascistas e nazis em tudo o que mexa. Não perceberam que a ideologia dos amanhãs que cantam não deu resultado, caiu de pôdre Trata-se de uma doença do foro psíquico, infelizmente sem cura, só termina com a morte.

    • @raygp1369
      @raygp1369 4 місяці тому

      Vc sabe oq é facismo?

  • @fabiennewestphal
    @fabiennewestphal 9 днів тому

    Exato! 04:35
    Sugestão de temas:
    Escravidão na Antiguidade:
    - Egito
    - Grécia Antiga
    - Império Romano
    Com meus melhores cumprimentos!

  • @MaurícioDonizeteFernandes
    @MaurícioDonizeteFernandes 4 місяці тому

    Só ver quantos gêneros foram criados quando se sabe que há apenas 2 macho e fêmea.
    Cores há branco, negro, amarelo e vermelhos e no máximo mestiço.

  • @stefanofrugolipeixoto707
    @stefanofrugolipeixoto707 3 місяці тому

    Prof. Muniz, uma amiga minha (preta) disse, em 1995 aproximada/ (para contextualizar a época), que a discriminação estava mais voltada ao cabelo crespo, aqui no Brasil. As pretas e negras de cabelo liso eram chamadas de morenas, às vezes de morena jambo (para os mais novos, era um elogio) e melhor vistas, bem como as índias (indígenas, se preferirem). Seria uma discriminação diferente da que ocorreu em colônias inglesas, por exemplo, contra indianos; ou seja, contra tons escuros de pele, independente/ do cabelo. Seria, como o Sr. disse, uma vingança dos ibéricos contra os mouros, também de cabelo encaracolado? O Sr. poderia falar sobre?

  • @grillomia
    @grillomia 5 місяців тому +4

    Como se referir a uma pessoa de pele negra então, quando for descreve-la a uma terceira pessoa....?
    Como por exemplo;
    A) a moça loira sentada na terceira mesa da direita...
    B) o rapaz oriental/asiático que chegou à pouco...
    C) a moça negra que aguarda na recepção....
    Eu, particularmente, penso que o negro não deve ter vergonha de dizer a palavra Negro. Muito ao contrário, penso que se deve bater a mão no peito e dizer com orgulho; sou negro e tenho orgulho disso!
    Acho muito mais ofensivo ter vergonha de dizer a palavra, ou tentar enrolar como por exemplo; aquele mais moreno ou mais ecuro!

    • @josevicentemartins9085
      @josevicentemartins9085 5 місяців тому +1

      Completamente de acordo

    • @raygp1369
      @raygp1369 4 місяці тому +1

      Exatamente!!!

    • @josevicentemartins9085
      @josevicentemartins9085 4 місяці тому +2

      Absolutamente de acordo. Nunca percebi o estigma da negritude, talvez porque nunca fui e sei que nunca serei um racista. Quando ouço conversas de como se deve chamar um africano, se de negro ou preto, acho que se trata do ridículo do politicamente correcto, uma estupidez a todos os níveis.
      A minha opinião é que devemos ser o que somos, sem preconceitos, sem complexos de superioridade nem de inferioridade.

  • @anazucatti
    @anazucatti Місяць тому

    No colégio, no início dos anos 70, ensinavam as cores dos brasileiros e suas origens nas aulas de história. Mas era como se fossem misturas de cores de tinta, totalmente sem nexo com a sociedade.

  • @vazefiluca3298
    @vazefiluca3298 5 місяців тому +1

    Gosto do seu canal, mas acho que em dizer 04:35 que "nem sempre foi somente de africanos" é redutivo. Muitimos brancos, arabes e asiaticos foram escravisados. Fisou parecendo que os povos nao africanos foram escravisados em numeros quase irrelevante. Talvez nao seja essa a intençao, mas pareceu assim.

  • @glauciasantana6184
    @glauciasantana6184 2 місяці тому

    Branco é branco e negro é pardo, mulado, moreninho. Negro é negro e deu. Orgulho de ser.

    • @Mrdevilquesvoce
      @Mrdevilquesvoce 15 днів тому

      Negro não é mulato, mulato é mestiço de branco com negro. moreno, moreninho é um termo que os brancos acharam para não ofender os negros.

    • @glauciasantana6184
      @glauciasantana6184 15 днів тому

      @@Mrdevilquesvoce concordo com você. Branco é branco e deu. Negro agora se intitula pardo

  • @OsorioThomaz1
    @OsorioThomaz1 4 місяці тому +1

    Gostei muito dos seus vídeos desta série sobre cores e raças. Entendo o foco em mostrar o problema da invenção do conceito de raça e da classificação de seres humanos em função da cor de sua pele como algo ligado a intenção dos colonizadores, mas a sensação geral que os vídeos produziram em mim, num primeiro momento, foi uma estranheza no processo de busca pela identidade (mais tarde voltarei a falar sobre identidades) . Contudo, antes de tratar do problema da identidade, preciso confessar que senti falta de uma avaliação materialista do tema, explico:
    Quando pensamos no processo de dominação dos povos, na conquista de terras, subjugação e escravização de africanos e genocídio de indígenas, a sensação que fica a de algo maléfico. Como se a próprio mal tivesse tomado conta dos europeus, que partiram mundo a fora, dominando, matando e escravizando. Uma avaliação deste problema sem uma contrapartida materialista deixa um sabor de moralismo. Uma sensação de luta entre os bons e os maus. Mas será mesmo?
    Será que os europeus eram seres maldosos que cometeram todas estas atrocidades apenas porque lhes faltava um código ético, que estaria presente no resto da humanidade, mas não neles?
    Não nego as atrocidades, elas são todas reais e foram efetivamente levadas a cabo pelos europeus, mas precisamos compreender por que os europeus fizeram isso.
    Havia certamente uma materialidade neste conjunto de ações que provinham da história destes povos, de seus sistemas econômicos e das condições materiais que cercam tudo isso.
    Podemos falar nas origens do capitalismo desde as comunidades carentes que chamamos de burgos até a ascensão deste grupo ao poder através de reis absolutistas e da posterior formação dos estados democráticos (quando os burgueses já não precisavam dos reis absolutistas para exercer o poder)
    Devemos pensar também nas necessidades de expansão econômica do capitalismo. Um tipo de modalidade econômica que não pode subsistir se não se expandir. Podemos e devemos pensar também na associação entre capitalismo e a tecnologia que foi capaz de prover aos conquistadores as ferramentas materiais que precisavam para conquistar e subjugar outros povos.
    Em outras palavras, cabe entender que os europeus não eram melhores nem piores que os outros povos, mas que, por um conjunto de condições históricas, acabaram por exercer seu poder (o mesmo poder que todos os povos ansiavam) de forma catastrófica para os povos originários das américas e para os africanos .
    A escravidão dos africanos foi sem dúvida a maior e mais cruel, dentre todas as formas de escravidão que já existiram, mas isso não decorreu de algum tipo de moralidade perversa dos europeus e sim de uma causa material, que aliás ainda está presente nos dias de hoje e ainda promove injustiças e crueldades de todos os tipos, desde o racismo, o machismo, a homofobia, a pobreza, a exploração da mão de obra trabalhadora, etc.
    Algo mais importante que tudo, neste processo de compreensão das causas materiais do racismo e da escravidão é que, a partir disso estaremos melhor equipados para combater as causas e não apenas as consequências das ações perpetradas pelos dominadores de todos os tipos.
    Se compreendermos este processo de maneira eficaz, seremos capazes inclusive de perceber e fazê-los perceber que a dominação e/ou subjugação de povos introduz o sofrimento não apenas para os dominados, mas também para os dominadores. A dominação subjuga os cidadãos brancos europeus e norte-americanos ao mesmo sistema que subjuga os cidadãos negros, índios, pardos e brancos da África e da América Latina.
    O inimigo da liberdade dos indivíduos é o mesmo inimigo da igualdade entre os cidadãos e os povos. A forma de acesso aos bens materiais precisa ser reconstruída se quisermos conseguir algum dia, deixar pra traz a noção patética de raça, ou a imbecilidade que é imaginar que homens tem certos direitos que as mulheres não, ou a estultice que aparece no pensamento de que homossexuais são imorais, ou na burrice de acreditar que os pobres são piores que os ricos e por isso merecem ser pobres.
    A busca histórica pelas condições materiais que transformaram os europeus em dominadores do mundo deve revelar que estas mesmas condições os sujeitaram a uma vida miserável de medo (medo da pobreza).
    Não acharia ruim se você pensasse em uma série de vídeos para estudar as condições materiais que permitiram a criação da escravidão, do genocídio de povos originários e da escravização dos Povos da África.
    Sei que tratar de uma avaliação da materialidade que construiu o capitalismo pode parecer uma chuva no molhado, afinal já existem inúmeros livros tratando deste assunto, a começar dos livros de Marx. Da mesma forma, existem diversos canais no UA-cam com enfoque comunista que tratam deste assunto, mas há um problema em todos estes canais que só pode ser superado por uma visão representativa da comunidade afrodescendente. Falo da ausência de foco nas relações entre as origens do capitalismo e a escravidão. De maneira geral, os Canais do Jones Manuel e do João Carvalho ou mesmo o tese 11 da Sabrina tratam a escravidão e o racismo como doenças do capitalismo que poderiam ser superadas por uma revolução comunista, neste sentido, as lutas dos afrodescendentes contra o racismo e a discriminação seriam uma perda de tempo, pois se nos uníssemos todos na luta contra o capitalismo, então o racismo seria resolvido com o tempo.
    Discordo desta visão, embora me pareça óbvio que a origem da escravidão dos povos africanos e do racismo estejam mesmo nas próprias condições materiais e históricas que criaram o capitalismo, não estou entre aqueles que pensam que a cura do problema se resume em remover suas causas.
    Se uma pessoa adquire tuberculose, não basta removê-la dos locais onde circula o Bacilo de Koch. É preciso remover o bacilo do seu organismo e tratar das feridas deixadas em seus pulmões por este micro-organismo.
    O racismo é uma doença espalhada em nossa sociedade pelo capitalismo, mas isto não significa que o fim do capitalismo levaria necessariamente à formação das condições materiais para a extinção do racismo.
    Também não estou certo de que o fim do racismo só seria possível após o fim do capitalismo. Sei que o racismo é uma ideologia útil ao capitalismo e que destruí-la não é uma tarefa fácil, mas as ideologias do capitalismo já foram modificadas muitas vezes.
    Alguns, que não sofrem o racismo na pele, podem acreditar que o racismo é um mal menor, quando comparado a destrutividade do sistema capitalista. Não vou dizer que o sistema capitalista não é destrutivo (é e é muito), mas o sistema asiático da antiguidade e o feudalismo da idade média também foram. Não sei por quanto tempo ainda precisaremos conviver com esta forma de economia predatória que é o capitalismo. Também não sei quando o mundo proletário terá condições de fazer uma revolução para derrotar os capitalistas (podem ser séculos). Será que teremos que esperar séculos enfrentando o capitalismo antes de lutar para extirpar o racismo de nosso mundo?
    E mesmo depois da revolução, será mesmo que o socialismo seria capaz de prover as condições materiais necessárias para extirpar o racismo? A URSS conseguiu extirpar ou mesmo reduzir as estruturas racistas de sua sociedade? E a China?

    • @OsorioThomaz1
      @OsorioThomaz1 4 місяці тому

      Parte da resposta parece estar presente em outros vídeos seus, onde você trata da participação de instituições como a igreja no processo de escravização, mas isto não basta. A “sede” de dominação dos europeus sobre outros povos talvez não seja algo exclusivamente europeu, ou se for, tem suas origens em algum período na história.
      De minha parte, a conquista e escravização de povos esteve presente em todas as culturas humanas e o que torna a escravização de africanos mais cruel do as outras formas de dominação e escravização não é moral, mas sim material. Os europeus não eram moralmente inferiores à todos os outros povos que invadiram, mataram, colonizaram e escravizaram outros povos, mas um processo econômico que estava nascendo na Europa nos tempos da expansão marítima inseriu uma dimensão catastrófica nesta mesma atitude cruel que estaria presente em todos os povos do mundo. Falo do capitalismo.
      O mundo foi e é formado por tomadores de decisão que, vez por outra, adotam atitudes cruéis para com grupos minoritários ou menos poderosos (basta olhar Israel na Palestina para percebermos que a crueldade moral é a regra e não a exceção). O capitalismo transformou a crueldade presente em todos os povos do mundo, numa catástrofe humanitária.
      O capitalismo teve uma origem na ascensão da classe burguesa, ou seja: Os habitantes dos burgos ( Burhs; burghs ; borough; bairro ), que eram os locais de residência dos povos excluídos dos feudos, já no processo de decadência do feudalismo, criaram formas de sobrevivência mais radicais, que tinham por característica fundamental, o aproveitamento dos espaços econômicos não ocupados pelos senhores feudais. Isto ia desde o crime até o pecado (usura). O comércio com lucro era originalmente exercido pelos habitantes dos burgos (os burgos eram as favelas da baixa idade média) e considerado imoral pela igreja (senhores feudais não precisavam de lucro. Eles tinham servos). Foi no exercício prático daquilo que era considerado criminoso e pecaminoso pelo poder vigente feudal que surgiu uma economia baseada no comércio.
      Isto é semelhante ao que se vê nas favelas contemporâneas em qualquer lugar do mundo. Aos excluídos resta o crime e o pecado. Assim como os burgueses, aos trancos e barrancos passaram a organizar suas atividades criminosas (consideradas criminosas pela igreja e os senhores feudais), os moradores das favelas também estão organizando uma economia baseada no crime de tráfico de drogas e outras lacunas da economia capitalista. O processo de criação de novas regras econômicas que ocorre nas favelas contemporâneas não difere moralmente daquilo que os burgueses fizeram até criar, organizar e empoderar a economia burguesa (nós a chamamos de capitalismo).
      As grandes características que emergiram do capitalismo burguês foram:
      A necessidade constante de expansão (uma empresa que não cresce, vai a falência)
      A demanda por novos produtos para manter a expansão contante (novas terras e novas tecnologias).
      A associação entre a demanda por novas terras, novas formas de produção e novas tecnologias transformaram os núcleos de poder dominados por burgueses em maquinas de destruição de pessoas e recursos naturais. No inicio da idade moderna, os burgueses já haviam atingido um ponto de domínio irreversível na Inglaterra, França, Portugal e Espanha e conseguiram investir em certos senhores feudais para empoderá-los na condição de reis absolutistas. Estes governos centralizados que substituíram os feudos eram mais proveitosos aos interesses daqueles que um dia foram os burgueses excluídos e no início da idade moderna tornaram-se os financiadores e controladores dos reis absolutistas.
      Quando pensamos na expansão marítima e na escravização de africanos na idade moderna, costumamos pensar nisso como uma chaga moral dos europeus, como se dentro de suas almas houvesse uma ânsia por riquezas, mas os colonizadores eram tão escravizados pelo seu sistema econômico quanto os africanos. Sua ânsia em escravizar não era necessariamente uma tomada de decisão. Eles escravizaram porque eram escravos do Capital. A Concorrência na busca pelo capital os obrigava a cometer as piores atrocidades (já ouviu a expressão “se eu não fizer, meu concorrente faz”?).
      Hannah Arendt nos ensinou que o mal reside na obediência e não necessariamente na mente dos que praticam o mal. Não há monstros, há pessoas como nós, que temem por seus futuros e obedecem ao sistema capitalista. É do capitalismo que nasce o medo em que todos vivemos. É do capitalismo que nascem todas as opressões, mas a luta contra o capitalismo não deve mascarar o fato de que a luta contra todas as formas de opressão não segue as mesmas estratégias. Não podemos passar nossa vida esperando a revolução. Precisamos enfrentar as opressões de maneiras diretas. Pense bem.
      Você conhece pretos homofóbicos? Você conhece gays racistas? Você conhece mulheres aporobóbicas? Você conhece pobres machistas?
      Claro que conhece. Nós todos conhecemos pessoas que oprimem ao mesmo tempo em que são oprimidas. A causa material da opressão é a busca pela sobrevivência. Mesmo aqueles que parecem estar um pouco mais confortáveis na busca pelos recursos para sobreviver ainda sentem na pele o medo de perder suas fontes de sustento, que muitas vezes são formas opressivas de manter as coisas como estão.
      Há homens que mantem sua esposas sob o tacão da opressão por temerem a perda de mão de obra gratuita representada pelo trabalho feminino.
      Há mulheres que mantem suas empregadas subjugadas por temerem a perda dessa mão de obra barata.
      Há pessoas, inclusive gays, que detestam a lei das cotas porque temem a possibilidade de não acessarem as benesses da educação e dos empregos, caso algumas vagas sejam destinadas aos afrodescendentes.
      Há afrodescendentes que humilham os gays por temerem que sua forma de relacionamento afetivo destrua as bases das crenças religiosas que lhe dão o sustento emocional capaz de lhes permitirem suportar o jugo da exploração racial.
      Todas as formas de opressão originam-se no medo e todo o medo deriva da submissão às fontes de sustento, que só são possíveis no nosso mundo, caso sejamos submissos ao capital.
      O capital não é apenas o dinheiro (dinheiro é algo que já existia muito antes do capitalismo). Capital é o nome que dá aquele tipo de dinheiro que é a única forma de poder. Quando não há poder sem dinheiro, então o dinheiro se torna capital.
      Nenhum ser humano consegue viver sem alguma forma de poder, afinal o poder, como já diz a própria palavra, é também o verbo poder (eu posso, tu podes, ele pode, etc.). Só podemos fazer coisas quando temos algum poder para fazer (poder fazer é o mesmo que ter poder para fazer). No mundo atual, todo o poder é simbolizado pelo dinheiro e sem dinheiro, não podemos fazer nada. Este fenômeno, que implica em dar todo o nosso poder ao dinheiro é chamado de capitalismo.
      Somos oprimidos por aqueles que tem um pouco mais de dinheiro que nós. E aqueles que nos oprimem são oprimidos por pessoas ainda mais ricas que eles e assim por diante. Quase no final desta cadeia encontram-se aqueles que possuem tanto dinheiro que só são oprimidos pelo próprio dinheiro. No final da cadeia encontra-se esse ídolo de papel. Uma entidade que nós cultuamos, nos ajoelhamos e lhes fazemos sacrifícios de todos os tipos, inclusive fazemos sacrifícios humanos. Os sacrificados não são mortos por adagas no coração como faziam os antigos, mas são mortos por fome, guerras, doenças, espancamentos coletivos, crimes, assassinatos cometidos por policiais. Tudo isso são formas de sacrifício em nome do ídolo de papel.

    • @OsorioThomaz1
      @OsorioThomaz1 4 місяці тому

      Porque então, os desvalidos também se oprimem mutuamente? Será que temos chagas morais que nos fazem ser bons quando somos oprimidos e maus quando somos opressores?
      Penso que não. Oprimimos porque somos oprimidos. Nosso poder é esvaziado pelos grandes capitalistas e nos resta pouco poder (poder é o nome da capacidade de fazer coisas). Entretanto resta-nos a vontade de fazer. Queremos fazer coisas e para isto, precisamos de poder. De onde extraímos nosso poder quando não temos o dinheiro suficiente?
      Lembre-se que no capitalismo, todo o poder emana do dinheiro (do Capital), mas resta-nos algo. Podemos tirar um pouco de dinheiro ou poder daqueles que estão numa situação tão desvalida quanto a nossa. É impossível tomar o poder dos ricos, mas não é tão difícil tomar o dinheiro dos pobres. Mesmo quando não lhes retiramos diretamente o dinheiro dos bolsos (raramente fazemos isso), nós os desapropriamos de outras formas. Nós os contratamos como empregadas domésticas, ou como atendentes, ou como auxiliares de pedreiros, ou como prostitutas, ou como esposas subjugadas. As relações na base da pirâmide são tão cruéis como as relações que existem entre aqueles que estão no topo e aqueles que estão na base.
      A briga é feia.
      Veja bem. Quando digo que as causas de tudo estão no nosso sistema econômico e ao mesmo tempo digo que não temos tempo de esperar a destruição do sistema, pois a dor da exploração é grande. Pode parecer que estou sendo contraditório, afinal:
      Se sabemos a causa dos sintomas, a única forma eficaz de acabar com o sofrimento é curar a doença. Isso é o que propõe alguns comunistas revolucionários que se incomodam com os movimentos identitários. Eles pensam que qualquer identitarismo é perda de tempo, pois não resolve as causas.
      Provavelmente eles estão certos com relação ao diagnóstico (o problema é mesmo o capitalismo), mas estão errados quanto ao tratamento. Eles não são bons médicos. O médico que se preza, combate as causas da doença, mas também faz tratamentos sintomáticos para aliviar a dor, e muitas vezes para preparar o paciente para um tratamento mais complexo e doloroso que pode estar envolvido na cura da doença.
      Os movimentos identitários (a busca que algumas pessoas fazem para descobrir quem são os seus idênticos) é parte do tratamento.
      Penso que o tratamento dos sintomas precisa ser um pouco melhorado.
      Muitos de nós sofrem apenas um tipo de opressão (são gays ou são afrodescendentes, ou são pobres ou são mulheres) e deste modo, acabam por acreditar que só precisam se engajar num único movimento identitário. Outros, entretanto, sofrem opressão de diversas formas, podem ser inclusive oprimidos por todos os lados. Imagine uma lésbica pobre e afrodescendente. Muitas vezes, esta pessoa não consegue encontrar um grupo de luta, pois é oprimida em qualquer um deles. Ela acabaria tentando encontrar um grupo de idênticas a ela (outras lésbicas pobres e afrodescendentes). Isto acaba resultando numa divisão de forças.
      Combater os opressores é fundamental, mesmo que isto não implique em destruir imediatamente o capitalismo (embora possa ser útil em longo prazo), mas como estratégia de luta, é importante compreender que o capitalismo é o gerador de todos os oprimidos. Precisamos nos unir como oprimidos, combatendo a opressão que existe contra nós, mas combatendo também a nossa capacidade interna de oprimir.
      É mais óbvio lutar contra o opressor do que lutar contra a nossa própria capacidade de oprimir, afinal, quando oprimimos, desfrutamos de vantagens dessa opressão. Maridos que subjugam esposas, donos de boteco que subjugam os chapeiros, gays que subjugam afrodescendentes no ambiente de trabalho, etc. Quando olhamos as razões que temos para oprimir, percebemos que fazemos isso em auto-defesa. Para conquistar um espço de poder que nos foi roubado pelo capital. É difícil não ser opressor.
      Mas isto é importante. Penso que não é possível ser identitário sem ser multi-identitário. Nossos idênticos são todos os oprimidos pelo sistema capitalista.
      É inaceitável ser racista
      É inaceitável ser homofóbico
      É inaceitável ser machista
      É inaceitável ser aporobóbico
      E como saber quando somos uma dessas coisas?
      Simples.
      Pergunte a um gay se você está sendo homofóbico. Ele (ela) sabe, pois já viu o gesto e o olhar homofóbico em muitas pessoas. Não saia por aí dizendo que você não é homofóbico só porque não se enxerga assim. Preste atenção no que eles dizem. Este é o espelho da sua homofobia.
      Pergunte a um afrodescendente ou a um originário se você está sendo racista. Ele sabe a resposta. Racismo é aquilo que ofende e perguntar ao ofendido é o melhor jeito de saber. Não é o branco que diz quando ele mesmo está sendo racista. A auto-imagem é pouco eficaz nestes casos.
      Precisamos de ajuda para vencer nossos opressores, mas também precisamos de ajuda para vencer a opressão que temos dentro de nós contra aqueles que são diferentes, principalmente quando os diferentes estão em alguma outra categoria de oprimidos.
      Vamos a luta contra os opressores. Vamos todos juntos contra todos os opressores, inclusive quando os opressores somos nós.

  • @cristinacantilooliveira9764
    @cristinacantilooliveira9764 3 місяці тому

    Além do vídeo ser maravilhoso em todo o desenvolvimento...também fico maravilhada e grata pelo fechamento chamando para reflexão! Muito pacificador! Me sinto muito identificada por pessoas e mentes assim!😊 Chega de tanta polarização!bora abrir nossas mentes para o estudo e para a paz!🙏🏽

  • @alskmr4036
    @alskmr4036 5 місяців тому

    Lei10.639! História dos Africanos e da África; Verdadeiras histórias que esconderam e mentiram para você Só quem pode nos libertar mentalmente somos nós!

  • @alskmr4036
    @alskmr4036 5 місяців тому

    Imagine que conseguiram fazer acreditar que o gene recessivo é superior. Que loucura!;

  • @andrez925
    @andrez925 5 місяців тому

    Nunca me referi às pessoas por meio desses termos, mas já passei por uma situação desagradável já faz tempo. Numa determinada situação me referi a uma pessoa com quem conversava, num dado contexto, dizendo que era negra. No entanto, a pessoa disse que era morena clara. Em outra situação a pessoa dizia ser negra, mesmo que sua pele fosse clara e seus olhos também, apesar dos traços, como ela dizia, serem de negros por conta do avô.

  • @zizabrisa7289
    @zizabrisa7289 4 місяці тому

    vídeo incrível!

  • @alkedias8300
    @alkedias8300 5 місяців тому

    Pessoas tem nomes...