A banalidade do mal não deixa de ser uma maneira de justificar impulsos negativos. Sempre " em nome da verdade, da pátria e do bem da humanidade". O detalhe é que fazemos isso todos os dias, mesmo em pequenos atos cotidianos, não retirando o foco das ações de maiores vultos.
Acho válido também refletir como o papel da alienação do trabalho se relaciona com isso. Quando o trabalhador não percebe a transformação que realiza, isso possibilita que ele mate milhares de pessoas ao "apertar um botão", mas pense apenas "minha função é apertar esse botão, eu nada tenho a ver com as mortes que ele causa". A banalidade do mal está, em meu entender, diretamente ligado ao processo de alienação do trabalho.
Muito boa a síntese! Foi clara e esclarecedora, acessível para quem tem conhecimento e para os leigos no assunto. "fordismo do extermínio" foi excelente. Fala contextualizada tb. Parabéns!
Paulo Niccoli Ramirez, muito grata pela tua reflexão. Antes de assistir ao vídeo, estava relendo passagens do Pequeno Príncipe. Nesta tradução de Frei Betto, é citado trecho de carta de Saint-Exupéry sobre o nazismo: "Uma tirania totalitária poderia satisfazer-nos em nossas necessidades materiais. Mas não somos um rebanho no pasto. (...) Quando o nazista respeita exclusivamente aquele que se parece com ele, respeita apenas a si mesmo. Recusa as contradições criadoras, destrói toda esperança de ascenção e erige, por mil anos, em lugar de um homem, o robô de um formigueiro. (...) Incapazes de se impor pela evidência, as religiões políticas apelam para a violência. E eis que, dividindo-nos quanto aos métodos, arriscamo-nos a não mais reconhecer que caminhamos para o mesmo fim." Estamos, novamente, vivendo tempos sombrios no mundo e, infelizmente, também aqui no Brasil.
Muito obrigado, professor Paulo Niccoli, por sua serenidade e reflexão sobre esse tema tão caro para todos nós. Poder compreender a profundidade dos nossos atos, que fuja de algo mecanicista, nos permite avaliar se aquilo que excutamos é moralmente aceitável ou se abstraímos as consequências e seguimos relaizando as mesma ações acríticas.
Gostei muito dessa temática. Adquiri essa obra( o livro) hoje. Obrigada Paulo e a todos a Casa do saber. Por contribuir para ser-mos pensantes e questionadores.
Tanto a razão sozinha qto o sensível sozinhos não produzem boas e sensatas ações. Como já afirmado por muito, o q deve ser posto em prática é o caminho do meio, ou seja, a síntese da razão e emoção.
Os fins não justificam os meios. Vivemos uma profunda crise moral! A inversão dos valores morais está destruindo uma nação ao eleger o mal que não tem nada de banal!
Muito bom levantar esse tema que nunca deixa de ser atual. Os genocídios nunca deixaram de ocorrer. Sempre aparece uma razão para exterminar determinados grupos. Os religiosos dirão que é"fim dos tempos", alguns estudiosos que é um novo ciclo do planeta, os racistas para pureza racial, os místicos, preparação para uma uma nova era, razões não faltam para justificar o injustificável. Casa do Saber como sempre com temas relevantes. Obrigada.
A pior banalidade do mau, esta nas famílias... Grupos sociais, que se preocupam apenas com seus indivíduos... Pessoal que fazem de tudo para se elevar perante um grupo... O mau é facilmente feito dentro de um grupo a um indivíduo, sem tecnicamente poder achar um culpado... Todos dentro desse grupo poderá facilmente encontrar uma desculpa e dizer nem sabia que tava fazendo tamanho mau... Pois o benefício de fazer um pequeno mau é enorme perante o grupo... Ser aceito no grupo, ser representado, como alguém de sucesso... Esta acima de diversas pessoas... O benefício é tão grande, que na cabeça da pessoa o mau, feito a outra pessoa, é irrelevante...
Os americanos exterminaram os nativos indígenas, o exército brasileiro juntamente com o exército argentino e uruguaio quase que exterminaram totalmente a população masculina do Paraguai, isso sem falar de etnias africanas que se matam, esse conceito é muito interessante para compreendermos tais atitudes. No filme A cruzada com Orlando Bloom o rei Balduíno fala algo muito interessante acerca da responsabilidade individual de cada indivíduo, diante de Deus pelos seus atos.
E se trouxermos essa banalidade para o nosso dia-a-dia? Roupas. Quem fez a sua roupa? A imensa maioria das lojas de roupas do mundo usam mão de obra escrava e ninguém se importa com isso, contanto que suas roupas custem pouco. O mal está entranhado e presente em nossas vidas muitos mais do que possamos enxergar ou imaginar.
Verdade. A familia tem sido perseguida categoricamente de forma sistematica através de um ódio que brota e se multipplica por um coletivo, não podendo responsabilizar um somente. A banalidade do mal, nunca fez tanto sentido.
Na verdade o que a Hanna Arendt fala é o oposto disso, o mal é banalizado por cidadaos comuns, eles nao tem intencao propriamente dita de fazer o mal mas de fazer o que eles foram ensinados a fazer, por isso ele fala no video sobre a instrumentalizacao do mal, é um mal feito de forma inconsciente e irreflexiva. Esse mal dos psicopatas, maquiavelicos, a que vc se refere seria um mal utopico.
Já li o livro de Hanna Arendt e fiquei meio confusa, notadamente, quando se refere ao caso de Eikmann e vários outros nazistas se julgarem como obedientes às ordens que lhe eram dadas. Com relação à fala desse autor, as dúvidas se desfizeram, uma vez que houve uma excelente explicação. Parabéns!
Qual o tipo de racionalidade que enfia goela abaixo uma hidrelétrica absolutamente questionável em terra indígena no país que tem completo domínio da técnica das hidrelétricas?
Não existe a "banalidade só mal" quando um criminoso mata uma pessoa apenas para tomar seu celular? Isso também não é banalidade do mal? ou se presta apenas para pessoas cumpridoras das leis?
Gostei da reflexão, mas dizer que se banaliza o mal por enxergar números e não pessoas é falso. Especialmente quando em campos competitivos onde metas precisam ser batidas e objetivos alcançados. Trabalho numa área onde desempenho é fundamental e nunca desumanizei ou "banalizei" o mal quando precisei demitir alguém por não entregar resultados ao longo de vários meses, especialmente quando treinados com as ferramentas necessárias. No mais, ótima reflexão!
A questão é exatamente essa. Os campos competitivos são um exemplo clássico. Hoje são alguns que não mostram o resultado esperado e é rua na certa. Amanhã serão outros pois daquele que hoje se pede 100% amanhã querem 200%.
Estudei no Brasil, e na minha época (anos 60) tínhamos a matéria FILOSOFIA no antigo "ginásio". Não sei se ainda é assim, mas parece que as gerações posteriores não tiveram este tipo de ensinamento. É uma pena!
Existe, mas talvez não seja igualmente produtivo ou relevante para a cidadania e formação de carater. Creio que migrou muito mais para uma disciplina mais "conteudista" e menos interpessoal
Adorei a explicação. Essa semana mesmo, eu estava falando sobre ler Hannah Arendt... Obrigada. Mas só uma coisa me incomoda qdo se fala de maldade humana: prq qdo se fala em Holocausto, só lembram e falam sobre o alemão? A escravidão no Brasil e no mundo, tb foi um Holocausto. Mas ninguém vai a fundo assim; ninguém cita como exemplo. Ninguém passa a limpo, essa nossa história dramática...
bem pensado luciane. acho que a escrvidão não é tratada nessa mesma temática pq os escravos eram mercadorias, eles eram usados. já no holocausto, os alemãos odiavam o fato dos judeus existirem, eles eram exterminados.
@@sandyribeiro7863 Não teve diferença. Os escravos tbm eram exterminados. Bastava fazer algo errado, que eram açoitados até a morte! Viviam em senzalas que eram locais insalubres como os campos de concentração. Tudo igual!
A razão é apenas uma ferrementa. Quem determina o que vai ser feito é quem usa a ferramente, que vai exercer um trabalho mais ou menos adequado. Não confundam a crítica ao uso com a crítica à ferramenta.
Gostei do material exposto. realmente, ele contém uma boa síntese e preciosidade acerca do tema tão extenso e complexo. No entanto, ideologia é algo que enxergo como uma verdadeira derrocada da boa argumentação. Como pesquisador, observo que essa fisgada ao destruidor do índio, dos lgbt+, de nós negros é da natureza em sua constância geral. Demonstra uma dada ignorância na exposição do assunto, tudo bem, ideologia fundamenta dentro de nós discursos pré-fabricados e indiferentes a uma pesquisa rasa sobre a veracidade do que se apresenta fora da matrix. Estudos recentes de instituições sérias, estudos os quais posso disponibilizar, dizem que nunca se fez tanto em tempos de crise pelo Brasil, nunca se envio tanta verba ou se fez tanto dentro da proporcionalidade pela população emergente. Fontes ligadas à mídia genocida e pesquisadores ligados à tal processo sempre se atém a isso. Enfim, acredito que esse discurso baseado no direito penal do inimigo somente nos polariza. E a polarização social é um lastro da própria banalidade do mal, em que o medo é disseminado através da mídia para população , ignorante em sua grande maioria, outros assim pretendem ficar, de maneira que justifica -se sempre a liberdade expressão. Não Sabendo eles que esse instituto democrático está sendo vandalizado e utilizado como veículo de manobra. Enfim, não estou protegendo fulano ou beltrano, mas dentro do saber científico não cabe ideologia. E como diz uma grande amiga, o saber não tolera a parcialidade das informações. Ótimo vídeo.
Uma das leituras mais importantes que fiz na vida. Achei brilhante e fundamental o trabalho que o professor fez de relacionar o conceito de Arendt ao governo genocida que o país possui no momento.
Como alguém que leu HA pode chamar o governo Bolsonaro de genocida? Se você não aprendeu o significado desta palavra, melhor se calar em respeito às pessoas que são perseguidas por sua raça. As narrativas progressistas é que são a verdadeira banalidade do mal.
O indivíduo , que prática o ato do roubo ou coisa pior nesse caso , sabe que é errado ! A prova disso e que , nunca vi ladrão esperar a polícia chegar , olhar o policial e dizer ( era meu trabalho / função/ as coisas são assim )
Gostei da sua apresentação, mas não concordo que um empresário que demite um funcionário esteja exercendo a banalidade do mal. Relações de empregos e renda envolvem coisas além de empregador e empregado
Li o livro durante a corrida eleitoral de 2017 e nao pude deixar de comparar Eichmann com Bolsonaro. Quando o individuo tem uma educacao crista, militar, onde tem uma instituicao para pensar por vc, fica dificil fazer qualquer reflexao. Para mim, esse eh o caso do Bolsonaro.
Penso que a banalidade do mal é uma escala dentro da vida das pessoas; eu posso cometer um pequeno mal não dividindo minha comida com aquele que passa fome e morrerá de fome; por outro lado cometer um grande mal ao ajudar a construir uma bomba que matará milhares, mas não fui eu quem matou, será?
Acho que não se trata necessariamente da razão, mas sim da irracionalidade, da terceirização da lógica por parte de Eichmann e tantos outros indivíduos ordinários que abrem mão da capacidade de pensar por si mesmos e, na banalidade de suas ações supostamente dentro da lei, dão vazão à barbárie.
é importante de ser revisitado a todo momento. a sociedade como um todo no mundo nunca deixou de praticar o genocidio das populações pretas, pobres, indígenas, etc.
Muito bom ter tido un professor tan ignorante, que consegue sacar cinzas de una camara a gas. Outro cara adoctrinado , que pasa para frente mentiras democraticas.
Quando o propósito fundamental das leis é esquecido em função da racionalidade fracionada, temos como consequência essas distopias de gestão (vide covid-19 no Brasil), voltada contra a própria humanidade.
@Vanice Rezende ia te responder mas mesmo que gritasse no máximo iria se contentar com a mortadela e pão. Brilhante o seu raciocínio José Frederico. Ah, aqui se utiliza de deboche não sou eu, mas fique tranquilo que seus cativos (Vanice Rezende) vão te defender cegamente. Kkkkk cegamente(deboche)
Bom, ja que vc está alfinetando Bolsonaro, vc não acha que a corrupção petista também não era uma banalidade do mal, já que o recurso público não é gerado pra isso?
Só a corrupção petista é banalidade do mal, as outras (e inclusive a atual) não. Tem que haver um recorte, né?! E é claro que esse recorte é baseado no que me convém.
É curioso que Arendt escreve a banalidade do mal e escreve sobre o desenraizamento e a fácil captura do ser que sofre do do desenraizamento ao fascismo. É curioso notar que a mesma Arendt que fala sobre banalidade do mal é a mesma que encontra uma resposta ao fascismo. Vejo que o conceito de banalidade do mal seja mais uma crítica ao pensamento científico de que o mal nasce com o homem. Então, a justificativa de maldade pela ciência é de que é comum, é normal, é banal ser mal. Acho que através da ótica da banalidade, Arendt consegue fazer essa crítica a esse dogmatismo científico.
Gente, me expliquem, eu poderia relacionar a banalidade do mal, analogamente aos maus tratos de animais?Relacionei na minha redação. Percebi que o homem, hj em dia, baanalizou a maldade.Tratar com brutalidade e crueldade um animal, além de destruir um ambiente trazendo prejuízos socialmente, agindo de forma natural(naturalizada), pra mim, tornou-se uma banalizacao do mal.
Ramirez, entendo que voce relata um entendimento, mas será que estamos falando de uma racionalidade? Sabemos hoje que nós nao agimos sempre (ou pouco agimos) de forma racional e o que eu vejo nessas práticas nazistas é justamente a irracionalidade em açao por uma crença adotada, tanto é assim que essa relativizaçao do mal, ou justificaçao do mal, ocorreu até na historia do cristianismo, quando em nome de deus foram praticadis genocidios com requintes de crueldade. Essa relativizaçao, essa ideia de que o mal as vezes se justifica vem por que as pessoas assumem dogmas como verdades e uma vez assumido um dogma, que é algo irracional, como uma verdade, é curta a distancia para assumir atitudes também irracionais em que o mal aparece. Os padres defendiam a escravidao no Brasil colonia porque isso favorecia a catequese dos impios africanos; os cristaos torturavam com requintes de crueldade acusados de heresia ou bruxaria porque o que interessava era a salvaçao da alma do herege ou da bruxa.
Hannah Arendt nunca disse que a razão foi banalizada ou que o mal foi banalizado, doutor. Se atrapalhou porque a questão central, a banalidade do mal, foi reduzida a mero gancho para transformar a Casa do Saber em Casa da Militância.
Tive a impressão que essa filósofa confundiu razão com falta de empatia. Não vejo problema em usar a razão para resolver situações, acho inclusive, que é muito melhor do que usar a emoção. O problema é quando você se "esquece" que o outro é um ser humano. Não gosto de usar as palavras "bom" ou "mau", pois acabo fazendo um julgamento do próximo, resultando na minha falta de empatia.
Na minha opinião essa opinião é invalidada quando pensamos que a concepção do que é mau e bom é uma construção social de determinado grupo. O algo que é mau pra um grupo pode ser considerado algo bom pra outro grupo.
'A razão tem tanto uma capacidade construtiva como destrutiva". O video foca no lado destrutivo dela. Empatia não se encaixaria tanto,em areas como guerra, campo de concentração, ou um empresario que tem uma fabrica demitindo 50 funcionarios sem nem saber seus nomes. Se houvesse empatia, nem uma guerra seria iniciada por exemplo, certo?Recorrem a racionalidade nessas horas, para lidar com o lado pesado da vida. E para justificar suas decisoes, o fazem atraves da razão - segundo o conceito particular da pessoa do que e' razão para a mesma. Empatia e' um dos sentimentos mais nobres na teoria. 'Não faça aos outro o que voce não gostaria que fizessem a vc". Na pratica, muitas pessoas tem dificuldade de pratica-la. Colocam o julgamento, criticas em ação, se negam a se colocar no lugar do outro, ou mesmo que tentem, não sentem nada que os faca mudar de ideia. E usam da sua razão, para justificar seu ato ( falta de empatia). Exemplo: Uma idosa em onibus cheio, uma mae com filho de 8 anos sentados em banco preferencial. Ao ver a idosa em pe, o garoto da sinal de que ira levantar para ceder o lugar. Sua mae o pega pelo braco e diz ' Vai dar lugar nada, senta ai. Quem manda estas velhas pegarem onibus em horario de pico".O garoto, a idosa e eu nos olhamos sem graca pela mae. No entanto, aquela mae, na sua "RAZAO 'justificou sua escolha e acreditou que fez o certo, o justo. Mesmo desrespeitando a lei. Se alguem a questionasse que nao teve empatia, provavelmente ela ficaria ofendida com a acusacao. Contaria a sua versão da historia .Afinal, para ela, estava com a razão.
@@keanu_yves gostei muito da sua resposta. Ela me deu clareza sobre o assunto do vídeo. Agora fiquei com outra dúvida: é possível que essa razão que o vídeo cita e a empatia consigam andar juntas?
A banalidade do mal não deixa de ser uma maneira de justificar impulsos negativos. Sempre " em nome da verdade, da pátria e do bem da humanidade". O detalhe é que fazemos isso todos os dias, mesmo em pequenos atos cotidianos, não retirando o foco das ações de maiores vultos.
"Não basta ter razão para estar *certo".*
"Se a razão tivesse um preço, eu pagaria para não tê-la."
("It's My Life" - Talk Talk)
Acho válido também refletir como o papel da alienação do trabalho se relaciona com isso.
Quando o trabalhador não percebe a transformação que realiza, isso possibilita que ele mate milhares de pessoas ao "apertar um botão", mas pense apenas "minha função é apertar esse botão, eu nada tenho a ver com as mortes que ele causa".
A banalidade do mal está, em meu entender, diretamente ligado ao processo de alienação do trabalho.
Isso é Karl Marx, perfeito!
Excelente reflexao!
A percepção do mal (que em nós habita!) é uma espécie de *sabedoria.*
"Aqueles que não percebem o mal, estão em sintonia com ele."
Exatamente.
Esta frase é de qual autor?
Pergunto isto, pois tu colocaste entre aspas.
É verdade, as mentes ficam cauterizadas com a disseminação do pecado.
@@renato7638 Vinícius C. Silveira
Brilhante realmente para os tempos atuais
Eu estou lendo A crise na educação de Hannah Arendt.
e dai?
Muito boa a síntese! Foi clara e esclarecedora, acessível para quem tem conhecimento e para os leigos no assunto. "fordismo do extermínio" foi excelente. Fala contextualizada tb. Parabéns!
Paulo Nicolli Ramirez um dos mais sábios professores que assisti no UA-cam.
Paulo Niccoli Ramirez, muito grata pela tua reflexão. Antes de assistir ao vídeo, estava relendo passagens do Pequeno Príncipe. Nesta tradução de Frei Betto, é citado trecho de carta de Saint-Exupéry sobre o nazismo: "Uma tirania totalitária poderia satisfazer-nos em nossas necessidades materiais. Mas não somos um rebanho no pasto. (...) Quando o nazista respeita exclusivamente aquele que se parece com ele, respeita apenas a si mesmo. Recusa as contradições criadoras, destrói toda esperança de ascenção e erige, por mil anos, em lugar de um homem, o robô de um formigueiro. (...) Incapazes de se impor pela evidência, as religiões políticas apelam para a violência. E eis que, dividindo-nos quanto aos métodos, arriscamo-nos a não mais reconhecer que caminhamos para o mesmo fim." Estamos, novamente, vivendo tempos sombrios no mundo e, infelizmente, também aqui no Brasil.
Esse professor é excelente! Explica com clareza temas complexos. Parabéns!👏👏👏
Paulo sempre brilhante. Parabéns !!!
Muito obrigado, professor Paulo Niccoli, por sua serenidade e reflexão sobre esse tema tão caro para todos nós. Poder compreender a profundidade dos nossos atos, que fuja de algo mecanicista, nos permite avaliar se aquilo que excutamos é moralmente aceitável ou se abstraímos as consequências e seguimos relaizando as mesma ações acríticas.
Professor Paulo Niccoli Ramirez, excelente análise! precisamos falar mais sobre o conceito de 'banalidade do mal" de ontem e de hoje.
A banalidade do mal está presente nas sociedades atuais em grandes proporções! Adorei o vídeo, muito esclarecedor.👏👏👏👏👏👏
Gostei muito dessa temática. Adquiri essa obra( o livro) hoje. Obrigada Paulo e a todos a Casa do saber. Por contribuir para ser-mos pensantes e questionadores.
Perfeito!
Tanto a razão sozinha qto o sensível sozinhos não produzem boas e sensatas ações. Como já afirmado por muito, o q deve ser posto em prática é o caminho do meio, ou seja, a síntese da razão e emoção.
Excelente colocações!
Obrigada por compartilhar!
Que clareza...Excelente
Excelente
Muito bom! Estou lendo Eichmann em Jerusalém.
Não conhecia ainda Paulo aqui no canal, adorei. Que vídeo ótimo!!!
Obrigado por disponibilizar
Os fins não justificam os meios. Vivemos uma profunda crise moral! A inversão dos valores morais está destruindo uma nação ao eleger o mal que não tem nada de banal!
Muito bom levantar esse tema que nunca deixa de ser atual. Os genocídios nunca deixaram de ocorrer. Sempre aparece uma razão para exterminar determinados grupos. Os religiosos dirão que é"fim dos tempos", alguns estudiosos que é um novo ciclo do planeta, os racistas para pureza racial, os místicos, preparação para uma uma nova era, razões não faltam para justificar o injustificável.
Casa do Saber como sempre com temas relevantes. Obrigada.
Tem um filme sobre Eichmann: solução final
Vou assistir
@@wanessatorres7922 depois conta
Boa tarde e obrigada 😘 🇦🇴
Essa grande filósofa merece mais vídeos aula.
muito bom o pensamento
Eu amo esse canal. Sempre muito enriquecedor
Sensacional!
Um dos melhores e mais sábios professores que já vi. Com essa didática que cola no cérebro é pra tirar 10!
A pior banalidade do mau, esta nas famílias... Grupos sociais, que se preocupam apenas com seus indivíduos...
Pessoal que fazem de tudo para se elevar perante um grupo...
O mau é facilmente feito dentro de um grupo a um indivíduo, sem tecnicamente poder achar um culpado...
Todos dentro desse grupo poderá facilmente encontrar uma desculpa e dizer nem sabia que tava fazendo tamanho mau... Pois o benefício de fazer um pequeno mau é enorme perante o grupo... Ser aceito no grupo, ser representado, como alguém de sucesso...
Esta acima de diversas pessoas...
O benefício é tão grande, que na cabeça da pessoa o mau, feito a outra pessoa, é irrelevante...
muito bom.
Já mandando esse vídeo nos grupos de WhatsApp da família
Muito ótima essa reflexão.
Esse é um tema interessantíssimo. Vou produzir um vídeo sobre isso também.
Li esse livro da Hanna Arendt ( tb li As Origens do Totalitarismo ) e sua explanação foi perfeita. Meus parabéns
Tem um vídeo da Larissa Melo desenvolvido em 2 partes sobre o mesmo tema. Vale a pena procurar.
Sucinto e certeiro!
Necessário!
Excelente!
Que aula!!! Agradeço
Me arrepiei
Excelente vídeo!!!!
Otimo video !
Admirável Mundo Novo
Os americanos exterminaram os nativos indígenas, o exército brasileiro juntamente com o exército argentino e uruguaio quase que exterminaram totalmente a população masculina do Paraguai, isso sem falar de etnias africanas que se matam, esse conceito é muito interessante para compreendermos tais atitudes. No filme A cruzada com Orlando Bloom o rei Balduíno fala algo muito interessante acerca da responsabilidade individual de cada indivíduo, diante de Deus pelos seus atos.
Bastante atual.
Incrível esse vídeo!!
pqp nota 10
Muito ATUAL. Tudo a ver com os tempos Brasil.
E se trouxermos essa banalidade para o nosso dia-a-dia? Roupas.
Quem fez a sua roupa?
A imensa maioria das lojas de roupas do mundo usam mão de obra escrava e ninguém se importa com isso, contanto que suas roupas custem pouco.
O mal está entranhado e presente em nossas vidas muitos mais do que possamos enxergar ou imaginar.
"Bandido bom é bandido morto": atualmente o maior exemplo do conceito de "Banalidade do Mal".
É só levar pra casa😂
Espero que esses bolsonaristas sejam trancafiados com o "mito" em uma cela gigante e que a chave seja jogada fora.
"É só levar pra casa": banalidade do mal @@amarseramado1974
Os nosso políticos cometem a banalidade do mal
vlw me ajudou🤙🏻
Verdade. A familia tem sido perseguida categoricamente de forma sistematica através de um ódio que brota e se multipplica por um coletivo, não podendo responsabilizar um somente. A banalidade do mal, nunca fez tanto sentido.
A banalizacao do mal advém da personalidade tétrade: narcísica; maquiavélica; psicopata e pervertida.
Edilson, pq vc deu uma bica no Paulo Nunes no clássico Corinthians e Palmeiras?
Aquilo foi banal e mal!
Abs
Na verdade o que a Hanna Arendt fala é o oposto disso, o mal é banalizado por cidadaos comuns, eles nao tem intencao propriamente dita de fazer o mal mas de fazer o que eles foram ensinados a fazer, por isso ele fala no video sobre a instrumentalizacao do mal, é um mal feito de forma inconsciente e irreflexiva. Esse mal dos psicopatas, maquiavelicos, a que vc se refere seria um mal utopico.
Stálin; Mussolini; Hitler etc., eram instrumentalistas utópicos?
*Eclisiastes 10:1*
"Um pouco de *loucura* é suficiente para corromper a *sabedoria."*
Leia sobre Folie à deux ("Loucura a dois") e folie à plusieurs (Loucura de vários/muitos).
Já li o livro de Hanna Arendt e fiquei meio confusa, notadamente, quando se refere ao caso de Eikmann e vários outros nazistas se julgarem como obedientes às ordens que lhe eram dadas.
Com relação à fala desse autor, as dúvidas se desfizeram, uma vez que houve uma excelente explicação.
Parabéns!
Todos os criminosos pensam que estao no lado certo.
Qual o tipo de racionalidade que enfia goela abaixo uma hidrelétrica absolutamente questionável em terra indígena no país que tem completo domínio da técnica das hidrelétricas?
E pela banalidade do mal, permitiram que um criminoso retornasse ao local do crime.
Não existe a "banalidade só mal" quando um criminoso mata uma pessoa apenas para tomar seu celular? Isso também não é banalidade do mal? ou se presta apenas para pessoas cumpridoras das leis?
Também vale para "Ha uma lógica no assalto"
A banalidade do mal é quando a pessoa deixa de pensar por si mesma e, por consequência, de julgar se um ato é bom ou mau.
muito bom!
Para onde caminha a humanidade???
Gostei da reflexão, mas dizer que se banaliza o mal por enxergar números e não pessoas é falso. Especialmente quando em campos competitivos onde metas precisam ser batidas e objetivos alcançados. Trabalho numa área onde desempenho é fundamental e nunca desumanizei ou "banalizei" o mal quando precisei demitir alguém por não entregar resultados ao longo de vários meses, especialmente quando treinados com as ferramentas necessárias. No mais, ótima reflexão!
A questão é exatamente essa. Os campos competitivos são um exemplo clássico. Hoje são alguns que não mostram o resultado esperado e é rua na certa. Amanhã serão outros pois daquele que hoje se pede 100% amanhã querem 200%.
Estudei no Brasil, e na minha época (anos 60) tínhamos a matéria FILOSOFIA no antigo "ginásio". Não sei se ainda é assim, mas parece que as gerações posteriores não tiveram este tipo de ensinamento. É uma pena!
Existe, mas talvez não seja igualmente produtivo ou relevante para a cidadania e formação de carater. Creio que migrou muito mais para uma disciplina mais "conteudista" e menos interpessoal
Adorei a explicação. Essa semana mesmo, eu estava falando sobre ler Hannah Arendt... Obrigada. Mas só uma coisa me incomoda qdo se fala de maldade humana: prq qdo se fala em Holocausto, só lembram e falam sobre o alemão? A escravidão no Brasil e no mundo, tb foi um Holocausto. Mas ninguém vai a fundo assim; ninguém cita como exemplo. Ninguém passa a limpo, essa nossa história dramática...
bem pensado luciane. acho que a escrvidão não é tratada nessa mesma temática pq os escravos eram mercadorias, eles eram usados. já no holocausto, os alemãos odiavam o fato dos judeus existirem, eles eram exterminados.
@@sandyribeiro7863 Não teve diferença. Os escravos tbm eram exterminados. Bastava fazer algo errado, que eram açoitados até a morte! Viviam em senzalas que eram locais insalubres como os campos de concentração. Tudo igual!
👏🏽👏🏽👏🏽
Vídeo interessantíssimo! Tragam de novo esse professor, por favor. ❤️
A razão é apenas uma ferrementa. Quem determina o que vai ser feito é quem usa a ferramente, que vai exercer um trabalho mais ou menos adequado.
Não confundam a crítica ao uso com a crítica à ferramenta.
Gostei do material exposto. realmente, ele contém uma boa síntese e preciosidade acerca do tema tão extenso e complexo. No entanto, ideologia é algo que enxergo como uma verdadeira derrocada da boa argumentação. Como pesquisador, observo que essa fisgada ao destruidor do índio, dos lgbt+, de nós negros é da natureza em sua constância geral. Demonstra uma dada ignorância na exposição do assunto, tudo bem, ideologia fundamenta dentro de nós discursos pré-fabricados e indiferentes a uma pesquisa rasa sobre a veracidade do que se apresenta fora da matrix. Estudos recentes de instituições sérias, estudos os quais posso disponibilizar, dizem que nunca se fez tanto em tempos de crise pelo Brasil, nunca se envio tanta verba ou se fez tanto dentro da proporcionalidade pela população emergente. Fontes ligadas à mídia genocida e pesquisadores ligados à tal processo sempre se atém a isso. Enfim, acredito que esse discurso baseado no direito penal do inimigo somente nos polariza. E a polarização social é um lastro da própria banalidade do mal, em que o medo é disseminado através da mídia para população , ignorante em sua grande maioria, outros assim pretendem ficar, de maneira que justifica -se sempre a liberdade expressão. Não Sabendo eles que esse instituto democrático está sendo vandalizado e utilizado como veículo de manobra. Enfim, não estou protegendo fulano ou beltrano, mas dentro do saber científico não cabe ideologia. E como diz uma grande amiga, o saber não tolera a parcialidade das informações. Ótimo vídeo.
Uma das leituras mais importantes que fiz na vida. Achei brilhante e fundamental o trabalho que o professor fez de relacionar o conceito de Arendt ao governo genocida que o país possui no momento.
Tambem acho! Ler Hannah foi o que me encantou por filosofia : )
Kkkkkkkkkkkkkkkkk que bbk
Como alguém que leu HA pode chamar o governo Bolsonaro de genocida? Se você não aprendeu o significado desta palavra, melhor se calar em respeito às pessoas que são perseguidas por sua raça. As narrativas progressistas é que são a verdadeira banalidade do mal.
Quando justificamos violência e crimes com a desigualdade social, também não seria uma maneira de banalizar o mal!?
Com toda certeza, se bem que a definição de bem e mal é imprecisa, mas, obviamente que seus exemplos denotam o que chamamos de "contrato social".
não.
@@mrlprrr por que!? Não
Nesse sentido não
O indivíduo , que prática o ato do roubo ou coisa pior nesse caso , sabe que é errado ! A prova disso e que , nunca vi ladrão esperar a polícia chegar , olhar o policial e dizer ( era meu trabalho / função/ as coisas são assim )
Gostei da sua apresentação, mas não concordo que um empresário que demite um funcionário esteja exercendo a banalidade do mal. Relações de empregos e renda envolvem coisas além de empregador e empregado
Onde está isso no discurso do antropólogo?
Também achei extremamente desproporcional.
Li o livro durante a corrida eleitoral de 2017 e nao pude deixar de comparar Eichmann com Bolsonaro. Quando o individuo tem uma educacao crista, militar, onde tem uma instituicao para pensar por vc, fica dificil fazer qualquer reflexao. Para mim, esse eh o caso do Bolsonaro.
Esqueceu de falar da pior: a banalidade do mal com os animais causa por nós, humanos!
Vídeo de fácil compreensão! Parabéns pela didática !!
Os que distorcem a realidade comete o mesmo mal.
Penso que a banalidade do mal é uma escala dentro da vida das pessoas; eu posso cometer um pequeno mal não dividindo minha comida com aquele que passa fome e morrerá de fome; por outro lado cometer um grande mal ao ajudar a construir uma bomba que matará milhares, mas não fui eu quem matou, será?
Acho que não se trata necessariamente da razão, mas sim da irracionalidade, da terceirização da lógica por parte de Eichmann e tantos outros indivíduos ordinários que abrem mão da capacidade de pensar por si mesmos e, na banalidade de suas ações supostamente dentro da lei, dão vazão à barbárie.
É muito triste que esse conceito tao importante da Hannah Arendt seja tao importante de ser revisitado, nesse momento.
é importante de ser revisitado a todo momento. a sociedade como um todo no mundo nunca deixou de praticar o genocidio das populações pretas, pobres, indígenas, etc.
A banalidade do mal é ausência, basicamente , da alteridade .
Muito bom ouvir após anos, meu professor de Filosofia =)
Muito bom ter tido un professor tan ignorante, que consegue sacar cinzas de una camara a gas.
Outro cara adoctrinado , que pasa para frente mentiras democraticas.
Curioso o fato de Arendt ser uma racista convicta
Quando o propósito fundamental das leis é esquecido em função da racionalidade fracionada, temos como consequência essas distopias de gestão (vide covid-19 no Brasil), voltada contra a própria humanidade.
👏👏👏👏👏
Jesus....
a racionalidade sem sensibilidade é destrutiva
A corrupção também é banalidade do mal. Kkkk
@Vanice Rezende e o seu comentário mostra que você ganha com a corrupção !!!
Tipo cumplicidade ingênua !!?
@Vanice Rezende ia te responder mas mesmo que gritasse no máximo iria se contentar com a mortadela e pão. Brilhante o seu raciocínio José Frederico. Ah, aqui se utiliza de deboche não sou eu, mas fique tranquilo que seus cativos (Vanice Rezende) vão te defender cegamente. Kkkkk cegamente(deboche)
@Vanice Rezende Vou te fazer feliz! Você tem razão...😉🤣🤣🤣🤣
Claro que é, eu, você, todos nós já cometemos tais erros (mínimos ou grandes)independentemente, de inclusive, afiliação política.
Bom, ja que vc está alfinetando Bolsonaro, vc não acha que a corrupção petista também não era uma banalidade do mal, já que o recurso público não é gerado pra isso?
Perfeito!!
Só a corrupção petista é banalidade do mal, as outras (e inclusive a atual) não. Tem que haver um recorte, né?! E é claro que esse recorte é baseado no que me convém.
Não há nada que possamos fazer com a maldade que existe dentro de nós, seres humanos, exceto às vezes tentar controlá-la
É curioso que Arendt escreve a banalidade do mal e escreve sobre o desenraizamento e a fácil captura do ser que sofre do do desenraizamento ao fascismo. É curioso notar que a mesma Arendt que fala sobre banalidade do mal é a mesma que encontra uma resposta ao fascismo. Vejo que o conceito de banalidade do mal seja mais uma crítica ao pensamento científico de que o mal nasce com o homem. Então, a justificativa de maldade pela ciência é de que é comum, é normal, é banal ser mal.
Acho que através da ótica da banalidade, Arendt consegue fazer essa crítica a esse dogmatismo científico.
A própria Hannah Arendt é culpada de banalizar o mal. Ela defendeu a segregação racial nos EUA e foi extremamente racista.
Gente, me expliquem, eu poderia relacionar a banalidade do mal, analogamente aos maus tratos de animais?Relacionei na minha redação.
Percebi que o homem, hj em dia, baanalizou a maldade.Tratar com brutalidade e crueldade um animal, além de destruir um ambiente trazendo prejuízos socialmente, agindo de forma natural(naturalizada), pra mim, tornou-se uma banalizacao do mal.
Ramirez, entendo que voce relata um entendimento, mas será que estamos falando de uma racionalidade? Sabemos hoje que nós nao agimos sempre (ou pouco agimos) de forma racional e o que eu vejo nessas práticas nazistas é justamente a irracionalidade em açao por uma crença adotada, tanto é assim que essa relativizaçao do mal, ou justificaçao do mal, ocorreu até na historia do cristianismo, quando em nome de deus foram praticadis genocidios com requintes de crueldade. Essa relativizaçao, essa ideia de que o mal as vezes se justifica vem por que as pessoas assumem dogmas como verdades e uma vez assumido um dogma, que é algo irracional, como uma verdade, é curta a distancia para assumir atitudes também irracionais em que o mal aparece. Os padres defendiam a escravidao no Brasil colonia porque isso favorecia a catequese dos impios africanos; os cristaos torturavam com requintes de crueldade acusados de heresia ou bruxaria porque o que interessava era a salvaçao da alma do herege ou da bruxa.
Hannah Arendt nunca disse que a razão foi banalizada ou que o mal foi banalizado, doutor. Se atrapalhou porque a questão central, a banalidade do mal, foi reduzida a mero gancho para transformar a Casa do Saber em Casa da Militância.
É uma crítica à ética kantiana que está baseada no imperativo categórico.
Tive a impressão que essa filósofa confundiu razão com falta de empatia.
Não vejo problema em usar a razão para resolver situações, acho inclusive, que é muito melhor do que usar a emoção. O problema é quando você se "esquece" que o outro é um ser humano.
Não gosto de usar as palavras "bom" ou "mau", pois acabo fazendo um julgamento do próximo, resultando na minha falta de empatia.
Na minha opinião essa opinião é invalidada quando pensamos que a concepção do que é mau e bom é uma construção social de determinado grupo. O algo que é mau pra um grupo pode ser considerado algo bom pra outro grupo.
'A razão tem tanto uma capacidade construtiva como destrutiva". O video foca no lado destrutivo dela. Empatia não se encaixaria tanto,em areas como guerra, campo de concentração, ou um empresario que tem uma fabrica demitindo 50 funcionarios sem nem saber seus nomes. Se houvesse empatia, nem uma guerra seria iniciada por exemplo, certo?Recorrem a racionalidade nessas horas, para lidar com o lado pesado da vida. E para justificar suas decisoes, o fazem atraves da razão - segundo o conceito particular da pessoa do que e' razão para a mesma. Empatia e' um dos sentimentos mais nobres na teoria. 'Não faça aos outro o que voce não gostaria que fizessem a vc". Na pratica, muitas pessoas tem dificuldade de pratica-la. Colocam o julgamento, criticas em ação, se negam a se colocar no lugar do outro, ou mesmo que tentem, não sentem nada que os faca mudar de ideia. E usam da sua razão, para justificar seu ato ( falta de empatia). Exemplo: Uma idosa em onibus cheio, uma mae com filho de 8 anos sentados em banco preferencial. Ao ver a idosa em pe, o garoto da sinal de que ira levantar para ceder o lugar. Sua mae o pega pelo braco e diz ' Vai dar lugar nada, senta ai. Quem manda estas velhas pegarem onibus em horario de pico".O garoto, a idosa e eu nos olhamos sem graca pela mae. No entanto, aquela mae, na sua "RAZAO 'justificou sua escolha e acreditou que fez o certo, o justo. Mesmo desrespeitando a lei. Se alguem a questionasse que nao teve empatia, provavelmente ela ficaria ofendida com a acusacao. Contaria a sua versão da historia .Afinal, para ela, estava com a razão.
@@keanu_yves gostei muito da sua resposta. Ela me deu clareza sobre o assunto do vídeo.
Agora fiquei com outra dúvida: é possível que essa razão que o vídeo cita e a empatia consigam andar juntas?
@Vinicius Alves de Lima obrigado. O Yves já me esclareceu o assunto.