Música e Trabalho: Sementes ( Emicida e Drik Barbosa )*

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  • Опубліковано 5 вер 2024
  • A poesia enfatiza a questão racial e econômica associada ao trabalho infantil, mostrando como as crianças nas periferias, especialmente as crianças negras, enfrentam barreiras ainda maiores. O sistema é criticado por negar a elas a chance de uma vida plena e segura. Água, sol, tempo são metáforas para educação, saúde, afetividade.
    Mas neste, mundo de desigualdade, são tantas as pessoas que não tem essas oportunidades! Emicida fala da periferia de São Paulo. Mas se aplica a qualquer cidade grande do mundo capitalista. Cidades que são máquinas de geração de pobreza e desigualdade em um ciclo vicioso, onde adultos não tem instrumentos para entender seu contexto, e poucas 00ferramentas para lutar para melhorá-lo.
    Em suma, a poesia é um chamado à ação, clamando por uma mudança urgente para garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de crescer, florescer e viver uma infância plena, longe do trabalho precoce e das adversidades impostas pela desigualdade social.
    Sementes
    (Composição: Vinicius Leonard Moreira / Emicida / Thiago Jamelão / Drik Barbosa/2020)
    Intérprete: Emicida (participação de Drik Barbosa)
    Se tem muita pressão
    Não desenvolve a semente
    É a mesma coisa com a gente
    Que é pra ser gentil
    Como flor é pra florir
    Mas sem água, sol e tempo
    Que botão vai se abrir?
    É muito triste, muito cedo
    É muito covarde
    Cortar infâncias pela metade
    Pra ser um adulto sem tumulto
    Não existe atalho, em resumo
    Crianças não têm trabalho, não, não, não
    Não ao trabalho infantil
    Desde cedo, 9 anos
    Era um pingo de gente
    Empurrado a fórceps pro batente
    O bíceps dormente, a mão cheia de calo
    Treme, não aguenta um lápis
    No fundão de São Paulo (putz)
    Se a alma rebelde se quer domesticar
    Menina preta perde infância, vira doméstica
    Amontoados ao relento, sem poder se esticar
    Um baobá vira um bonsai, é só assim pra explicar
    Que o nosso povo nas periferia
    Precisa encher suas panela vazia
    Dignidade é dignidade, não se negocia
    Porque essa troca leva infância, devolve apatia
    E é pior na pandemia
    Sobra ferida na alma, uma coleção de trauma
    Fora a parte física e nós já tá na crítica
    Pra que o nosso futuro não chore
    A urgência é: precisamos ser melhores, viu?
    Se tem muita pressão
    Não desenvolve a semente
    É a mesma coisa com a gente
    Que é pra ser gentil
    Como flor é pra florir
    Mas sem água, sol e tempo
    Que botão vai se abrir?
    É muito triste, muito cedo
    É muito covarde
    Cortar infâncias pela metade
    Pra ser um adulto sem tumulto
    Não existe atalho, em resumo
    Crianças não têm trabalho, não, não
    Crianças não têm trabalho, não
    Não ao trabalho infantil
    Com oito ela limpa casa de família
    Em troca de comida
    Mas só queria brincar de adoleta
    Sua vontade esconde-esconde
    Já que a sociedade pega-pega
    Sua liberdade e transforma em tristeza
    Repetiu na escola por falta
    Ele quer ir mas não pode
    Desigualdade é presente
    E tira seus direitos sem escolha
    Trabalha ou rouba pra viver
    Sistema algoz, que o arrancou da escola
    E colocou pra vender bala nos faróis
    Em maioria, jovens pretos de periferia
    Que tem direito a vida plena
    Mas só conhece o que vivencia
    Insegurança, violência e medo
    Trabalho infantil é um crime
    E tem cor e endereço
    Prioridade nossa
    É assegurar que cresçam e floresçam
    Alimentar a potência delas
    A liberdade delas não tem preço
    Merecem o mundo como um jardim
    E não como uma cela
    Se tem muita pressão
    Não desenvolve a semente, não
    É a mesma coisa com a gente
    Que é pra ser gentil
    Como flor é pra florir
    Mas sem água, sol e tempo
    Que botão vai se abrir? (Me diz)
    É muito triste, muito cedo
    É muito covarde (muito)
    Cortar infâncias pela metade (é quente)
    Pra ser um adulto sem tumulto
    Não existe atalho, em resumo (diz)
    Crianças não têm trabalho, não, não
    Não, crianças não têm trabalho, não
    Apenas não ao trabalho infantil

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