Na minha concepção, Wake disse a verdade quando falou que Howard estava perambulando por aí louco. Acho que tudo não passa da consequência, do abalo mental que o assassinato de Winslow na mente de Thomas Howard. De certa forma, quando se assiste o filme, você sente que o navio é como um raio de esperança, e pode ser visto como a sanidade, afinal, a sua chegada indica uma saída/fuga de todos os problemas na ilha. Então pode ser interpretado que tudo se passa logo após o assassinato, tendo Howard adentrado num estado de autoconflito que o leva a ingerir álcool (que, se observado, a partir do primeiro gole todos os conflitos começam de fato). Então, seria Thomas Howard um moribundo bêbado vagando por aí se culpando e fugindo da culpa de um crime, e no final de sua vida, quando seu ego finalmente tiver consciência (farol) do que fez, ele seria castigado por seus atos (alcoolismo, assassinato) pelas leis da sociedade (gaivotas) ?
Eu assisti sem saber nada sobre psicologia, e tive a interpretação de que tudo ali se passa dentro da cabeça perturbada pela culpa de um assassinato. Ambos os personagens são uma representação da mesma pessoa, ambos culpam um ao outro pelos erros, mas no fim tudo passa de um flagelo de culpa que se repete sempre, enquanto as gaivotas e a luz eu não consegui ter uma conclusão sobre
Desde a primeira vez que assisti ficou a sensação de que os dois são a mesma pessoa, o Wake vendo ele mais jovem, chegando naquele farol pela primeira vez e o Howard tendo um vislumbre dele mesmo mais velho acabar seus dias por ali, pois tinha o anseio de encontar um trabalho e permanecer nele, estava fugindo de seu passado ao matar o Winslow, e acabaria por matar também o assistente/faroleiro que lá estava ou chegaria depois. É a mente mais velha olhando para os erros cometidos quando mais novo e daí a cobrança ferrenha a si próprio ao mesmo tempo em que olhasse para o passado e pudesse ver seu eu mais jovem avaliando e repreendendo o eu mais velho com todas suas manias, falatório e mentiras auto-sugestivas ( ser um velho lobo do mar, ter sido um homem de família ). A culpa pelo(s) assassinato(s) o assombra e o leva à loucura, me arrisco a dizer que o Howard é o imaginário e o Wake é o real, só ele está lá naquele farol tendo conversas consigo mesmo, um monólogo. Essa é minha interpretação do filme, mas ainda há diversos pontos que não consigo entender e chegar a uma explicação e isso é o que torna esse filme tão espetacular para mim.
Eu cheguei a pensar nisso, principalmente quando eles contam as histórias deles, elas parecem se misturar, pensei que eram a mesma pessoa, e cheguei a pensar que os dois estavam mortos desde o começo do filme
O filme explicado por um especialista no tema é outra coisa! Estudei superficialmente na faculdade e fui relembrando... Parabéns pela resenha tão clara e gratidão pelo vídeo 😃
O filme é uma representação da teoria de Freud sobre a repressão. Antes de prosseguir , devo explicar o básico da teoria freudiana: para Freud, a psique é dividida em id, ego e superego. A instância ID representa nossos instintos animais, que incluem desejos sexuais, impulsos sádicos e predatórios etc. O superego representa a moral e as leis, que ficam a todo momento tentando controlar a instância ID. O ego é o mediador entre as duas instâncias anteriores Winslow ( Robert Pattinson ) representa o ego; Tomas Wake ( William Dafoe ) é o superego e o farol é a ID. Veja como tudo se encaixa : Winslow quer a todo custo alcançar o farol ( o ego quer a todo momento satisfazer os desejos da ID ), mas é ferozmente reprimido pelo dono dele todas as vezes que tenta fazer isso ( as leis e a moral contidas no superego vivem entrando em conflito com a ID, fazendo com que o ego sempre obedeça o superego ). Uma prova disso é que Winslow sonha que vai até o farol e encontra uma cópia dele lá. O que ele realmente encontra é seu lado animal aprisionado, tanto que em seguida Tomas Wake aparece no sonho, o iluminando com seus olhos totalmente despido. É o superego impedindo que o ego entre em contato com a ID. No final, quando Winslow mata Tomas para alcançar o farol, ele se choca com o que vê lá e a cena final mostra ele sendo comido vivo por gaivotas. Esta é uma representação de como o ser humano estaria fora da civilização : ele seria feliz por manifestar sua ID sem a repressão do superego, porém seria facilmente morto já que a natureza não possui as leis da civilização.
Nesse momento acabei de assistir o filme e estou vendo ele novamente com outros olhos,suspeitava q os dois era a mesma pessoa e outro nível assistir um filme igual a esse quando um especialista explica
Interessante a análise pelo viés da psicologia, geralmente só se falam das referências lovecraftianas e horror cósmico nos outros lugares e se acaba nisso.
Exatamente, até apaguei um comentário q fiz em outro canal falando mal do filme kkk, pq pra mim somente essa análise pela psicologia fez sentido. Parabéns
Eu consegui interpretar de uma forma diferente , algo mais como o isolamento e que todo essas coisas são como se fosse um mapa mental , e que a partir desse isolamento , veio a insanidade , o personagem do começa a ficar louco quando começar a interagir mais consigo mesmo , começa a alucinar e perder a noção do tempo , a ilha e o que ele faz , representa o vazio de uma rotina metódica , que nunca muda e que é sempre a mesma coisa , a sereia seria uma representação de um amor platônico dele , e o totem justificaria isso , a luz seria sair disso tudo , sair da sua zona de conforto e melhorar de vida , mais ele seria impedido por este outro lado mais emocional q se rende a bebidas , ao eu não consigo , eu não vou nem tentar , e que já nem se importa mais pro que é certo ou errado , apenas em ficar repetindo o mesmo trabalho de sempre
Talvez com mais algumas mudanças e ajustes essa teoria faça mais sentido , mais dês de já não tô afirmando nada , o filme é muito interpretativo e tem milhares de formas pra teorizar
Ainda sobre uma interpretação Psicanalítica, a relação dos dois personagens lembra muito o complexo de Édipo de Freud. Tem vaaarios pontos durante o filme que tecem as características desse complexo. Eu não tenho a melhor relação do mundo com meu pai e a relação dos dois me lembrou muito eu e ele hehe
Minha interpretação: o farol é um filme que faz analogia ao burnout e ao trabalho excessivo, às pessoas workaholic e suas consequências. O que cada um representa: Thomas, o zelador: É o próprio Efraim. Ou melhor, não há ele, apenas o Thomas do passado e o do futuro. Ele na suas forma mais insana. Louco e amedrontador. Velho e sem destino ou propósito, por isso ele diz que ninguém deve ir ao farol, que é apenas dele, que a ilha será sempre dele. A ilha: O ambiente de trabalho, com seus riscos e sua solidão. O farol: Uma meta a ser alcança no trabalho, como uma promoção, um cargo, um salário maior, mas sem se importar com as consequências e o que leva a isso, mesmo custando sua insanidade. A sereia: Os pequenos agrados do trabalho para esquecer a perversão que existe e todos os abusos, como festas de empresas, o próprio salário, etc. As gaivotas: Os avisos que são dados a nós sobre esses riscos e consequências de um trabalho abusivo, como nossos amigos, nossa família, as pessoas que se importam com a gente, etc. Pontos importantes que podem contribuir: 1) A aparência de Thomas vai mudando ao longo do filme, de um jovem saudável até um insano total. Assim como no ambiente, chegamos a desgastar toda nossa saúde mental para agradar pessoas que não merece o que nós somos, o que pode ser representado, por exemplo, quando Thomas bebe óleo quando acaba o rum. 2) Há avisos em todo o filme sobre as consequências, os principais pontos que, a partir deles que pioram cada vez mais a sanidade do Thomas, até o ápice, são: quando ele mata a gaivota / quando ele encontra o corpo do antigo ajudante / quando ele faz sexo com a sereia / quando ele mata o zelador. 3) A cena dele quebrando o relógio, perto do filme, mostra que ele não se importa mais com o tempo, apenas com o que ele quer conseguir, no caso chegar a luz do farol. Assim como nos dedicamos 100% ao nosso trabalho, e ignoramos nossas famílias, amigos, diversão, lazer, etc. 4) Em momentos, Thomas diz a Efraim que ele "estava falando com ele mesmo", e como se ele fosse "fruto da sua própria imaginação". 5) Thomas tinha dito ao zelador que mudava de emprego e emprego, não encontrando o que gosta, e estava na ilha apenas para o dinheiro da aposentadoria. Ou seja, não se importava com o que aconteceria e nem com as consequências de um trabalho abusivo, apenas com o que ganharia com isso. 6) A cena quando ele chega ao farol é vista com um deslumbre, mas no fundo, é apenas uma luz de um farol qualquer. Quando ele abre, Thomas chega ao ápice da insanidade, assim como alguém ficaria em uma situação de limite da mente no trabalho, mesmo que consiga, a custo de quê? 7) O fim, quando ele é comido pelas gaivotas, é o fim da saúde mental. É o desgaste total, é o burnout. É como se dissesse "eu avisei", mas já é tarde demais. Ou seja: não existe ilha, nem zelador, nem gaivotas, nem farol, nem sereia, nem nada, nem ninguém. Apenas um homem tentando encontrar a si mesmo, que desgasta diariamente com seu trabalho, visando apenas o dinheiro, sem pensar nas consequências, mesmo que isso signifique custar sua própria mente.
Meu amigo, eu fico imensamente feliz por ter alguém com reportório bem fundamentando fazendo um vídeo tão didático e espetacular. Eu li, alguns meses antes do advento da pandemia, o livro "Memórias do Subsolo" de Dostoiévski e, meu nobre, há muita ligação entre as teses de Dostoiévski e o filme!!
@@adrielsilva9699, meu nobre, o filme é muito tenso e com uma densidade tremenda! Pelo o que eu, Luiz, entendi é que somos emergidos na mente de um psicopata que, segundo o capitão coadjuvante na ilha, pode ser um "assassino vagando por um bosque cheio de neve no Canadá". Pode parecer loucura, mas estamos na mente desse suposto assassino que, como é mostrado no longa, tem uma mente com desejos nefastos e sexuais, tendo como exemplo a figura da sereia com a qual tem devaneios de um sexo prazeroso, assim como por sua ânsia em ir para a "luz" no alto do farol. Perceba que, após a morte do capitão, o protagonista está ensanguentado e, com o acesso à imensa luz do farol, tem a claridade sobre seus atos! Essa é a jogada final: os gritos agonizantes perfazem-se como a conscientização da amargura do crime cometido!!!! A ilha, meu caro Adriel, é um viés para a mente perturbada de Thomas Howard!!! É brilhante!!!!!
Mds, muito bom o filme, a interpretação dos atores, os dois fantásticos Muito boa sua interpretação, tanto a Freudiana qto a junguiana Fico mais com a junguiana, gosto da forma que ele trabalha com o conceito de consciente e inconsciente Só me levou chegar a uma conclusão, a complexidade da mente humana é divina
Ricardo, sempre acompanho seus vídeos e adoro haha! Tenho uma sugestão de filme p você, é Swallow ou Devorar. Um filme que não aborda literalmente o transtorno de picacismo mas é muito interessante a composição que apresenta a personagem e o que ocorre.
Ricardo parabéns pela análise ficou sensacional. Um filme rico em informações que possibilita um número enorme de interpretações. Pude visualizar o id e ego entre os personagens, porém a ideia da ilha sendo a mente e a analogia do iceberg tão utilizado na psicanálise pelo aparelho psíquico de Freud fechou com chave de ouro. Excelente trabalho. Um forte abraço !
Adorei a cena que ele vai esvaziar os penicos no mar e o vento volta tudo pra cara dele kkk naquela hora eu percebi qui aquele cara tava muito na merda
@@VinyOliveira83 como sinopse ajudasse, terror psicológico kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk o filme não traz nenhuma tensão. Assiste a bruxa, do mesmo diretor, que você vai ver a diferença
Um dos piores filmes que já assiste gente será que é tão difícil fazer filmes como antigamente até deu pra entender melhor o filme com esse vídeo mas mesmo assim não gostei nem todo mundo tem essas interpretações assistir um filme devia ser mais simples e legal resumindo pra mim era dois loucos ou talvez um louco só!
Já eu gostei muito! É q filmes assim são feitos pra fazer o telespectador pensar mesmo e tirar suas próprias conclusões, mas entendo sua frustração, as vezes só queremos um filme leve pra nos distrair.
Cada um espera um tipo de experiência diferente ao assistir um filme. Eu gosto de filmes que deixam margem para diferentes interpretações, metáforas, camadas de complexidade. E esse filme me trouxe a sensação de que eu estava ficando louco junto com os personagens. Eu acho muito interessante o cinema nos trazer essas sensações.
Na minha concepção, Wake disse a verdade quando falou que Howard estava perambulando por aí louco. Acho que tudo não passa da consequência, do abalo mental que o assassinato de Winslow na mente de Thomas Howard.
De certa forma, quando se assiste o filme, você sente que o navio é como um raio de esperança, e pode ser visto como a sanidade, afinal, a sua chegada indica uma saída/fuga de todos os problemas na ilha. Então pode ser interpretado que tudo se passa logo após o assassinato, tendo Howard adentrado num estado de autoconflito que o leva a ingerir álcool (que, se observado, a partir do primeiro gole todos os conflitos começam de fato).
Então, seria Thomas Howard um moribundo bêbado vagando por aí se culpando e fugindo da culpa de um crime, e no final de sua vida, quando seu ego finalmente tiver consciência (farol) do que fez, ele seria castigado por seus atos (alcoolismo, assassinato) pelas leis da sociedade (gaivotas) ?
Eu assisti sem saber nada sobre psicologia, e tive a interpretação de que tudo ali se passa dentro da cabeça perturbada pela culpa de um assassinato. Ambos os personagens são uma representação da mesma pessoa, ambos culpam um ao outro pelos erros, mas no fim tudo passa de um flagelo de culpa que se repete sempre, enquanto as gaivotas e a luz eu não consegui ter uma conclusão sobre
Desde a primeira vez que assisti ficou a sensação de que os dois são a mesma pessoa, o Wake vendo ele mais jovem, chegando naquele farol pela primeira vez e o Howard tendo um vislumbre dele mesmo mais velho acabar seus dias por ali, pois tinha o anseio de encontar um trabalho e permanecer nele, estava fugindo de seu passado ao matar o Winslow, e acabaria por matar também o assistente/faroleiro que lá estava ou chegaria depois. É a mente mais velha olhando para os erros cometidos quando mais novo e daí a cobrança ferrenha a si próprio ao mesmo tempo em que olhasse para o passado e pudesse ver seu eu mais jovem avaliando e repreendendo o eu mais velho com todas suas manias, falatório e mentiras auto-sugestivas ( ser um velho lobo do mar, ter sido um homem de família ). A culpa pelo(s) assassinato(s) o assombra e o leva à loucura, me arrisco a dizer que o Howard é o imaginário e o Wake é o real, só ele está lá naquele farol tendo conversas consigo mesmo, um monólogo. Essa é minha interpretação do filme, mas ainda há diversos pontos que não consigo entender e chegar a uma explicação e isso é o que torna esse filme tão espetacular para mim.
Eu cheguei a pensar nisso, principalmente quando eles contam as histórias deles, elas parecem se misturar, pensei que eram a mesma pessoa, e cheguei a pensar que os dois estavam mortos desde o começo do filme
O filme explicado por um especialista no tema é outra coisa!
Estudei superficialmente na faculdade e fui relembrando...
Parabéns pela resenha tão clara e gratidão pelo vídeo 😃
Obrigado!
O filme é uma representação da teoria de Freud sobre a repressão.
Antes de prosseguir , devo explicar o básico da teoria freudiana: para Freud, a psique é dividida em id, ego e superego. A instância ID representa nossos instintos animais, que incluem desejos sexuais, impulsos sádicos e predatórios etc. O superego representa a moral e as leis, que ficam a todo momento tentando controlar a instância ID. O ego é o mediador entre as duas instâncias anteriores
Winslow ( Robert Pattinson ) representa o ego; Tomas Wake ( William Dafoe ) é o superego e o farol é a ID. Veja como tudo se encaixa : Winslow quer a todo custo alcançar o farol ( o ego quer a todo momento satisfazer os desejos da ID ), mas é ferozmente reprimido pelo dono dele todas as vezes que tenta fazer isso ( as leis e a moral contidas no superego vivem entrando em conflito com a ID, fazendo com que o ego sempre obedeça o superego ). Uma prova disso é que Winslow sonha que vai até o farol e encontra uma cópia dele lá. O que ele realmente encontra é seu lado animal aprisionado, tanto que em seguida Tomas Wake aparece no sonho, o iluminando com seus olhos totalmente despido. É o superego impedindo que o ego entre em contato com a ID.
No final, quando Winslow mata Tomas para alcançar o farol, ele se choca com o que vê lá e a cena final mostra ele sendo comido vivo por gaivotas. Esta é uma representação de como o ser humano estaria fora da civilização : ele seria feliz por manifestar sua ID sem a repressão do superego, porém seria facilmente morto já que a natureza não possui as leis da civilização.
Interpretação mais profunda e completa. Obrigado!
Nesse momento acabei de assistir o filme e estou vendo ele novamente com outros olhos,suspeitava q os dois era a mesma pessoa e outro nível assistir um filme igual a esse quando um especialista explica
Nossa que incrível! Agora sou obrigada a assistir novamente com esse olhar!! Amei o vídeo!♥
Muito obrigado Cintia, fico feliz que tenha gostado do vídeo!
Interessante a análise pelo viés da psicologia, geralmente só se falam das referências lovecraftianas e horror cósmico nos outros lugares e se acaba nisso.
Muito obrigado, Diego!
Exatamente, até apaguei um comentário q fiz em outro canal falando mal do filme kkk, pq pra mim somente essa análise pela psicologia fez sentido. Parabéns
Eu consegui interpretar de uma forma diferente , algo mais como o isolamento e que todo essas coisas são como se fosse um mapa mental , e que a partir desse isolamento , veio a insanidade , o personagem do começa a ficar louco quando começar a interagir mais consigo mesmo , começa a alucinar e perder a noção do tempo , a ilha e o que ele faz , representa o vazio de uma rotina metódica , que nunca muda e que é sempre a mesma coisa , a sereia seria uma representação de um amor platônico dele , e o totem justificaria isso , a luz seria sair disso tudo , sair da sua zona de conforto e melhorar de vida , mais ele seria impedido por este outro lado mais emocional q se rende a bebidas , ao eu não consigo , eu não vou nem tentar , e que já nem se importa mais pro que é certo ou errado , apenas em ficar repetindo o mesmo trabalho de sempre
Talvez com mais algumas mudanças e ajustes essa teoria faça mais sentido , mais dês de já não tô afirmando nada , o filme é muito interpretativo e tem milhares de formas pra teorizar
Com certeza! E parabéns pela sua interpretação! Na arte, nenhuma interpretação é (ou deve ser) definitiva, nem a do próprio autor.
Ainda sobre uma interpretação Psicanalítica, a relação dos dois personagens lembra muito o complexo de Édipo de Freud. Tem vaaarios pontos durante o filme que tecem as características desse complexo.
Eu não tenho a melhor relação do mundo com meu pai e a relação dos dois me lembrou muito eu e ele hehe
Minha interpretação: o farol é um filme que faz analogia ao burnout e ao trabalho excessivo, às pessoas workaholic e suas consequências.
O que cada um representa:
Thomas, o zelador: É o próprio Efraim. Ou melhor, não há ele, apenas o Thomas do passado e o do futuro. Ele na suas forma mais insana. Louco e amedrontador. Velho e sem destino ou propósito, por isso ele diz que ninguém deve ir ao farol, que é apenas dele, que a ilha será sempre dele.
A ilha: O ambiente de trabalho, com seus riscos e sua solidão.
O farol: Uma meta a ser alcança no trabalho, como uma promoção, um cargo, um salário maior, mas sem se importar com as consequências e o que leva a isso, mesmo custando sua insanidade.
A sereia: Os pequenos agrados do trabalho para esquecer a perversão que existe e todos os abusos, como festas de empresas, o próprio salário, etc.
As gaivotas: Os avisos que são dados a nós sobre esses riscos e consequências de um trabalho abusivo, como nossos amigos, nossa família, as pessoas que se importam com a gente, etc.
Pontos importantes que podem contribuir:
1) A aparência de Thomas vai mudando ao longo do filme, de um jovem saudável até um insano total. Assim como no ambiente, chegamos a desgastar toda nossa saúde mental para agradar pessoas que não merece o que nós somos, o que pode ser representado, por exemplo, quando Thomas bebe óleo quando acaba o rum.
2) Há avisos em todo o filme sobre as consequências, os principais pontos que, a partir deles que pioram cada vez mais a sanidade do Thomas, até o ápice, são: quando ele mata a gaivota / quando ele encontra o corpo do antigo ajudante / quando ele faz sexo com a sereia / quando ele mata o zelador.
3) A cena dele quebrando o relógio, perto do filme, mostra que ele não se importa mais com o tempo, apenas com o que ele quer conseguir, no caso chegar a luz do farol. Assim como nos dedicamos 100% ao nosso trabalho, e ignoramos nossas famílias, amigos, diversão, lazer, etc.
4) Em momentos, Thomas diz a Efraim que ele "estava falando com ele mesmo", e como se ele fosse "fruto da sua própria imaginação".
5) Thomas tinha dito ao zelador que mudava de emprego e emprego, não encontrando o que gosta, e estava na ilha apenas para o dinheiro da aposentadoria. Ou seja, não se importava com o que aconteceria e nem com as consequências de um trabalho abusivo, apenas com o que ganharia com isso.
6) A cena quando ele chega ao farol é vista com um deslumbre, mas no fundo, é apenas uma luz de um farol qualquer. Quando ele abre, Thomas chega ao ápice da insanidade, assim como alguém ficaria em uma situação de limite da mente no trabalho, mesmo que consiga, a custo de quê?
7) O fim, quando ele é comido pelas gaivotas, é o fim da saúde mental. É o desgaste total, é o burnout. É como se dissesse "eu avisei", mas já é tarde demais.
Ou seja: não existe ilha, nem zelador, nem gaivotas, nem farol, nem sereia, nem nada, nem ninguém. Apenas um homem tentando encontrar a si mesmo, que desgasta diariamente com seu trabalho, visando apenas o dinheiro, sem pensar nas consequências, mesmo que isso signifique custar sua própria mente.
impossivel entender esse filme sem uma explicação, obrigado
Vc esta arrazando
Vi uns 3 videos mas a sua explicação foi a melhor.. parabens
Muito obrigado!
Meu amigo, eu fico imensamente feliz por ter alguém com reportório bem fundamentando fazendo um vídeo tão didático e espetacular. Eu li, alguns meses antes do advento da pandemia, o livro "Memórias do Subsolo" de Dostoiévski e, meu nobre, há muita ligação entre as teses de Dostoiévski e o filme!!
Me explica caro amigo , pq eu não entendi o filme
@@adrielsilva9699, meu nobre, o filme é muito tenso e com uma densidade tremenda! Pelo o que eu, Luiz, entendi é que somos emergidos na mente de um psicopata que, segundo o capitão coadjuvante na ilha, pode ser um "assassino vagando por um bosque cheio de neve no Canadá". Pode parecer loucura, mas estamos na mente desse suposto assassino que, como é mostrado no longa, tem uma mente com desejos nefastos e sexuais, tendo como exemplo a figura da sereia com a qual tem devaneios de um sexo prazeroso, assim como por sua ânsia em ir para a "luz" no alto do farol. Perceba que, após a morte do capitão, o protagonista está ensanguentado e, com o acesso à imensa luz do farol, tem a claridade sobre seus atos! Essa é a jogada final: os gritos agonizantes perfazem-se como a conscientização da amargura do crime cometido!!!! A ilha, meu caro Adriel, é um viés para a mente perturbada de Thomas Howard!!! É brilhante!!!!!
Ah, fiquei muito feliz com seu comentário :)
Vi agora o filme que loucura eheh , muito bom
Sem dúvidas a melhor interpretação que já vi! Excelente
Muito obrigado mesmo, Gabriel!
Ficou excelente parabéns
Muito obrigado, Bruno!
Explicação sensacional!! Obrigadaaaa
Eu que agradeço Izabela, muito obrigado pelo seu comentário :)
Mds, muito bom o filme, a interpretação dos atores, os dois fantásticos
Muito boa sua interpretação, tanto a Freudiana qto a junguiana
Fico mais com a junguiana, gosto da forma que ele trabalha com o conceito de consciente e inconsciente
Só me levou chegar a uma conclusão, a complexidade da mente humana é divina
uau q vídeo incrível! fez o filme ser bem mais interessante 👏🏻❤️
Muito obrigado, Anna 😁
Prof. Ricardo, como sempre excelente análise, enriquece e nos fornece "insigths", obrigado pelo vídeo.
Muito obrigado, Amilton. Grande abraço!
Ricardo, sempre acompanho seus vídeos e adoro haha!
Tenho uma sugestão de filme p você, é Swallow ou Devorar. Um filme que não aborda literalmente o transtorno de picacismo mas é muito interessante a composição que apresenta a personagem e o que ocorre.
Fala, zumachinfurs, sempre bom te ler por aqui! Eu não conheço o filme, mas fiquei genuinamente interessado! Vou procurar! Abraço.
Muito bem explicado! Parabéns
Muito obrigado, Neto!
Ricardo parabéns pela análise ficou sensacional. Um filme rico em informações que possibilita um número enorme de interpretações.
Pude visualizar o id e ego entre os personagens, porém a ideia da ilha sendo a mente e a analogia do iceberg tão utilizado na psicanálise pelo aparelho psíquico de Freud fechou com chave de ouro. Excelente trabalho.
Um forte abraço !
Obrigado pelo comentário, um abraço! :)
Absolutamente incrível, muito obrigada!
Muito obrigado, Ana Carolina!
Tu deve ser um profissional do caralho slc
Excelente análise! Parabéns e obrigado por esses preciosos ensinamentos!
Eu que agradeço! Obrigado :)
Perfeito!!!
Parabéns pelo vídeo e pela maneira que explicou- as referências que usou e as obras citadas.
+1 sub
Anthony, fico feliz que tenha curtido o vídeo! E muito brigado pelo elogio, comentário e inscrição!
de longe a critica mais bem pesquisada/fundamentada do ytbr
Obrigado!
No final só pensei, vai mané quem mandou matar a gaivota... Kkkk. Mesmo sem entender o filme a atuação dos atores e a fotografia foram surpreendentes.
Amei! Bastante esclarecedora suas interpretações.... 😍👏👏👏
Obrigado, Rosy!
Alguem pode me explicad sobre as buzinas que aparecem no filme? O que elas poderiam representar?
Muito legal, tive aula hj sobre a segunda tópica. Faz muito sentido.
Que legal, Wagner! Sucesso na sua jornada como psicólogo, grande abraço!
Suas análises são pontuais. 👌
Muito obrigado!
Que doido, acabei de assistir o filme, não tinha entendido nada, mas acabei me reconhecendo em algumas partes
Obrigado pelas ricas análises.
Eu que agradeço a gentileza!
Viciado no canal kkkkk vou agradecer meu psicólogo por te recomendar rs
Foi seu psicólogo que te recomendou? Que legal!
@@MinutosdeSanidade sim rsrsrs ele tava querendo me ajudar a interessar mais pelo assunto
Incrível essa análise
Obrigado, Livia!
Droga, vou ter que assistir de novo pra entender da forma correta kkkkk
Ótimo video! Parabéns
Muito obrigado, Wellington!
Parabéns pelo vídeo
Obrigado!
Caramba! Muito interessante.👏
Obrigado, Nicolle!
Análise genial!!!
Obrigado, Lorraine!
Explicação top
Obrigado!
vídeo MUITO BOM!
Muito obrigado, Fábio!
Cara q inteligente fez muito sentido!! Parabéns!
Muito obrigado, Diego! Fico feliz que tenha curtido.
vídeo bom, parabéns amigo
Muito obrigado!
Muito bom
Obrigado!
Eu vou cuidar bem da minha saúde mental se eu não assistir esse filme doente.
Adorei a cena que ele vai esvaziar os penicos no mar e o vento volta tudo pra cara dele kkk naquela hora eu percebi qui aquele cara tava muito na merda
*Esse filme é para poucos...*
*Assistir e compreender é para 0,01%....*
As gaivotas comendo o fígado vem diretamente do mito de Prometeu.
Sim! O Farol tem muita inspiração na mitologia!
Isso é filme pra doido
😮
Filme xato achei q ia ser top
O que significa a sereia?
Na minha visão, uma manifestação do inconsciente coletivo, com seus símbolos mitológicos.
Filme horrível, esperava um suspense, um terror psicológico... não é um nem outro, não entendi o hype pra esse filme
Era só ler a sinopse, fora q isso é sim terror psicológico.
@@VinyOliveira83 como sinopse ajudasse, terror psicológico kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk o filme não traz nenhuma tensão. Assiste a bruxa, do mesmo diretor, que você vai ver a diferença
Pior filme que já vi na minha vida, perdi tempo vendo esse filme.
Um dos piores filmes que já assiste gente será que é tão difícil fazer filmes como antigamente até deu pra entender melhor o filme com esse vídeo mas mesmo assim não gostei nem todo mundo tem essas interpretações assistir um filme devia ser mais simples e legal resumindo pra mim era dois loucos ou talvez um louco só!
Já eu gostei muito! É q filmes assim são feitos pra fazer o telespectador pensar mesmo e tirar suas próprias conclusões, mas entendo sua frustração, as vezes só queremos um filme leve pra nos distrair.
Cada um espera um tipo de experiência diferente ao assistir um filme. Eu gosto de filmes que deixam margem para diferentes interpretações, metáforas, camadas de complexidade. E esse filme me trouxe a sensação de que eu estava ficando louco junto com os personagens. Eu acho muito interessante o cinema nos trazer essas sensações.