Sobre sugestão, acho que colocar mais imagens ou cenas de filme deixa as coisas mais interessantes e o vídeo não fica tão travado. De resto, parabéns Arthur, você faz o melhor canal de cinema do Brasil.
Caro Arthur, parabéns pelo canal. Não pare, suas contribuições são bem interessantes. Com o enxerto de referências fica bem melhor o desenrolar do vídeo. Sobre o cinema maneirista, surgiu em mim uma dúvida que tem tirado o meu sossego: e o advento do vídeo? Falo sobre a facilitação do acesso a uma câmera portátil nos anos sessenta e a consequente experimentação com imagens em movimento por artistas, â exemplo do coreano Nam June Paik., tudo isso acarreta, de certa forma, algumas confusões, como por exemplo, o que é o cinema contemporâneo e suas tendências, seus esgarçamentos e o que ainda o mantêm como cinema, que eu ainda possa chamar de cinema e não de experimentações com videográficas.
Com certeza o vídeo acabou influenciando várias relações com a imagem. Um filme bem definitivo nesse sentido é o BLACKOUT do Abel Ferrara, que lida com isso até mesmo como uma temática. Dentro dessas relações maneiristas mais especificamente - e até um pouco experimentais - O Mistério de Oberwald do Antonioni é um bom exemplo. Trabalha com relações dramáticas bem peculiares a partir do uso do vídeo e das cores.
@@arthurtuoto dicas bem legais, com certeza verei. Então podemos entender o vídeo nesse jogo como um meio expressivo, inicialmente analógico e eletrônico, que também será apropriado por cineastas maneiristas, estruturais, experimentais? Com o advento do cinema digital, faz sentido haver separação entre cinema e vídeo? Desculpa a insistência no tema, mas suas considerações sobre o cinema contemporâneo me fizeram pensar sobre o lugar do vídeo hoje. Abraço e obrigado pelo retorno.
No início do vídeo até existe uma separação um pouco mais evidente. E até alguns movimentos - como o Dogma 95 - que tendem a explorar isso. Existia aquela textura característica, a facilidade do dispositivo e etc. Elementos que influenciaram na relação com a linguagem. Hoje em dia como a qualidade do vídeo já é muito alta, ele praticamente domina tudo. Tanto no sentido de gravação como de exibição. Então hoje em dia dá pra dizer que, na verdade, "o cinema é video". Já que a maioria dos filmes não são mais filmados e nem exibidos em película.
De alguma forma as excentricidades do Wes Anderson poderiam ser pensadas como um certo maneirismo? Ou tu acha que suas características sao melhores pensadas em outras chaves (se sim, quais)??
Embora essa tendência seja muito bem situada historicamente, você diria que o cinema de diretores como Kubrick e Wes Anderson possui uma dimensão maneirista?
O Kubrick não. Acho que ele estiliza os planos, mas dentro de uma unidade muito mais clássica e menos audoevidente. O Wes Anderson com certeza! Boa parte do cinema dele parte de um método maneirista bem minucioso. É um diretor que expõe muito o seu processo. Muito do prazer que os filmes dele proporcionam está nessa exposição lúdica das coisas, de como elas são construídas e dos detalhes que as constituem.
Se for pensar na forma como ele usa o CGI pra estilizar alguns aspectos da realidade, dá sim. Até porque é um cinema que assume bem os seus procedimentos (simulacros, gameplay, regras próprias).
Bressane é uma boa, Arthur. Pessoalmente gosto de alguns filmes dele mas tenho uma dificuldade imensa com a maioria. Até por isso acharia bom ouvir sua opinião.
Dá pra dizer que é uma articulação formal que possui algumas características específicas sim. Claro que depende muito do diretor, mas é possível pensar em uma "base formalista maneirista" de algum modo.
Sobre sugestão, acho que colocar mais imagens ou cenas de filme deixa as coisas mais interessantes e o vídeo não fica tão travado. De resto, parabéns Arthur, você faz o melhor canal de cinema do Brasil.
Valeu, William! E obrigado pela sugestão.
Conteúdo excelente!
Caro Arthur, parabéns pelo canal. Não pare, suas contribuições são bem interessantes. Com o enxerto de referências fica bem melhor o desenrolar do vídeo. Sobre o cinema maneirista, surgiu em mim uma dúvida que tem tirado o meu sossego: e o advento do vídeo? Falo sobre a facilitação do acesso a uma câmera portátil nos anos sessenta e a consequente experimentação com imagens em movimento por artistas, â exemplo do coreano Nam June Paik., tudo isso acarreta, de certa forma, algumas confusões, como por exemplo, o que é o cinema contemporâneo e suas tendências, seus esgarçamentos e o que ainda o mantêm como cinema, que eu ainda possa chamar de cinema e não de experimentações com videográficas.
Com certeza o vídeo acabou influenciando várias relações com a imagem. Um filme bem definitivo nesse sentido é o BLACKOUT do Abel Ferrara, que lida com isso até mesmo como uma temática. Dentro dessas relações maneiristas mais especificamente - e até um pouco experimentais - O Mistério de Oberwald do Antonioni é um bom exemplo. Trabalha com relações dramáticas bem peculiares a partir do uso do vídeo e das cores.
@@arthurtuoto dicas bem legais, com certeza verei. Então podemos entender o vídeo nesse jogo como um meio expressivo, inicialmente analógico e eletrônico, que também será apropriado por cineastas maneiristas, estruturais, experimentais? Com o advento do cinema digital, faz sentido haver separação entre cinema e vídeo? Desculpa a insistência no tema, mas suas considerações sobre o cinema contemporâneo me fizeram pensar sobre o lugar do vídeo hoje. Abraço e obrigado pelo retorno.
No início do vídeo até existe uma separação um pouco mais evidente. E até alguns movimentos - como o Dogma 95 - que tendem a explorar isso. Existia aquela textura característica, a facilidade do dispositivo e etc. Elementos que influenciaram na relação com a linguagem. Hoje em dia como a qualidade do vídeo já é muito alta, ele praticamente domina tudo. Tanto no sentido de gravação como de exibição. Então hoje em dia dá pra dizer que, na verdade, "o cinema é video". Já que a maioria dos filmes não são mais filmados e nem exibidos em película.
massa Arthur, valeu muleque
Obrigado, Stefano!
Vc parece muito o Trotsky ahuahuahua
sempre escuto isso. trotski e edgar allan poe!
Um amigo disse que vc lembra muito o Fred Mercury Prateado
De alguma forma as excentricidades do Wes Anderson poderiam ser pensadas como um certo maneirismo? Ou tu acha que suas características sao melhores pensadas em outras chaves (se sim, quais)??
Embora essa tendência seja muito bem situada historicamente, você diria que o cinema de diretores como Kubrick e Wes Anderson possui uma dimensão maneirista?
O Kubrick não. Acho que ele estiliza os planos, mas dentro de uma unidade muito mais clássica e menos audoevidente.
O Wes Anderson com certeza! Boa parte do cinema dele parte de um método maneirista bem minucioso. É um diretor que expõe muito o seu processo. Muito do prazer que os filmes dele proporcionam está nessa exposição lúdica das coisas, de como elas são construídas e dos detalhes que as constituem.
Sempre considerei Paris Texas um filme do mago miller e do great ry cooder.
Da pra dizer então que o uso do CGI pelo pwsa pode se enquadrar nesse cinema maneirista de alguma forma?
Se for pensar na forma como ele usa o CGI pra estilizar alguns aspectos da realidade, dá sim. Até porque é um cinema que assume bem os seus procedimentos (simulacros, gameplay, regras próprias).
Zack Snyder é maneirista?
Sim. Ele hiperestiliza formas clássicas buscando um impacto bem assumido.
Pretende gravar algo relacionado ao cinema brasileiro ?
Sim. Tem alguma sugestão? Tava pensando em algo sobre o Bressane talvez.
Bressane é uma boa, Arthur. Pessoalmente gosto de alguns filmes dele mas tenho uma dificuldade imensa com a maioria. Até por isso acharia bom ouvir sua opinião.
Outro que eu sugiro é o Adirley Queirós.
O maneirismo é um dos tipos de formalização?
Dá pra dizer que é uma articulação formal que possui algumas características específicas sim. Claro que depende muito do diretor, mas é possível pensar em uma "base formalista maneirista" de algum modo.
"Rendez-vous à Bray", do André Delvaux, pode ser considerado um filme maneirista por referenciar de uma maneira bem específica o cinema silencioso?
Ezequiel, nunca assisti. Não saberia dizer.