A ARTE NÃO É SUBJETIVA | booktok, o anti-intelectualismo e senso crítico

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  • Опубліковано 27 жов 2024

КОМЕНТАРІ • 91

  • @EmyCustodio
    @EmyCustodio  19 днів тому +6

    Você concorda com o vídeo? Não? Deixa sua opinião nos comentários! E não esquece de deixar seu like e se inscrever no canal ❤

  • @tata12costa44
    @tata12costa44 2 дні тому +33

    Eu culpo o twitter por essas dificuldade das pessoas em criticar algo de forma respeitosa, lá as pessoas são insuportáveis e se elas querem criticar algo ofendem todo mundo

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  День тому +3

      @@tata12costa44 Olha, sou obrigada a concordar. Desde que o tt foi banido fiz um detox e tá bem paradinho desde que voltou.

  • @BeAnEnigma
    @BeAnEnigma 17 днів тому +59

    Nossa, sim! A arte não é subjetiva! Eu não gostei de mais da metade do que eu li no curso de letras. Mas a gente não estuda pra aprender a gostar, a gente estuda pra entender a importância, as técnicas, analisar as intenções. Vontade de tatuar a seção final do vídeo na testa.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  17 днів тому +4

      @@BeAnEnigma #TaTudoBemGostarDeCoisaRuim

  • @maki664
    @maki664 День тому +15

    Se tudo é arte então nada é arte. O significado da palavra se perde e fica carente de algo mais profundo. Dizer que um livro com puro hot é arte igual, por exemplo, a metarmofose é um completo absurdo... Concordo com o que diz no vídeo, arte não é subjetiva

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  21 годину тому +5

      @@maki664 Obrigada!! É sobre entender que tem livros que é puro escapismo e entretenimento e tá tudo bem!

  • @BeAnEnigma
    @BeAnEnigma 17 днів тому +29

    Uma coisa que, para mim, meio que enfraqueceu muito o cenário de resenhas foi a pira anti-spoiler dos anos 2010. O nível que as pessoas passaram a considerar spoiler era tipo... coisas que estavam nas sinopses. As pessoas tinham que ficar se policiando para não entregar nenhum detalhe sob a pena de levar canetada nos comentários... quando no fim é sobre os detalhes. É o que te pega nos livros. Pra mim isso enfraqueceu tanto as resenhas que tipo... elas deixaram de ser sobre a opinião da pessoa (porque não dava pra ser específico) e não dava para ser sobre o livro (porque não podia dar spoiler). Então acabaram ficando vídeos de quase 10 minutos... esvaziados.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  17 днів тому +7

      @@BeAnEnigma é, mas acaba que virou algo de vlogs e cenas de livro que parece que dá até mais spoiler as vezes???? sem falar que resenha nem precisa falar da sinopse, pode ser comentando da escrita e dos personagens, tem que saber fazer também, tem gente que a resenha é a sinopse aí complica kkkk

  • @MariaEduarda-rz5sb
    @MariaEduarda-rz5sb 16 годин тому +6

    Foi o que meu grande Ariano Suassuna falou: “Se você diz que o chimbinha é um gênio, como eu vou chamar Beethoven?”

  • @tata12costa44
    @tata12costa44 2 дні тому +10

    A Dear Maidy é outra que começou fazendo livros e hoje é GIGANTE no mundo de Disney e desenhos

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  День тому +1

      @@tata12costa44 Não conheço! Vou procurar!!

  • @kauasantoslima5501
    @kauasantoslima5501 17 днів тому +8

    Sem nem citar que agora, com a ascensão do pós-modernismo, estão questionando os meios técnicos de avaliação das obras artísticas e dizendo ser uma visão eurocêntrica.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  17 днів тому +9

      tudo bem questionar, mas apresente então novos métodos e argumentos que provem o que está afirmando

  • @BeAnEnigma
    @BeAnEnigma 17 днів тому +12

    Uma coisa que não pode ser dispensada nesse cenário todo é a influência da fanfic no mercado editorial. A fanfic ela traz todo um universo próprio: de querer ler os mesmos tropos, usar esses tropos para a pesquisa, querer ler o mesmo casal de novo e de novo e de novo. A medida que o capitalismo avançou e as coisas foram se tornando mais caras, a fanfic ganhou muito espaço, mas a fanfic não pode ser monetizada. O mercado editorial, percebendo esse movimento e especialmente depois do sucesso estrondoso de 50 Tons de Cinza, começa a surfar essa onda, atraindo esse pessoal do universo da fanfic com divulgações voltados pro pessoal da fanfic... e isso acaba se espalhando por tudo. Gente que nunca leu fanfic e que não fazia ideia de pesquisar pelas coisas que elas gostavam descobriram esses conceitos pela primeira vez... e a coisa da fanfic é que ela É viciante.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  17 днів тому +1

      @@BeAnEnigma Isabella Fernandes a maior especialista em fanfics que conheço. Com certeza amiga, adorei esse acréscimo! 🤩🤩

  • @readwithanna
    @readwithanna 18 днів тому +5

    QUE VÍDEO EXCELENTE! sua visão como escritora e, principalmente, somo estudante e pesquisadora da área traz um embasamento fenomenal.
    ai cara, amei amei

  • @Ivianunciação
    @Ivianunciação 18 годин тому +3

    olá, Emy. gostei muito do vídeo, esse é um tema que tem me despertado muito interesse. também sou escritora e tenho um bookstagram. concordo com muitas coisas que você disse, porem não com o que você disse sobre escrever "uma boa história". também sinto que o ser humano tem cada vez mais se distanciado do novo, do grotesco, do desconfortável e pulado de cabeça no fenómeno das massas. Sobre escrever uma boa história, creio que a técnica não é importante, como você disse ser. a técnica expressa a arte, mas a técnica não tem relação alguma com a arte. literatura, pintura, etc é, ao meu ver, para ser sentido, cuspido, tirado da alma. não é uma graduação em arte visuais que vai me transformar numa grande pintora, ou uma graduação em escrita criativa, e sim minha capacidade de expressar no papel conteúdos da alma. Na psicologia analítica de C.G. Jung a arte é a ferramenta para expressão de fenómenos psíquicos, não existe técnica, não existe fórmula ou estrutura que vá transformar um livro ou um escritor em superstar. exemplos do que estou falando: Clarice Lispetor. qual a técnica que ela tem e que se aplica a outros escritores? ela cospe a alma dela, não tem estrutura alguma nos livros, é um fluxo de consciência assustador e belo.

    • @Ivianunciação
      @Ivianunciação 18 годин тому +1

      e mais uma vez, parabens pelo conteúdo. é de extrema importância falar sobre esse tema tão atual.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  8 годин тому

      Oie tudo bem? Então, entendo de onde vem seu ponto mas vou precisar reforçar que a técnica é sim extremamente importante! Existe um motivo para ter estudos e mais estudos em cima disso. Pense assim: se você escrever um livro cheio de intenção e sentimentos, mas não conseguir desenvolver um personagem, não conseguir mostrar pra seus leitores o que sente, não conseguir organizar seus pensamentos e sua narrativa, você não vai conseguir transmitir sua mensagem. É o ponto que eu trago, a arte é subjetiva a partir do momento que as obras são bem escritas porque aí vem a afinidade-- eu posso achar um livro clássico chato cheio de técnica mas que o autor não colocou nenhum sentimento ali e outra pessoa achar aquilo cheio de emoção. Quando falo de tecnica é isso... por exemplo, não da pra comparar Crepusculo com Dracula. Dracula foi um livro tao revolucionario que virou classico. Crepusculo foi uma febre no seu ano. Mas Dracula é extremamente bem escrito e desenvolvido, tanto que faculdades de escrita e literatura ensinam o livro pros alunos. Ja Crepusculo possui inumeras falhas de desenvolvimento de personagens, furos de roteiro, etc. Por mais qhe eu adore e me divirta, nao tem como dizer que é melhor que Dracula, tem só como dizer que me divirto e gosto mais dele. Eu super concordo com o que você diz: arte é pra gente sentir, é pra mexer com a gnt. Mas a galera tem uma noção que a técnica vai tirar isso da arte e é muito pelo contrário. É pra te ajudar a transmitir seus sentimentos e sua intenção da melhor maneira :)
      Obrigada por comentar e por curtir o vídeo, espero te ver mais vezes por aqui!

  • @xbrokens2
    @xbrokens2 5 днів тому +7

    Quem acha que a onda Dark romance e Hot é nova, claramente não lembra das coleções de livros de banca Sabrina, Julia e Bianca 😂 Nós somos empoderadas desde 1977, nesse sentido. Aliás indico pra quem gosta de romances rápidos 😅

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  4 дні тому +2

      @@xbrokens2 Não conheço! Bom saber! Mas de fato, dark romance e hot só migrou mais de locais publicados, pq wattpad tá aí a bastante tempo hahaha

    • @kellencristina1697
      @kellencristina1697 11 годин тому +1

      Não é nova, mas está cada vez pior.

  • @vojnici94
    @vojnici94 19 годин тому +9

    tudo começou a dar errado depois que duchamp chamou um mictório de arte.

  • @tata12costa44
    @tata12costa44 2 дні тому +13

    O pseudo intelectualismo com os livros hot É ABSURDO!! E essa questão do empoderamento feminino nessa literatura a gente tem que lembrar que é um recorte bem especifico, porque são sempre mulheres e homens brancos, hetero, magros cis, sendo retratados, então só reforça certos padrões da nossa sociedade

  •  19 днів тому +4

    Amando que tu voltou pro youtube e já trouxe essa pedrada na cara!

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  19 днів тому +1

      hahahahahaha muito obg amigaa 🖤

  • @xicaraquente.m
    @xicaraquente.m 18 днів тому +3

    ameeiiiii esse video essay 😍
    amiga, incrível demais! adoreiii

  • @marivavilov743
    @marivavilov743 18 днів тому +3

    Emy, vc foi cirúrgica! Impressionada como essa discussão é importante nos dias de hoje

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  18 днів тому +1

      @@marivavilov743 Muito obrigada, Mari! Fico feliz que gostou 🧡 Espero te ver mais por aqui no canal

  • @alassante
    @alassante 3 дні тому +4

    Oi, Emy!! Eu sou uma das hosts do Chá da Meia Noite, adorei seu video e seu canal!!! ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤ Obrigada por assistir nosso episódio e nos mencionar!!!!!

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  3 дні тому

      Oii Bia! Aí adoro o seu podcast! Fico muito feliz que gostou do vídeo e do canal! Espero te ver mais por aqui ❤ Não perco um episódio do chá da meia noite!

  • @luhprim2746
    @luhprim2746 21 годину тому +2

    Gostei mt da sua fala, principalmente sobre expandir horizontes através da arte e do entretenimento em si. Arrasou

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  21 годину тому +1

      @@luhprim2746 Muito obrigada! 🤍 Espero te ver por aqui mais vezes!

  • @jc24329
    @jc24329 3 дні тому +1

    Analise perfeita Emilly!!! Tema controverso colocado de forma assertiva e muito leve. Parabéns!!!

  • @eudelima
    @eudelima 19 днів тому +2

    Otimas observações Emy. Eu tento seguír pessoas que ampliem meus horizontes, que me façam sair da zona de conforto. Concordo contigo.❤

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  19 днів тому +1

      @@eudelima Muito obrigada! É muito importante seguir pessoas diferentes e ter contato com experiências diferenças! 🤩 Espero que continue por aqui!

  • @AutoraBeatrizOliveira
    @AutoraBeatrizOliveira 5 днів тому +3

    Gostei bastante do conteúdo. É reflexo disto mesmo: do imediatismo, especialmente nos mais jovens. Precisamos mudar essa mentalidade, pois a resiliência é necessária pra vida, e as pessoas não estão com paciência nem pra ver um filme, de tão viciadas em vídeos curtos. Esses dias eu vi em algum lugar que estavam fazendo livros menores justamente por conta do tiktok. E eu não sei se isso é verdade, mas não duvido! Este mundo está raso demais, e tudo que você comentou é reflexo disso. De relações à leitura (quando ela existe), tudo precisa ser fácil e palatável. É problemático demais, mas é uma soma de cultura e influência, tanto interna, da família, quanto externa, dos amigos e professores. Ir contra essa corrente, a meu ver, é indispensável.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  5 днів тому

      @@AutoraBeatrizOliveira Muito bem colocado. E sim, os livros estão refletindo os vídeos. São curtos e com letras grandes, "faceis" de ler.

  • @SussUhr
    @SussUhr 2 дні тому +3

    Eu só acho que livro hot já existia e vendia tem muitos e muitos anos ... Minha mãe tinha muitos e lia... Eram os famosos livros de banca, que não eram bons o suficiente para irem para livraria haha então o sucesso é antigo, só que agora se fala mais abertamente sobre

  • @leituramista
    @leituramista День тому +3

    acho que cada plataforma a gente perfoma de um jeito por conta do público. faço alguns vídeos por aqui mais longos e no instagram acabo indo mais curto - mas claro, depois eu escrevo as resenhas usando as frases nas fotos. é complicado demais porque as pessoas não tem mais paciência. gaguejou? ficou 5s em silêncio pensando? pulam o vídeo...
    enfim, gostaria de falar bastante dos livros, poder escrever mais as resenhas, mas o público não ajuda.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  День тому

      @@leituramista é isso, nossa paciência hoje em dia tá muito curta, estamos mal acostumados, e infelizmente, prejudica a gente...
      amei saber que vc tem um canal, já me inscrevi :)

  • @gabriellacardosopaiva417
    @gabriellacardosopaiva417 14 годин тому +1

    Nossa, finalmente um vídeo trazendo esse ponto de vista. Sem querer acusar ninguém (ainda mais porque eu não conheço essas pessoas), mas eu fico me questionando se esse pessoal que defende o anti-intelectualismo tem mesmo essa opinião ou fala isso porque seu público é fã de literatura escapista e o ganha pão da pessoa é promover livro farofa.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  11 годин тому

      @@gabriellacardosopaiva417 é algo a se perguntar haha

  • @tata12costa44
    @tata12costa44 2 дні тому +4

    Socorro a época do Klebio Damas falando de livrooos

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  День тому +1

      @@tata12costa44 Pois é hahahahahah

  • @BeAnEnigma
    @BeAnEnigma 17 днів тому +3

    Acho que algo a se considerar também é a transição dos gatekeepers pra gatewatchers, que é algo que falamos muito dentro da área da comunicação. Houve uma época em que se um agente literário não aceitasse alguém, era o fim da carreira da pessoa. Eles podiam decidir quem entrava e quem não entrava. Hoje, grande parte do pessoal começa pela autopublicação e inclusive prefere continuar se autopublicando do que assinar com editoras grandes pra poder ter maior controle sobre as próprias obras. Agora, o agente literário e a pessoa responsável pelas aquisições dentro das editoras, eles precisam ver o que está indo bem e se adaptar a isso, correr atrás do que já é garantido (até porque os custos de impressão estão maiores depois da pandemia e da crise do papel pólen, os preços de marketing são sempre exorbitantes e tudo o mais). No fim, eles acabam apelando também pro s3x0 vende porque eles precisam vender. Todo mundo tá indicando que a indústria do livro vai passar pela sua maior mudança desde a invenção da prensa de Gutenberg. Então nos resta observar o que vem daqui pra frente.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  17 днів тому +1

      @@BeAnEnigma Ficamos aí na espera e só observando e lutando pra entrar nessa festa.

  • @thaianedepaula471
    @thaianedepaula471 2 дні тому +13

    Tati Feltrim segue fazendo.

  • @lucasvalerianodosrei
    @lucasvalerianodosrei 19 годин тому +1

    Gostei muito do tema que você trouxe nesse vídeo. É bastante pertinente nos atentarmos às mais variadas formas de consumo do mundo atual que tendem a aniquilar o tédio, negando a possibilidade de contemplação... Assim, o scroll da tela infinita da era do Tiktok que acabou por moldar uma nova forma de consumir um vídeo, muito mais imediatista e acrítica - pois tudo que é rolado é soterrado e esquecido no mesmo minuto-, parece ter dado contorno não mais a experiência líquida, indicada por Bauman, mas uma sociedade gasosa e virtual - uma sublimação dos eu´s que se tornaram nuvens-, intangíveis, nunca mais presentificadas em um único momento, mas fragmentadas em vários simulacros do eu. Já parou pra pensar quando foi a última vez que você esteve sozinha(o)? Digo sozinha(o) mesmo, sem dividir a atenção com mais nada. De minha parte mesmo quando estou no mundo ‘real’, divido minha atenção ouvindo uma música, mexendo no celular, lendo um livro ou ouvindo um podcast...
    Acho que você descreveu com bastante precisão esses sintomas da (pós) modernidade, a facilidade da criação de bolhas e dos vieses de confirmação, alguma coisa entre a infantilização dos sujeitos, incapazes que são de assumir o desconforto, e viciados pela luta infinita do scroll da próxima dopamina... Só que se me permite discordar, no entanto, creio que a raiz da sua provocação - que a arte não é subjetiva, isto é, que ela é, então, objetiva -, não responde satisfatoriamente as causas do problema, mas pelo contrário, acaba por fomentar aquilo que criticava.
    Parto do princípio que todo o gosto pode ser construído, isto é, que aquilo que for considerado ‘bom’ dentro de uma estrutura de normatividade, é ao fim e ao cabo uma disputa de poder, ou seja, um gosto padronizado, um padrão de pessoa considerada bonita ou uma ideia de ‘alta arte’, nada mais são que formas de distinção social, que estão mais a favor de um sofisticado jogo entre poderes de uma dada sociedade do que a favor de uma construção objetiva e formal da arte - como objetivava o velho Platão. Na realidade, as ideias racionalistas e platônicas universais já se mostraram potencialmente diabólicas no século passado, não nos esqueçamos...
    Desse modo, fio-me na perspectiva trazida pelo escritor Julio Cortázar, que elaborou um ensaio bastante interessante a respeito da técnica literária, no qual introduz que o manuseio das palavras, das técnicas e dos estudos do fazer literário correspondem mais ou menos aos utensílios de um cozinheiro, muito úteis, é claro, para bater um bolo, abrir uma massa, cortar um pão, mas é a substância - a sensibilidade do autor que cristalizará o tempo e o fará um grande escritor. É por isso que um Saramago da vida não precisa de pontuação e nem por isso deixa de ser um grande escritor. É mais sua subjetividade do que a objetividade de uma forma que faz um grande artista, ao meu ver.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  16 годин тому +1

      Acredito que você não entendeu muito o que disse, se está discordando de mim, pois é claro que se a pessoa não souber aplicar as técnicas, não saber executa-las de maneira para criar o "bolo", logo a criação não será boa - o bolo vai ter dado errado. Da maneira que vejo, essa substância que diz seria equivalente ao "sabor" do bolo, e aí vem meu ponto - tem gente que gosta de bolo de chocolate, tem gente que gosta de laranja e isso aí é subjetivo, porque ambos os bolos foram bem feitos tudo que diferencia é o sabor. O que pontuei é que a partir do momento em que duas obras foram muito bem executadas, o que te atrai por uma e te afasta de outra é afinidade, e aí sim é subjetivo. O meu ponto é: não é porque você gostou ou não gostou do livro que esse livro é bom ou ruim. Você pode não gostar de grandes clássicos que foram premiados e até não entender porque foram, você pode não ver o que muitas pessoas viram, mas isso não faz do livro bom ou ruim. É meu exemplo "você não vai a um restaurante japonês de três estrelas michelan e falar que o restaurante é ruim só porque não gosta de comida japonesa". A arte é subjetiva a partir do ponto que foi bem executada. É isso que diferencia, por exemplo, livros como Crepúsculo de Drácula, por exemplo. Foi meu exemplo também de duas obras que são bem executadas, como O Morro dos Ventos Uivantes e Orgulho e Preconceito, mas que eu tenho mais afinidade e aprecio mais Emily Bronte do que Jane Austen, mas não posso dizer que o livro dela é ruim, porque ela executou todas as técnicas corretamente.

    • @lucasvalerianodosrei
      @lucasvalerianodosrei 15 годин тому +1

      @@EmyCustodio Minha cara, não é porque eu discordei de você que eu não entendi o que você disse. É perfeitamente possível que duas pessoas tenham seus pontos de discordância e que nem por isso o diálogo seja impossível. Achei muito interessante a sua perspectiva e senti uma sensibilidade muito aguçada quanto ao momento que vivemos. A minha questão vai mais ao encontro de não acreditar em receita de bolo para o fazer literário. A ideia de um escritor arquiteto, que vai criando as fundações, selecionando os tijolos, dispondo os porcelanatos, pavimentando o circuito hidráulico e elétrico de uma casa, isto é, que tem método, pleno controle de sua obra, embora seja um fazer literário possível, é claro que não é a única forma de fazer literatura - vide Clarice, saramago, cortazar -, que têm como característica justamente o oposto: não aprenderam métodos de escrever, eles apreenderam a realidade. Esse fazer literário mais metodista me parece se encaixar mais num circuito de indústria cultural, na medida que cria padrões que podem ser replicados e reproduzidos até o esgotamento. O Adorno tem uns textos bem legais nesse sentido.
      Além disso, se a ‘boa’ literatura fosse aprendida, se é que realmente existe uma hierarquia das artes, com coachs, oficinas e faculdades, estariamos germinando Machado's de Assis por aí, o que é não parece ser o caso. Não falo isso dando endosso ao anti-intelectualismo, pois a educação é também, para mim, uma ferramenta poderosa de transformação social, capaz de aumentar as visões de mundo e enriquecer nossa forma de se expressar. É muito bom ter um vasto vocabulário, por exemplo, porque como dizia Wittgenstein ‘os limites do meu mundo são os limites da minha linguagem’. O que quero dizer, portanto, é que embora eu reconheça que o domínio da técnica seja importante, mais importante ainda é o que você tem a dizer (a sua subjetividade).
      Eu não sou do campo das letras, que fique claro kkk mas do direito, uma área que o rigor da técnica muitas vezes acaba por sopesar mais do que a verdade em si, e talvez venha daí o meu pessimismo a respeito da arte enquanto objeto racional e objetivo. De qualquer forma, agradeço a interlocução e estou aberto a mais conversas, se também for do seu agrado.
      Me inscrevi no canal para começar a te acompanhar ^^

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  14 годин тому +1

      @@lucasvalerianodosrei Achar que um escritor arquiteto é o que aplica técnicas é mostrar que não sabe o que são as técnicas, seu pensamento está equivocado. Qualquer um pode aplicar técnicas, seja aquele que planeja, seja aquele que escreve conforme vai. Tecnica não é o mesmo que planejamento nem mesmo existe só uma, logo nao existe esse medo de ficar tudo a mesma coisa. É por isso que existem inúmeros livros bons que são de formas e gêneros diferentes. Isso não é uma questão de opinião, é justamente o ponto que faço no vídeo. Acredite, as pessoas nos cursos e aulas estão sim conversando sobre Machado de Assis. Falar sobre o que ter a dizer é o ponto que digo sobre afinidade. A partir de um momento que duas obras são tecnicamente boas, o que vc tira de uma e o que vc tira de outra diz respeito a você e sua vivencia. Eu falo no vídeo que a subjetividade vem a partir do momento que duas obras estão bem escritas, e é isso que acredito que você não entendeu do video. Da maneira que diz, é impossível dizer quem é um bom artista ou não porque o que cada um tira do que o autor disse da obra são coisas diferentes, e cada um tem uma afinidade diferente para cada tema abordado. O ponto que reforço é que está tudo bem gostar de livros que não possuem uma excelente técnica e está tudo bem gostar de livros com defeitos imensos, isso não vai dizer se o livro foi bem escrito ou não. Isso é técnica. É isso que aprendemos nos cursos. É isso que aprendemos nas escolas e é isso que usamos para julgar livros em grandes premiações. Ignorar isso (nao estou dizendo que esta fazendo isso) é um enorme desrespeito aqueles que estudam a escrita e se dedicam a isso. Enfim, obrigada aí por se inscrever, e por ter curtido o video, fico feliz :)

  • @Willianpm15
    @Willianpm15 7 днів тому +2

    Pra mim, a metodologia e técnicas de escritas que comprovadamente trazem qualidade a obra, não devem ser limitadores para auferir essa qualidade a ela. Uma das características da arte é subverter, transgredir. Se submeter, sim, mas só porque quer e não por imposição.
    No mais, ótimo vídeo e espero que chegue ao 1k de inscritos.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  7 днів тому +1

      @@Willianpm15 Para subverter e transgredir você tem que saber as regras inicialmente. É o famoso ditado "saiba as regras para quebra-las". Não é bem questão de opinião. Até em obras transgressivas que subvertem as expectativas, a metodologia está lá mesmo que não seja óbvio.

    • @Willianpm15
      @Willianpm15 7 днів тому +3

      @@EmyCustodio Me refiro a qualidade obtida ou não por uso de técnicas de escrita e usei esse segundo trecho sobre subversão para embasar.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  7 днів тому +1

      @@Willianpm15 ah sim tudo depende se a técnica foi bem aplicada ou não, não adianta saber teoria e não prática

  • @ja_aprendi
    @ja_aprendi 17 годин тому +1

    Eu tô desde essa época tbm kkk

  • @eduarda4372
    @eduarda4372 17 днів тому +2

    Nossa que video bem feito, bela analise

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  17 днів тому

      @@eduarda4372 muito obrigada 🖤

  • @AlguemAi369
    @AlguemAi369 19 годин тому +1

    Eu sou fã de monster romance, e so gosto desses livros pois é os unicos que gosto mesmo, e cara as vezes é chat algumas autoras, elas sempre escrevem o mesmo livros, eu gosto de sla um mundo novo, monstros novos e hot diferente. Parece que os livros sao sem criatividades. Mas em maioria é cada livro tao foda e bom❤ nao acho que precisa mudar o gênero que gosto pois ele ja tem tudo bem diferente, um dia desses tava lendo um que envolvia problemas psicológicos. Eu gosto de coisas novas, mas de tro de um gênero, isso seria sair da bolha ou só uma falsa saida? Pois sou escritora e nunca pensei em escrever livros de terror/mistério e eu pensei "pq nao um livro? Seria interessante." Seria diferente fazer mas interessante pois nunca vi um livro desses generos e muito menos com monster romance (acho que nem tem)

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  7 годин тому

      Acho que é sempre bom se aventurar fora em outros gêneros nem que seja de vez em quando. Mas tudo bem como escritora querer escrever só um, eu digo mais na hora de consumir. Acredito que todo gênero conseguimos encontrar coisas diferentes, eu amo fantasia e cada uma mais diferente da outra, mas mesmo assim, as vezes acho que vale ler algo completamente diferente, ler uma comédia romântica, um sci fi, um drama familiar. Nem que seja pra eu ler e voltar pro conforto da minha fantasia :)

  • @jc24329
    @jc24329 19 днів тому +1

    Analise perfeita, muito boa mesmo!

  • @jediskari
    @jediskari 20 годин тому +1

    Oii, Emy. Eu tenho mto interesse em cursar escrita criativa. Onde você cursou? Recomenda alguma plataforma ou tem alguma dica? 🥰

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  7 годин тому +1

      Oie! Me chama na DM do insta pra gente conversar! Conheço vários :) @emycustodio! 😊

    • @jediskari
      @jediskari 7 годин тому +1

      @@EmyCustodio vou chamar sim! 🩷

  • @TheJooClemente
    @TheJooClemente 19 днів тому +3

    Se você vai num michelan japones e nao gosta de peixe cru ai o maluco é você😂😂😂

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  19 днів тому

      @@TheJooClemente ainda bem que num sou maluca e amo peixe cru kkkkkkk

  • @ibereprof
    @ibereprof 2 дні тому

    Acho que os booktoubers devem fazer MEA CULPA, continuam gastando muito tempo pra nao falar nada, se mantivessem o conteudo e fossem mais concisos, teriam mais visualizações, estoa presos no proselitsmo, no formato arcaico, falando suas ironias, pseudo inteligentes. Esse video mesmo, poderia ser editado em um terço, e não perderia conteúdo, entendoa isso como uma crítica construtiva, talvez possa ajudar, pense no que nós podemos fazer.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  2 дні тому +2

      @@ibereprof Vou precisar discordar. Acompanho inúmeros booktubers que fazem um conteúdo incrível. E meu vídeo acredito que foi o tamanho apropriado pra falar tudo que eu queria, e acredite, eu cortei muita coisa do bruto. Minha crítica é justamente essa tentativa de criar conteúdos "concisos" e rápidos acaba deixando as coisas superficiais e o arcaico de que reclama é justamente o oposto da crítica feita.

  • @InmemOfU
    @InmemOfU 12 годин тому

    Reduzir a arte a técnica é o motivo da maioria dos problemas que você citou no vídeo. Se os livros vendem é por que eles são tecnicamente MUITO efetivos, e livros hot são tecnicamente MUITO efetivos; a efetividade de um método no capitalismo é medido, basicamente, pela rentabilidade financeira que ele proporciona aos realizadores.
    Esses parâmetros técnicos que você citou são extremamente arbitrários e substituem a capacidade crítica do leitor/receptor daquela obra - "Se existe uma check list que qualifica a arte, então eu não preciso pensar, é só ver o que se encaixa"- e adivinha? Um robô consegue fazer isso muito mais fácil e rápido do que nós (Não só criticar, mas também produzir arte, estritamente, metodológica). E além, quem formulou esse tais métodos de escrita?, quais eram as intenções? Isso precisa ser questionado se não quiser ficar na pura alienação. Não estou dizendo que a metodologia, totalmente, é inútil; mas ela é, indiscutivelmente, limitada e PRECISA ser questionada.
    Além, você disse sobre cursos e faculdades de escrita criativa, mas eles não são resultados de uma objetividade técnica da arte/literatura, mas de uma demanda no mercado sobre esse tipo de mercadoria (cursos de escrita e etc...); refletem muito mais uma necessidade econômica, que uma necessidade humana pra produzir arte. Não quero, com isso, fazer uma apologia à ultra subjetividade da realidade( até porque é a causa de muitos dos problemas do mundo hoje), o que eu quero apontar é que essa objetividade que você apresenta joga pro lado da maioria das coisas que você apresenta como problema(que eu concordo, na maioria).

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  11 годин тому

      @@InmemOfU Acho que você está confundindo técnica literária com fórmulas de venda. Literatura é uma arte assim como qualquer outra, e como qualquer outra tem técnica. Isso é ciência. Assim como há fórmulas matemáticas, a fórmulas escritas, e quem as criou foram estudiosos que sentaram e estudaram isso e escreveram artigos, estabeleceram discussões acadêmicas, e com isso técnicas foram estabelecidas. A maneira que você diz desvalida todos os cursos e profissionais que dedicam a vida a isso. É possível avaliar tecnicamente a literatura sem falar de técnica de venda. Quantos livros do jabuti ou do Nobel já leu? Se leu, entenda que você não é a maioria. Limites técnicos são avaliados por seus pares, enquanto sucesso comercial é avaliado pelo público. As duas coisas não necessariamente se conversam e esse é justamente o ponto do meu vídeo. Como disse no video: está tudo bem gostar de livros que não são tecnicamente bons, e está tudo bem não gostar de livros tecnicamente bons. Mas é importante reconhecer as diferenças.
      No fim das contas, a arte só é subjetiva quando você prefere por afinidade um livro bom e não gosta de outro que é tão bom quanto por ser de outro gênero ou afins, o tema ou a escrita não conversarem com você.

    • @InmemOfU
      @InmemOfU 10 годин тому

      @@EmyCustodio Não, eu entendi exatamente o ponto, mas essas coisas se misturam, no final é, praticamente, tudo ditado pela rentabilidade financeira ou política. E não é porque pessoas sentaram e estudaram e discutiram sobre tal método que ele é necessariamente válido. Métodos devem ser colocados em dúvida. Até porque a academia possui SIM sua subjetividade. Os próprios prêmios Jabuti e Nobel (principalmente) devem ser expostos à crítica.
      Colocar fórmulas matemáticas em paralelo com arte não faz o menor sentido. Arte não é ciência exata, ela se transforma com o espaço e com o tempo; agora 1+1 NUNCA deu outro resultado senão 2. Mas não estou dizendo que, por isso, não pode existir teoria artística; pelo contrário, para melhor entender o fenômeno da arte é necessário que exista seu estudo. Mas deve saber situa-lo em um ambiente muito diferente de ciências exatas ou empíricas/experimentais. Eu acho que isso, acima de tudo, é valorizar a arte.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  8 годин тому

      @@InmemOfU Não comparei ambas só falei que existem fórmulas de escrita. Sim, pode ser questionado como já foi inúmeras vezes, já evoluiu várias vezes, inclusive grandes nomes da literatura se destacaram por conhecer as regras, subverte-las e criar novas. Não é exatamente assim "as coisas se misturam" tem uma diferença muito grande em aplicar tropes literárias porque vc sabe que vende e construir uma história utilizando uma estrutura de atos, seja três, cinco ou mais, ou escrever a jornada do herói, saber criar subtextos, aplicar o "mostre, não conte" ao escrever sua história, saber desenvolver seus personagens para que tenham falhas e possam evoluir (ou decair). Isso é aplicar métodos comprovados que vão deixar uma história boa (se aplicado corretamente), já escrever livro e colocar cena erótica, encher de trope "enemies to lovers", "fake dating", "só tem uma cama" é só escrever por valor comercial porque é o que vende. Agora, se acredita que tudo no final é culpa da rentabilidade financeira e política e que os cursos de escrita são só uma maneira de arrancar dinheiro das pessoas é complicado. As coisas devem ser questionadas sim, mas também não devem ser questionadas por qualquer um e devem ser trucadas com argumentos. Por isso existem métodos comprovados da escrita hoje em dia, porque há um consenso entre estudiosos que eles funcionam. Agora se você conseguir trucar que existe alguma obra literária boa que não segue alguma das técnicas de escrita, sou toda a ouvidos. Até lá, sigo afirmando algo que estudei e sigo estudando até hoje, na academia e nos livros. Para ser arte, existe estudo, existe método, não é só mera inspiração e talento puro.

    • @InmemOfU
      @InmemOfU 6 годин тому

      ​@@EmyCustodio Mas funcionam e são comprovados com base em que? Eles podem fazer um estudo comparativo e levantar características em comum que mais aparecem em livros cultuados, mas essas características são como receitas de bolo que só copiam e dão certo? Não me parece que é, até porque, usando o mesmo exemplo de bolo, podem levantar todos os ingredientes que estão em todos os bolos mais bem avaliados do mundo, junta-los na mesma receita nao vai fazer, necessariamente, um bolo bom.
      Esses exemplos que você utilizou (jornada do herói, narrativa em 3 ou ... atos, mostre nao conte) são normal narrativas ocidentais, ou melhor, estadunidenses. Inclusive, quando você falou sobre ser eclético em cinema, você só citou cineastas americanos (Hitchcock não era americano mas seus filmes eram produzidos lá). Po, não quero soar pseudointelectual, mas o leque precisa ser aberto né. Drummond de Andrade escrevia em versos livros porque não fazia ideia do que eram versos metrificados (pelo menos é o que ele disse sobre "alguma poesia"), os exemplos de autores que não utilizavam de nenhuma ciência narrativa são imensos. Não só na literatura, na pintura também, Picasso (ou Basquiat) não é o que é pela técnica de pintura; inclusive que nazistas (não, obviamente, especificamente os citados) consideravam artes degeneradas e inválidas formas de expressão: pois eles louvavam a técnica acima de tudo. Reduzir a arte a técnica nos obrigaria a admitir que robôs são MUITO mais competentes em fazer arte do que nos, coloque um prompt minimamente descente pra uma I.A adequada e ela irá fazer uma imagem extremamente satisfatória, porque, no final, ela seguiu o método à risca, de forma que nos nunca conseguiríamos.
      Enfim, não quero, de verdade, tentar parecer inteligente ou "cult", eu ( com certeza ) devo ter me equivocado dentro do meu discurso. Mas acho que não faz sentido criticar os sintomas de um fenômeno que você defende; no final, a metoditização da arte e as "tropes" são todos fenômenos da mesma indústria cultural.

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  4 години тому +1

      @@InmemOfU Você está equivocado ao dizer que essas técnicas de jornada do herói, estrutura de atos, são "estadunidenses" e logo desmerecidas. Pra começar que Shakespeare já estava aplicando elas em 1600. Mas se quiser voltar mais no tempo, o inventor era Aristóteles mesmo. Gustavo Freytag, dramaturgista alemão de 1816, criou a pirâmide de Freytag para indicar a estrutura de uma historia. Miguel de Cervantes com Dom Quixote (o primeiro romance) já estava aplicando essas técnicas em 1605, com Sancho Pança se encaixando na Jornada do Herói. Joseph Campbell um americano pode ter popularizado (nao inventado) o termo, mas ja havia sido discutido e notado pelo austriaco Otto Rank com seu livro "The Myth Of The Birth of the Hero" e Lord Raglan com "The Hero: A Study in Tradition" e todos esses analisaram uma estrutura aplicada há tempos em historias das mitologias. O russo Anton Tchekhov de 1860 foi responsável por inúmeras das técnicas aplicadas hoje em dia, incluindo a mais essencial de todas "mostre, não conte" e a lei de tchekhov "se um rev0lv3er aparecer na cena, significa que deve ser disparado". Se você acredita que Drummond ou Picasso não seguiam técnicas... Literalmente estudamos a técnica de ambos na escola. Picasso não só "inventou o Cubismo" por inspiração, ele aplicou tudo que ele conhecia para criar sua expressão. Mas também utilizou inumeras outras, soube utilizar cores frias para expressar desolação e melancolia no período azul, utilizou cores quentes para Gertrude Stei n e Boy With a Pipe para expressar alegria. O Cubismo possui técnicas de colagem para discutir perspectivas. A poesia de Drummond faz parte do estilo modernista, escrevia a famosa "poesia livre" quando você não se preocupa com métrica para escrever, mas isso tem nada a ver com técnica. Ele ainda sabia mostrar ao invés de contar, ele ainda sabia escolher as palavras corretas para cada verso para criar seu próprio ritmo em harmonia com a semantica de seu poema. Isso é tecnica. Você quis puxar outro aspecto do meu vídeo, que dei exemplos apenas de diretores americanos (pra começar que hitchcock, e o Nolan são ingleses mas ok), então aqui vai: Já viu algo do Makoto Shinkai, Carolie Fargeat ou Laís Bodanzky? Se você quer meter naz1sm0 na conversa, Hitler era um psic0p4t4 mas sim amante da arte e de cachorrinhos, qual o ponto? Eles criticavam essas obras por não serem clássicas, tradicionais, não por serem isoladas de técnicas e se era isso, estavam equivocados. O problema do A.I não é que ele sabe executar as técnicas e fazer artes excelentes, é que ele está justamente "roubando" técnicas da gente sem consentimento. E é claro que sempre tem o peso de quem escreveu ou criou a obra. Frankenstein de Mary Shelley é extremamente bem escrito, mas parte da riqueza está em seu contexto histórico, de ela ser uma mulher numa época extremamente sexista, como retratou luto em sua obra através do monstro, e isso é algo que I.A nunca conseguiria destacar. Enfim, mas se quiser continuar trucando e duvidando de técnicas comprovadas de escrita e acusar um pouco mais, recomendo sentar e estudar isso um pouco antes. De qualquer maneira, valeu por passar por aqui e comentar no vídeo.

  • @TheJooClemente
    @TheJooClemente 19 днів тому +1

    🎉🎉🎉🎉

  • @marycustodio9944
    @marycustodio9944 12 годин тому +1

    Quando eu comecei a ler lia somente romance, e quando mais nova só filmes leves e muitooooo joviais. Mas na minha adolescência comecei a assistir filmes com gênero diferente do qual assistia e depois dos meus 18 anos a ler livros de outros gêneros( quando mais nova sempre intercalava entre ler um romance ou um clássico "mais fácil") tanto é que hoje eu prefiro um livro cheio de drama, ao romance romântico. E percebi que alguns livros que não são romance eu só teria gostado com a idade que estou agora (21), e que tudo tem o seu tempo para sair da zona de conforto, mas se for adulto é melhor o quanto antes porque depois de sair dela percebo quantas histórias incríveis posso conhecer e um ponto de vista totalmente diferente do meu e realidade

    • @EmyCustodio
      @EmyCustodio  11 годин тому

      @@marycustodio9944 Adorei saber sua jornada e é xará de sobrenome pelo jeito??? amei hahaha espero te ver mais por aqui!