Aula 69 - Interpretação: Grande Sertão: Veredas (João Guimarães Rosa)
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- Опубліковано 23 сер 2022
- A obra genial de Rosa já foi classificada como épica, lírica e dramática. Épica, porque fala do sertão; o sertão é maior que o continente; o sertão é o mundo inteiro. Lírica, porque revela o interior, o eu em conflito com o todo; o sertão é dentro da gente; o sertão é a gente mesmo. Dramática porque questiona o conflito entre o bem e o mal, Deus e o Diabo, o amor e o ódio.
Vídeo por: Jorge Augusto Biasotti Miguel - neto do autor.
Talvez não eu esteja em seu público alvo, mas estou maratonando todos seus vídeos. Sou professor de matemática e um novo apaixonado pela língua portuguesa. Melhorou até minha aulas e minha relação com leitura/ literatura luso-brasileira. A paixão com que declama os poemas e ministra as aulas é palpável! Oxalá consiga eu levar parte dessa emoção em minhas aulas! Obrigado!
Tiago, já omiti a opinião de que a Língua Portuguesa é racional. Quem sabe matemática, aprende com grande facilidade os segredos da Língua. Um abraço!
Que comentário incrível!!! Literatura é vida
Mestre! Que bom ter achando seu canal❤
quando me inscrevi nesse canal, em maio deste ano, devorei os vídeos e passei a acompanhar semanalmente. aguardava, ansiosamente, o momento em que o senhor fosse falar sobre Rosa e o grande sertão. a mim me parece que guimarães dominava tanto a língua portuguesa que, formidavelmente, passou a ter uma relação dialógica de pertencimento: a um só tempo, a língua pertence a ele e ele à língua. superou os limites gramaticais para importar nos textos uma beleza de tanta unicidade e genialidade - uma luz própria que o senhor bem demonstra ao dizer ser muito fácil identificar um texto de rosa - que, sem desrespeitar nem desconhecer a língua portuguesa, a reinventou: para guimarães, além da dimensão de significado da palavra, toda palavra tem também uma dimensão poética - daí que ele inventou as suas próprias (nonada, pantomima, ensimesmundo, caburé).
guimarães diz que é 'o aspecto metafísico da língua, que faz com que minha linguagem antes de tudo seja minha' e, ainda, que 'quem não fizer do idioma o espelho de sua personalidade não vive'. é, pra mim, o autor mais Autoral, com os textos de maior boniteza. está entre os três maiores da língua portuguesa, ao lado de machado e pessoa (lado mesmo, sou incapaz de ranquear).
sobre o livro, gosto da forma como guimarães trata o amor impossível entre diadorim e riobaldo. ao se deixar dominar por essas influências moralistas, riobaldo reprimia o que sentia por diadoriam a ponto de deixar aquele amor como silente, platônico. ter descoberto que o diadorim era mulher - e que, assim, o amor não seria 'impossível' - só depois da morte dela foi, entre tantas, a pior das desgraças de riobaldo.
um recado final: curiosamente, minha formação acadêmica é no Direito (ainda estou na graduação), a mesma do senhor. tenho, na figura do senhor e de outros mestres formados em Direito (paulo freire e milton santos, por exemplo), a esperança de que essa formação acadêmica e profissional não me reduza a um operador que escreva sempre textos daqueles burocráticos, descritivos, extensos e insossos, repletos de vírgulas, de palavrões do tipo ademais, embargante, indubitavelmente, textos em que as frases vão se formando assim, desse jeito mesmo, em meio aos tropeções, formando parágrafos que quase não acabam, mas quando acabam, acabam sem terem dito nada, seguidos de conclusões que vem desse mesmíssimo nada que os parágrafos disseram.
parabéns e obrigado pela aula, professor. gostaria de saber se seria possível interpretar o poema 'o apanhador de desperdícios', de manoel de barros, em alguma de suas aulas.
saúde, bem e paz. abraço.
Lauro,
a maneira como dispôs das palavras tão intimamente já o distancia dos burocratas que evita. Fico muito feliz com as observações tão pertinentes e aprofundadas sobre Guimarães Rosa, e esperançoso na geração futura, em tê-lo como colega de profissão, tão afiado na Língua Portuguesa e na Literatura.
Grato novamente pelo tempo e pela atenção às aulas. O apanhador de desperdícios já está sobre minha mesa.
Professor, assistir as suas aulas me traz uma alegria tremenda. Ao mesmo tempo que me emociono com a sua paixão por ensinar, mato a saudade que sinto das aulas de literatura do Ensino Médio.
Agradeço profundamente por disponibilizar um conteúdo tão precioso neste canal com tanto carinho e empenho.
Tamires, fico muito honrado em contribuir com seus estudos e em poder despertar sentimentos tão caros. Muito obrigado. Um abraço!
É disso que a turma gosta, Professor querido! Que aula, que aula… obrigada
Ótima aula professor, me fez entender com facilidade, suas aulas me ajudam muito!!!!
Excelente aula por quem tem profundidade de conhecimento e capacidade de transmitir. Só posso dizer: Parabéns e "muito obrigado'.
Estava com muita dificuldade de ler grande sertão veredas, sua aula me ajudou mt! Obrigada
Bons estudos!
Muitissimo bom. Parabéns pela aula.
Aulas Incríveis
Arrasou!
muito lindo. obrigada professor
Olá!! Eu acabei de atravessar o Grande Sertão. E fui logo procurar análises de quem entende para poder sanar uma dúvida que me torturou durante a leitura inteira: por que Guimarães Rosa escreveu daquele jeito? Por que a maior parte do livro é ininteligível, pelo menos pra mim, com palavras que não existem, construção de orações que não existem?... Apesar de gostar de ler, não sou uma pessoa da área, sou muito pragmático... Esse seu vídeo foi, de longe, o melhor que assisti, e coloquei como meta ver todas as suas aulas aqui. Mas como eu gostaria de conversar com o senhor ao vivo sobre este livro...
Boa tarde, Leandro. É uma revolução. Também Camões subverteu o Trovadorismo, e este, ao latim. Rosa quis inovar. Deu ao texto uma característica barroca, uma pontuação que só ele pratica, criou palavras, mas sempre com fundamento histórico. Sem dúvida é um divisor de águas em nossa literatura. Um abraço e muito obrigado pelo seu comentário!
Ok
Ok!
tu me lembra o Mike de breaking bad
De fato a semelhança é pertinente, mas não sou tão casca grossa quanto ele. Abraço!
E como que você ficou tão bonita assim? Morena linda!