É aquela coisa: não dá pra pensar em HQs em séries porque não dá pra pensar nisso sem antes expandir o público, e não dá pra expandir o público sem promover uma melhor valorização de salário e qualidade de vida, e não dá pra pensar nisso sem uma reforma política.
PN lançou Druuna, que é muito longa. Além disso tem Tartarugas Ninja e Incal igualmente longas. Mas, fora isso, são poucas publicações grandes que a Editora arriscou. Inclusive, arrisco a dizer que do jeito que o mercado editorial brasileiro está ruim das pernas essas publicações devem se tornar cada vez mais raras.
@@malvares o pessoal da P&N comentou algo sobre pré-venda abaixo do esperado. Pode ter sido minha percepção, mas acho que dificilmente eles vão lançar algo nesses moldes em breve. Espero estar errado.
@@mauricionavarro4428 Pode ser mesmo. Apesar de ser um trabalho do Frank Frazetta, é uma obra menor e, pra ser honesto, bem fraca. Além disso, a Figura lançou campanha de financiamento de um Art Book com as obras dele o que, na minha opinião, é muito mais relevante. De todo modo, a PN ainda tem muito coisa na manga para sair: dois volumes de Incal, três de Tartarugas Ninja, Voltar (pelo qual eu estou muito ansioso), Rei Kull e Solomon Kane, que vão sair ano que vem. Ainda assim, se o mercado editorial continuar na carda bamba, é possível que eles optem por produções mais baratas. Ou pior. Enfim, na torcida para que essa má fase passe e esses grandes títulos comecem a sair no Brasil.
Sobre o mercado eu acho q tem um problema dentro do problema. Primeiro tem o problema do mercado cultural no Brasil q é muito fraco por causa da desigualdade de renda. Pegando um exemplo da arte que talvez seja a mais difundida de todas, o audiovisual: pra maioria das pessoas de classe média de centros urbanos ir no cinema é algo trivial. Mas um levantamento do IPEA de 2010 mostrou q 54% da população nunca foi no cinema e outros 26% foi pouquíssimas vezes. Acredito q isso mostra uma dificuldade geral da população que ganha um salário que quase n da pro gastos básicos em separar um dinheiro pra lazer... E aí só resta recorrer a pirataria, que é o que consegue pagar. O mercado cultural de massas tem essa particularidade de depender da de uma massa capaz de custear-lo. Mas como no Brasil a gente está tendo uma ultra-precarização das massas, esse mercado vai n engata. Por isso que os quadrinhos, que já é uma mídia com limitações de público no ocidente, no Brasil tem uma limitação maior ainda. O mercado de hq no Brasil funciona assim , na minha visão : Tem uns 3 ou 5 mil pessoas que são colecionadores e vão comprar tudo de relevante que sai. Tem aí uns 5 a 7 mil pessoas que curtem bastante, e compram quando é um título muito íconico ou quando sobra um dinheiro a mais, ou em algumas obras específicas q já é fã ... E cabou . Por isso que as editoras tão fazendo esse volumes de luxo cada vez mais caros . Pq sabem que os coleccionistas vão comprar de qualquer forma , se for 70 ou 200 reais. Então tentam dar uma gourmetizada geral no produto, pq aí justifica ter um preço maior (que é o único jeito, muitas vezes, de pagar uma tiragem muito baixa).
Cara, esse é o tipo de vídeo abre a mente do consumidor. Na área de mangás acho que tem muito título bom que poderia ser publicado. Lupin é um exemplo, ele é um mangá episódico, logo poderiam vender "edições fechadas" E Ashita No Joe poderia ser lançado pelo tamanho de seu peso sócio histórico japonês.
Alexandre, tua análise não considera um elemento importante: o aspecto da nossa moeda ter se desvalorizado de forma significativa. Nosso repertório se torna pobre pelo fato da nossa moeda ter se tornado pobre. A realidade é essa: 1 euro valendo 6 reais, 1 dólar valendo 5 reais. O custo é muito alto hoje para publicação de todo e qualquer material. Falando isso inclusive como alguém que tirou da própria poupança para publicar um quadrinho africano que considerava relevante e o custo é muito alto em razão da nossa moeda ter se tornado, em virtude de políticas econômicas desajustadas, essa merda que é. Fora que quando se entra em contato com autores, editoras ou agentes literários tem os valores de materiais fee e incluindo fontes. É justamente por essa razão que não é possível investir em séries mais longas, já que não se sabe se elas vão ter um retorno para uma editora menor.
Um complemento: Na Skript, por exemplo, a gente já quis licenciar 4 volumes de uma série importante. Aí você entra em contato com agente e ele te fala que cada volume é na casa de 2000 euros só de adiantamento, excluindo a taxa de envio de arquivos e até de fontes (pq geralmente uma editora vai exigir que até a fonte dela seja utilizada em alguns casos). Aí você chora e fazem pelos 4 volumes 1500 euros cada. Só colocar no lápis a conta e sairá tudo por 6000 euros só adiantamento. 6000 euros valendo 36.000 reais. O investimento se torna altíssimo. Fora que acabamos ficando reféns de uma lógica das agências e dos poucos catálogos disponíveis. Enfim, nessas condições atuais econômicas, querer não é poder.
Complemento 2: Faça um próximo vídeo perguntando-se quanto custa publicar um Pogo. Eu mesmo já entrei em contato com o licenciante há um tempo e te falo que o valor não é nada baixo. Na Skript mesmo Pogo só será publicado, infelizmente, se um Krazy Kat se mostrar sucesso de público. Até a história por trás de publicar um Krazy Kat no Brasil nesse momento é muito singular de toda essa dimensão econômica e eu estava no processo de escolha: é uma série de domínio público. A gente ia fazer a edição brasileira a partir de edições portuguesas e de outros países e traduzir do original. Só que pegar uma edição gigante e escanear na qualidade necessária se tornaria muito caro. Além disso, o processo de tratar as imagens seria um tanto demorado. Então a solução foi licenciar da Fantagraphics, pois ela tinha feito esse tratamento, já que mesmo caro seria mais indicado. Então o que foi licenciado foi o processo técnico deles. Publicar uma série como Thorgal de forma integral, num contexto em que comprar quadrinho é um luxo para uns 4000 ou 5000 gatos pingados, é uma aposta que nem todo mundo vai querer bancar. Atualmente tenho tido outra perspectiva como pesquisador ao entrar no meio editorial e vejo que publicar quadrinhos no Brasil se tornou um grande malabarismo.
@@QuadrinhosAfricanos muito interessante ter essa visão de dentro Teve uma live do 2q com a Mino q mostra esses detalhes como os contratos ficam caro e mtos quadrinhos são publicados mtas vezes só pra se pagar Isso pra uma empresa q já lança pouca coisa é péssimo Sobre o público tá cada dia mais difícil desvalorização do câmbio, preço das gráficas e logística cada dia mais caro O melhor é apostar em volumes únicos msm
umas semanas atrás comecei a ler hombre da dupla Segura & Ortiz em espanhol, q material fantástico, acho q da série toda saiu um episódio na heavy metal nos anos 90, tem muita coisa boa q poderia sair e não sai, a gente vê q os próprios canais q falam dos quadrinhos como mídia ignoram essas obras e esses artistas, aqui comercialmente tudo gira em torno de materiais adaptados ou adaptáveis, dc e marvel vinham enfrentando problemas antes do boom das adaptações dos anos 2000, o interesse dos mangás vêm antes dos animes do q das próprias hqs, eu sempre achei q hqs tem um potencial de arte independente e localizado a exemplo do teatro, seja por publicação de editoras menores ou até independentes, mas aqui isso não rola, talvez com umas oficinas de produção e leitura de hqs seria possível formar um público, pq do jeito q tá daqui a pouco vai ser só marvel e dc em edições caríssimas...
Alexandre, é um ótimo tema!!! Muito pertinente para mercados de BD pequenos ou em crescimento... Penso que a melhor forma de publicar séries, num mercado ainda periclitante, será fazer integrais... como, por exemplo, a Pipoca & Nanquim fez com Druuna, O Incal, O Máskara, etc. Há assim um ganho quantidade-qualidade-preço versus tempo de publicação, sobretudo para o leitor e... para o bom prestígio da própria editora. Sendo eu também leitor (e muito!) da banda desenhada franco-belga (eu sou português e residente em Portugal, tendo passado a minha infância e adolescência em França), há dezenas e dezenas de séries de BD franco-belga/europeia, de estilos muito variados, que mereciam uma publicação no Brasil... ou mesmo em toda a América latina... ou mesmo ainda em Portugal onde o mercado ainda é muito menos forte do que aí na Terra de Vera Cruz. Vou elencar algumas séries de BD, num certo gosto muito pessoal: - AS ÁGUIAS DE ROMA: de ENRICO MARINI: uma série épica, bela e violenta na época do Império Romano. 5 volumes. Publicação em curso. - AS 7 VIDAS DO GAVIÃO: de PATRICK COTHIAS e ANDRÉ JUILLARD: um portento da BD histórica e romanesca! Publicação ainda em curso, 13 volumes. - ASTÉRIX: talvez o maior sucesso mundial da BD francófona! Os 24 primeiros álbuns, com argumentos do RENÉ GOSCINNY, são excelentes! UDERZO é um mestre do desenho. - GASTON LAGAFFE: BD mirabolante de mestre ANDRÉ FRANQUIN. Mais ou menos 20 volumes. - JEREMIAH: série pós-apocalíptica realista do belga e prolífico HERMANN. Mais de 30 volumes. - JONATHAN: série intimista e de aventuras de COSEY. Poética e iniciática! 16 volumes, publicação em curso. - JONATHAN CARTLAND: western realista e desencantado de LAURENCE HARLÉ e MICHEL BLANC-DUMONT. Um pouco ao estilo KEN PARKER... 10 volumes. - MIKROS e EPSILON: BDs de super-heroísmo e ficção científica de JEAN-YVES MITTON - o JOHN BYRNE francês. Mais de 1000 pranchas. Excelente. - O VAGABUNDO DOS LIMBOS: ficção científica psicanalítica de CHRISTIAN GODARD e JULIO RIBERA. Excelente! Mais ou menos 30 volumes. - PHOTONIK: BD super-heróica à francesa, excelente!, com argumento e desenho de CIRO TOTA e também de JEAN-YVES MITTON. Quem gosta de super-heróis, tem de ler! Edição integral em 2 volumes de mais ou menos 700 pranchas cada um. - SIMON DU FLEUVE: série pós-apocalíptica e ruralista do prematuramente falecido CLAUDE AUCLAIR. Grande. 9 volumes. - SIBYLLINE: série deliciosa com os animais falantes de RAYMOND MACHEROT. Mais ou menos 15 volumes. - SUNDAY: western realista e social de VÍCTOR MORA e VÍCTOR DE LA FUENTE. Ótimo! Mais ou menos 400 pranchas. - TENDRE VIOLETTE: série intimista, campestre e histórica do belga JEAN-CLAUDE SERVAIS. Mais ou menos 600 pranchas. - TENENTE BLUEBERRY: western fabuloso de JEAN GIRAUD MOEBIUS e JEAN-MICHEL CHARLIER. Mais ou menos 30 volumes. Etc. Etc. E ainda séries de artistas como ALAIN DODIER, ALEJANDRO JODOROWSKY, ATTILIO MICHELUZZI, DANIEL TORRES, DIDIER COMÈS, EDUARDO TEIXEIRA COELHO, FRANÇOIS BOUCQ, FRANK PÉ, FRED, HUGO PRATT, JACQUES TARDI, JEAN VAN HAMME, JIJÉ, JOAN SFAR, MAX CABANES, PAUL GILLON, PHILIPPE RICHELLE, RAFFAELE MARCELLO, SCHUITEN & PEETERS, STELIO FENZO, TILLIEUX, TITO, VITTORIO GIARDINO, WARNAUTS & RAIVES, etc. Abraço!
Eu já estou querendo aprender outra língua para consumir mais, um dos principais problemas desse país é que a galera não se interessa realmente por cultura, descobrir coisas novas, se desafiar, só ficam no conforto do que todo mundo está lendo, assistindo e escutando. Isso se inclui até em boa parte da galere que se diz nerd, que só são um bando de gente seguindo moda
Acho legal o fato de alguns materiais antigos estarem sendo resgatados, mesmo que baseados em publicações americanas, como o caso do krazy kat que a skript está trazendo, mas realmente tem muita coisa que eu tenho vontade de ler mas que não tenho nenhuma esperança de que chegue por aqui
Acredito que Krazy Kat não terá problemas, visto que a série está finalizada há tempos... É um daqueles casos de série de HQ que morreu junto com o seu criador. Quando George Herriman, o autor faleceu, o King Features Syndcate, que distribuía as tiras para os jornais de todo o mundo, decidiu que uma tira tão peculiar não teria continuidade. Como curiosidade, entre os fãs ilustres de Krazy Kat, encontram- se Charles Chaplin, Walt Disney, o escritor Ernest Hemingway, o pintor Pablo Picasso, e Sigmund Freud, o pai da psicanálise.
As edições do Corto Maltese da Nemo eram maravilhosas, páginas e páginas de introdução, contextualizando as referências literárias, culturais, geográficas etc do Pratt 😞 uma pena que foram apenas 3 histórias
O problema desses quadrinhos que não saem, ou quando saem não concluem, não é só responsabilidade do público alvo. Esse lugar-comum é condicionante, para não dizer convenientemente simplista, mas não determina o panorama de nada. Mitigar ou negligenciar a relevância de outros fatores parece ser o esporte favorito de entendidos no assunto (o que contradiz bastante tal adjetivação), e acaba contribuindo pouco para um debate mais abrangente. Além disso, repetir conclusões convencionais não traz novas reflexões. A meu ver, a eterna crise do mercado editorial brasileiro é muito mais complexa e paradoxal do que transparece nessas análises de conjuntura. Tal crise pode ser mitigada, por exemplo, quando a economia brasileira comportar uma taxa cambial menos perversa, que socializa apenas prejuízos para a população, como bem deixou claro Celso Furtado. Pode essa problemática ser reduzida também quando houver iniciativas sensatas de publicação - as editoras começarem a estruturar seus lançamentos além da preferência de seus editores e, talvez, submetê-los a uma real pesquisa de mercado, já seria uma boa e inovadora tática em nosso meio. Prosseguir negligenciando isso produz sempre o mesmo efeito, o qual todos sabemos qual é. É preciso deixar nítido o fato de que o dinheiro brasileiro, em termos de utilidade, mal ganha das chamadas moedas podres, com quase nenhum poder de compra, o que torna cada gasto resultado de muita ponderação prévia. Numa realidade assim, qualquer consumo vira investimento, pois o que se escolhe comprar fará falta no orçamento das pessoas no futuro próximo. Enfim, explorar um tema apenas pelo lado mais fácil e corriqueiro não traz soluções novas. Claro, entende-se que os assuntos tratados nos vídeos do canal sejam resumidos e simplificados, mas fazê-los a partir de meros vislumbres já observados pode não ser a melhor estratégia para buscar novos ângulos se antigos são os vieses.
Concordo com tudo que você falou. Porém em momento algum eu "lacrei" que a "culpa" é do leitor. Constatei o óbvio apenas (que muitas vezes sequer é expresso) de que o mercado é frágil. As causas para as coisas estarem assim, aí sim, entra no que você falou e vai além. Aos poucos vou desenvolvendo esse tópico.
Os volumes da Creepy e Eerie da Dark Horse foram lançados lá fora até o final totalizando mais de 50 volumes, após isso começaram a lançar os volumes com recortes pra quem quer ter apenas as histórias de determinados artistas. Uma louvável exceção nas grandes séries foi terem lançado até o fim toda a coleção do Príncipe Valente.
Essa situação é muito triste. Infelizmente a maior parte do que é publicado é restolho com marketing agressivo para torná-lo bom. Eu incluiria ai na lista de hqs seriadas paralisadas o Spirou do Franquin, quadrinho excelente que faz falta no mercado.
Muita coisa que vem sendo publicada me dá preguiça tb, e é cada marmota com acabamento de luxo que nem vou citar para não polemizar kkkk Marketing pesado, eu caí na bobeira de comprar uma vez e me arrependi hehe
Te falar que quadrinhos com mais volumes eu vou perdendo o interesse de comprar com o tempo, mesmo gostando da série. Sla, vai aparecendo coisas novas que me chamam atenção, os preços vao subindo e as edições vão demorando muito pra sair(quando saem).
Pra se ter acesso à cultura, é preciso que alguém ofereça essa possibilidade. Começa na família, e vai se estendendo para o mundo conforme a criança cresce. Bairro, escola, cidade, Estado, Região... Nessa caminhada, num pais como o nosso, a monocultura tem grande peso. Ao mesmo tempo é um país de uma diversidade cultural muito grande. Mas o incentivo à produção cultural vai bem? O que emperra? O salário e o acesso? A distribuição e o acesso? A "turma da Monica" sobrevive por conta da produção cultural ou ela se tornou uma marca que sustenta a empresa e sues subprodutos? Este é um exemplo à parte em termos de mercado editorial? Deveria ser a regra? O caminho? Existe um mercado de quadrinhos nacional ou um mercado nacional de quadrinhos importados? Se o livro em quadrinhos passou a vender melhor na livraria em comparação à revista revista na banca isso significa o que? Desinteresse do leitor ou uma escolha editorial? Qual o recorte de tempo? São muitas as questões envolvidas. Nos anos 2000, dei aulas na rede publica da zona oeste de São Paulo. Bibliotecas transbordando de livros de grandes editoras nacionais. Grande variedade, incluso quadrinhos (bem poucos), as adaptações literárias, mas o acesso à mesma era quase nulo. Sucateamento do ensino? Como isso interfere no consumo de quadrinhos? Tenho, como leitor, mais dúvidas ainda. Fato é que o mercado editorial atravessa uma crise como um todo. Ou estou errado? Aumentou o numero de editoras especializadas em quadrinho nos últimos 10 ou 5 anos?... Por que não encontramos mais telefones públicos nas ruas, ou mesmo fixos nas casas? Será porque o celular abarca essa função e mais outras ainda? É barato um celular? Vende na banca? Sua presença afeta o quadrinho? Desculpem o textão. Vou publicá-lo assim mesmo. Acho que essas questões tem resposta. Se existe limites no mercado de quadrinhos penso que tem relação com sua estrutura e não com o comportamento do consumidor de nicho. Bom, só uma opinião. Abraços
Podia fazer um vídeo agora em 2024, reagindo às publicações das edições, ainda não lançadas, quando da publicação deste vídeo, e que você comentou (e que agora já estão disponíveis). Parabéns, pelo ótimo vídeo!
Corto Maltese, Blueberry, Las Locas, Raw, Cidades Obscuras... muita coisa. Nem Moebius da Nemo tá sendo relançado. Mas acho que o problema passa justamente pela falta da preocupação com o aumento do número de leitores. O que abre pra outra pergunta, pra qual não tenho resposta ou hipótese: os leitores de mangá não estão migrando pra quadrinhos em geral?
Cara eu falo como um leitor de mangás e mesmo me interessando por outros tipos de quadrinhos os mangás geralmente demandam mais volumes por serie isso sem contar os que estão saindo lá no japão e ninguem sabe quando vai acabar. Por isso grande quantidade de volumes e preço alto não combinam, a cada hq nacional, americana ou europeia que eu compro levo um 5 mangás junto
@@italorodrigues5286 ou seja, o que tá faltando são quadrinhos mais baratos mesmo. Nem os mangás se salvam. Essa segunda tiragem de Lobo Solitário começou por 18 reais e já tá 37...
Eu estava pensando nisso esses dias. Pq series longas nao saem aqui. Acho q a melhor conclusão q pude chegar e nosso fator econômico, q ficou bem evidente alguns anos atras, qndo compravamos essas coleções da salvat custando um valor x no começo e terminava com xxx. Thorgal é incrível e blueberry tbm, adoraria ter na minha coleção. Mas nem fudendo q eu arriscaria comprar uns 70 vols nesse Brasil atual. Acho q um formato omnibus ou tematico, pra encurtar essas series, seria ideal para ter tudo e nao ficar refem dos aumentos de preços constantes.
Essas coleções como a da Salvat sempre foram um truque para os desprevinidos, mesmo em períodos sem inflação: começa baratinho e vai ficando impossível.
Olá Alexandre. Assisti hj esse vídeo pela segunda vez, virei fã do seu canal faz algum tempo já, vou comentar exclusivamente a minha situação. Deste criança leio quadrinhos, em épocas distintas da minha vida fiz algumas coleções razoáveis no que se diz respeito à quantidade, por motivos diversos também me desfiz delas, mas nunca abandonei o hábito de ler quadrinhos, hj por causa dos valores praticado pelo mercado não compro mais, tenho visto na internet vários blogs e sites com muitas dessas obras que vc mostra no canal, inclusive obras que ainda não foram publicadas no Brasil ainda, talvez o caminho seja lançarem o material tanto impresso como digital para otimizar os lucros, já que acredito que o colecionador não deixará de comprar a obra impressa.
Eu acho que se fossem feitas séries longas, a um preço mais acessível, a coisa se tornaria viável. Afinal, acho que o grande problema dos quadrinhos, mesmo os de produção industrial, está no preço. Eu adoraria comprar Asterix numa banca por, digamos, R$ 10,00, mas isso não vai acontecer, pois não pagariam menos que R$40,00, por uma publicação dessas Mesmo Mangás e Revistas de Heróis são muito caras. Por isso, acredito, que as editoras estão numa posição confortável, na qual investem pouco na formação do mercado e querem faturar muito com o reduzido mercado. O que é uma pena, pois quadrinhos são uma diversão barata, algo bem popular. Assim, acho que essa situação não vai mudar e tende a se agravar.
Eu tenho sérias dúvidas se quadrinhos já foram realmente baratos. Lá no início dos anos 2000, eu sofria pra acompanhar um mangá de R$3,90 e um de 4,90, daí passava longe de uma premium da Abril de 10 reais ou um mensal da Panini de 6,90. Hoje 10 reais é pouco dinheiro, mas na conjuntura atual é impossível lançar uma HQ por esse preço, e pra um público cada vez mais elitizado, e exigente. Mensais hoje de 48 pág custam uns 12 reais.
A solução para variar e não depender de editoras nacionais para ler algo bom ainda é o mesma: se tornar bilíngue e correr atrás das edições que saem lá fora. Muita coisa dessa atual invasão argentina eu li muitos anos atrás via download, parecia ser a única solução e para muitos outros casos, ainda é!
Acredito que um caminho é observar o desempenho da Pipoca & Nanquim / Comix Zone em parceria com a Amazon e, no Catarse, o crescente catálogo da Skript e da Figura. Eles fazem o papel de influencers e vendem muito bem o peixe.
Não sei se vc curte, mas outro quadrinho clássico e longevo que eu gostaria muito que saísse novamente no Brasil (acho que nunca saiu na íntegra. Acho.) é Spirit, do grande Will Eisner. Certa vez, os caras do PN falaram algo semelhante ao tema desse vídeo, que séries longevas costumam não ter bons índices de venda e também responderam a um comentário falando sobre a inviabilidade de lançar Spirit. Outra questão que atrapalha bastante é a econômica. Cheguei a iniciar a coleção do Príncipe Valente, que pra mim tb é outro quadrinho fundamental, mas não pude prosseguir. Recentemente, vi um volume em uma banca por 80 reais. Imagine valores como esse, acima de 50 reais, para coleções muito grandes, como é o caso da do Príncipe Valente. Acaba deixando algo que já é restrito, a um número ainda menor de pessoas. A opção um pouco mais viável, para quem tiver condições, é fazer via cartão de crédito, uma assinatura dessas coleções, pois assim paga um preço um pouco menor no valor total do que pagaria se comprasse os volumes individualmente.
Hoje em dia ta complicado mesmo, o foco esta no publico adulto e/ou que tem "bala na agulha". Muitas HQ vem no formato "edição definitiva", particularmente so coleciono 2 séries mensais: tio patinhas e tex; ainda continuo comorando algumas edições de luxo, mas realmente o mercado ta definhando
Moro em Manaus, praticamente depois da pandemia praticamente acabaram as bancas de revistas, não que existissem muitas antes. Quadrinhos só nas livrarias e internet
Tem toda razão, professor Alexandre! Veja o exemplo da Skript no lançamento de Krazy Kat & Ignatz, volume 1 (de 3), cuja tiragem será limitada a mil exemplares (em campanha no Catarse e entrega prevista para Janeiro de 2022)... E também há quem diga que, em breve, serão as Comics Shoppings que darão adeus às HQs (bancas de jornais fechando e tb devido à febre das pré-vendas com bons descontos pelas próprias Editoras)... melancólico! Obrigado. Abraço 👍🏻
Corta pra 2023: PN lançando pelo menos 2-3 desses, Blueberry, Crepax, e o povo comentando 2 anos atrás que o PN não arrisca mais lançar esses. Irônico!
Não sei se é polêmico, mas é nessas horas que vemos a falta que os mix fazem. Quanta coisa interessante saiu, por exemplo, em marvel max e na vertigo, quanta coisa interessante saia naquela Juiz Dread Magazine mensal. Uma vez eu fui numa palestra no Sesc sobre o mercado BR e achei interessante que eles tinham o número estimado de leitores no Brasil, e era algo risível, tipo 857. Se vc pensar no tamanho do país, é qlq coisa mesmo. Não sei se a apenas o real desvalorizado é motivo. Se as tiragens fossem altas, o valor seria menor.
Isso acontece muito tbm no seguimento de livros, muitos livros de fantasia, por exemplo, não vem pra cá, quando vem é o primeiro volume e o restante, nunca mais...
O mercado consumidor de gibi é uma pequena bolha e que as editoras não movem um dedo para isso mudar, ao contrario, acomodaram com a situação e espremem, torcem para arrancar o máximo que podem. Existe muita oferta para a bolha dos mesmos gatos pingados e de forma bem esculhambada, um exemplo disso são as trocentas publicações diferentes de Tex. Como é vai querer que um mercado pequeno va consumir outros materiais mais alternativos.
Boa analise, tem tantos fatores , somos uma nação conhecida por não incentivar a leitura, temos pouco poder aquisitivo, e agora com advento da internet colocar nova geração pra ler pode se tornar ainda mais complicado.
Nosso mercado não aguenta série longas nem de super heróis mesmo, Sociedade da Justiça dos Johns, Flash do Mark Waid são só alguns exemplos de materiais que a muito tempo os leitores pedem para a Panini mas ela não publicam justamente pelo tamanho
Parabéns, monstruosa sua biblioteca. Tenho lido sistematicamente HQs de dois anos para cá, inclusive me arrependo muito não ter feito isto antes, mas observo uma concentração muito forte em títulos da Marvel, DC e Image. Acaba sendo um pouco lei do mercado, demanda versus oferta. Felizmente temos pessoas como vc que pode, com sua história de leitura, nós trazer e mais do que isto nos alertar para estes outros mundos...
Thorgal é ótimo! Tenho as edições da antiga VHD Difusion e a editora " terminou" a série num Cliffhanger que me deixou sem chão até hoje!E também tenho todas as edições do Blueberry lançadas pela antiga editora Abril!Pena que as novas gerações de leitores não conheçam essas maravilhas européias!
Eu uso muito em aula de desenho os quadrinhos europeus, principalmente francobelgas, e não tem perspectiva nenhuma de ver Blake e Mortimer ou Cosey por aqui.
Pois é, é difícil colecionar edições mais longas. Eu comprei lobo solitário até o 12 ( sem a 5 e 6, pq esgotaram antes que as outras , n sei pq...) Mas ainda tem uns 16 volumes, e o dinheiro minguou... Fico esperando aí uma promoção boa pra comprar mais uns 8 de uma vez
As editoras não estão arriscando, só vão naquilo que tem certeza que vai vender infelizmente temos que esperar a boa vontade dos editores ou algum editor corajoso fazer sua cartada e levar as glórias.
O Mercenario do Segrelles…Eu espero um Spirit. Pequeno pra uma coleção da De Agostini (daria umas 30 edições) e acredito que somente uma editora dessas poderia lançar. E falando em De Agostini alguuma poderia aproveitar e lançar um Principe Valente 2019 e 2020, não seria tão dificil
A barreira da língua e a complicação das coisas não estarem disponíveis no digital é a coisa q mais ferra o consumo de arte. Eu comprava bastante gibi uns anos atrás, se pá uns 400 conto mensalmente e lia eles felizão no onibus mas as coisas começaram a encarecer e passei a ser mais seletivo tão seletivo q parece q o mercado deixou de ser pra mim. Tentei aprender francês e japonês pra ler piratex msm mas n fui pra frente então só leio scans de editoras em inglês ou os piratex br, com exceção de Fire Punch q peguei no play livros em promoção de 9 conto por volume e é incrível, leiam Fire Punch. Mas agr eu só gasto com jogo de pc de 20 conto q é fácil de comprar e sempre estão numa língua q conheço.
Eu tô comprando muito pouco quadrinho.. tá a Muito caroooo. Não tem mais opções "baratinhas" pra acompanhar ou até pra dar de presente pra uma criança/adolescente.
Concordo. Principalmente se esses encadernados acabarem, o preço dos quadrinhos fica mais acessível. Cansei de ver tudo quanto é encadernado saindo por 100, 150 reais. Eu parei de comprar quadrinhos pos causa disso. Se fizessem a série ser publicada no seu formato orignal, serializada, o preço iria cair bem mais.
No caso dos Smurfs, eu buscaria trazer os álbuns da fase do Peyo, seu autor original,pois é nesses álbuns que reside toda a quintessência dos personagens. O mesmo valendo para Gaston Lagaffe... Publicaria as histórias mais significativas do personagem, produzidas pelo Franquin. Por falar no Asterix: Eu ainda sonho que alguma editora publique, além dos álbuns inéditos do gaulês, a série VAE VICTS! Sim,claro,afinal, através de Asterix vimos a história da invasão da Gália pelos romanos através da ótica do humor... Faltava trazerem uma abordagem séria dos acontecimentos! E a série já está completinha e finalizada, em 15 volumes. Sobre esta questão de publicar séries intermináveis... A SESI- SP, a mesma que publica Valerian,anunciou que lançará, no segundo semestre, a antologia BLACKSAD INTEGRAL, que foi publicada originalmente na França pela Dargaud. O supracitado volume compila todos os álbuns já lançados (1- Em Algum Lugar Nas Sombras; 2- Nação Ártica; 3- Alma Vermelha; 4- O Inferno Silencioso; 5- Armadillo), mais alguns extras. No entanto, a Dargaud acaba de anunciar mais dois álbuns do personagem, sendo que um será lançado no dia 1° de outubro de 2021, e o segundo em 2022. O título? Oh, sim... Alors, Tout Tombe- Première Partie (" E, No Fim,Tudo Cai- Primeira Parte). Sendo assim,o volume prestes a ser publicado por aqui,não merece o título de "integral".
Acredito que Corto Maltese vai ser lançado. O Fora do Plástico está sendo bem "feliz" com algumas pistas. Me parece que vai sair, só não sei dizer por quem.
Bom, no mínimo tenho que registrar que o QnS está profetizando muito material excelente, ou seja, fazendo uma curadoria “pro bono” para as editoras. Haha, Alexandre Nostradamus. Em verdade, o que você está fazendo é ótimo para impulsionar o mercado, pois revela público interessado e gera estímulo nas editoras para caminhar por trilhas comercialmente mais arriscadas. Em sentido mais amplo, há uma mudança gradual ocorrendo no universo editorial dos quadrinhos, que é a incapacidade de conquistar novos leitores em número suficiente para seguir atuando. E dentre esses novos, já escassos, são poucos os que se interessam mesmo pelas séries, ainda que históricas e de imenso relevo para a Nona Arte, a ponto de comprarem os encadernados. Vejo todo esse mercado de edições mais luxuosas e definitivas como um último respiro antes do afogamento, coroado ao menos com a possibilidade de um lucro extra, já que, por seus preços, é voltado a conquistar colecionadores financeiramente estáveis. Enfim, claro que a conversa vai muito além disso, pois há desdobramentos, mas grosso modo, é o que me parece ser. De um giro ou de outro, e colocando aí as limitações econômicas e culturais do nosso país, ao menos testemunhamos um empenho maior das editoras em trazer resgates históricos e sagas menores completas, o que, por si só, já merece aplausos.
Putz...esses dias atrás estava navegando no site da Norma Editorial vendo os álbuns do Blueberry e pensando "se fosse publicado aqui no Brasil seria foda hein..."
Não foi citado no vídeo, mas eu fico impressionado com como Love and Rockets não é publicado direito aqui, com exceção de alguns arcos de Palomar, do Girlbert. Mas é uma pena não termos fácil acesso às histórias geniais do Jaime, e suas Loca, mas acredito que a problemática seja a mesma que você cita no vídeo, é longevo demais.
A Skrypt tá com material bom no catarse. A Graphite tá com uma série interessantíssima, e atual, Samuel Stern. A Figura vez por outra lança umas maravilhas. PN lançou no Brasil a obra do Hiroshi Hirata. A CZ lança coisas muito material bom mas peca na apresentação do autor e da obra (PN às vezes tb não capricha na apresentação do autor).
É difícil ler esses quadrinhos longos por que as editoras imprimem pouco (com medo de não lucrar com as vendas). Muitas vezes você só descobre a obra depois de um tempo. E quando procura elas não existem mais em todos os volumes, ou alguns volumes estão o olho da cara por serem "raros". Enquanto os brasileiros não tiverem incentivo para consumir leitura, vai ser assim. Como se a leitura fosse um "nicho".
O mercado nunca teve tanta variedade e tantas editoras publicando materiais bem diversificados e de todos os preços possíveis. Se não publicarem certos quadrinhos agora que o mundo nerd está na modinha, não vai acontecer nunca.
Não considero a publicação de trade paperbacks (essas GNs de mentira) problemáticas no aspecto narrativo ou de satisfação do leitor, principalmente dos materiais mais recentes. Tem uns vinte anos que o mercado americano vai nessa direção, com cada vez mais autores escrevendo arcos para caberem neles. Na verdade os quadrinhos mensais que cada vez mais servem só para pagar os custos da obra, com o lucro vindo na encadernação. Quanto à edição de biscoitos finos para o gourmet, realmente tem lado positivo de aparecerem coisas que eu nunca imaginei ver no Brasil - como a Krazy Kat que vai sair em uma edição carinha de mil exemplares. Me pergunto se saísse em um formato ordinário venderia muito mais (duvido). O problema é que pubicações assim vão fechando as portas para a possibilidade de expansão de público, o que acaba condenando o mercado a ficar sempre pequeno.
Isso pesa principalmente para o quadrinho europeu que tem titulos bons pra concorrer com os mangás e os comics, mas não trazem justamente por não poderem bancar títulos longos. Na boa, o quadrinho europeu sempre carregou a pecha de quadrinho dos velhos, quem chegou mais perto disso foi a SESI-SP(Spirou) e a AVEC(January Jones)de trazer um quadrinho de garotada. Os comics e o Mangá tem toda uma cultura pop agregada a eles os europeus tem o que? Angouleme(Eu acho incrível dá de 10x0 na Comic on de SanDiego e na CCXP, mas não é suficiente) ? Eu por exemplo, vi pela primeira vez o Festival de Angouleme nos videos do Rapha Pinheiro quando ele morava lá. Não tem um fandom jovem de quadrinho europeu como os mangás tem por exemplo. Alguns desenhos europeus tem canais oficiais no UA-cam por exemplo Valerian(Tem um canal em francês e outro em inglês). ua-cam.com/channels/yzXrNrtPhLzFJmBcWSTO3A.html
você tem razão !! HQ europeia ganhou pecha de HQ de velhos pq estagnou ! Repare bem... quase não se fala de produções europeia de alto impacto neste século .
diante de um mercado literario em colapso em uma sociedade que nao le nem os classicos porque alem dos mesmos serem caros,portanto inacessiveis a massa,nao ha interesse das pessoas em geral....mercados perifericos como o de hqs nao vao se arriscar a lançar nada "desconhecido" e longo...o prejuizo e certo
Tenho o Fox Mulder de nick, mas esta é uma série dos idos 90. Não tenho paciência pra série nem pra histórias continuadas, já gostei, nos idos 80/90 hoje não mais. Prefiro filmes e graphic novels fechadas, mas a tendência de gosto do mercado é o contrário disso. Bom assunto, "bora" abordar mais vezes? Discutir este assunto é sempre saudável, falar de tendências, vanguardas, nichos, valor de mercado, tempo, capitalismo...
Esse padrão capa dura e omnibus realmente engessa o mercado e não resolve nada porque o preço fica muito alto (igual ou maior que o importado). Fica difícil arriscar comprar alguma coisa diferente quando estamos falando de 100,00 pra cima. 100,00 não pode ser o preço padrão de um quadrinho senão perdemos 90% do público geral e só ficamos com os fanáticos ou milionários.
A Mino meio que fura essa regra, publicando séries da image mais longas, mas são quadrinhos image né, quando se fala de europeus e independentes, parece que não dá mais mesmo.
Vamos a uma pergunta chave Qual o tamanho atual do público consumidor de quadrinhos no Brasil? (público realmente ativo que acompanha e compra quadrinhos) Alguém palpita?
Curiosidade: a maioria dos franceses abaixo dos 40 anos tem mais afeição pelo mangá que pela "BD"... isso porque mercado FB estagnou. Há escassez de produções juvenis em si... Isso até ocorre nos EUA... por causa da estagnação da DC-Marvel... e por aí vai.. até li matérias sobre isso.
É aquela coisa: não dá pra pensar em HQs em séries porque não dá pra pensar nisso sem antes expandir o público, e não dá pra expandir o público sem promover uma melhor valorização de salário e qualidade de vida, e não dá pra pensar nisso sem uma reforma política.
Venho do futuro pra avisar que Blueberry vai sair na Pipoca.
A própria pipoca e Nanquim, que é a editora mais lançou-vendeu do país, não arrisca lançar esse tipo de material. Maior prova
PN lançou Druuna, que é muito longa. Além disso tem Tartarugas Ninja e Incal igualmente longas. Mas, fora isso, são poucas publicações grandes que a Editora arriscou. Inclusive, arrisco a dizer que do jeito que o mercado editorial brasileiro está ruim das pernas essas publicações devem se tornar cada vez mais raras.
eles tem um belo catálogo, mas com o suposto fracasso de Dan Brand eu aposto que vão deixar de fazer algumas apostas
@@mauricionavarro4428 porque você diz que Dan Brand foi um suposto fracasso?
@@malvares o pessoal da P&N comentou algo sobre pré-venda abaixo do esperado. Pode ter sido minha percepção, mas acho que dificilmente eles vão lançar algo nesses moldes em breve. Espero estar errado.
@@mauricionavarro4428 Pode ser mesmo. Apesar de ser um trabalho do Frank Frazetta, é uma obra menor e, pra ser honesto, bem fraca. Além disso, a Figura lançou campanha de financiamento de um Art Book com as obras dele o que, na minha opinião, é muito mais relevante.
De todo modo, a PN ainda tem muito coisa na manga para sair: dois volumes de Incal, três de Tartarugas Ninja, Voltar (pelo qual eu estou muito ansioso), Rei Kull e Solomon Kane, que vão sair ano que vem. Ainda assim, se o mercado editorial continuar na carda bamba, é possível que eles optem por produções mais baratas. Ou pior.
Enfim, na torcida para que essa má fase passe e esses grandes títulos comecem a sair no Brasil.
Sobre o mercado eu acho q tem um problema dentro do problema. Primeiro tem o problema do mercado cultural no Brasil q é muito fraco por causa da desigualdade de renda. Pegando um exemplo da arte que talvez seja a mais difundida de todas, o audiovisual: pra maioria das pessoas de classe média de centros urbanos ir no cinema é algo trivial. Mas um levantamento do IPEA de 2010 mostrou q 54% da população nunca foi no cinema e outros 26% foi pouquíssimas vezes.
Acredito q isso mostra uma dificuldade geral da população que ganha um salário que quase n da pro gastos básicos em separar um dinheiro pra lazer... E aí só resta recorrer a pirataria, que é o que consegue pagar.
O mercado cultural de massas tem essa particularidade de depender da de uma massa capaz de custear-lo. Mas como no Brasil a gente está tendo uma ultra-precarização das massas, esse mercado vai n engata.
Por isso que os quadrinhos, que já é uma mídia com limitações de público no ocidente, no Brasil tem uma limitação maior ainda.
O mercado de hq no Brasil funciona assim , na minha visão :
Tem uns 3 ou 5 mil pessoas que são colecionadores e vão comprar tudo de relevante que sai. Tem aí uns 5 a 7 mil pessoas que curtem bastante, e compram quando é um título muito íconico ou quando sobra um dinheiro a mais, ou em algumas obras específicas q já é fã ...
E cabou .
Por isso que as editoras tão fazendo esse volumes de luxo cada vez mais caros .
Pq sabem que os coleccionistas vão comprar de qualquer forma , se for 70 ou 200 reais. Então tentam dar uma gourmetizada geral no produto, pq aí justifica ter um preço maior (que é o único jeito, muitas vezes, de pagar uma tiragem muito baixa).
Eu assino embaixo. Concordo demais.
Seria interessante voltar a este vídeo e rever as previsões...
A regra é clara: Se tem capa dura e verniz é Graphic Novel.
Parabéns pelo canal, estava faltando um canal como o seu.
Não rola fazer uma atualização desse vídeo? Pois parece que estamos vivendo em uma bolha de quadrinhos prestes a estourar.
O The Spirit do Will Eisner é mais uma prova que mesmo os grandes mestres não estão livres dessa fraqueza do nosso mercado.
Cara, esse é o tipo de vídeo abre a mente do consumidor.
Na área de mangás acho que tem muito título bom que poderia ser publicado.
Lupin é um exemplo, ele é um mangá episódico, logo poderiam vender "edições fechadas"
E Ashita No Joe poderia ser lançado pelo tamanho de seu peso sócio histórico japonês.
Alexandre, tua análise não considera um elemento importante: o aspecto da nossa moeda ter se desvalorizado de forma significativa. Nosso repertório se torna pobre pelo fato da nossa moeda ter se tornado pobre. A realidade é essa: 1 euro valendo 6 reais, 1 dólar valendo 5 reais. O custo é muito alto hoje para publicação de todo e qualquer material. Falando isso inclusive como alguém que tirou da própria poupança para publicar um quadrinho africano que considerava relevante e o custo é muito alto em razão da nossa moeda ter se tornado, em virtude de políticas econômicas desajustadas, essa merda que é. Fora que quando se entra em contato com autores, editoras ou agentes literários tem os valores de materiais fee e incluindo fontes. É justamente por essa razão que não é possível investir em séries mais longas, já que não se sabe se elas vão ter um retorno para uma editora menor.
Um complemento: Na Skript, por exemplo, a gente já quis licenciar 4 volumes de uma série importante. Aí você entra em contato com agente e ele te fala que cada volume é na casa de 2000 euros só de adiantamento, excluindo a taxa de envio de arquivos e até de fontes (pq geralmente uma editora vai exigir que até a fonte dela seja utilizada em alguns casos). Aí você chora e fazem pelos 4 volumes 1500 euros cada. Só colocar no lápis a conta e sairá tudo por 6000 euros só adiantamento. 6000 euros valendo 36.000 reais. O investimento se torna altíssimo. Fora que acabamos ficando reféns de uma lógica das agências e dos poucos catálogos disponíveis. Enfim, nessas condições atuais econômicas, querer não é poder.
Complemento 2: Faça um próximo vídeo perguntando-se quanto custa publicar um Pogo. Eu mesmo já entrei em contato com o licenciante há um tempo e te falo que o valor não é nada baixo. Na Skript mesmo Pogo só será publicado, infelizmente, se um Krazy Kat se mostrar sucesso de público. Até a história por trás de publicar um Krazy Kat no Brasil nesse momento é muito singular de toda essa dimensão econômica e eu estava no processo de escolha: é uma série de domínio público. A gente ia fazer a edição brasileira a partir de edições portuguesas e de outros países e traduzir do original. Só que pegar uma edição gigante e escanear na qualidade necessária se tornaria muito caro. Além disso, o processo de tratar as imagens seria um tanto demorado. Então a solução foi licenciar da Fantagraphics, pois ela tinha feito esse tratamento, já que mesmo caro seria mais indicado. Então o que foi licenciado foi o processo técnico deles. Publicar uma série como Thorgal de forma integral, num contexto em que comprar quadrinho é um luxo para uns 4000 ou 5000 gatos pingados, é uma aposta que nem todo mundo vai querer bancar. Atualmente tenho tido outra perspectiva como pesquisador ao entrar no meio editorial e vejo que publicar quadrinhos no Brasil se tornou um grande malabarismo.
"Políticas econômicas desajustadas", não, o termo certo é "políticas econômicas criminosas".
Um bom ponto mesmo.
@@QuadrinhosAfricanos muito interessante ter essa visão de dentro
Teve uma live do 2q com a Mino q mostra esses detalhes como os contratos ficam caro e mtos quadrinhos são publicados mtas vezes só pra se pagar
Isso pra uma empresa q já lança pouca coisa é péssimo
Sobre o público tá cada dia mais difícil desvalorização do câmbio, preço das gráficas e logística cada dia mais caro
O melhor é apostar em volumes únicos msm
umas semanas atrás comecei a ler hombre da dupla Segura & Ortiz em espanhol, q material fantástico, acho q da série toda saiu um episódio na heavy metal nos anos 90, tem muita coisa boa q poderia sair e não sai, a gente vê q os próprios canais q falam dos quadrinhos como mídia ignoram essas obras e esses artistas, aqui comercialmente tudo gira em torno de materiais adaptados ou adaptáveis, dc e marvel vinham enfrentando problemas antes do boom das adaptações dos anos 2000, o interesse dos mangás vêm antes dos animes do q das próprias hqs, eu sempre achei q hqs tem um potencial de arte independente e localizado a exemplo do teatro, seja por publicação de editoras menores ou até independentes, mas aqui isso não rola, talvez com umas oficinas de produção e leitura de hqs seria possível formar um público, pq do jeito q tá daqui a pouco vai ser só marvel e dc em edições caríssimas...
Alexandre, é um ótimo tema!!! Muito pertinente para mercados de BD pequenos ou em crescimento...
Penso que a melhor forma de publicar séries, num mercado ainda periclitante, será fazer integrais... como, por exemplo, a Pipoca & Nanquim fez com Druuna, O Incal, O Máskara, etc. Há assim um ganho quantidade-qualidade-preço versus tempo de publicação, sobretudo para o leitor e... para o bom prestígio da própria editora.
Sendo eu também leitor (e muito!) da banda desenhada franco-belga (eu sou português e residente em Portugal, tendo passado a minha infância e adolescência em França), há dezenas e dezenas de séries de BD franco-belga/europeia, de estilos muito variados, que mereciam uma publicação no Brasil... ou mesmo em toda a América latina... ou mesmo ainda em Portugal onde o mercado ainda é muito menos forte do que aí na Terra de Vera Cruz.
Vou elencar algumas séries de BD, num certo gosto muito pessoal:
- AS ÁGUIAS DE ROMA: de ENRICO MARINI: uma série épica, bela e violenta na época do Império Romano. 5 volumes. Publicação em curso.
- AS 7 VIDAS DO GAVIÃO: de PATRICK COTHIAS e ANDRÉ JUILLARD: um portento da BD histórica e romanesca! Publicação ainda em curso, 13 volumes.
- ASTÉRIX: talvez o maior sucesso mundial da BD francófona! Os 24 primeiros álbuns, com argumentos do RENÉ GOSCINNY, são excelentes! UDERZO é um mestre do desenho.
- GASTON LAGAFFE: BD mirabolante de mestre ANDRÉ FRANQUIN. Mais ou menos 20 volumes.
- JEREMIAH: série pós-apocalíptica realista do belga e prolífico HERMANN. Mais de 30 volumes.
- JONATHAN: série intimista e de aventuras de COSEY. Poética e iniciática! 16 volumes, publicação em curso.
- JONATHAN CARTLAND: western realista e desencantado de LAURENCE HARLÉ e MICHEL BLANC-DUMONT. Um pouco ao estilo KEN PARKER... 10 volumes.
- MIKROS e EPSILON: BDs de super-heroísmo e ficção científica de JEAN-YVES MITTON - o JOHN BYRNE francês. Mais de 1000 pranchas. Excelente.
- O VAGABUNDO DOS LIMBOS: ficção científica psicanalítica de CHRISTIAN GODARD e JULIO RIBERA. Excelente! Mais ou menos 30 volumes.
- PHOTONIK: BD super-heróica à francesa, excelente!, com argumento e desenho de CIRO TOTA e também de JEAN-YVES MITTON. Quem gosta de super-heróis, tem de ler! Edição integral em 2 volumes de mais ou menos 700 pranchas cada um.
- SIMON DU FLEUVE: série pós-apocalíptica e ruralista do prematuramente falecido CLAUDE AUCLAIR. Grande. 9 volumes.
- SIBYLLINE: série deliciosa com os animais falantes de RAYMOND MACHEROT. Mais ou menos 15 volumes.
- SUNDAY: western realista e social de VÍCTOR MORA e VÍCTOR DE LA FUENTE. Ótimo! Mais ou menos 400 pranchas.
- TENDRE VIOLETTE: série intimista, campestre e histórica do belga JEAN-CLAUDE SERVAIS. Mais ou menos 600 pranchas.
- TENENTE BLUEBERRY: western fabuloso de JEAN GIRAUD MOEBIUS e JEAN-MICHEL CHARLIER. Mais ou menos 30 volumes.
Etc.
Etc.
E ainda séries de artistas como ALAIN DODIER, ALEJANDRO JODOROWSKY, ATTILIO MICHELUZZI, DANIEL TORRES, DIDIER COMÈS, EDUARDO TEIXEIRA COELHO, FRANÇOIS BOUCQ, FRANK PÉ, FRED, HUGO PRATT, JACQUES TARDI, JEAN VAN HAMME, JIJÉ, JOAN SFAR, MAX CABANES, PAUL GILLON, PHILIPPE RICHELLE, RAFFAELE MARCELLO, SCHUITEN & PEETERS, STELIO FENZO, TILLIEUX, TITO, VITTORIO GIARDINO, WARNAUTS & RAIVES, etc.
Abraço!
E que lista!!!
Eu já estou querendo aprender outra língua para consumir mais, um dos principais problemas desse país é que a galera não se interessa realmente por cultura, descobrir coisas novas, se desafiar, só ficam no conforto do que todo mundo está lendo, assistindo e escutando. Isso se inclui até em boa parte da galere que se diz nerd, que só são um bando de gente seguindo moda
Acho legal o fato de alguns materiais antigos estarem sendo resgatados, mesmo que baseados em publicações americanas, como o caso do krazy kat que a skript está trazendo, mas realmente tem muita coisa que eu tenho vontade de ler mas que não tenho nenhuma esperança de que chegue por aqui
Acredito que Krazy Kat não terá problemas, visto que a série está finalizada há tempos... É um daqueles casos de série de HQ que morreu junto com o seu criador. Quando George Herriman, o autor faleceu, o King Features Syndcate, que distribuía as tiras para os jornais de todo o mundo, decidiu que uma tira tão peculiar não teria continuidade. Como curiosidade, entre os fãs ilustres de Krazy Kat, encontram- se Charles Chaplin, Walt Disney, o escritor Ernest Hemingway, o pintor Pablo Picasso, e Sigmund Freud, o pai da psicanálise.
As edições do Corto Maltese da Nemo eram maravilhosas, páginas e páginas de introdução, contextualizando as referências literárias, culturais, geográficas etc do Pratt 😞 uma pena que foram apenas 3 histórias
O problema desses quadrinhos que não saem, ou quando saem não concluem, não é só responsabilidade do público alvo. Esse lugar-comum é condicionante, para não dizer convenientemente simplista, mas não determina o panorama de nada.
Mitigar ou negligenciar a relevância de outros fatores parece ser o esporte favorito de entendidos no assunto (o que contradiz bastante tal adjetivação), e acaba contribuindo pouco para um debate mais abrangente. Além disso, repetir conclusões convencionais não traz novas reflexões.
A meu ver, a eterna crise do mercado editorial brasileiro é muito mais complexa e paradoxal do que transparece nessas análises de conjuntura. Tal crise pode ser mitigada, por exemplo, quando a economia brasileira comportar uma taxa cambial menos perversa, que socializa apenas prejuízos para a população, como bem deixou claro Celso Furtado.
Pode essa problemática ser reduzida também quando houver iniciativas sensatas de publicação - as editoras começarem a estruturar seus lançamentos além da preferência de seus editores e, talvez, submetê-los a uma real pesquisa de mercado, já seria uma boa e inovadora tática em nosso meio. Prosseguir negligenciando isso produz sempre o mesmo efeito, o qual todos sabemos qual é.
É preciso deixar nítido o fato de que o dinheiro brasileiro, em termos de utilidade, mal ganha das chamadas moedas podres, com quase nenhum poder de compra, o que torna cada gasto resultado de muita ponderação prévia. Numa realidade assim, qualquer consumo vira investimento, pois o que se escolhe comprar fará falta no orçamento das pessoas no futuro próximo.
Enfim, explorar um tema apenas pelo lado mais fácil e corriqueiro não traz soluções novas. Claro, entende-se que os assuntos tratados nos vídeos do canal sejam resumidos e simplificados, mas fazê-los a partir de meros vislumbres já observados pode não ser a melhor estratégia para buscar novos ângulos se antigos são os vieses.
Concordo com tudo que você falou. Porém em momento algum eu "lacrei" que a "culpa" é do leitor. Constatei o óbvio apenas (que muitas vezes sequer é expresso) de que o mercado é frágil. As causas para as coisas estarem assim, aí sim, entra no que você falou e vai além. Aos poucos vou desenvolvendo esse tópico.
Os volumes da Creepy e Eerie da Dark Horse foram lançados lá fora até o final totalizando mais de 50 volumes, após isso começaram a lançar os volumes com recortes pra quem quer ter apenas as histórias de determinados artistas. Uma louvável exceção nas grandes séries foi terem lançado até o fim toda a coleção do Príncipe Valente.
Essa situação é muito triste. Infelizmente a maior parte do que é publicado é restolho com marketing agressivo para torná-lo bom. Eu incluiria ai na lista de hqs seriadas paralisadas o Spirou do Franquin, quadrinho excelente que faz falta no mercado.
Muita coisa que vem sendo publicada me dá preguiça tb, e é cada marmota com acabamento de luxo que nem vou citar para não polemizar kkkk Marketing pesado, eu caí na bobeira de comprar uma vez e me arrependi hehe
Te falar que quadrinhos com mais volumes eu vou perdendo o interesse de comprar com o tempo, mesmo gostando da série. Sla, vai aparecendo coisas novas que me chamam atenção, os preços vao subindo e as edições vão demorando muito pra sair(quando saem).
Ótimo vídeo!
Poderia fazer um vídeo comentando as edições que você pediu, e agora, estão saindo aqui.
Pra se ter acesso à cultura, é preciso que alguém ofereça essa possibilidade. Começa na família, e vai se estendendo para o mundo conforme a criança cresce. Bairro, escola, cidade, Estado, Região... Nessa caminhada, num pais como o nosso, a monocultura tem grande peso. Ao mesmo tempo é um país de uma diversidade cultural muito grande. Mas o incentivo à produção cultural vai bem? O que emperra? O salário e o acesso? A distribuição e o acesso? A "turma da Monica" sobrevive por conta da produção cultural ou ela se tornou uma marca que sustenta a empresa e sues subprodutos? Este é um exemplo à parte em termos de mercado editorial? Deveria ser a regra? O caminho? Existe um mercado de quadrinhos nacional ou um mercado nacional de quadrinhos importados? Se o livro em quadrinhos passou a vender melhor na livraria em comparação à revista revista na banca isso significa o que? Desinteresse do leitor ou uma escolha editorial? Qual o recorte de tempo? São muitas as questões envolvidas. Nos anos 2000, dei aulas na rede publica da zona oeste de São Paulo. Bibliotecas transbordando de livros de grandes editoras nacionais. Grande variedade, incluso quadrinhos (bem poucos), as adaptações literárias, mas o acesso à mesma era quase nulo. Sucateamento do ensino? Como isso interfere no consumo de quadrinhos? Tenho, como leitor, mais dúvidas ainda. Fato é que o mercado editorial atravessa uma crise como um todo. Ou estou errado? Aumentou o numero de editoras especializadas em quadrinho nos últimos 10 ou 5 anos?... Por que não encontramos mais telefones públicos nas ruas, ou mesmo fixos nas casas? Será porque o celular abarca essa função e mais outras ainda? É barato um celular? Vende na banca? Sua presença afeta o quadrinho? Desculpem o textão. Vou publicá-lo assim mesmo. Acho que essas questões tem resposta. Se existe limites no mercado de quadrinhos penso que tem relação com sua estrutura e não com o comportamento do consumidor de nicho. Bom, só uma opinião. Abraços
Podia fazer um vídeo agora em 2024, reagindo às publicações das edições, ainda não lançadas, quando da publicação deste vídeo, e que você comentou (e que agora já estão disponíveis).
Parabéns, pelo ótimo vídeo!
Corto Maltese, Blueberry, Las Locas, Raw, Cidades Obscuras... muita coisa. Nem Moebius da Nemo tá sendo relançado. Mas acho que o problema passa justamente pela falta da preocupação com o aumento do número de leitores. O que abre pra outra pergunta, pra qual não tenho resposta ou hipótese: os leitores de mangá não estão migrando pra quadrinhos em geral?
Cara eu falo como um leitor de mangás e mesmo me interessando por outros tipos de quadrinhos os mangás geralmente demandam mais volumes por serie isso sem contar os que estão saindo lá no japão e ninguem sabe quando vai acabar. Por isso grande quantidade de volumes e preço alto não combinam, a cada hq nacional, americana ou europeia que eu compro levo um 5 mangás junto
@@italorodrigues5286 ou seja, o que tá faltando são quadrinhos mais baratos mesmo. Nem os mangás se salvam. Essa segunda tiragem de Lobo Solitário começou por 18 reais e já tá 37...
Infelizmente tem esses casos como a Avec. que January Jones parou no segundo volume(O Cranio de Mkwawa).
A SESI-SP não publicou tudo do Spirou.
Eu estava pensando nisso esses dias. Pq series longas nao saem aqui. Acho q a melhor conclusão q pude chegar e nosso fator econômico, q ficou bem evidente alguns anos atras, qndo compravamos essas coleções da salvat custando um valor x no começo e terminava com xxx. Thorgal é incrível e blueberry tbm, adoraria ter na minha coleção. Mas nem fudendo q eu arriscaria comprar uns 70 vols nesse Brasil atual. Acho q um formato omnibus ou tematico, pra encurtar essas series, seria ideal para ter tudo e nao ficar refem dos aumentos de preços constantes.
Essas coleções como a da Salvat sempre foram um truque para os desprevinidos, mesmo em períodos sem inflação: começa baratinho e vai ficando impossível.
Olá Alexandre.
Assisti hj esse vídeo pela segunda vez, virei fã do seu canal faz algum tempo já, vou comentar exclusivamente a minha situação. Deste criança leio quadrinhos, em épocas distintas da minha vida fiz algumas coleções razoáveis no que se diz respeito à quantidade, por motivos diversos também me desfiz delas, mas nunca abandonei o hábito de ler quadrinhos, hj por causa dos valores praticado pelo mercado não compro mais, tenho visto na internet vários blogs e sites com muitas dessas obras que vc mostra no canal, inclusive obras que ainda não foram publicadas no Brasil ainda, talvez o caminho seja lançarem o material tanto impresso como digital para otimizar os lucros, já que acredito que o colecionador não deixará de comprar a obra impressa.
Eu acho que se fossem feitas séries longas, a um preço mais acessível, a coisa se tornaria viável. Afinal, acho que o grande problema dos quadrinhos, mesmo os de produção industrial, está no preço. Eu adoraria comprar Asterix numa banca por, digamos, R$ 10,00, mas isso não vai acontecer, pois não pagariam menos que R$40,00, por uma publicação dessas Mesmo Mangás e Revistas de Heróis são muito caras. Por isso, acredito, que as editoras estão numa posição confortável, na qual investem pouco na formação do mercado e querem faturar muito com o reduzido mercado. O que é uma pena, pois quadrinhos são uma diversão barata, algo bem popular. Assim, acho que essa situação não vai mudar e tende a se agravar.
E sem incentivo de renovação/expansão de público. Isso tá criando uma bolha que quando estourar, será um Deus nos acuda.
Eu tenho sérias dúvidas se quadrinhos já foram realmente baratos. Lá no início dos anos 2000, eu sofria pra acompanhar um mangá de R$3,90 e um de 4,90, daí passava longe de uma premium da Abril de 10 reais ou um mensal da Panini de 6,90. Hoje 10 reais é pouco dinheiro, mas na conjuntura atual é impossível lançar uma HQ por esse preço, e pra um público cada vez mais elitizado, e exigente. Mensais hoje de 48 pág custam uns 12 reais.
Infelizmente só existem dois tipos de mercado mano: Vender barato para muitos ou vender caro para poucos.
A solução para variar e não depender de editoras nacionais para ler algo bom ainda é o mesma: se tornar bilíngue e correr atrás das edições que saem lá fora. Muita coisa dessa atual invasão argentina eu li muitos anos atrás via download, parecia ser a única solução e para muitos outros casos, ainda é!
Acredito que um caminho é observar o desempenho da Pipoca & Nanquim / Comix Zone em parceria com a Amazon e, no Catarse, o crescente catálogo da Skript e da Figura. Eles fazem o papel de influencers e vendem muito bem o peixe.
Não sei se vc curte, mas outro quadrinho clássico e longevo que eu gostaria muito que saísse novamente no Brasil (acho que nunca saiu na íntegra. Acho.) é Spirit, do grande Will Eisner. Certa vez, os caras do PN falaram algo semelhante ao tema desse vídeo, que séries longevas costumam não ter bons índices de venda e também responderam a um comentário falando sobre a inviabilidade de lançar Spirit. Outra questão que atrapalha bastante é a econômica. Cheguei a iniciar a coleção do Príncipe Valente, que pra mim tb é outro quadrinho fundamental, mas não pude prosseguir. Recentemente, vi um volume em uma banca por 80 reais. Imagine valores como esse, acima de 50 reais, para coleções muito grandes, como é o caso da do Príncipe Valente. Acaba deixando algo que já é restrito, a um número ainda menor de pessoas. A opção um pouco mais viável, para quem tiver condições, é fazer via cartão de crédito, uma assinatura dessas coleções, pois assim paga um preço um pouco menor no valor total do que pagaria se comprasse os volumes individualmente.
Hoje em dia ta complicado mesmo, o foco esta no publico adulto e/ou que tem "bala na agulha". Muitas HQ vem no formato "edição definitiva", particularmente so coleciono 2 séries mensais: tio patinhas e tex; ainda continuo comorando algumas edições de luxo, mas realmente o mercado ta definhando
Moro em Manaus, praticamente depois da pandemia praticamente acabaram as bancas de revistas, não que existissem muitas antes. Quadrinhos só nas livrarias e internet
Tem toda razão, professor Alexandre! Veja o exemplo da Skript no lançamento de Krazy Kat & Ignatz, volume 1 (de 3), cuja tiragem será limitada a mil exemplares (em campanha no Catarse e entrega prevista para Janeiro de 2022)... E também há quem diga que, em breve, serão as Comics Shoppings que darão adeus às HQs (bancas de jornais fechando e tb devido à febre das pré-vendas com bons descontos pelas próprias Editoras)... melancólico! Obrigado. Abraço 👍🏻
Corta pra 2023: PN lançando pelo menos 2-3 desses, Blueberry, Crepax, e o povo comentando 2 anos atrás que o PN não arrisca mais lançar esses. Irônico!
Achei um milagre já o que a mythos fez com a coleção hellboy. E é porque é beeem conhecido.
Thorgal meu sonho aqui no Brasil, adoro, só consegui ler edições portuguesas. Coisa fina.
Alexandre sempre bem colocado. Cara, sinto muita falta de quadrinho europeu por aqui :/
Tank Girl é uma publicação que eu gostaria muito que fosse continuada... mas não há sinal algum do volume 2.
Não sei se é polêmico, mas é nessas horas que vemos a falta que os mix fazem. Quanta coisa interessante saiu, por exemplo, em marvel max e na vertigo, quanta coisa interessante saia naquela Juiz Dread Magazine mensal.
Uma vez eu fui numa palestra no Sesc sobre o mercado BR e achei interessante que eles tinham o número estimado de leitores no Brasil, e era algo risível, tipo 857.
Se vc pensar no tamanho do país, é qlq coisa mesmo.
Não sei se a apenas o real desvalorizado é motivo. Se as tiragens fossem altas, o valor seria menor.
Caraca...que olhar clínico professor!!! Parabéns pelo trabalho de análise! 👏🏻👏🏻👏🏻
Isso acontece muito tbm no seguimento de livros, muitos livros de fantasia, por exemplo, não vem pra cá, quando vem é o primeiro volume e o restante, nunca mais...
Spirit Will eisner tambem não sai aqui ;-;
Thorgal chegou a ter algumas edições lançadas aqui. Pena que não foi pra frente.
O mercado consumidor de gibi é uma pequena bolha e que as editoras não movem um dedo para isso mudar, ao contrario, acomodaram com a situação e espremem, torcem para arrancar o máximo que podem. Existe muita oferta para a bolha dos mesmos gatos pingados e de forma bem esculhambada, um exemplo disso são as trocentas publicações diferentes de Tex. Como é vai querer que um mercado pequeno va consumir outros materiais mais alternativos.
Boa analise, tem tantos fatores , somos uma nação conhecida por não incentivar a leitura, temos pouco poder aquisitivo, e agora com advento da internet colocar nova geração pra ler pode se tornar ainda mais complicado.
Cara que Crepax lindo é este que vc tem, que doideira!
Fantagraphics
Quando você começou a falar, já pensei nos encadernados da nova Marvel. Realmente eles fazem isso pra tentar disfarçar a continuidade
A L&PM tb lançou Corto Maltese, Valentina e outras obras do Crepax de adaptação literária, assim com o Steven Cannyon do Caniff, mas tudo pouco.
Solução: alguma editora lançar o " vertigo" brasileiro. Uma revista antológica, com um tema unindo as histórias.
Vim do futuro pra dizer que a Pipoca e Nanquim lançou Blueberry
Nosso mercado não aguenta série longas nem de super heróis mesmo, Sociedade da Justiça dos Johns, Flash do Mark Waid são só alguns exemplos de materiais que a muito tempo os leitores pedem para a Panini mas ela não publicam justamente pelo tamanho
Nas próprias lives da Panini os editores se negam a publicar uma série longa demais. Tem q caber em um Omnibus senão não sai..
Queria tanto ler Spirit do Eisner.... mas pelo andar da carroagem, ta difícil
Meu pai tinha os antigo
Parabéns, monstruosa sua biblioteca. Tenho lido sistematicamente HQs de dois anos para cá, inclusive me arrependo muito não ter feito isto antes, mas observo uma concentração muito forte em títulos da Marvel, DC e Image. Acaba sendo um pouco lei do mercado, demanda versus oferta. Felizmente temos pessoas como vc que pode, com sua história de leitura, nós trazer e mais do que isto nos alertar para estes outros mundos...
Quebrou a cara, BLUEBERRY acabou de sair e vai sair INTEGRAL na PIPOCA E NANQUIM !!!!!!
Thorgal é ótimo! Tenho as edições da antiga VHD Difusion e a editora " terminou" a série num Cliffhanger que me deixou sem chão até hoje!E também tenho todas as edições do Blueberry lançadas pela antiga editora Abril!Pena que as novas gerações de leitores não conheçam essas maravilhas européias!
Valerian é fenomenal. E o texto de auxilio está muito bom. A única coisa é que comprei os volumes separados porque não sabia que ia vir a caixa
Thorgal já foi lançado no Brasil, tenho as duas primeiras edições, mas tb não foi pra frente, parou na 4ª ou 5ª edição
2:05 a Hq de ordem paranormal seria uma grapich novel?
Eu uso muito em aula de desenho os quadrinhos europeus, principalmente francobelgas, e não tem perspectiva nenhuma de ver Blake e Mortimer ou Cosey por aqui.
Pois é, é difícil colecionar edições mais longas. Eu comprei lobo solitário até o 12 ( sem a 5 e 6, pq esgotaram antes que as outras , n sei pq...)
Mas ainda tem uns 16 volumes, e o dinheiro minguou... Fico esperando aí uma promoção boa pra comprar mais uns 8 de uma vez
As editoras não estão arriscando, só vão naquilo que tem certeza que vai vender infelizmente temos que esperar a boa vontade dos editores ou algum editor corajoso fazer sua cartada e levar as glórias.
O Mercenario do Segrelles…Eu espero um Spirit. Pequeno pra uma coleção da De Agostini (daria umas 30 edições) e acredito que somente uma editora dessas poderia lançar. E falando em De Agostini alguuma poderia aproveitar e lançar um Principe Valente 2019 e 2020, não seria tão dificil
A barreira da língua e a complicação das coisas não estarem disponíveis no digital é a coisa q mais ferra o consumo de arte.
Eu comprava bastante gibi uns anos atrás, se pá uns 400 conto mensalmente e lia eles felizão no onibus mas as coisas começaram a encarecer e passei a ser mais seletivo tão seletivo q parece q o mercado deixou de ser pra mim. Tentei aprender francês e japonês pra ler piratex msm mas n fui pra frente então só leio scans de editoras em inglês ou os piratex br, com exceção de Fire Punch q peguei no play livros em promoção de 9 conto por volume e é incrível, leiam Fire Punch.
Mas agr eu só gasto com jogo de pc de 20 conto q é fácil de comprar e sempre estão numa língua q conheço.
a situação ta critica pra nós mesmo :( otimo video como sempre!
Gostaria de ler Corto Maltese do Pratt, mas ta complicado.Parabéns pelo vídeo!!
Eu tô comprando muito pouco quadrinho.. tá a Muito caroooo. Não tem mais opções "baratinhas" pra acompanhar ou até pra dar de presente pra uma criança/adolescente.
O jeito como vc pronuncia Peanuts (Pianuts) parece com o nome de uma spin off focada no Schroeder.
O MERCADO BRASILEIRO NUNCA TEVE RESPEITO PELOS INTERESSES DO LEITOR!É UM CRIME!
Uma falha grave The Spirit do Will Eisner nunca ter saído completo aqui
03 anos depois, algumas das dicas aí já saíram....:)
O futuro dos quadrinhos no Brasil são as webcomics
acho que no mundo. Só um publico muito seleto que vai querer dar 40 conto em uma HQ desconhecida podendo ler toda a saga naruto de graça na web.
O blueberry eu sonho muito tempo em aparece aqui , mas acho difícil demais . Negócio é compra intencionalmente mesmo
Vim do futuro pra avisar...
Esse canal é fantástico
Outro exemplo seria o Spirit e olha que é meio de super heróis e do Will Eisner, é uma propaganda monstruosa.
Concordo. Principalmente se esses encadernados acabarem, o preço dos quadrinhos fica mais acessível. Cansei de ver tudo quanto é encadernado saindo por 100, 150 reais. Eu parei de comprar quadrinhos pos causa disso. Se fizessem a série ser publicada no seu formato orignal, serializada, o preço iria cair bem mais.
Torcendo para que a Mythos segure o rojão de lançar os 50 volumes do Ken Parker.
No caso dos Smurfs, eu buscaria trazer os álbuns da fase do Peyo, seu autor original,pois é nesses álbuns que reside toda a quintessência dos personagens. O mesmo valendo para Gaston Lagaffe... Publicaria as histórias mais significativas do personagem, produzidas pelo Franquin. Por falar no Asterix: Eu ainda sonho que alguma editora publique, além dos álbuns inéditos do gaulês, a série VAE VICTS! Sim,claro,afinal, através de Asterix vimos a história da invasão da Gália pelos romanos através da ótica do humor... Faltava trazerem uma abordagem séria dos acontecimentos! E a série já está completinha e finalizada, em 15 volumes.
Sobre esta questão de publicar séries intermináveis... A SESI- SP, a mesma que publica Valerian,anunciou que lançará, no segundo semestre, a antologia BLACKSAD INTEGRAL, que foi publicada originalmente na França pela Dargaud. O supracitado volume compila todos os álbuns já lançados (1- Em Algum Lugar Nas Sombras; 2- Nação Ártica; 3- Alma Vermelha; 4- O Inferno Silencioso; 5- Armadillo), mais alguns extras. No entanto, a Dargaud acaba de anunciar mais dois álbuns do personagem, sendo que um será lançado no dia 1° de outubro de 2021, e o segundo em 2022. O título? Oh, sim... Alors, Tout Tombe- Première Partie (" E, No Fim,Tudo Cai- Primeira Parte). Sendo assim,o volume prestes a ser publicado por aqui,não merece o título de "integral".
Acredito que Corto Maltese vai ser lançado. O Fora do Plástico está sendo bem "feliz" com algumas pistas. Me parece que vai sair, só não sei dizer por quem.
Bom, no mínimo tenho que registrar que o QnS está profetizando muito material excelente, ou seja, fazendo uma curadoria “pro bono” para as editoras. Haha, Alexandre Nostradamus.
Em verdade, o que você está fazendo é ótimo para impulsionar o mercado, pois revela público interessado e gera estímulo nas editoras para caminhar por trilhas comercialmente mais arriscadas.
Em sentido mais amplo, há uma mudança gradual ocorrendo no universo editorial dos quadrinhos, que é a incapacidade de conquistar novos leitores em número suficiente para seguir atuando. E dentre esses novos, já escassos, são poucos os que se interessam mesmo pelas séries, ainda que históricas e de imenso relevo para a Nona Arte, a ponto de comprarem os encadernados.
Vejo todo esse mercado de edições mais luxuosas e definitivas como um último respiro antes do afogamento, coroado ao menos com a possibilidade de um lucro extra, já que, por seus preços, é voltado a conquistar colecionadores financeiramente estáveis.
Enfim, claro que a conversa vai muito além disso, pois há desdobramentos, mas grosso modo, é o que me parece ser.
De um giro ou de outro, e colocando aí as limitações econômicas e culturais do nosso país, ao menos testemunhamos um empenho maior das editoras em trazer resgates históricos e sagas menores completas, o que, por si só, já merece aplausos.
Putz...esses dias atrás estava navegando no site da Norma Editorial vendo os álbuns do Blueberry e pensando "se fosse publicado aqui no Brasil seria foda hein..."
Não foi citado no vídeo, mas eu fico impressionado com como Love and Rockets não é publicado direito aqui, com exceção de alguns arcos de Palomar, do Girlbert. Mas é uma pena não termos fácil acesso às histórias geniais do Jaime, e suas Loca, mas acredito que a problemática seja a mesma que você cita no vídeo, é longevo demais.
A Skrypt tá com material bom no catarse.
A Graphite tá com uma série interessantíssima, e atual, Samuel Stern.
A Figura vez por outra lança umas maravilhas.
PN lançou no Brasil a obra do Hiroshi Hirata.
A CZ lança coisas muito material bom mas peca na apresentação do autor e da obra (PN às vezes tb não capricha na apresentação do autor).
O PÚBLICO MAJORITÁRIO QUE CONSOME HQS NO BRASIL GOSTA DE QUADRINHOS OU DE SUPER-HERÓIS??? FICA A REFLEXÃO!!
Pelo que eu vejo no facebook, gosta de lombada e mimimi.
É difícil ler esses quadrinhos longos por que as editoras imprimem pouco (com medo de não lucrar com as vendas).
Muitas vezes você só descobre a obra depois de um tempo. E quando procura elas não existem mais em todos os volumes, ou alguns volumes estão o olho da cara por serem "raros".
Enquanto os brasileiros não tiverem incentivo para consumir leitura, vai ser assim. Como se a leitura fosse um "nicho".
O Spirit que o diga...
Não é questão de ser profeta é questão de bom gosto; e isso você tem de sobra!
Palavras Proféticas!
O mercado nunca teve tanta variedade e tantas editoras publicando materiais bem diversificados e de todos os preços possíveis. Se não publicarem certos quadrinhos agora que o mundo nerd está na modinha, não vai acontecer nunca.
Bom, temos o Catarse que poderia salvar algumas coisas, mas a comunidade teria que se unir com mais frequência né?
Quem lê quadrinhos hoje é como colecionador de vinil, mas sem Spotify.
Não considero a publicação de trade paperbacks (essas GNs de mentira) problemáticas no aspecto narrativo ou de satisfação do leitor, principalmente dos materiais mais recentes. Tem uns vinte anos que o mercado americano vai nessa direção, com cada vez mais autores escrevendo arcos para caberem neles. Na verdade os quadrinhos mensais que cada vez mais servem só para pagar os custos da obra, com o lucro vindo na encadernação.
Quanto à edição de biscoitos finos para o gourmet, realmente tem lado positivo de aparecerem coisas que eu nunca imaginei ver no Brasil - como a Krazy Kat que vai sair em uma edição carinha de mil exemplares. Me pergunto se saísse em um formato ordinário venderia muito mais (duvido). O problema é que pubicações assim vão fechando as portas para a possibilidade de expansão de público, o que acaba condenando o mercado a ficar sempre pequeno.
Somente este ano esta sendo relançado Ken Parker. Quantos anos demorou para sair isto?
Isso pesa principalmente para o quadrinho europeu que tem titulos bons pra concorrer com os mangás e os comics, mas não trazem justamente por não poderem bancar títulos longos.
Na boa, o quadrinho europeu sempre carregou a pecha de quadrinho dos velhos, quem chegou mais perto disso foi a SESI-SP(Spirou) e a AVEC(January Jones)de trazer um quadrinho de garotada.
Os comics e o Mangá tem toda uma cultura pop agregada a eles os europeus tem o que? Angouleme(Eu acho incrível dá de 10x0 na Comic on de SanDiego e na CCXP, mas não é suficiente) ? Eu por exemplo, vi pela primeira vez o Festival de Angouleme nos videos do Rapha Pinheiro quando ele morava lá.
Não tem um fandom jovem de quadrinho europeu como os mangás tem por exemplo.
Alguns desenhos europeus tem canais oficiais no UA-cam por exemplo Valerian(Tem um canal em francês e outro em inglês).
ua-cam.com/channels/yzXrNrtPhLzFJmBcWSTO3A.html
Fora outra coisa: O preço dos direitos que vêm em euro.
@@heitorsantoslima9289 Seria suave em uma Panini por exemplo.
você tem razão !! HQ europeia ganhou pecha de HQ de velhos pq estagnou ! Repare bem... quase não se fala de produções europeia de alto impacto neste século .
@@stephanobarbosa5805 Também tem um Marketing fraco. Pouca gente sabe que os Smurfs são belgas, pois só lembram do desenho e dos filmes americanos.
@@flaviogomesdesouza1412 isso porque os estúdios de animação belgas não tem a mesma força. Essa BD teve que depender dos EUA !!
diante de um mercado literario em colapso em uma sociedade que nao le nem os classicos porque alem dos mesmos serem caros,portanto inacessiveis a massa,nao ha interesse das pessoas em geral....mercados perifericos como o de hqs nao vao se arriscar a lançar nada "desconhecido" e longo...o prejuizo e certo
É uma série longa, mas Mortadelo e Salaminho é vendido a peso de ouro nos sebos e não consegue uma reedição, pelo menos da fase clássica.
Tenho o Fox Mulder de nick, mas esta é uma série dos idos 90. Não tenho paciência pra série nem pra histórias continuadas, já gostei, nos idos 80/90 hoje não mais. Prefiro filmes e graphic novels fechadas, mas a tendência de gosto do mercado é o contrário disso.
Bom assunto, "bora" abordar mais vezes? Discutir este assunto é sempre saudável, falar de tendências, vanguardas, nichos, valor de mercado, tempo, capitalismo...
Esse padrão capa dura e omnibus realmente engessa o mercado e não resolve nada porque o preço fica muito alto (igual ou maior que o importado). Fica difícil arriscar comprar alguma coisa diferente quando estamos falando de 100,00 pra cima. 100,00 não pode ser o preço padrão de um quadrinho senão perdemos 90% do público geral e só ficamos com os fanáticos ou milionários.
A Mino meio que fura essa regra, publicando séries da image mais longas, mas são quadrinhos image né, quando se fala de europeus e independentes, parece que não dá mais mesmo.
Poxa, eu queria tanto o relançamento da Zap Comix no Brasil em uma versão sem luxo pra não doer no bolso também
Vamos a uma pergunta chave
Qual o tamanho atual do público consumidor de quadrinhos no Brasil? (público realmente ativo que acompanha e compra quadrinhos)
Alguém palpita?
Curiosidade: a maioria dos franceses abaixo dos 40 anos tem mais afeição pelo mangá que pela "BD"... isso porque mercado FB estagnou. Há escassez de produções juvenis em si...
Isso até ocorre nos EUA... por causa da estagnação da DC-Marvel... e por aí vai.. até li matérias sobre isso.
Tem alguma matéria que você possa me indicar sobre o assunto ?