Odisseia de Bruno Nogueira, Gonçalo Waddington e Tiago Guedes

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  • Опубліковано 5 лют 2025
  • Cala-te. Não digas nada, ouve.
    «Era um homem que tinha tudo para ser feliz.
    Família, amigos, amor, tudo…
    Mas não raras vezes, era visto por aqueles que o queriam bem a contemplar o oposto.
    Como…
    Como…
    Como quando os que lhe queriam bem contemplavam uma árvore frondosa
    e limitavam-se a lamentar os ramos despidos.
    E foi sempre assim…
    Lamentando andar sempre a lamentar-se,
    achando que o lamentar-se poderia entristecer aqueles que o queriam bem,
    e a ficar cada vez mais triste ao lamentarem-lhe a infelicidade causada pelos seus lamentos…
    Então,
    Ele começou a andar.
    E a andar.
    Sem nunca mais olhar para trás.
    Com medo que os que o queriam bem o seguissem,
    tristes…
    Com medo que o oposto o seguisse,
    e o apanhasse.
    Com medo que os lamentos voltassem,
    e o tornassem outra vez infeliz…
    Até que um dia parou.
    Assim do nada.
    Parou…
    Olhou para trás…
    E nada!
    Nem os que lhe queriam bem,
    nem os lamentos,
    nem o oposto…
    Nada!
    E então uma tristeza ainda mais profunda,
    ainda mais pesada,
    abateu-se sobre ele.
    E ele começou a andar. Para trás.
    Sem saber se esse andar para trás era mesmo andar para trás e regresso.
    Mas andou à procura.
    Dos que lhe queriam bem, dos lamentos, do oposto.
    Andou… Andou… Andou…
    E continuou a andar à procura de preencher o vazio que a melancolia lhe deixou no peito quando o abandonou.
    Eu pensava que quando te visse da próxima vez, eu iria parar…
    Mas… »
    Harry Dean Stanton, Odisseia de Bruno Nogueira, Gonçalo Waddington e Tiago Guedes.

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