Poema de Tom Jobim - Chapadão

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  • Опубліковано 18 жов 2024
  • Vou construir a minha casa no alto do chapadão...

КОМЕНТАРІ • 24

  • @giselamaia1734
    @giselamaia1734 11 днів тому

    Isso é uma verdadeira jóia rara . Amei . ❤

  • @ppmbbarbosa
    @ppmbbarbosa 7 років тому +18

    Ele começou falando da casa do RJ, e depois falando sobre a casa de NY... ele fala também do medo de avião, a tristeza que sentiu quando o Brasil falou que ele estava americanizado... e a cisma que ele tinha com urubus kkkkkkk
    O Tom era magnífico. Quando Ana estava fotografando a natureza para compor o livro "Toda minha obra inspirada na Mata Atlântica", Ana fotografou o urubu parado, recolhido, o Tom falou pra Ana fotografar o urubu voando. Ele tinha medo que o urubu entrasse na turbina rsrsrs

  • @ppmbbarbosa
    @ppmbbarbosa 7 років тому +24

    Vou fazer a minha casa
    No alto do chapadão
    Vou levar o meu piano
    Que ficou no Canecão
    Vou fazer a minha casa
    No alto do Chapadão
    Vou levar a don'Aninha
    Prá me dar inspiração
    Vou fazer a minha casa
    No alto de uma quimera
    Vou criar um mundo novo
    Inventar nova megera
    Vou fazer a minha casa
    Com largura e comprimento
    E peço ao Paulo uma sala
    Pra botar Aninha dentro
    Vou botar minha biruta
    No taquaruçu de espinho
    Vou fazer cama macia
    Pra te amar devagarinho
    Seremos dois belezudos
    Neste mundo de feiosos
    As noites serão tranquilas
    E os dias tão radiosos
    Quero minha casa feita
    Com régua, prumo e esmero
    Quero tudo bem traçado
    Quero tudo como eu quero
    Quero tudo bem medido
    De largura e comprimento
    Não quero que minha casa
    Me traga aborrecimento
    Vou fazer a minha casa
    Do alto de uma canção
    E agradecer a Deus Pai
    A sobrante inspiração
    Sob a axila do Cristo
    Neste sovaco cristão
    Vou fazer a minha casa
    No alto do Chapadão
    E vou dar festa bonita
    Com bebida e com garçon
    E ao Lufa que foi amigo
    Dou champagne com bombom
    Vou fazer a minha casa
    No centro do ribeirão
    Quero muita água limpa
    Pra lavar meu coração
    Minha casa não terá
    Nem sábado nem domingo
    Todo dia é dia santo
    Todo dia é dia lindo
    Todo dia é sexta-feira
    Sexta-feira da paixão
    Vou convidar Alberico
    Para o peixe com pirão
    E dentro da minha casa
    Nunca vai juntar poeira
    Pelo meio dela passa
    Uma enorme cachoeira
    Quero água com fartura
    Quero todo o riachão
    Quero que no meu banheiro
    Passe inteiro o ribeirão
    Quero a casa em lugar alto
    Ventilado e soalheiro
    Quero da minha varanda
    Contemplar o mundo inteiro
    Vou fazer o meu retiro
    Na grota do chororão
    A minha casa será
    Uma casa de oração
    Vou me esquecer do pecado
    Entrar em meditação
    E não saio mais de casa
    Só saio de rabecão
    Vou entrar pra Academia
    Vou comer muito feijão
    E com a ajuda de Maria
    Vou vestir o meu fardão
    Mas na minha Academia
    Sem chazinho e sem garçom
    Só entra Mário Quintana
    Paulinho e Carlos Drummond
    Que já chega de besteira
    Já basta de decoreba
    Que a cultura verdadeira
    Tá na asa do jereba
    Porque tem urubu-rei
    E tem urubu-ministro
    Dois de cabeça amarela
    E um preto que registro
    Registro neste debuxo
    Os dois condores também
    Embora urubus de luxo
    Têm direitos no além
    Sob a axila cristã
    Neste sovaco cristão
    Vou fazer de telha-vã
    A casa do Chapadão
    Vou dormir meu sono velho
    Neste sovaco do Cristo
    Vou comprar muito sossego
    Vou regar o meu hibisco
    Vou viver na minha casa
    Vou viver com a minha gente
    Vou viver vida comprida
    Prá não morrer de repente
    Vou contemplar grandes pedras
    Vazio de compreensão
    Vou esquecer o meu nome
    No alto do Chapadão
    Vou plantar um roseiral
    Vou cheirar manjericão
    Vou ser de novo menino
    Vou comprar o meu caixão
    E vou dormir dentro dele
    Bem relax, tranqüilão

  • @ppmbbarbosa
    @ppmbbarbosa 7 років тому +14

    Eu não sou passarinho
    Prá viver lá na prisão
    Não me entrego ao tenente
    Nem me entrego ao capitão
    Eu só me entrego na morte
    De parabelum na mão»
    Minha casa é por aí
    E no mundo, monde, mondo
    Que eu só durmo no sereno
    Quem faz casa é marimbondo
    Vou cerzir a minha asa
    Na casa do Sylvio então
    Pra voar que nem jereba
    Bem longe do Chapadão
    Vou vender o meu pandeiro
    Vou levar meu violão
    Favor mandar meu piano
    De volta pro Canecão
    Vou-me embora vou-me embora
    Aqui não fico mais, não
    Adeus minha bela morena
    Vou pegar meu avião
    Adeus minha roxa morena
    Minha índia tupiniquim
    O meu amor por você
    É eterno até o fim
    Não quero partir chorando
    Já tá tudo tão ruim
    Não chore, meu bem, não chore
    Não me deixes triste assim
    Adeus minha moreninha
    Não vá se esquecer de mim
    Mas não vou ficar solteiro
    Você pára de chorar
    Que com a sobra do dinheiro
    Mando logo te buscar
    Avião papa jereba
    Passa mal e cai no chão
    Avião foge do peba
    Peba derruba avião
    Por favor seu urubu
    Me deixe passar então
    Não entre em minha turbina
    Não derrube o avião
    Eu já tô tão tristezinho
    E tantos outros já estão
    Não derrame meu uisquinho
    Não abata o meu jatão
    Vou-me embora desta terra
    Meu desgosto não escondo
    O afeto aqui se encerra
    Quem faz casa é marimbondo
    Vou-me embora vou-me embora
    Você não me leve a mal
    Se Deus quiser fevereiro
    Venho ver o carnaval
    E não quero mais ter casa
    Precisa de casa, não
    Quem tem casa é marimbondo
    Minha casa é o avião
    Telefonei pro aeroporto
    Não tinha avião mais, não
    Vou fazer minha viagem
    Na asa do peba então
    (Acho asa de jereba
    Mais segura que avião)

  • @ppmbbarbosa
    @ppmbbarbosa 7 років тому +12

    [...]
    E vou dormir dentro dele
    Bem relax, tranqüilão
    Dormir de banho tomado
    Já pronto pra extrema-unção
    Vou fazer a minha casa
    No alto do cemitério
    Vou vestir a beca negra
    E exercer o magistério
    Vou vestir a roupa lenta
    Que leva ao desconhecido
    E eis que chego aos sessenta
    Como um homem sem partido
    Nesta passagem de vento
    Nesta eterna viração
    Vou fazer a minha casa
    Com as pedras do ribeirão
    Vou fazer a minha toca
    No bico d'urubutinga
    No pico da marambaia
    Lá na ponta da restinga
    Será no rastro das anta
    Na trilha da sapateira
    Que é pras onça do telhado
    Cair dentro da fogueira
    Que eu gosto de onça assada
    Mas na brasa da lareira
    Conversando ao pé do fogo
    A conversa rotineira
    Das queixadas, dos macucos
    Conversa pra noite inteira
    Da memória das caçadas
    Na floresta brasileira
    Deste planalto central
    Este projeto cristão
    A ninguém faltará teto
    A ninguém faltará pão
    Desta prancheta ideal
    Na luminosa manhã
    Dr. Lúcio faz o risco
    Do projeto telha-vã
    Nesta oficina serena
    Carpintaria cristã
    Dr. Lúcio mais Oscar
    No projeto telha-vã
    Neste canteiro de obras
    Onde manda mestre Adão
    Os milhares de operários
    Colocar as telhas vão
    Neste desvão principal
    Nesta branca e azul manhã
    Vou erguer a minha casa
    De vermelha telha-vã
    Vou fazer a minha casa
    No meio da confusão
    Que o jereba se alevanta
    No olho do furacão
    Vou fazer a minha casa
    Na asa d'urubu peba
    Que casa só é segura
    Feita em asa de jereba
    Vai ser na vertente seca
    Na virada da chapada
    Onde o peba se suspende
    Na fumaça da queimada
    Não quero mais ter galinha
    Vendo toda a capoeira
    Vou mandar cortar o mato
    E vender toda a madeira
    Mas quem pôs fogo no mato ?
    É espontânea a combustão ?
    Esse fogo vem de longe
    Isse fogo é de balão
    Inda que mal lhe pergunte
    Esse fósforo aí grandão
    O compadre me desculpe
    E só de acender balão ?
    Vou botar fogo no mato
    Comandar rebelião
    Incendiar a floresta
    Tacar fogo no sertão
    E o urubu de queimada
    Vai surgir na ocasião
    Pra comer todas as cobras
    Sapos, ratos, pois então !
    Caracóis e lagartixas
    e todos bichos do chão
    Urubu, santo lixeiro
    Tu é da Comlurb, então ?
    Trabalhando o ano inteiro
    Tem décimo terceiro não ?
    Camiranga meu amigo
    Obrigado meu irmão
    Que limpa toda sujeira
    Desse povo porcalhão
    Q'inda por cima te xinga
    De feioso e azarão
    «Doação ilimitada
    A uma eterna ingratidão»
    E vou viver no deserto
    Quero o ar puro do sertão
    Não quero ninguém por perto
    E nem que passe avião
    Não pode ter venda perto
    Nem estrada de caminhão
    Não quero plantas nem bichos
    Nem quero mulher mais, não
    Quero vestir meu pijama
    Smith e Wesson na mão
    Quero ler na minha cama
    Papo-amarelo no chão
    As histórias do corisco
    Vividas nesse sertão
    Que Sérgio Ricardo e Glauber
    Cantavam ao violão

  • @Deborakadosh
    @Deborakadosh 3 роки тому +1

    Te amo Tom! Te amo!!!! ❤️

  • @omax6001
    @omax6001 7 місяців тому

    Como não se apaixonar
    Pelo maestro, como não?
    Te vejo aqui, daqui de baixo
    Olhando ao alto do Chapadão
    Obrigado Tom 🎹🎶

  • @CubanCongaMan
    @CubanCongaMan 12 років тому +1

    Obrigado por a oportunidade de escutar o maestro Tom neste poema. Aquela parcerias con o poetinha Vinicius ficaro gravadas no coracao do Tom. Bravo!

  • @billawilla4991
    @billawilla4991 4 роки тому

    Não tem interpretação poesia digna de gênio , gênio tupinikin! Salve Brasil 🇧🇷!

  • @matheusrusso2311
    @matheusrusso2311 7 місяців тому

    Meu poema preferido ❤

  • @Ra.megan.markle
    @Ra.megan.markle 2 роки тому

    Meu poema favorito!

  • @clovisfonseca5671
    @clovisfonseca5671 4 роки тому

    Tom, Guimaraes Rosa, Joao Gilberto......genios brasileiros

  • @f.j.a9455
    @f.j.a9455 6 років тому +1

    Maravilhoso!!!

  • @FabioValenteOficial
    @FabioValenteOficial 4 роки тому +1

    La Passion D´hier Bossa Nova avec Fabio Valente____merci______________

  • @caiogirao
    @caiogirao 2 місяці тому

    Pelo título achei que ia ver o Tom Jobim chapadão lendo um poema

  • @grooowlyae
    @grooowlyae 14 років тому +1

    Muito, muito bom!

  • @ppmbbarbosa
    @ppmbbarbosa 8 років тому +4

  • @joaohenriquefelix1
    @joaohenriquefelix1 12 років тому

    fantásticque

  • @ConradomcFranco
    @ConradomcFranco 11 років тому +4

    Super bacana, mas vou confessar que quando cliquei pensei que ele recitava um poema bêbado... mas valeu! foi tão bacana quanto!

  • @franciscolucas2247
    @franciscolucas2247 7 років тому +2

    Muito lindo. É uma pena que se você pesquisa Chapadão, Rio de Janeiro, você só vê bandidagem ;-; ( sem preconceito, pois vai ter gente dizendo que foi preconceito meu. Se não acredita pesquise tire a prova! )

    • @jhowoliver1447
      @jhowoliver1447 6 років тому +3

      Mas não é esse Chapadão que ele fala
      É o sopé do morro do Corcovado