Ele começou falando da casa do RJ, e depois falando sobre a casa de NY... ele fala também do medo de avião, a tristeza que sentiu quando o Brasil falou que ele estava americanizado... e a cisma que ele tinha com urubus kkkkkkk O Tom era magnífico. Quando Ana estava fotografando a natureza para compor o livro "Toda minha obra inspirada na Mata Atlântica", Ana fotografou o urubu parado, recolhido, o Tom falou pra Ana fotografar o urubu voando. Ele tinha medo que o urubu entrasse na turbina rsrsrs
Vou fazer a minha casa No alto do chapadão Vou levar o meu piano Que ficou no Canecão Vou fazer a minha casa No alto do Chapadão Vou levar a don'Aninha Prá me dar inspiração Vou fazer a minha casa No alto de uma quimera Vou criar um mundo novo Inventar nova megera Vou fazer a minha casa Com largura e comprimento E peço ao Paulo uma sala Pra botar Aninha dentro Vou botar minha biruta No taquaruçu de espinho Vou fazer cama macia Pra te amar devagarinho Seremos dois belezudos Neste mundo de feiosos As noites serão tranquilas E os dias tão radiosos Quero minha casa feita Com régua, prumo e esmero Quero tudo bem traçado Quero tudo como eu quero Quero tudo bem medido De largura e comprimento Não quero que minha casa Me traga aborrecimento Vou fazer a minha casa Do alto de uma canção E agradecer a Deus Pai A sobrante inspiração Sob a axila do Cristo Neste sovaco cristão Vou fazer a minha casa No alto do Chapadão E vou dar festa bonita Com bebida e com garçon E ao Lufa que foi amigo Dou champagne com bombom Vou fazer a minha casa No centro do ribeirão Quero muita água limpa Pra lavar meu coração Minha casa não terá Nem sábado nem domingo Todo dia é dia santo Todo dia é dia lindo Todo dia é sexta-feira Sexta-feira da paixão Vou convidar Alberico Para o peixe com pirão E dentro da minha casa Nunca vai juntar poeira Pelo meio dela passa Uma enorme cachoeira Quero água com fartura Quero todo o riachão Quero que no meu banheiro Passe inteiro o ribeirão Quero a casa em lugar alto Ventilado e soalheiro Quero da minha varanda Contemplar o mundo inteiro Vou fazer o meu retiro Na grota do chororão A minha casa será Uma casa de oração Vou me esquecer do pecado Entrar em meditação E não saio mais de casa Só saio de rabecão Vou entrar pra Academia Vou comer muito feijão E com a ajuda de Maria Vou vestir o meu fardão Mas na minha Academia Sem chazinho e sem garçom Só entra Mário Quintana Paulinho e Carlos Drummond Que já chega de besteira Já basta de decoreba Que a cultura verdadeira Tá na asa do jereba Porque tem urubu-rei E tem urubu-ministro Dois de cabeça amarela E um preto que registro Registro neste debuxo Os dois condores também Embora urubus de luxo Têm direitos no além Sob a axila cristã Neste sovaco cristão Vou fazer de telha-vã A casa do Chapadão Vou dormir meu sono velho Neste sovaco do Cristo Vou comprar muito sossego Vou regar o meu hibisco Vou viver na minha casa Vou viver com a minha gente Vou viver vida comprida Prá não morrer de repente Vou contemplar grandes pedras Vazio de compreensão Vou esquecer o meu nome No alto do Chapadão Vou plantar um roseiral Vou cheirar manjericão Vou ser de novo menino Vou comprar o meu caixão E vou dormir dentro dele Bem relax, tranqüilão
Eu não sou passarinho Prá viver lá na prisão Não me entrego ao tenente Nem me entrego ao capitão Eu só me entrego na morte De parabelum na mão» Minha casa é por aí E no mundo, monde, mondo Que eu só durmo no sereno Quem faz casa é marimbondo Vou cerzir a minha asa Na casa do Sylvio então Pra voar que nem jereba Bem longe do Chapadão Vou vender o meu pandeiro Vou levar meu violão Favor mandar meu piano De volta pro Canecão Vou-me embora vou-me embora Aqui não fico mais, não Adeus minha bela morena Vou pegar meu avião Adeus minha roxa morena Minha índia tupiniquim O meu amor por você É eterno até o fim Não quero partir chorando Já tá tudo tão ruim Não chore, meu bem, não chore Não me deixes triste assim Adeus minha moreninha Não vá se esquecer de mim Mas não vou ficar solteiro Você pára de chorar Que com a sobra do dinheiro Mando logo te buscar Avião papa jereba Passa mal e cai no chão Avião foge do peba Peba derruba avião Por favor seu urubu Me deixe passar então Não entre em minha turbina Não derrube o avião Eu já tô tão tristezinho E tantos outros já estão Não derrame meu uisquinho Não abata o meu jatão Vou-me embora desta terra Meu desgosto não escondo O afeto aqui se encerra Quem faz casa é marimbondo Vou-me embora vou-me embora Você não me leve a mal Se Deus quiser fevereiro Venho ver o carnaval E não quero mais ter casa Precisa de casa, não Quem tem casa é marimbondo Minha casa é o avião Telefonei pro aeroporto Não tinha avião mais, não Vou fazer minha viagem Na asa do peba então (Acho asa de jereba Mais segura que avião)
[...] E vou dormir dentro dele Bem relax, tranqüilão Dormir de banho tomado Já pronto pra extrema-unção Vou fazer a minha casa No alto do cemitério Vou vestir a beca negra E exercer o magistério Vou vestir a roupa lenta Que leva ao desconhecido E eis que chego aos sessenta Como um homem sem partido Nesta passagem de vento Nesta eterna viração Vou fazer a minha casa Com as pedras do ribeirão Vou fazer a minha toca No bico d'urubutinga No pico da marambaia Lá na ponta da restinga Será no rastro das anta Na trilha da sapateira Que é pras onça do telhado Cair dentro da fogueira Que eu gosto de onça assada Mas na brasa da lareira Conversando ao pé do fogo A conversa rotineira Das queixadas, dos macucos Conversa pra noite inteira Da memória das caçadas Na floresta brasileira Deste planalto central Este projeto cristão A ninguém faltará teto A ninguém faltará pão Desta prancheta ideal Na luminosa manhã Dr. Lúcio faz o risco Do projeto telha-vã Nesta oficina serena Carpintaria cristã Dr. Lúcio mais Oscar No projeto telha-vã Neste canteiro de obras Onde manda mestre Adão Os milhares de operários Colocar as telhas vão Neste desvão principal Nesta branca e azul manhã Vou erguer a minha casa De vermelha telha-vã Vou fazer a minha casa No meio da confusão Que o jereba se alevanta No olho do furacão Vou fazer a minha casa Na asa d'urubu peba Que casa só é segura Feita em asa de jereba Vai ser na vertente seca Na virada da chapada Onde o peba se suspende Na fumaça da queimada Não quero mais ter galinha Vendo toda a capoeira Vou mandar cortar o mato E vender toda a madeira Mas quem pôs fogo no mato ? É espontânea a combustão ? Esse fogo vem de longe Isse fogo é de balão Inda que mal lhe pergunte Esse fósforo aí grandão O compadre me desculpe E só de acender balão ? Vou botar fogo no mato Comandar rebelião Incendiar a floresta Tacar fogo no sertão E o urubu de queimada Vai surgir na ocasião Pra comer todas as cobras Sapos, ratos, pois então ! Caracóis e lagartixas e todos bichos do chão Urubu, santo lixeiro Tu é da Comlurb, então ? Trabalhando o ano inteiro Tem décimo terceiro não ? Camiranga meu amigo Obrigado meu irmão Que limpa toda sujeira Desse povo porcalhão Q'inda por cima te xinga De feioso e azarão «Doação ilimitada A uma eterna ingratidão» E vou viver no deserto Quero o ar puro do sertão Não quero ninguém por perto E nem que passe avião Não pode ter venda perto Nem estrada de caminhão Não quero plantas nem bichos Nem quero mulher mais, não Quero vestir meu pijama Smith e Wesson na mão Quero ler na minha cama Papo-amarelo no chão As histórias do corisco Vividas nesse sertão Que Sérgio Ricardo e Glauber Cantavam ao violão
Muito lindo. É uma pena que se você pesquisa Chapadão, Rio de Janeiro, você só vê bandidagem ;-; ( sem preconceito, pois vai ter gente dizendo que foi preconceito meu. Se não acredita pesquise tire a prova! )
Isso é uma verdadeira jóia rara . Amei . ❤
Ele começou falando da casa do RJ, e depois falando sobre a casa de NY... ele fala também do medo de avião, a tristeza que sentiu quando o Brasil falou que ele estava americanizado... e a cisma que ele tinha com urubus kkkkkkk
O Tom era magnífico. Quando Ana estava fotografando a natureza para compor o livro "Toda minha obra inspirada na Mata Atlântica", Ana fotografou o urubu parado, recolhido, o Tom falou pra Ana fotografar o urubu voando. Ele tinha medo que o urubu entrasse na turbina rsrsrs
Vou fazer a minha casa
No alto do chapadão
Vou levar o meu piano
Que ficou no Canecão
Vou fazer a minha casa
No alto do Chapadão
Vou levar a don'Aninha
Prá me dar inspiração
Vou fazer a minha casa
No alto de uma quimera
Vou criar um mundo novo
Inventar nova megera
Vou fazer a minha casa
Com largura e comprimento
E peço ao Paulo uma sala
Pra botar Aninha dentro
Vou botar minha biruta
No taquaruçu de espinho
Vou fazer cama macia
Pra te amar devagarinho
Seremos dois belezudos
Neste mundo de feiosos
As noites serão tranquilas
E os dias tão radiosos
Quero minha casa feita
Com régua, prumo e esmero
Quero tudo bem traçado
Quero tudo como eu quero
Quero tudo bem medido
De largura e comprimento
Não quero que minha casa
Me traga aborrecimento
Vou fazer a minha casa
Do alto de uma canção
E agradecer a Deus Pai
A sobrante inspiração
Sob a axila do Cristo
Neste sovaco cristão
Vou fazer a minha casa
No alto do Chapadão
E vou dar festa bonita
Com bebida e com garçon
E ao Lufa que foi amigo
Dou champagne com bombom
Vou fazer a minha casa
No centro do ribeirão
Quero muita água limpa
Pra lavar meu coração
Minha casa não terá
Nem sábado nem domingo
Todo dia é dia santo
Todo dia é dia lindo
Todo dia é sexta-feira
Sexta-feira da paixão
Vou convidar Alberico
Para o peixe com pirão
E dentro da minha casa
Nunca vai juntar poeira
Pelo meio dela passa
Uma enorme cachoeira
Quero água com fartura
Quero todo o riachão
Quero que no meu banheiro
Passe inteiro o ribeirão
Quero a casa em lugar alto
Ventilado e soalheiro
Quero da minha varanda
Contemplar o mundo inteiro
Vou fazer o meu retiro
Na grota do chororão
A minha casa será
Uma casa de oração
Vou me esquecer do pecado
Entrar em meditação
E não saio mais de casa
Só saio de rabecão
Vou entrar pra Academia
Vou comer muito feijão
E com a ajuda de Maria
Vou vestir o meu fardão
Mas na minha Academia
Sem chazinho e sem garçom
Só entra Mário Quintana
Paulinho e Carlos Drummond
Que já chega de besteira
Já basta de decoreba
Que a cultura verdadeira
Tá na asa do jereba
Porque tem urubu-rei
E tem urubu-ministro
Dois de cabeça amarela
E um preto que registro
Registro neste debuxo
Os dois condores também
Embora urubus de luxo
Têm direitos no além
Sob a axila cristã
Neste sovaco cristão
Vou fazer de telha-vã
A casa do Chapadão
Vou dormir meu sono velho
Neste sovaco do Cristo
Vou comprar muito sossego
Vou regar o meu hibisco
Vou viver na minha casa
Vou viver com a minha gente
Vou viver vida comprida
Prá não morrer de repente
Vou contemplar grandes pedras
Vazio de compreensão
Vou esquecer o meu nome
No alto do Chapadão
Vou plantar um roseiral
Vou cheirar manjericão
Vou ser de novo menino
Vou comprar o meu caixão
E vou dormir dentro dele
Bem relax, tranqüilão
Eu não sou passarinho
Prá viver lá na prisão
Não me entrego ao tenente
Nem me entrego ao capitão
Eu só me entrego na morte
De parabelum na mão»
Minha casa é por aí
E no mundo, monde, mondo
Que eu só durmo no sereno
Quem faz casa é marimbondo
Vou cerzir a minha asa
Na casa do Sylvio então
Pra voar que nem jereba
Bem longe do Chapadão
Vou vender o meu pandeiro
Vou levar meu violão
Favor mandar meu piano
De volta pro Canecão
Vou-me embora vou-me embora
Aqui não fico mais, não
Adeus minha bela morena
Vou pegar meu avião
Adeus minha roxa morena
Minha índia tupiniquim
O meu amor por você
É eterno até o fim
Não quero partir chorando
Já tá tudo tão ruim
Não chore, meu bem, não chore
Não me deixes triste assim
Adeus minha moreninha
Não vá se esquecer de mim
Mas não vou ficar solteiro
Você pára de chorar
Que com a sobra do dinheiro
Mando logo te buscar
Avião papa jereba
Passa mal e cai no chão
Avião foge do peba
Peba derruba avião
Por favor seu urubu
Me deixe passar então
Não entre em minha turbina
Não derrube o avião
Eu já tô tão tristezinho
E tantos outros já estão
Não derrame meu uisquinho
Não abata o meu jatão
Vou-me embora desta terra
Meu desgosto não escondo
O afeto aqui se encerra
Quem faz casa é marimbondo
Vou-me embora vou-me embora
Você não me leve a mal
Se Deus quiser fevereiro
Venho ver o carnaval
E não quero mais ter casa
Precisa de casa, não
Quem tem casa é marimbondo
Minha casa é o avião
Telefonei pro aeroporto
Não tinha avião mais, não
Vou fazer minha viagem
Na asa do peba então
(Acho asa de jereba
Mais segura que avião)
[...]
E vou dormir dentro dele
Bem relax, tranqüilão
Dormir de banho tomado
Já pronto pra extrema-unção
Vou fazer a minha casa
No alto do cemitério
Vou vestir a beca negra
E exercer o magistério
Vou vestir a roupa lenta
Que leva ao desconhecido
E eis que chego aos sessenta
Como um homem sem partido
Nesta passagem de vento
Nesta eterna viração
Vou fazer a minha casa
Com as pedras do ribeirão
Vou fazer a minha toca
No bico d'urubutinga
No pico da marambaia
Lá na ponta da restinga
Será no rastro das anta
Na trilha da sapateira
Que é pras onça do telhado
Cair dentro da fogueira
Que eu gosto de onça assada
Mas na brasa da lareira
Conversando ao pé do fogo
A conversa rotineira
Das queixadas, dos macucos
Conversa pra noite inteira
Da memória das caçadas
Na floresta brasileira
Deste planalto central
Este projeto cristão
A ninguém faltará teto
A ninguém faltará pão
Desta prancheta ideal
Na luminosa manhã
Dr. Lúcio faz o risco
Do projeto telha-vã
Nesta oficina serena
Carpintaria cristã
Dr. Lúcio mais Oscar
No projeto telha-vã
Neste canteiro de obras
Onde manda mestre Adão
Os milhares de operários
Colocar as telhas vão
Neste desvão principal
Nesta branca e azul manhã
Vou erguer a minha casa
De vermelha telha-vã
Vou fazer a minha casa
No meio da confusão
Que o jereba se alevanta
No olho do furacão
Vou fazer a minha casa
Na asa d'urubu peba
Que casa só é segura
Feita em asa de jereba
Vai ser na vertente seca
Na virada da chapada
Onde o peba se suspende
Na fumaça da queimada
Não quero mais ter galinha
Vendo toda a capoeira
Vou mandar cortar o mato
E vender toda a madeira
Mas quem pôs fogo no mato ?
É espontânea a combustão ?
Esse fogo vem de longe
Isse fogo é de balão
Inda que mal lhe pergunte
Esse fósforo aí grandão
O compadre me desculpe
E só de acender balão ?
Vou botar fogo no mato
Comandar rebelião
Incendiar a floresta
Tacar fogo no sertão
E o urubu de queimada
Vai surgir na ocasião
Pra comer todas as cobras
Sapos, ratos, pois então !
Caracóis e lagartixas
e todos bichos do chão
Urubu, santo lixeiro
Tu é da Comlurb, então ?
Trabalhando o ano inteiro
Tem décimo terceiro não ?
Camiranga meu amigo
Obrigado meu irmão
Que limpa toda sujeira
Desse povo porcalhão
Q'inda por cima te xinga
De feioso e azarão
«Doação ilimitada
A uma eterna ingratidão»
E vou viver no deserto
Quero o ar puro do sertão
Não quero ninguém por perto
E nem que passe avião
Não pode ter venda perto
Nem estrada de caminhão
Não quero plantas nem bichos
Nem quero mulher mais, não
Quero vestir meu pijama
Smith e Wesson na mão
Quero ler na minha cama
Papo-amarelo no chão
As histórias do corisco
Vividas nesse sertão
Que Sérgio Ricardo e Glauber
Cantavam ao violão
Te amo Tom! Te amo!!!! ❤️
Como não se apaixonar
Pelo maestro, como não?
Te vejo aqui, daqui de baixo
Olhando ao alto do Chapadão
Obrigado Tom 🎹🎶
Obrigado por a oportunidade de escutar o maestro Tom neste poema. Aquela parcerias con o poetinha Vinicius ficaro gravadas no coracao do Tom. Bravo!
Não tem interpretação poesia digna de gênio , gênio tupinikin! Salve Brasil 🇧🇷!
Meu poema preferido ❤
Meu poema favorito!
Tom, Guimaraes Rosa, Joao Gilberto......genios brasileiros
Maravilhoso!!!
La Passion D´hier Bossa Nova avec Fabio Valente____merci______________
Pelo título achei que ia ver o Tom Jobim chapadão lendo um poema
Muito, muito bom!
♡
fantásticque
Super bacana, mas vou confessar que quando cliquei pensei que ele recitava um poema bêbado... mas valeu! foi tão bacana quanto!
Muito lindo. É uma pena que se você pesquisa Chapadão, Rio de Janeiro, você só vê bandidagem ;-; ( sem preconceito, pois vai ter gente dizendo que foi preconceito meu. Se não acredita pesquise tire a prova! )
Mas não é esse Chapadão que ele fala
É o sopé do morro do Corcovado