Quais são os saberes que eu posso falar? O que posso falar sobre a educação, posso falar contra algo como a inclusão escolar? Ou falar a favor de estudos de gênero e sexualidade!!!! quanta coisa podemos pensar com Foucault!!!
Caramba, vi as quatro primeiras aulas seguidas, tava me arrepiando aqui com o que você falava. Você tem alguma sugestão de uma ordem de leitura das obras de Focault pra quem quer começar?
Muito bom! Adorando seu conteúdo. Leo diretamente Foucault é as vezes muito difícil, pela própria densidade do texto e pela tradução talvez. Tem sido esclarecedor assistir às aulas pré leitura. Abs.
Muito obrigado. Fico muito feliz que esteja curtindo. Realmente as leituras são bastante densas. Demorou bastante tempo e precisei de muitos comentadores para as fichas começarem a cair. Abraços.
Essa aula me fez pensar na multiplicidade de correntes e presspostos teóricos e nos limites do ecletismo teorico. Sinto que pensar meu problema de pesquisa tem algo a ver com uma certa "promiscuidade teorica" que é alimentada atualmente fontes tão diversas quanto decolonialismo, Foucault, Butler... Até que ponto isso é coerente numa perspectiva foucautiana?
Olha, não chego a considerar promiscuidade teórica associar decolonialismo, Foucault e Butler. Eu diria que são temas que se entrecruzam até com certa frequência. O que precisa ficar claro é que Foucault fornece ferramentas para o decolonialismo e para o feminismo de Butler, mas não trabalha diretamente com o tema. Nesse sentido, o ideal é entender que o decolonialismo e a teoria queer partem de uma concepção de poder foucaultiana. Esse é o ponto de encontro. As ferramentas utilizadas. Quando a Butler diz que o gênero é uma performance, ela está entendendo que não existe uma essência no eu a ser encontrada. Ele é resultado de um conjunto de encontros e respostas a eles ao longo da vida, que geram uma "identidade" que pode ser perfeitamente transitória (mas não necessariamente). Isso é completamente foucaultiano. O mesmo vale para as identidades dos colonizados e colonizadores, que também não possuem uma essência, mas são construídas a partir das lutas, das necessidades e desafios que surgem. Com isso, podemos analisar o mundo por uma outra ótica e vislumbrar uma maneira diferente de lidar com os problemas. Então vejo bastante material para trabalhar.
@@iluminismoposmoderno Primeiramente, quero agradecer sua resposta e dizer da minha gratidão pelo seu trabalho, que percebo como um achado.muito importante. Sua didática, entusiasmo e a maneira como consegue traduzir suas leituras é realmente muito especial. Estou trabalhando a concepção de "pessoa humana" e seu uso dentro do.campo da Bioética. Para tanto, minha pesquisa me levou à questão do sujeito e da bipolítica. O que faço é justamente tentar evidenciar o caráter "historicamente condicionado" da noção de pessoa humana e denunciar o uso instrumental e essencialista no campo da Bioetica para criar uma leitura sobre os corpos. Distinguir corpos que importam daqueles que não importam. Ai, entro na seara da Butler, não tanto pela questão do genero, mas pela noção de performatividade e pelo que chamo "ontologia dos corpos" que me parece bem.foucaultiano. Para mim, a coisa da "pessoa" tem um carater performativo. Ela permite a leitura dos corpos.segundo um sentido de valor socialmente atribuído. Faço referência as produções mais recentes da Butler.. Tem também o Mbembe e a coisa da necropolitica. Recentemente tenho.lido algumas tentativas de tranposição da biopolitica que estendem o.conceito pra realidade do mundo colonial e proprõem que o.modo de governança nesse contexto é fundado, não pela administração da vida o "deixar morrer e fazer viver" mas pela administração da morte, um "fazer morrer e deixar viver". A Brasileira Berenice Bento bebe nessas fontes e o.Mexicano Sanchez-Antônio trabalha um conceitos semelhante. É essa loucura toda que tô.chamando de promiscuidade teórica. Vou deixar dois links, caso vc se interesse e queira.tecer seus valorosos comentários. Muito obrigado.
Hahaha, boa. Olha, eu diria que ele não tinha convicção disso não, apenas crença, o que é algo diferente. Eu quero fazer um vídeo sobre essa frase no futuro. Infelizmente, ainda tem algumas frases na frente.
Vim aqui responder um comentário e com sete meses de atraso te respondo a pergunta (na época eu não sabia usar o mecanismos do youtube para achar comentários não respondidos). Nenhuma verdade se reduz a relações de poder, mas nenhuma verdade é completamente pura delas (pelo menos nas ciências humanas, matemática e afins carecem de outra visão epistemológica). Então as próprias verdades foucaultianas são repletas de poder e ele está bastante ciente disso. Isso inclusive passa longe de ser um problema, o próprio Nietzsche já aborda este tema. É porque vivemos numa tradição onde o platonismo e o idealismo ainda predominam que possuímos a sensação de que existe algo de errado com isso.
Cara, parabéns por sua contribuição na compreensão coletiva de Foucault!
Muito obrigado.
Quais são os saberes que eu posso falar? O que posso falar sobre a educação, posso falar contra algo como a inclusão escolar? Ou falar a favor de estudos de gênero e sexualidade!!!! quanta coisa podemos pensar com Foucault!!!
Obrigada por essa aula.
Disponha.
Caramba, vi as quatro primeiras aulas seguidas, tava me arrepiando aqui com o que você falava. Você tem alguma sugestão de uma ordem de leitura das obras de Focault pra quem quer começar?
Maravilhoso!!!!
Que bom que gostou. Fico muito feliz.
Sensacional!!!!
Parabéns! Está me dando uma boa base para começar a ler Foucault.
Que bom. Fico muito feliz.
Muito bom! Adorando seu conteúdo. Leo diretamente Foucault é as vezes muito difícil, pela própria densidade do texto e pela tradução talvez. Tem sido esclarecedor assistir às aulas pré leitura. Abs.
Muito obrigado. Fico muito feliz que esteja curtindo. Realmente as leituras são bastante densas. Demorou bastante tempo e precisei de muitos comentadores para as fichas começarem a cair. Abraços.
Foucault define poder?
Sim. O modo pelo qual conseguimos conduzir a conduta dos outros.
Baita aula! 👏🏼👏🏼👏🏼
Depois dessas aulas posso ler microfísica do poder ?
Pode, mas tem coisas mais interessantes que talvez seja melhor ler antes.
Aula maravilhosa, que obra está sendo lida durante este vídeo?
Vigiar e Punir e depois Ditos e escritos. Fico feliz que tenha curtido a aula.
material muito bom! parabéns!
Essa aula me fez pensar na multiplicidade de correntes e presspostos teóricos e nos limites do ecletismo teorico. Sinto que pensar meu problema de pesquisa tem algo a ver com uma certa "promiscuidade teorica" que é alimentada atualmente fontes tão diversas quanto decolonialismo, Foucault, Butler... Até que ponto isso é coerente numa perspectiva foucautiana?
Olha, não chego a considerar promiscuidade teórica associar decolonialismo, Foucault e Butler. Eu diria que são temas que se entrecruzam até com certa frequência.
O que precisa ficar claro é que Foucault fornece ferramentas para o decolonialismo e para o feminismo de Butler, mas não trabalha diretamente com o tema. Nesse sentido, o ideal é entender que o decolonialismo e a teoria queer partem de uma concepção de poder foucaultiana. Esse é o ponto de encontro. As ferramentas utilizadas. Quando a Butler diz que o gênero é uma performance, ela está entendendo que não existe uma essência no eu a ser encontrada. Ele é resultado de um conjunto de encontros e respostas a eles ao longo da vida, que geram uma "identidade" que pode ser perfeitamente transitória (mas não necessariamente). Isso é completamente foucaultiano.
O mesmo vale para as identidades dos colonizados e colonizadores, que também não possuem uma essência, mas são construídas a partir das lutas, das necessidades e desafios que surgem. Com isso, podemos analisar o mundo por uma outra ótica e vislumbrar uma maneira diferente de lidar com os problemas. Então vejo bastante material para trabalhar.
@@iluminismoposmoderno Primeiramente, quero agradecer sua resposta e dizer da minha gratidão pelo seu trabalho, que percebo como um achado.muito importante. Sua didática, entusiasmo e a maneira como consegue traduzir suas leituras é realmente muito especial.
Estou trabalhando a concepção de "pessoa humana" e seu uso dentro do.campo da Bioética. Para tanto, minha pesquisa me levou à questão do sujeito e da bipolítica.
O que faço é justamente tentar evidenciar o caráter "historicamente condicionado" da noção de pessoa humana e denunciar o uso instrumental e essencialista no campo da Bioetica para criar uma leitura sobre os corpos. Distinguir corpos que importam daqueles que não importam.
Ai, entro na seara da Butler, não tanto pela questão do genero, mas pela noção de performatividade e pelo que chamo "ontologia dos corpos" que me parece bem.foucaultiano.
Para mim, a coisa da "pessoa" tem um carater performativo. Ela permite a leitura dos corpos.segundo um sentido de valor socialmente atribuído. Faço referência as produções mais recentes da Butler.. Tem também o Mbembe e a coisa da necropolitica. Recentemente tenho.lido algumas tentativas de tranposição da biopolitica que estendem o.conceito pra realidade do mundo colonial e proprõem que o.modo de governança nesse contexto é fundado, não pela administração da vida o "deixar morrer e fazer viver" mas pela administração da morte, um "fazer morrer e deixar viver". A Brasileira Berenice Bento bebe nessas fontes e o.Mexicano Sanchez-Antônio trabalha um conceitos semelhante. É essa loucura toda que tô.chamando de promiscuidade teórica. Vou deixar dois links, caso vc se interesse e queira.tecer seus valorosos comentários. Muito obrigado.
Outra dúvida. Nietzsche afirmou que as convicções são as maiores inimigas da verdade. Ele tinha convicção disso?
Hahaha, boa. Olha, eu diria que ele não tinha convicção disso não, apenas crença, o que é algo diferente.
Eu quero fazer um vídeo sobre essa frase no futuro. Infelizmente, ainda tem algumas frases na frente.
Muito boa a aula. Parabéns.
Gostaria de perguntar algo: as "verdades" que Foucault apresenta também se reduzem a relações de poder?
Vim aqui responder um comentário e com sete meses de atraso te respondo a pergunta (na época eu não sabia usar o mecanismos do youtube para achar comentários não respondidos).
Nenhuma verdade se reduz a relações de poder, mas nenhuma verdade é completamente pura delas (pelo menos nas ciências humanas, matemática e afins carecem de outra visão epistemológica). Então as próprias verdades foucaultianas são repletas de poder e ele está bastante ciente disso. Isso inclusive passa longe de ser um problema, o próprio Nietzsche já aborda este tema. É porque vivemos numa tradição onde o platonismo e o idealismo ainda predominam que possuímos a sensação de que existe algo de errado com isso.