Independemocracia - Costa Neto

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  • Опубліковано 27 жов 2024
  • Independemocracia
    Inédito!
    Pelo réu sentenciado o juiz
    Por antecipação ao julgamento anunciado
    Consumada fortuita pena capital
    Com direito a honras de estado na hora da farsa
    Lágrimas de jacaré evocando o herói
    Evocando o camarada traído
    É a encenação velhaca em nome da revolução
    São os causadores das causas perdidas
    Das coisas por auferir
    Na prometida selva do capital
    Lance as pedras "Mungoma"
    Ou melhor, os búzios
    Pra conferir o óbvio
    Confirmar traição de nossas consciências
    Sim! Nossas próprias consciências
    E que se escreva a tinta, preto no branco
    Nossa história
    Mormente redigida pelo lápis da conveniência
    Falemos de M'buzini, de Nachingwea, de Dar-Es-Salam
    E porque não de Gorongosa
    Da Independemocracia que o povo nunca entendeu, mas caucionou...
    Mas falemos com coragem e verdade
    Para que nossos netos jamais evoquem astutos vígaros, criminosos
    Como heróis desta nação
    Não! Não vamos esquecer o tempo que passou
    Não! Nem podemos
    Pena que o passado já não é o que era
    Colonialismo já lá vai... foi-se
    Agora nosso passado é bem mais fresco
    Nosso passado já é mesmo um presente intoxicado
    Um fardo de remorsos no dorso do poder
    Sob cobrança copiosa de miseráveis, mas vorazes olhares
    Magoados pela história
    Magoados pela crueldade de um pesaroso destino elaborado
    De política que já não engana ninguém
    Já não há mais heróis convincentes
    O último caiu na cilada dos camaradas
    Aliás, foi sempre assim
    Mas nunca foi escrito a tinta
    Já se perdeu conta de tanta emenda em nossa história
    Escrita por conveniência a lápis
    Com direito a cumplicidade sazonal da borracha correctora
    Revelado o segredo pelos búzios
    Chame agora todos os xikwembos de bem, Mungoma!
    Peça-lhes todas as forças do Além
    Estaremos presentes para txayelar
    "Syavuma"!
    Na hora de fembar nossa terra amaldiçoada
    E tornar reféns todos os xikwembos maléficos
    Que ao invés das ancestrais almas de outro mundo
    Hoje são carnais, monstruosas almas deste mundo
    Vivas, e bem vivas.
    Costa Neto

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