Análise sobre Inferno Provisório, de Luiz Ruffato

Você conhece esta pentalogia literária?
Inferno Provisório é uma das maiores obras literárias da contemporaneidade brasileira. Produzido ao longo de muitos anos, este projeto literário de Luiz Ruffato propõe a problematização de um recorte histórico que contempla o início da década de 1950 a meados dos anos 2000, período em que a sociedade brasileira vivencia a transição de um modo de vida predominantemente rural para uma realidade predominantemente pós-industrial.
Configurada de forma a promover um efeito de real, a obra propõe-se a evidenciar os sujeitos que compõem a base da pirâmide social brasileira. Questões como o racismo, o machismo, o preconceito, traumas familiares são problematizadas a fundo neste romance que dialoga com diversas referências da tradição literária ocidental.
Se por um lado nos encontramos com um texto que traz as peculiaridades de uma sociedade capitalista com fortes traços de uma herança colonial, por outro podemos perceber um diálogo profundo com materialidades artísticas universais, como o poema constelar de Mallarmé, no trabalho estético desenvolvido por Ruffato. Ao leitor atento não passará em branco os jogos literários propostos a partir dos enredos paratáticos e da tipologia gráfica que orienta a leitura desta obra.
Enfim, este é para mim um dos projetos literários mais ousados da história brasileira e que merece ser amplamente conhecido pelo público leitor deste país. Ruffato é um dos escritores que representam o que há de melhor e motivo de orgulho para o Brasil.
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