A indústria fonográfica foi diretamente afetada não só pela tecnologia mas, também, pela total falta de cultura e pela disparada da mediocridade nos dias de hoje, Maestro. Mas quem acabou antes da indústria foi a MPB: essa já está morta e cremada. A propósito, ainda tenho dezenas de CDs e DVDs: adoro todos eles. Obrigado Maestro.
Excelente discussão! Eu tenho pensado muito nessa questão do controle sobre as coisas que eu consumo e já há dois anos estou me organizando pra não depender apenas de sites, aplicativos, livros digitais, etc. aquilo que eu mais gosto eu compro em versão física. Tenho 37 anos.
Bom dia a todos; creio que o senhor abordou o assunto com plasticidade, a mesma que modifica as décadas. Há anos, ouvi entrevista de Elis Regina onde declarou que nem sempre ela poderia gravar o que quisesse; sua gravadora a impelia a colocar em seu repertório o que mais agradasse o público, com a chegada do movimento pop , inúmeros artistas foram obrigados a se curvar ao que rende lucro, hoje , apenas um exemplo, por que Madona gastaria seu milionário cachê com músicos no palco?Há uma questão mais intrínseca por trás- antes uma educação mais abrangente e humanista consagrava grandes compositores e escritores; a massificação alijou o mais hermético, o de fácil entendimento caiu no gosto da maioria. As situações se modificam à medida em que a exigência do público serve como termômetro. A tecnologia oferece- nos facilidades antes não encontradas; em descompensação a presença das escolhas a cada dia encontra- se menor. As orquestras em bailes inexistem, os LPS substituiram- nas e faz tempo. Os CDs extinguiram- se? Vivem em nossas lembranças. A IA comporá sonetos? Provavelmente sim. Porém, ouvir em plataformas ou ao vivo , jamais retirará o brilho de músicas e compositores geniais; infelizmente para um público seleto, e o comestível é e será digerido com a mesma facilidade com que acionamos um teclado de celular- panta rei- tudo muda, as águas de um rio jamais serão as mesmas. E o lucro, o mesmo que mortificou mestres como Mozart e Gogh , permanecerá com a batuta. O que jamais mudará ; colocar um coro no meio de uma sinfonia , como a 9 , de Beethoven, talvez seja recriada, entretanto a ousadia, marca registrada de gênios, não. Uma luz no final do túnel. Quantos tiros serão aqueles relembrados daqui a 2 séculos? A bala ficará perdida; caberá aos governantes entrelaçar a tecnologia com o que há de melhor , porém a maioria segue os passos da lucratividade, continuará em um futuro cujas vertentes desconhecemos.Por que não inserir nos currículos escolares a música, formar pequenos musicistas? Aliarem a tecnologia com o talento? " Através da Educação conseguiremos entender e acompanhar os tempos modernos , mas jamais sem perder a ternura, abraços a todos.
Maestro, sou da época de cinema de bairro, acabou, depois , cine clubes, acabou, vídeo locadoras, acabou, tenho que me sujeitar aos netfilix da vida se quiser assistir um filme, qualidade? Só Zeus na causa, já assisti tantas mudanças, que me deixam um pouco mais tonta do que eu já sou, como já estou pela idade, descendo do bonde, não quero imaginar o que será desse mundo dentro de 15 anos, cada dia é uma "novidade" tecnológica, e viva o capitalismo selvagem. Obrigada, meu querido Maestro.
Eu gosto da praticidade do Deezer e do UA-cam Music, por exemplo, mas não me desfiz dos meus CDs nem LPs, considerando que até mesmo nas plataformas há coisas difíceis de achar (devido à questões contratuais de gravadoras para cada plataforma, etc): há álbuns disponíveis no Deezer que não tem no UA-cam Music, e vice-versa. E mesmo algumas majors do nicho da música erudita ainda tem suas exceções na produção de mídia física: a excepcional violinista María Dueñas teve seu álbum de estreia pela DG, "Beethoven and Beyond" (2023) também lançado em CD duplo e LP (!!!) além dos meios digitais, o que também acontecerá com seu próximo disco com os Caprichos de Paganini a ser lançado ano que vem! Mas sem dúvida isso é a exceção das exceções. Some-se a isso a dificuldade de se achar nas lojas físicas os aparelhos para tocar CDs e LPs (só nas lojas virtuais, na maioria das vezes). Enfim, uma discussão que dá pano pra manga, espero que o Maestro volte ao assunto em breve!
Que palestra inspirada, Maestro! Sucinta, perspicaz, inteligente, expõe os fatos mantendo a necessária isenção entre eles e sua opinião pessoal (que, por acaso, coincide com a minha). Obrigado.
Bela reflexão Maestro. Eu adoro a mídia física, e ainda tenho muitos CDs em casa, CDs de música clássica, Jazz, blues, pop/rock. Quando estou em casa escuto os meus CDs no home theater, quando estou na rua ou no ônibus escuto o Spotify. É uma pena que a indústria fonográfica e a mídia física tenha acabado 😢 Sem contar que hoje em dia não tem mais loja vendendo CDs novos, se você quiser comprar CDs têm que comprar ou no mercado livre ou Shoope ou então em algumas sebos.
Acho tudo isso muito triste, maestro. Tenho 63 anos e amo ouvir meus cds. Podem me chamar de "antiquado" mas queria que tivesse continuado assim. Por outro lado essa plataformas como spotfy etc. são facas de 2 gumes porque como justamente o maestro falou por uma lado disponibilizam uma infinidade de coisas as vezes muitos raras de se achar, por outro lado podem acabar com isso quando quiserem. Obrigado pelas reflexões, maestro. Gratidão sempre
Maestro, estamos nas mãos dessas grandes empresas, em todas as artes que hoje dependem da computação. Na fotografia a Adobe decidiu não ve der mais o Photoshp, somente assinaturas, caríssimas. As versões antigas vão, nem tão lentamente deixando de ser funcionais. Não somos donos de mais nada.
Ola Maestro adorei a discussão .Espero que não acabe os dvd e cd
Que prazer era ouvir um LP. Saudades!
Era mesmo!
Boa noite,otima discussão, realmente uma incógnita este futuro da música, abraços
A indústria fonográfica foi diretamente afetada não só pela tecnologia mas, também, pela total falta de cultura e pela disparada da mediocridade nos dias de hoje, Maestro.
Mas quem acabou antes da indústria foi a MPB: essa já está morta e cremada.
A propósito, ainda tenho dezenas de CDs e DVDs: adoro todos eles.
Obrigado Maestro.
Maestro, suas discussões sempre chegam a algum lugar, na minha opinião, no lugar correto.
Excelente discussão! Eu tenho pensado muito nessa questão do controle sobre as coisas que eu consumo e já há dois anos estou me organizando pra não depender apenas de sites, aplicativos, livros digitais, etc. aquilo que eu mais gosto eu compro em versão física. Tenho 37 anos.
Bom dia a todos; creio que o senhor abordou o assunto com plasticidade, a mesma que modifica as décadas. Há anos, ouvi entrevista de Elis Regina onde declarou que nem sempre ela poderia gravar o que quisesse; sua gravadora a impelia a colocar em seu repertório o que mais agradasse o público, com a chegada do movimento pop , inúmeros artistas foram obrigados a se curvar ao que rende lucro, hoje , apenas um exemplo, por que Madona gastaria seu milionário cachê com músicos no palco?Há uma questão mais intrínseca por trás- antes uma educação mais abrangente e humanista consagrava grandes compositores e escritores; a massificação alijou o mais hermético, o de fácil entendimento caiu no gosto da maioria. As situações se modificam à medida em que a exigência do público serve como termômetro. A tecnologia oferece- nos facilidades antes não encontradas; em descompensação a presença das escolhas a cada dia encontra- se menor. As orquestras em bailes inexistem, os LPS substituiram- nas e faz tempo. Os CDs extinguiram- se? Vivem em nossas lembranças. A IA comporá sonetos? Provavelmente sim. Porém, ouvir em plataformas ou ao vivo , jamais retirará o brilho de músicas e compositores geniais; infelizmente para um público seleto, e o comestível é e será digerido com a mesma facilidade com que acionamos um teclado de celular- panta rei- tudo muda, as águas de um rio jamais serão as mesmas. E o lucro, o mesmo que mortificou mestres como Mozart e Gogh , permanecerá com a batuta.
O que jamais mudará ; colocar um coro no meio de uma sinfonia , como a 9 , de Beethoven, talvez seja recriada, entretanto a ousadia, marca registrada de gênios, não. Uma luz no final do túnel. Quantos tiros serão aqueles relembrados daqui a 2 séculos? A bala ficará perdida; caberá aos governantes entrelaçar a tecnologia com o que há de melhor , porém a maioria segue os passos da lucratividade, continuará em um futuro cujas vertentes desconhecemos.Por que não inserir nos currículos escolares a música, formar pequenos musicistas? Aliarem a tecnologia com o talento? " Através da Educação conseguiremos entender e acompanhar os tempos modernos , mas jamais sem perder a ternura, abraços a todos.
Obrigado, Carla! Grande abraço.
Maestro, sou da época de cinema de bairro, acabou, depois , cine clubes, acabou, vídeo locadoras, acabou, tenho que me sujeitar aos netfilix da vida se quiser assistir um filme, qualidade? Só Zeus na causa, já assisti tantas mudanças, que me deixam um pouco mais tonta do que eu já sou, como já estou pela idade, descendo do bonde, não quero imaginar o que será desse mundo dentro de 15 anos, cada dia é uma "novidade" tecnológica, e viva o capitalismo selvagem. Obrigada, meu querido Maestro.
Eu também estou descendo do bonde, Maria Teresa. A vantagem é que temos mais vivência e experiência do que muita gente! 😂😂😂😂😂😂😂😂😂
Eu gosto da praticidade do Deezer e do UA-cam Music, por exemplo, mas não me desfiz dos meus CDs nem LPs, considerando que até mesmo nas plataformas há coisas difíceis de achar (devido à questões contratuais de gravadoras para cada plataforma, etc): há álbuns disponíveis no Deezer que não tem no UA-cam Music, e vice-versa. E mesmo algumas majors do nicho da música erudita ainda tem suas exceções na produção de mídia física: a excepcional violinista María Dueñas teve seu álbum de estreia pela DG, "Beethoven and Beyond" (2023) também lançado em CD duplo e LP (!!!) além dos meios digitais, o que também acontecerá com seu próximo disco com os Caprichos de Paganini a ser lançado ano que vem! Mas sem dúvida isso é a exceção das exceções. Some-se a isso a dificuldade de se achar nas lojas físicas os aparelhos para tocar CDs e LPs (só nas lojas virtuais, na maioria das vezes). Enfim, uma discussão que dá pano pra manga, espero que o Maestro volte ao assunto em breve!
Que palestra inspirada, Maestro! Sucinta, perspicaz, inteligente, expõe os fatos mantendo a necessária isenção entre eles e sua opinião pessoal (que, por acaso, coincide com a minha).
Obrigado.
Perfeito. Obrigado por mencionar minha (tentativa de) isenção. Grande abraço e obrigado pela audiência.
Bela reflexão Maestro. Eu adoro a mídia física, e ainda tenho muitos CDs em casa, CDs de música clássica, Jazz, blues, pop/rock. Quando estou em casa escuto os meus CDs no home theater, quando estou na rua ou no ônibus escuto o Spotify. É uma pena que a indústria fonográfica e a mídia física tenha acabado 😢 Sem contar que hoje em dia não tem mais loja vendendo CDs novos, se você quiser comprar CDs têm que comprar ou no mercado livre ou Shoope ou então em algumas sebos.
Apesar de poucas, ainda tem lojas que vendem CDs e DVDs, como a Loja Clássicos, que fica dentro da OSESP.
Acho tudo isso muito triste, maestro. Tenho 63 anos e amo ouvir meus cds. Podem me chamar de "antiquado" mas queria que tivesse continuado assim. Por outro lado essa plataformas como spotfy etc. são facas de 2 gumes porque como justamente o maestro falou por uma lado disponibilizam uma infinidade de coisas as vezes muitos raras de se achar, por outro lado podem acabar com isso quando quiserem. Obrigado pelas reflexões, maestro. Gratidão sempre
Maestro, estamos nas mãos dessas grandes empresas, em todas as artes que hoje dependem da computação. Na fotografia a Adobe decidiu não ve der mais o Photoshp, somente assinaturas, caríssimas. As versões antigas vão, nem tão lentamente deixando de ser funcionais. Não somos donos de mais nada.
Boa observação!
As músicas que eu mais gosto de ouvir estão em um pendrive. Aí posso ouvir sem depender de ter internet.
Accord.
Acho que no futuro vão se cansar de tanta tecnologia na música e irão redescobrir o valor da música ao vivo.
@@Alexandre9173 concordo e torço por isso