Vi o filme sem expectativas, apenas atraída pela sensação familiar de filmes conforto da sessão da tarde que ele tem... E que surpresa maravilhosa foi perceber que esse filme é muito mais que isso. Simples, doce, e especialmente comum a primeira vista, sem uma formula pronta ou a necessidade de um movimento frenético com mil reviravoltas, tudo que faltava nas produções recentes, principalmente em filmes natalinos. Tem um roteiro e direção que te encanta com pequenos detalhes e momentos que parecem banais do dia a dia, mas que podem ser muito tocantes. Eu fiquei apaixonada.
Obrigada por essa análise. Assisti ao filme lembrando constantemente de O apanhador no campo de centeio, e achando que era uma percepção individual e equivocada. Que bom que não é!
Só quero dizer que recomendo veementemente que todos assistam ao belíssimo Os Rejeitados, novo trabalho do querido Alexander Payne. As qualidades estão por toda a parte, mas o show é completamente roubado pelo trio de protagonistas. Da'Vine Joy Randolph é daquelas pessoas duronas, claramente machucadas por dores passadas, mas que arranca suspiros com sutis gestos de carinho. Paul Giamatti está montsruoso como o professor afeito a tradições que, no convívio íntimo com a dupla de coadjuvantes, reaprende a deixar-se viver os prazeres da vida. Na meia hora final do filme, Giamatti tem momentos tão preciosos em cena que arrisco apontar esse trabalho como o maior de sua carreira. Agora, o que dizer de Dominic Sessa? Que tremendo acerto da equipe de casting! O moleque é de um magnetismo impressionante, garantindo a maior parte dos risos e emoções. Um verdadeiro achado. _"Você não é o seu pai, Tully. Eu não sou o meu, por mais que ele tenha tentado imputar isso em mim de todo jeito. Acho o mundo um lugar amargo e complicado, e parece que ele acha o mesmo de mim. Acho que eu e você temos isso em comum. Mas, não me entenda mal, você tem seus desafios. Você é errático, beligerante e um tremendo pé no saco, mas você não é o seu pai. Você é um homem feito. Homem não, apenas um garoto. Você está só começando, e é esperto. Terá tempo para dar a volta por cima. Eu sei que os gregos diziam que os passos que você dá para evitar o seu destino são os mesmos que te levam até ele. Mas esse é um conceito puramente literário. Na vida real, sua história não deve ditar o seu destino."_ É uma comovente história de aceitação dos erros e das diferenças, e, muito mais que a superação, é de como seguir em frente com tudo e apesar de tudo. _"Compreender o passado é entender o presente"_, afirma o personagem de Giamatti, em clara alusão à alienação de gerações inteiras que desprezam o conhecimento. É curioso que o personagem não demonstre perceber o quando essa ideia simboliza o que ele e os dois grandes amigos que conhece durante a história vivenciam juntos. Acho que se tornou um dos meus filmes de Natal preferido; dos últimos que assisti é o melhor. Amei essas atuações, Paul Giamatti, Dominic Sessa e Da'Vine Joy Randolph têm uma química irresistível juntos, a relação deles é construída muito organicamente, sem pieguice barata, mas muito coração. A cinematografia é discreta, mas com planos muito bem pensados, bastante profundidade de campo, belas composições; os figurinos também passam muito a vibes da época retratada, no caso, o fim dos anos 70. Que filme fofo e reconfortante. Se passa na virada do ano de 1970 para 1971 e poderia muito bem ter sido um filme produzido nesta época, a história não tem nada de novo com uma amizade entre um adulto rabugente e um adolescente encrenqueiro que ficam ''presos'' juntos, se odeiam e depois vão terminar se dando bem, aquele típico filme que seria figurinha carimbada em todo o Natal na sessão da tarde, já é um clássíco de filmes do gênero. Paul Giamatti é disparado o melhor ator de 2023 no melhor filme natalino do ano. E o que é o Natal, se não uma festa para fingir que não existe rejeição no mundo? Mesmo no significado cristão do Natal, Jesus nasceu rejeitado em meio a animais em um estábulo, ou em seu significado pagão, onde a festa celebra o deus Saturno, que é na mitologia romana o próprio deus do tempo, também conhecido como dissolução. Paul Giamatti Oscar Nominee moral num belo filme sobre como o Natal, inadvertidamente, se torna uma festa em que fingimos (ou pelo menos tentamos) que não há rejeitados ou desamparados no mundo, na sua casa ou dentro de si mesmo. Alexander Payne faz um trabalho de notável delicadeza aqui, construindo lentamente a narrativa, completamente conduzida pelas relações entre os personagens. Lá pelo meio, eu já queria ter os três na minha vida. A vida, afinal, é sobre as pessoas. Ao menos foi isso o que esse precioso filme reforçou a mim. Obs: A cena da indireta no Papai Noel do boliche foi demais PS: Um recado para netflix... é possível fazer um filme natalino que não seja sujeira. Assistiu o filme Klaus(2019)? Já vi... de fato é bom... mas e uma ilha perdida num mar de lama.
Eu gosto de pensar que nada nesse filme está por acaso, como o próprio diretor falou, a princípio fiquei chateado com aquele grupo ter ido embora muito rápido, deixando só nossos três principais, que mesmo assim são ótimos, quem sabe eles tenham uma jornada de amadurecimento na época natalina assim como os personagens principais
Não é o meu favorito, mas é uma obra muito sensível e essencial para compreendermos um pouco mais como as relações entre nós podem conter várias camadas que sequer imaginávamos.
O apanhador no campo de centeio é um dos meus livros favoritos também, porque li poucos... me identifiquei com o protagonista em muitos aspectos, o fato de se sentir velho sendo jovem
Alexander Payne não tem erro. Aguardei muito por esse filme e arrisco a dizer que é um sério concorrente ao Oscar 2024. Atuação sublime de Paul Giamatti. Ótima análise, Ricardo!👏 👏 👏 👏 👏
Pois é..."Oppenhaimer" tem duas indicações e vitórias que questiono muito (melhor: ator e coadjuvante). Não são os melhores desse ano. Na minha opinião são P. Giamatti e R. De Niro.
Olá, Ricardo. Eu também gostei muito de "Os rejeitados". Eu não sabia dos pontos de aproximação entre o filme e "Apanhador no campo de centeio". Achei este aspecto bem interessante, e se encaixa bem nas situações dramáticas do filme. O que eu mais gostei em "Os rejeitados" é que uma tragicomédia. Ou seja, pode rir e chorar quase ao mesmo tempo em algumas cenas. Também gostei muito da caracterização dos personagens. Todos têm densidade psicológica, algo raro no cinema americano e as atuações são excepcionais. Acho que a Dominic Sessa (Angus) e Da'Vine Joy Randolph (Mary) vão ganhar o Oscar na categoria de atores coadjuvantes. Também gostaria que o Paul Giamati ganhasse, mas acho difícil, apesar dele ter ganhado o prêmio da crítica como melhor ator. Assim como você, também acho que "Os rejeitados" é um dos melhores filmes de 2023.
Fala Alessandro, muito obrigado pelo comentário, também amei esse aspecto tragicomico, fizeram de uma maneira muito equilibrada. Sobre a premiação, estou torcendo por todos, em especial pelo Giamatti.
O apanhador no campo de centeio era o livro que o assassino de John lennon estava segurando logo que despejou as balas que mataram o beatle, dentro de uma mente doentia literatura e cinema são forte influências para o mau.
Vi o filme sem expectativas, apenas atraída pela sensação familiar de filmes conforto da sessão da tarde que ele tem... E que surpresa maravilhosa foi perceber que esse filme é muito mais que isso. Simples, doce, e especialmente comum a primeira vista, sem uma formula pronta ou a necessidade de um movimento frenético com mil reviravoltas, tudo que faltava nas produções recentes, principalmente em filmes natalinos. Tem um roteiro e direção que te encanta com pequenos detalhes e momentos que parecem banais do dia a dia, mas que podem ser muito tocantes. Eu fiquei apaixonada.
Obrigada por essa análise. Assisti ao filme lembrando constantemente de O apanhador no campo de centeio, e achando que era uma percepção individual e equivocada. Que bom que não é!
Faz do filme Dias Perfeitos, representante do Japão no Oscar
Eu não sabia que era uma releitura de apanhador no campo de centeio! me lembrou muito esse livro.
Só quero dizer que recomendo veementemente que todos assistam ao belíssimo Os Rejeitados, novo trabalho do querido Alexander Payne.
As qualidades estão por toda a parte, mas o show é completamente roubado pelo trio de protagonistas. Da'Vine Joy Randolph é daquelas pessoas duronas, claramente machucadas por dores passadas, mas que arranca suspiros com sutis gestos de carinho. Paul Giamatti está montsruoso como o professor afeito a tradições que, no convívio íntimo com a dupla de coadjuvantes, reaprende a deixar-se viver os prazeres da vida. Na meia hora final do filme, Giamatti tem momentos tão preciosos em cena que arrisco apontar esse trabalho como o maior de sua carreira. Agora, o que dizer de Dominic Sessa? Que tremendo acerto da equipe de casting! O moleque é de um magnetismo impressionante, garantindo a maior parte dos risos e emoções. Um verdadeiro achado.
_"Você não é o seu pai, Tully. Eu não sou o meu, por mais que ele tenha tentado imputar isso em mim de todo jeito. Acho o mundo um lugar amargo e complicado, e parece que ele acha o mesmo de mim. Acho que eu e você temos isso em comum. Mas, não me entenda mal, você tem seus desafios. Você é errático, beligerante e um tremendo pé no saco, mas você não é o seu pai. Você é um homem feito. Homem não, apenas um garoto. Você está só começando, e é esperto. Terá tempo para dar a volta por cima. Eu sei que os gregos diziam que os passos que você dá para evitar o seu destino são os mesmos que te levam até ele. Mas esse é um conceito puramente literário. Na vida real, sua história não deve ditar o seu destino."_
É uma comovente história de aceitação dos erros e das diferenças, e, muito mais que a superação, é de como seguir em frente com tudo e apesar de tudo.
_"Compreender o passado é entender o presente"_, afirma o personagem de Giamatti, em clara alusão à alienação de gerações inteiras que desprezam o conhecimento. É curioso que o personagem não demonstre perceber o quando essa ideia simboliza o que ele e os dois grandes amigos que conhece durante a história vivenciam juntos.
Acho que se tornou um dos meus filmes de Natal preferido; dos últimos que assisti é o melhor. Amei essas atuações, Paul Giamatti, Dominic Sessa e Da'Vine Joy Randolph têm uma química irresistível juntos, a relação deles é construída muito organicamente, sem pieguice barata, mas muito coração. A cinematografia é discreta, mas com planos muito bem pensados, bastante profundidade de campo, belas composições; os figurinos também passam muito a vibes da época retratada, no caso, o fim dos anos 70. Que filme fofo e reconfortante.
Se passa na virada do ano de 1970 para 1971 e poderia muito bem ter sido um filme produzido nesta época, a história não tem nada de novo com uma amizade entre um adulto rabugente e um adolescente encrenqueiro que ficam ''presos'' juntos, se odeiam e depois vão terminar se dando bem, aquele típico filme que seria figurinha carimbada em todo o Natal na sessão da tarde, já é um clássíco de filmes do gênero.
Paul Giamatti é disparado o melhor ator de 2023 no melhor filme natalino do ano. E o que é o Natal, se não uma festa para fingir que não existe rejeição no mundo?
Mesmo no significado cristão do Natal, Jesus nasceu rejeitado em meio a animais em um estábulo, ou em seu significado pagão, onde a festa celebra o deus Saturno, que é na mitologia romana o próprio deus do tempo, também conhecido como dissolução.
Paul Giamatti Oscar Nominee moral num belo filme sobre como o Natal, inadvertidamente, se torna uma festa em que fingimos (ou pelo menos tentamos) que não há rejeitados ou desamparados no mundo, na sua casa ou dentro de si mesmo.
Alexander Payne faz um trabalho de notável delicadeza aqui, construindo lentamente a narrativa, completamente conduzida pelas relações entre os personagens. Lá pelo meio, eu já queria ter os três na minha vida. A vida, afinal, é sobre as pessoas. Ao menos foi isso o que esse precioso filme reforçou a mim.
Obs: A cena da indireta no Papai Noel do boliche foi demais
PS: Um recado para netflix... é possível fazer um filme natalino que não seja sujeira. Assistiu o filme Klaus(2019)? Já vi... de fato é bom... mas e uma ilha perdida num mar de lama.
Eu gosto de pensar que nada nesse filme está por acaso, como o próprio diretor falou, a princípio fiquei chateado com aquele grupo ter ido embora muito rápido, deixando só nossos três principais, que mesmo assim são ótimos, quem sabe eles tenham uma jornada de amadurecimento na época natalina assim como os personagens principais
Com certeza. Estava esperando uma coisa meio Clube dos Cinco, mas o desvio levou para lugares ainda melhores.
Não é o meu favorito, mas é uma obra muito sensível e essencial para compreendermos um pouco mais como as relações entre nós podem conter várias camadas que sequer imaginávamos.
Descobri a pouco tempo o seu canal. Você conseguiu colocar duas paixões, cinema e psicologia! Muito bom seu conteúdo!!!
👏👏👏👏👏
Muito obrigado 😁
Concordo, lembrei de Holden, mas assisti ao filme dissociando os personagens; emocionante 💜os atores são um espetáculo ✨
vc é fantástico, amigo... impossível não aprender nada c vc! obrigado, dr e amigo!
Grande Paulo, um dos grandes amigos que fiz por aqui e um grande e perspicaz crítico de cinema. Grande abraço, a admiração é mútua!
O apanhador no campo de centeio é um dos meus livros favoritos também, porque li poucos... me identifiquei com o protagonista em muitos aspectos, o fato de se sentir velho sendo jovem
Ele é um personagem muito bom!
Alexander Payne não tem erro. Aguardei muito por esse filme e arrisco a dizer que é um sério concorrente ao Oscar 2024. Atuação sublime de Paul Giamatti. Ótima análise, Ricardo!👏 👏 👏 👏 👏
Pois é..."Oppenhaimer" tem duas indicações e vitórias que questiono muito (melhor: ator e coadjuvante). Não são os melhores desse ano. Na minha opinião são P. Giamatti e R. De Niro.
@@FilodoxiaProfIribarne Concordo.
Concordo!
Olá, Ricardo. Eu também gostei muito de "Os rejeitados". Eu não sabia dos pontos de aproximação entre o filme e "Apanhador no campo de centeio". Achei este aspecto bem interessante, e se encaixa bem nas situações dramáticas do filme. O que eu mais gostei em "Os rejeitados" é que uma tragicomédia. Ou seja, pode rir e chorar quase ao mesmo tempo em algumas cenas. Também gostei muito da caracterização dos personagens. Todos têm densidade psicológica, algo raro no cinema americano e as atuações são excepcionais. Acho que a Dominic Sessa (Angus) e Da'Vine Joy Randolph (Mary) vão ganhar o Oscar na categoria de atores coadjuvantes. Também gostaria que o Paul Giamati ganhasse, mas acho difícil, apesar dele ter ganhado o prêmio da crítica como melhor ator. Assim como você, também acho que "Os rejeitados" é um dos melhores filmes de 2023.
Fala Alessandro, muito obrigado pelo comentário, também amei esse aspecto tragicomico, fizeram de uma maneira muito equilibrada. Sobre a premiação, estou torcendo por todos, em especial pelo Giamatti.
Ricardo, vc já analisou o filme O Segredo de um Escândalo?
Excelente vídeo para um filme primoroso! Impressão minha ou há uma pitada de nossas trocas nesse texto? Que alegria, meu irmão! ☺️☺️☺️
Com toda certeza! :) Muito obrigado, Thiago!
Nossa, em choque que não achei nenhuma análise do hank moody de californication. Baita série para fazer uma boa análise.
É, preciso retomar Californication e fazer uma análise hahahaha personagem sensacional, série também.
assistindo, mas ja curti.
tive que parar pelo spoiler do livro ahueahe. ainda vou ler. mas esse filme foi daora de assistir. depois voltooo hahahh
Hhahahahahaha, depois volta ai, nandinho, grande abraço!
É um filme fabuloso.Paul Giamatti está incrível nesse filme.Mas ainda prefiro Anatomia de uma queda.
Justo! dois filmaços!
👏🏽👏🏽👏🏽
Obrigado!
O apanhador no campo de centeio era o livro que o assassino de John lennon estava segurando logo que despejou as balas que mataram o beatle, dentro de uma mente doentia literatura e cinema são forte influências para o mau.
The Profecy - Taylor Swift