António Marta - "Pula Puladinho" Gravação original - 1954. Aninhas Assis e Coro da Lapa

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  • Опубліковано 12 вер 2024
  • O "Pula Puladinho", música de António Marta e letra de José Sá, foi composto para o Rancho da Lapa, como todas as outras músicas do reportório dessa época.
    Esta gravação de 1954 acontece, juntamente com outras canções do Rancho, porque rapidamente este reportório se popularizou em todos os lugares visitados pelo mesmo. Daí surgindo o convite da etiqueta Radertz para a gravação de um LP.
    No entanto, mesmo agora, poderemos ficar admirados da gravação não ter sido feita pelas vozes e a tocata do Rancho! E a explicação é simples: foi a vontade do compositor, Maestro António Marta. Apesar do convite ter sido endereçado ao Rancho, ele só aceitou gravar as suas músicas se pudesse escolher as vozes e os músicos. E assim convidou e ensaiou, de todos os Coros poveiros que dirigia, o seu Coro feminino preferido: - o Coro da Igreja da Lapa, ao qual juntou uns 6 ou 7 homens, maridos das cantoras ou frequentadores da Igreja.
    Não é dificil pois perceber, que temos nesta gravação, música popular, mas cantada por vozes cuidadas e ensaiadas com esmêros de bom gosto, que eram protótipo do seu compositor.
    Este video é também uma homenagem à sua solista; a cantora soprano do Coro da Lapa: Ana Pereira da Silva que todos na Póvoa conheciam como Aninhas Assis. Ela, com a sua bela voz e dicção impecável, para além de escolhida pelo próprio Maestro e compositor, foi também, sem querer, protagonista de uma façanha interesantíssima nesta gravação!
    Quando se iniciaram os ensaios a Aninhas estava nos inícios de gravidêz; o que não seria problema se os técnicos de gravação, (do Porto) não tivessem demorado tanto tempo em vir à Póvoa fazer as tomadas de som. Quando marcaram, a solista estava já no fim do tempo! E como não havia substituta teve que se arriscar.
    Como ela própria me contou, o Maestro, nessa noite estava preocupadíssimo com ela. O Coro todo em pé a gravar e a Aninhas sentada em cadeira com almofadas que ele próprio foi arranjar no Póvoa-Cine, passava frequentemente ao pé dela, a perguntar se estava bem e dava-lhe rebuçados dizendo: - "Aninhas tu não cantes com o Coro, deixa-as cantar para não te cansares. O que interessa é que estejas bem para cantar os solos".
    E ela esteve bem e cantou melhor do que nunca, tudo à 1ª, sem repetições. A sessão terminou às 23.30h e a Aninhas teve o seu filho Elias às 9h da manhã do dia seguinte com toda a saúde! ( na foto do video que mostra a solista com toda a família, é o menino que está em pé de oculos de sol).
    Esta pequena ou grande história, que na altura correu toda a Póvoa, quis conta-la aqui para não se perder nas brumas da memória, tal como me contou a própria Aninhas.
    A ela, que foi mulher poveira exemplar, esposa e mãe, cantora, catequista, amiga e praticamente da minha família pelas relações de amizade e vizinhança tão próximas, dedico, com saudade, a última estrofe desta canção que ela canta.
    "Daqueles de quem se gosta,
    É tão dificil fugir...
    E há sempre uma palavra,
    Que se não disse ao partir!
    Luiz Filipe Marques

КОМЕНТАРІ • 5

  • @RDZ-RadioDifusaoZonofone
    @RDZ-RadioDifusaoZonofone 5 років тому +1

    Que rico puladinho! Uma interpretação e pêras de um belo e excelente coro feminino, sem dúvida inspirado pelo exemplo do Coro Feminino da Emissora Nacional, que se destacou na interpretação de boa música popular cantada por vozes cuidadas e ensaiadas com esmêros de bom gosto, sob a regência de José Belo Marques ou Fernando de Carvalho.
    Um óptimo músico, uma grande voz, uma história interessante que enriquece cada vez mais o legado da cultura musical do Século XX em Portugal.
    Não pude deixar de reparar no "fade out" no final do registo, em que as palmas finais são quasi censuradas, e desconhecia o facto de a marca discográfica "Radertz" estar associada à Rádio Renascença.
    E curiosamente, o meu amigo António Serra Carqueijeiro, vendedor de jornais no Largo Luís de Camões em Alcácer do Sal, e desde sempre o principal vocalista masculino do Rancho Folclórico de Alcácer do Sal, fundado nesse ano de 1954, um dos mais prolíficos da Música Portuguesa, falou-me dessa marca e de um disco que ele nunca mais encontrou e nunca mais ouviu em lugar nenhum, o "Olé Coradinha" do Rancho da Alegria de São Martinho do Campo, que foi um sucesso bem visível nas rádios dessa época, mas temporário, pois desapareceu em pouco tempo.
    Mais uma vez, parabéns pelo trabalho desenvolvido e fantástico, Luís. Continua a disponibilizar-nos relíquias assim, que os cibernautas e a história agradecem sempre.

    • @LUIZFILIPEMARQUES
      @LUIZFILIPEMARQUES  5 років тому +1

      Muito obrigado Miguel pelo seu comentário tão erudito a que já nos habituou.
      Pretendi nestes 3 videos que coloquei no YT ("Pula-Puladinho", "Os Sinos da nossa Igreja" e "Passeio na Aldeia") homenagear o meu 1º Professor de Música e de Canto - Prof. António Marta, do qual guardo gratas recordações e continuamente me inspira.
      Recomendo-lhe que veja também os outros dois videos e me dê a sua valiosa opinião.

    • @RDZ-RadioDifusaoZonofone
      @RDZ-RadioDifusaoZonofone 5 років тому

      @@LUIZFILIPEMARQUES De nada Luís. Sempre de boa vontade. E foste mais-que-bem-sucedido. Fica descansado.

  • @manuelacruz2595
    @manuelacruz2595 8 років тому +2

    Sem dúvida, muito interessante e curiosa a história aqui relatada. Ainda bem que ficará aqui perpetuada.

    • @LUIZFILIPEMARQUES
      @LUIZFILIPEMARQUES  8 років тому +1

      Muito obrigado Manuela Cruz. É verdade, estas histórias fazem parte da memória colectiva da Póvoa de Varzim e por isso devem ser um motivo de orgulho. Beijos e obrigado pela colaboração.