Eu li a mulher que fugiu de Sodoma. É uma grandiosa obra. Me identifiquei muito com o personagem masculino, o marido da mulher. Pois ele é um viciado compulsivo em jogos de azar, e prejudica todos em volta dele e não sabe. Somente no final é que ele vai compreender a sua verdadeira situação. O ladeira da memória é uma boa obra também, e muitos homens e mulheres passam pela mesma situação dos personagens. A mulher que não tem a atenção e amor do marido, e o homem que está sozinho e carente e se apaixona pela mulher casada.
Já li quase toda a obra de José Geraldo Vieira e realmente é um dos maiores escritores brasileiros, mas não supera Machado de Assis e Guimarães Rosa. Ponho José Geraldo no grupo de grandes autores que ficaram esquecidos: Lucio Cardoso, José Geraldo Vieira, Cornelio Penna, Osman Lins, e alguns outros. Com certeza José Geraldo Vieira é um gênio que transcende o horizonte da crítica modernista brasileira que deu ênfase ao regionalismo e ao sociologismo, em detrimento de autores que dialogavam com o grande romance mundial da época (Kafka, Wassermann, Broch, Joyce, Dostoievski, Thomas Mann). Mas outro fator que obnubilou José Geraldo e os autores que citei foi o fenômeno editorial João Guimarães Rosa. O Rosa, gênio, se autointitulava o maior escritor brasileiro e o editor José Olympio, maior editor da época, dava-lhe total prioridade de publicação, o que fez muitos autores sumirem e outros ficarem ressentidos, como João Ubaldo e o grande Autran Dourado, que reclamaram disso.
Sempre tive essa mesma impressão , desde a adolescência, de que no Brasil os melhores são ocultados. O Olavo foi a primeira pessoa que ouvi demonstrando essa mesma percepção! Foi neste momento que me tornei seguidor, leitor e aluno dele.
A ladeira da memória, do José Geraldo Vieira, é um negócio absolutamente fantástico. Lembro de acabar de ler e já começar de novo imediatamente, de tão bom que é
@@davidpinto2629 Sugiro a própria Ladeira. Isso porque ela é fortemente autobiográfica e também provavelmente a melhor produção. Mas não posso assegurar isso pois não li toda a obra.
@@KRYPTOS_K5 Ok! Obrigado aos dois pelas recomendações! Diante de tanta miséria humana acontecendo nessa era, cultivar um mundo interno é substancialmente uma das coisas mais eficientes que podemos fazer para diminuir a baixeza em nós mesmos!
@@davidpinto2629 Sem dúvida. Existem também problemas dos mais variados e profundos que o jovem sensível deverá enfrentar em breve, infelizmente. Além daquele já citado pelo amigo. Se minha geração boomer enfrentou mudanças inacreditáveis, não ocorrerá diferente com as novas gerações porém o que me assusta é o contexto irresoluto de ausência de contextos (!! um paradoxo) universais e de âncoras existenciais em geral, na atualidade.
No Brasil, os bons escritores estão quase todos fora de catálogo ou quase isso. É o caso, por exemplo, de Herberto Sales; Josué Montello; Coelho Neto; Breno Accioly; Marques Rebelo, entre outros. Felizmente, a obra de José Geraldo Vieira está sendo reeditada pela Editora Sétimo Selo. "A Ladeira da Memória" é um dos maiores romances brasileiros, na minha modesta opinião. JGV é o escritor brasileiro mais culto e cosmopolita que eu já li.
Fora de catálogo ou não reeditados? Não são sinônimos. Acho mais grave quando não é reeditado. E, em particular, quando não é reeditado por razões ideológicas como tem sido o caso de Monteiro Lobato adulto e infantil. Há casos mais complexos de não reedição que são mais um sinal dos tempos - sendo esse último mais evidente no teatro e na ensaística social ou antologias de crônicas jornalísticas. Eu poderia citar alguns importantes e famosos escritores cariocas, gaúchos e mineiros que sei que nunca serão reeditados. A vida é assim.
@@KRYPTOS_K5 muitas vezes as duas coisas, infelizmente. Muitos deles nem constam dos catálogos das ediroras, enquanto outros não são reeditados. O Breno Accioly, por exemplo, que é um dos contistas mais geniais que já li, não consta do catálogo de nenhuma grande editora. Existem apenas edições limitadas da Imprensa Oficial de Alagoas. O Monteiro Lobato está no catálogo da editora Globo, se não me engano, mas, se não me engano, não é reeditado há algum tempo. Infelizmente pesam as razões ideológicas que você destacou.
desculpe pela repetição do "se não me engano". Josué Montello é outro grande escritor que não é reeditado há tempos. Não tenho certeza se está fora de catálogo. Pesa também o grande desconhecimento dos brasileiros em relação à sua própria literatura.
@@virgiliodeoliveiramoreira2312 Não tem que pedir desculpas de nada. Não temos obrigação e nem queremos ser computadores. Porém, é a questão geral, o panorama acultural (não contra cultural) que é assustador. Accioly é um exemplo nordestino mas lhe dou Mineiro: Guilhermino César do Verde Cataguases, Sérgio Jockyman, dramaturgo e jornalista gaúcho, teria muitos outros a citar. E haverá cada vez mais enquanto os best sellers serão cada vez mais as eternas meninas e meninos descartáveis das redes sociais como já se tem visto, sem citar nomes. É como eu escrevi. Às vezes, o contexto muda tanto que o esquecimento é inevitável e outras vezes é estalinismo, e talvez, mais profundamente, seja também a mudança da tecnologia da mídia (o meio determinando o tipo de mensagem). Dentre outros fatores convergentes na direção do enfraquecimento da alta cultura.
Eu ia adquirir o Albatroz. Mas pelo seu comentário, vou comprar como escolha da primeira obra deste autor o “A Ladeira da Memória”. Até então eu não o conhecia.
Professor Olavo, nos deixou uma obra incrível. Estou lendo O Saber e o Enigma. Leio uma página e levo um dois dias refletindo. Lá ele cunhou a definição de Contemplação Amorosa. Já o amava pelos vídeos, mas pelos livros ele é maior ainda .
@@melissamell1785 trata sobre a capacidade humana de expandir a mente. Perceber a latência de tudo quanto existe. Entender corpo, alma e mente como uma fração do todo. O conhecimento do Professor sobre esoterismo, é incrível. Coisa de uma seriedade e pertinência maiores. Hoje consegui ler apenas meia página, tal a complexidade. Recomendo. Forte abraxo.
É o velho caso da MPB, colocam um fetiche num retalho da cultura, como se aquilo significasse e compreendesse toda a cultura e a música brasileira. Sendo uma maneira de categorizar e monopolizar a indústria, bem como segregar os indivíduos que interessam a esse sindicato, não por méritos mas por política e pensamentos afins. E o público só tem acesso a essa ninharia.
Sei quem herdará a minha. Por testamento, é claro. Sei de histórias tristes nessa área. Com papel de livro virando papel higiênico por desinteresse dos herdeiros.
@@KRYPTOS_K5 Meu amigo, já vi cada aberração! Álbuns de fotos antigas, objetos de valor sentimental, livros e mais livros, tudo no lixo! Além de não mais darem valor à leitura, não a totalidade das pessoas, mas a grande maioria. Triste!
@@GabrielHenrique-mh4jt Antes da revolução digital já não davam. Fotos e slides envelhecem e apodrecem. Fui obrigado a colocar fora milhares (isso mesmo, milhares) de slides que herdei de mais de 100 países visitados. Com minhas fotos de família, digitalizei tudo com backup por precaução. Livros estragam mais devagar que fotos impressas e slides mas devem ser preservados. Porém isso dá trabalho e tem custos. E, na atualidade, não apenas o livro impresso mas também a alta cultura foram abandonados. Sei de uma história sobre isso (um grande jornalista homossexual gaúcho, homem de alta cultura e de caráter) que é de arrepiar. No leito de morte, revelou para seus herdeiros que sua maior preocupação era o destino de sua enorme biblioteca. Até hoje, a biblioteca está abandonada e, é claro, apodrecendo. Também conheço casos de doação para universidades. Porém, de um modo geral, e nisso concordo com o Carvalho, não apenas os livros mas a alta cultura e apreço intrínseco pela busca pela cognição e busca da verdade estão quase destruídos.
@@KRYPTOS_K5 Concordo em parte contigo. O primeiro livro impresso ainda existe. Idem a primeira fotografia. Entretanto a agilidade digital é tanta que até os CDs já não temos como lê-los! Imagine um disquete. Minha filha diz que não tem nada mais gostoso do que sentir o cheiro de um livro impresso! Mas o importante seria não deixar morrer o gosto pela leitura. Entretanto nossas escolas não incentivam mais. Na minha época estudantil tínhamos que que ler pelo menos dois livros por ano. Isso acabou! 😫😭
@@GabrielHenrique-mh4jt Teoricamente qualquer objeto pode ser conservado por muitos séculos. O problema é o custo que é muito MAIOR para objetos não digitais, como livros e fotos. Esse é um aspecto. O outro é o desinteresse por livros em qualquer meio, físico ou digital, o que está ocorrendo. Marshall MacLuhan escreveu que o meio era a mensagem. É possível que ele tenha sido um visionário, e o livro venha a desaparecer como nós o conhecemos em qualquer formato apenas porque a tecnologia de mídia mudou. Por exemplo, rolos de pergaminhos em qualquer formato desapareceram quando a prensa surgiu. Observe que a bíblia não é um livro impresso, ela apenas parece ser. O terceiro aspecto é o desinteresse pela cultura acumulada, polêmica racional, uso da língua escrita e mesmo falada e pela busca da verdade. Esses três aspectos são mais ou menos independentes.
@@editorx2023 Só que época eu só lia o que ele escrevia @editor e não prestava muita atenção mas depois percebi que ele era genial viu? Que pena que o Brasil nunca valoriza homens inteligentes mas somente medíocridades,amigo editor e com isso vamos perdendo cérebros jovens para o exterior e o País caa vez mais afundando na LAMA VERMELHA né?
@@olavoredpill Concordo parcialmente com o falecido. Concordo que é muito mais fácil fazer literatura com personagens facilmente estereotipáveis, sendo, no caso, os vilões desprezíveis os mais fáceis de serem estereotipados via literatura (tanto de boa quanto de má qualidade). Discordo dele quanto à métrica comparativa em relação à dimensão de Machado de Assis através da comparação genérica com os autores que oferecem preferencialmente a descrição literária da virtude através de seus personagens benignos. Pois a grandeza de Machado não existe apenas em função da arte da caricatura nem da exploração literária da pequenez moral. RHH
@@KRYPTOS_K5 Ele nao esgotou a comparação , só comparou em um quesito : o universo contextual das personagens. .. Isso não é um exercício de crítica literária , pequeno mancebo kkk
@@giovanib9215 Se eu sou mancebo então você é donzela... Vou resumir para a moça. E não tem relação com crítica literária mas com a parcialidade ontológica de Olavo em relação à arte: José Vieira é inferior a Machado de Assis como romancista. Simples assim. PS Claro que não vou polemizar com você nem com ninguém até porque ... "para o vencedor, as batatas". E não creio que essa frase seja pouco "transcendente". Bem pelo contrário.
Não se esqueça que em relação a isso, ser comunista ou não, não faz diferença. O que não vale é levar em consideração algumas “obras militantes”, a exemplo de Capitães de Areia, de Jorge Amado. Maniqueísmo e panfletagem política pura. De resto, vários grandes escritores do país, entre os anos 30-50, eram simpatizantes dos comunas. No entanto, as obras deles não deixam de ser fantásticas. Aliás, Olavo já falou isso. Os grandes intelectuais comunista, a exemplo de Marx, tinha uma cultura literária monstruosa. E os membros do PCB dos anos 30-50, não eram esses nutellas de hoje. O nível era muito maior!
Olavo pra mim foi um grande pensador. Uma vez me disseram que ele plagiou uma obra e fiquei sem resposta. Fui procurar e o que dizem é que ele traduziu uma versão de um livro que já estava em domínio público, só que no entanto a tradução teria sido feito a partir de outra tradução do espanhol, cujos direitos ainda não haviam vencido. Embora isso não mude a realidade de que ele foi um verdadeiro guru da direita e que ajudou a deslocar a janela de Overton para o lado correto, esse negócio do livro é verdade?
É mentira. Como, aliás, a maioria das acusações que fazem contra ele. O livro a que vc se refere é "Como vencer um debate sem precisar ter razão", obra póstuma e inacabada de Arthur Schoppenhauer, já em domínio público há muito tempo. Aliás, tradução não é plágio. Como ele pode ter "plagiado" uma tradução em espanhol, se a tradução dele é em português? No máximo ele poderia tê-la traduzido do espanhol. A acusação sequer faz sentido. Mas a história verdadeira nem é essa. Olavo fez a tradução direto do alemão, com auxílio de uma amiga e professora sua de alemão, cotejando o texto com uma tradução espanhola, para fins de conferência. Procedimento perfeitamente legítimo e normal em tradução. Ele mesmo, com toda honestidade intelectual refere isto no próprio livro. O livro, a propósito, não é apenas uma tradução, pois é acompanhado de amplas notas e reflexões sobre o uso dos estratagemas enumerdados por Schoppenhauer no debate público brasileiro. E é ainda acompanhado por um estudo sobre o lugar e valor da dialética erística no âmbito da tradição dialética, tudo isto feito por Olavo. Finalmente, o título é dele, já que Schoppenhauer morreu antes de terminar a obra, não chegando a dar título a ela. Olavo fez sua tradução, publicou-a, e foi um sucesso. Um bom tempo depois, publicaram "A arte de ter razão" - tradução com título claramente "inspirado" no título do Olavo (seria plágio?), e com o detalhe de que o título, neste caso, não faz sentido em relação à proposta de Schoppenhauer, já que a obra não é sobre "ter razão", mas sobre perceber como nos enganam nos debates aqueles que não a tem, e como ainda assim logram sucesso. Todo o intuito da obra é denunciar essas práticas e imunizar o leitor contra elas.
@@MsSuperww Nossa! Muito obrigado por sua resposta tão completa! Pois é... nesse mundo de superficialidades, as pessoas estão mais inclinadas em replicar mentiras fáceis a verdades complexas. É como sempre digo, para mentir basta uma frase, mas para desmentir são necessárias várias páginas. E a maioria não busca a verdade. Obrigado!
Comprei dois livros do José Geraldo Vieira após ter aulas com o professor Olavo de Carvalho. Após essas leituras posso dizer que o homem é bom mesmo.
Quais foram os livros? Desde já obrigada!
Quais, por favor?
@@melissamell1785Não sei que livros o rapaz comprou, mas sei que Vieira é autor de "A Ladeira da memória".
@@iveslohan A ladeira da Memória, a mulher que fugiu de Sodoma, O albatroz, A quadragésima porta
Eu li a mulher que fugiu de Sodoma. É uma grandiosa obra. Me identifiquei muito com o personagem masculino, o marido da mulher. Pois ele é um viciado compulsivo em jogos de azar, e prejudica todos em volta dele e não sabe. Somente no final é que ele vai compreender a sua verdadeira situação. O ladeira da memória é uma boa obra também, e muitos homens e mulheres passam pela mesma situação dos personagens. A mulher que não tem a atenção e amor do marido, e o homem que está sozinho e carente e se apaixona pela mulher casada.
Já li quase toda a obra de José Geraldo Vieira e realmente é um dos maiores escritores brasileiros, mas não supera Machado de Assis e Guimarães Rosa. Ponho José Geraldo no grupo de grandes autores que ficaram esquecidos: Lucio Cardoso, José Geraldo Vieira, Cornelio Penna, Osman Lins, e alguns outros.
Com certeza José Geraldo Vieira é um gênio que transcende o horizonte da crítica modernista brasileira que deu ênfase ao regionalismo e ao sociologismo, em detrimento de autores que dialogavam com o grande romance mundial da época (Kafka, Wassermann, Broch, Joyce, Dostoievski, Thomas Mann).
Mas outro fator que obnubilou José Geraldo e os autores que citei foi o fenômeno editorial João Guimarães Rosa. O Rosa, gênio, se autointitulava o maior escritor brasileiro e o editor José Olympio, maior editor da época, dava-lhe total prioridade de publicação, o que fez muitos autores sumirem e outros ficarem ressentidos, como João Ubaldo e o grande Autran Dourado, que reclamaram disso.
Sempre tive essa mesma impressão , desde a adolescência, de que no Brasil os melhores são ocultados. O Olavo foi a primeira pessoa que ouvi demonstrando essa mesma percepção! Foi neste momento que me tornei seguidor, leitor e aluno dele.
A ladeira da memória, do José Geraldo Vieira, é um negócio absolutamente fantástico. Lembro de acabar de ler e já começar de novo imediatamente, de tão bom que é
Boa noite! O senhor tem alguma recomendação de livro dele para começar?
@@davidpinto2629 Acho que O Albatroz é uma boa para iniciar, apesar de não ter uma ordem certa
@@davidpinto2629 Sugiro a própria Ladeira. Isso porque ela é fortemente autobiográfica e também provavelmente a melhor produção. Mas não posso assegurar isso pois não li toda a obra.
@@KRYPTOS_K5 Ok! Obrigado aos dois pelas recomendações! Diante de tanta miséria humana acontecendo nessa era, cultivar um mundo interno é substancialmente uma das coisas mais eficientes que podemos fazer para diminuir a baixeza em nós mesmos!
@@davidpinto2629 Sem dúvida. Existem também problemas dos mais variados e profundos que o jovem sensível deverá enfrentar em breve, infelizmente. Além daquele já citado pelo amigo. Se minha geração boomer enfrentou mudanças inacreditáveis, não ocorrerá diferente com as novas gerações porém o que me assusta é o contexto irresoluto de ausência de contextos (!! um paradoxo) universais e de âncoras existenciais em geral, na atualidade.
Grande Olavo!
No Brasil, os bons escritores estão quase todos fora de catálogo ou quase isso. É o caso, por exemplo, de Herberto Sales; Josué Montello; Coelho Neto; Breno Accioly; Marques Rebelo, entre outros. Felizmente, a obra de José Geraldo Vieira está sendo reeditada pela Editora Sétimo Selo. "A Ladeira da Memória" é um dos maiores romances brasileiros, na minha modesta opinião. JGV é o escritor brasileiro mais culto e cosmopolita que eu já li.
Fora de catálogo ou não reeditados? Não são sinônimos. Acho mais grave quando não é reeditado. E, em particular, quando não é reeditado por razões ideológicas como tem sido o caso de Monteiro Lobato adulto e infantil. Há casos mais complexos de não reedição que são mais um sinal dos tempos - sendo esse último mais evidente no teatro e na ensaística social ou antologias de crônicas jornalísticas. Eu poderia citar alguns importantes e famosos escritores cariocas, gaúchos e mineiros que sei que nunca serão reeditados. A vida é assim.
@@KRYPTOS_K5 muitas vezes as duas coisas, infelizmente. Muitos deles nem constam dos catálogos das ediroras, enquanto outros não são reeditados. O Breno Accioly, por exemplo, que é um dos contistas mais geniais que já li, não consta do catálogo de nenhuma grande editora. Existem apenas edições limitadas da Imprensa Oficial de Alagoas. O Monteiro Lobato está no catálogo da editora Globo, se não me engano, mas, se não me engano, não é reeditado há algum tempo. Infelizmente pesam as razões ideológicas que você destacou.
desculpe pela repetição do "se não me engano". Josué Montello é outro grande escritor que não é reeditado há tempos. Não tenho certeza se está fora de catálogo. Pesa também o grande desconhecimento dos brasileiros em relação à sua própria literatura.
@@virgiliodeoliveiramoreira2312 Não tem que pedir desculpas de nada. Não temos obrigação e nem queremos ser computadores. Porém, é a questão geral, o panorama acultural (não contra cultural) que é assustador. Accioly é um exemplo nordestino mas lhe dou Mineiro: Guilhermino César do Verde Cataguases, Sérgio Jockyman, dramaturgo e jornalista gaúcho, teria muitos outros a citar. E haverá cada vez mais enquanto os best sellers serão cada vez mais as eternas meninas e meninos descartáveis das redes sociais como já se tem visto, sem citar nomes. É como eu escrevi. Às vezes, o contexto muda tanto que o esquecimento é inevitável e outras vezes é estalinismo, e talvez, mais profundamente, seja também a mudança da tecnologia da mídia (o meio determinando o tipo de mensagem). Dentre outros fatores convergentes na direção do enfraquecimento da alta cultura.
Eu ia adquirir o Albatroz. Mas pelo seu comentário, vou comprar como escolha da primeira obra deste autor o “A Ladeira da Memória”. Até então eu não o conhecia.
Professor Olavo, nos deixou uma obra incrível.
Estou lendo O Saber e o Enigma.
Leio uma página e levo um dois dias refletindo. Lá ele cunhou a definição de Contemplação Amorosa.
Já o amava pelos vídeos, mas pelos livros ele é maior ainda .
Qual é o tema do Saber e o Enigma?
@@melissamell1785 trata sobre a capacidade humana de expandir a mente. Perceber a latência de tudo quanto existe.
Entender corpo, alma e mente como uma fração do todo. O conhecimento do Professor sobre esoterismo, é incrível. Coisa de uma seriedade e pertinência maiores. Hoje consegui ler apenas meia página, tal a complexidade. Recomendo. Forte abraxo.
@@seriquemoises5074 Muito Obrigada, Deus te abençoe! Este livro é encontrado com facilidade nas livrarias?
@@melissamell1785 eu não encontrei nas livrarias aqui de Belém, comprei pela Amazon
Mais um pouco de conhecimento de extremo valor.
Obrigado
Um país que tem Oswald de Andrade como escritor, pode se esperar o quê.
não esperamos mais nada
Eu não sabia disso. Obrigado, Olavo.
É o velho caso da MPB, colocam um fetiche num retalho da cultura, como se aquilo significasse e compreendesse toda a cultura e a música brasileira. Sendo uma maneira de categorizar e monopolizar a indústria, bem como segregar os indivíduos que interessam a esse sindicato, não por méritos mas por política e pensamentos afins. E o público só tem acesso a essa ninharia.
A crítica é pertinente mas veja que até isso degradou.
Quem será que herdou a biblioteca de Olavo?
Sei quem herdará a minha. Por testamento, é claro. Sei de histórias tristes nessa área. Com papel de livro virando papel higiênico por desinteresse dos herdeiros.
@@KRYPTOS_K5 Meu amigo, já vi cada aberração! Álbuns de fotos antigas, objetos de valor sentimental, livros e mais livros, tudo no lixo! Além de não mais darem valor à leitura, não a totalidade das pessoas, mas a grande maioria. Triste!
@@GabrielHenrique-mh4jt Antes da revolução digital já não davam. Fotos e slides envelhecem e apodrecem. Fui obrigado a colocar fora milhares (isso mesmo, milhares) de slides que herdei de mais de 100 países visitados. Com minhas fotos de família, digitalizei tudo com backup por precaução. Livros estragam mais devagar que fotos impressas e slides mas devem ser preservados. Porém isso dá trabalho e tem custos. E, na atualidade, não apenas o livro impresso mas também a alta cultura foram abandonados. Sei de uma história sobre isso (um grande jornalista homossexual gaúcho, homem de alta cultura e de caráter) que é de arrepiar. No leito de morte, revelou para seus herdeiros que sua maior preocupação era o destino de sua enorme biblioteca. Até hoje, a biblioteca está abandonada e, é claro, apodrecendo. Também conheço casos de doação para universidades. Porém, de um modo geral, e nisso concordo com o Carvalho, não apenas os livros mas a alta cultura e apreço intrínseco pela busca pela cognição e busca da verdade estão quase destruídos.
@@KRYPTOS_K5 Concordo em parte contigo. O primeiro livro impresso ainda existe. Idem a primeira fotografia. Entretanto a agilidade digital é tanta que até os CDs já não temos como lê-los! Imagine um disquete. Minha filha diz que não tem nada mais gostoso do que sentir o cheiro de um livro impresso! Mas o importante seria não deixar morrer o gosto pela leitura. Entretanto nossas escolas não incentivam mais. Na minha época estudantil tínhamos que que ler pelo menos dois livros por ano. Isso acabou! 😫😭
@@GabrielHenrique-mh4jt Teoricamente qualquer objeto pode ser conservado por muitos séculos. O problema é o custo que é muito MAIOR para objetos não digitais, como livros e fotos. Esse é um aspecto. O outro é o desinteresse por livros em qualquer meio, físico ou digital, o que está ocorrendo. Marshall MacLuhan escreveu que o meio era a mensagem. É possível que ele tenha sido um visionário, e o livro venha a desaparecer como nós o conhecemos em qualquer formato apenas porque a tecnologia de mídia mudou. Por exemplo, rolos de pergaminhos em qualquer formato desapareceram quando a prensa surgiu. Observe que a bíblia não é um livro impresso, ela apenas parece ser. O terceiro aspecto é o desinteresse pela cultura acumulada, polêmica racional, uso da língua escrita e mesmo falada e pela busca da verdade. Esses três aspectos são mais ou menos independentes.
que casa maravilhosa. Que homem interessante
Qual o nome da música que toca na vinheta dos vídeos?
Se não me engano descobri o Olavo em 2012, mais alguém?
Eu já conhecia o Olavo desde os tempos em que revista Veja ainda era feita por pessoas normais @editor.
@@luisantoniogalbiatti3590 Entendi, só o conheci por causa da internet mesmo.
@@editorx2023 Só que época eu só lia o que ele escrevia @editor e não prestava muita atenção mas depois percebi que ele era genial viu? Que pena que o Brasil nunca valoriza homens inteligentes mas somente medíocridades,amigo editor e com isso vamos perdendo cérebros jovens para o exterior e o País caa vez mais afundando na LAMA VERMELHA né?
@@editorx20232002/2003
Eu só em 2018...
Qual o nome completo dês autor José Geraldo. ? e como encontrar os romances dele?
José Geraldo Vieira. Os links para alguns livros dele estão na legenda deste vídeo.
@@olavoredpill Thank you very much.
Que coisa. Concordo com ele. Mas Machado é insuperável na literatura BRASILEIRA.
Então, você não concorda com ele.
@@olavoredpill Concordo parcialmente com o falecido. Concordo que é muito mais fácil fazer literatura com personagens facilmente estereotipáveis, sendo, no caso, os vilões desprezíveis os mais fáceis de serem estereotipados via literatura (tanto de boa quanto de má qualidade). Discordo dele quanto à métrica comparativa em relação à dimensão de Machado de Assis através da comparação genérica com os autores que oferecem preferencialmente a descrição literária da virtude através de seus personagens benignos. Pois a grandeza de Machado não existe apenas em função da arte da caricatura nem da exploração literária da pequenez moral.
RHH
@@KRYPTOS_K5 Ele nao esgotou a comparação , só comparou em um quesito : o universo contextual das personagens. .. Isso não é um exercício de crítica literária , pequeno mancebo kkk
@@giovanib9215 Se eu sou mancebo então você é donzela... Vou resumir para a moça. E não tem relação com crítica literária mas com a parcialidade ontológica de Olavo em relação à arte: José Vieira é inferior a Machado de Assis como romancista. Simples assim.
PS
Claro que não vou polemizar com você nem com ninguém até porque ... "para o vencedor, as batatas". E não creio que essa frase seja pouco "transcendente". Bem pelo contrário.
@@KRYPTOS_K5escreve um artigo e discute com o Gurgel
Qual dos livros tem grandezas moral?
Eu suspeito que seja o cavalo manco.
@@ThiagoFialho-x8f kkk nao peguei o que ele falou ai tou perguntando
José gerado viera
Olha, pro Olavo dizer que o COMUNISTA Jose Geraldo Vieira foi o maior escritor do Brasil, é porque o cara deve ser bom mesmo...
Incrível mesmo.. tem ctz que ele era comunista?
Ele era membro do PCB?
Não se esqueça que em relação a isso, ser comunista ou não, não faz diferença. O que não vale é levar em consideração algumas “obras militantes”, a exemplo de Capitães de Areia, de Jorge Amado. Maniqueísmo e panfletagem política pura. De resto, vários grandes escritores do país, entre os anos 30-50, eram simpatizantes dos comunas.
No entanto, as obras deles não deixam de ser fantásticas. Aliás, Olavo já falou isso. Os grandes intelectuais comunista, a exemplo de Marx, tinha uma cultura literária monstruosa. E os membros do PCB dos anos 30-50, não eram esses nutellas de hoje. O nível era muito maior!
Eu sei de tudo isso. Eu e Carvalho estávamos lá... Eu apenas fiz uma pergunta objetiva... Ele era do partidao?
@@KRYPTOS_K5 Lá aonde? Vc era do PCB ou vc esteve com Olavo?
❤❤❤❤❤❤❤❤
Eterno professor.
Intelectuais debochados. Bem Brasil!!! Igrejinhas!!!
❤😊❤😊❤😊❤😊❤
😊😊😊😊😊😊😊😊😊
Li e não gostei de jose geraldo. Machado tambem é fraco.
Sugere algo que você considera bom. Tenho interesse sincero.
Olavo pra mim foi um grande pensador. Uma vez me disseram que ele plagiou uma obra e fiquei sem resposta. Fui procurar e o que dizem é que ele traduziu uma versão de um livro que já estava em domínio público, só que no entanto a tradução teria sido feito a partir de outra tradução do espanhol, cujos direitos ainda não haviam vencido.
Embora isso não mude a realidade de que ele foi um verdadeiro guru da direita e que ajudou a deslocar a janela de Overton para o lado correto, esse negócio do livro é verdade?
É mentira. Como, aliás, a maioria das acusações que fazem contra ele.
O livro a que vc se refere é "Como vencer um debate sem precisar ter razão", obra póstuma e inacabada de Arthur Schoppenhauer, já em domínio público há muito tempo.
Aliás, tradução não é plágio. Como ele pode ter "plagiado" uma tradução em espanhol, se a tradução dele é em português? No máximo ele poderia tê-la traduzido do espanhol. A acusação sequer faz sentido.
Mas a história verdadeira nem é essa. Olavo fez a tradução direto do alemão, com auxílio de uma amiga e professora sua de alemão, cotejando o texto com uma tradução espanhola, para fins de conferência. Procedimento perfeitamente legítimo e normal em tradução. Ele mesmo, com toda honestidade intelectual refere isto no próprio livro.
O livro, a propósito, não é apenas uma tradução, pois é acompanhado de amplas notas e reflexões sobre o uso dos estratagemas enumerdados por Schoppenhauer no debate público brasileiro. E é ainda acompanhado por um estudo sobre o lugar e valor da dialética erística no âmbito da tradição dialética, tudo isto feito por Olavo.
Finalmente, o título é dele, já que Schoppenhauer morreu antes de terminar a obra, não chegando a dar título a ela.
Olavo fez sua tradução, publicou-a, e foi um sucesso. Um bom tempo depois, publicaram "A arte de ter razão" - tradução com título claramente "inspirado" no título do Olavo (seria plágio?), e com o detalhe de que o título, neste caso, não faz sentido em relação à proposta de Schoppenhauer, já que a obra não é sobre "ter razão", mas sobre perceber como nos enganam nos debates aqueles que não a tem, e como ainda assim logram sucesso. Todo o intuito da obra é denunciar essas práticas e imunizar o leitor contra elas.
@@MsSuperww🎯
@@MsSuperww Nossa! Muito obrigado por sua resposta tão completa! Pois é... nesse mundo de superficialidades, as pessoas estão mais inclinadas em replicar mentiras fáceis a verdades complexas. É como sempre digo, para mentir basta uma frase, mas para desmentir são necessárias várias páginas. E a maioria não busca a verdade. Obrigado!
@@leandro0rsantos Verdade. Felicidades pra vc, amigo.
Nunca ouvi falar nisso.
Olavo manda bem, às vezes, mas aí mandou muito mal. José Geraldo Vieira é muito ruim, desculpe.