Sou leiga no assunto e seus vídeos são muito didáticos...espero que dê continuidade ao canal ...esse assunto é pouco explorado. Gostei muito de você ter trazido as críticas sobre esse indicador econômico.
Professor estou começando os estudos para uma disciplina (Introdução à Economia), portanto releve qualquer erro de principiante, mas sobre essa temática PIB, uma dúvida que sempre tive diz respeito à seguinte situação (para a qual vou fazer uso de um exemplo fictício).. imagine um país fictício cuja produção anual seria de 1 kg de ouro. No primeiro ano de sua existencia esse país produziu 1 kg de ouro, cuja cotação estava em 1.000,00. Entao ele teria um PIB de 1.000,00. No segundo ano, ele produziu mais 1 kg de ouro, cuja cotação agora estava em 2.000,00. Ele não vendeu a producao do ano anterior. O PIB desse segundo ano seria...2.000,00 (1kg novo)+1.000,00 (valorização apenas, considerando-se o abatimento do custo de produção do ano anterior que seria igual a 1.000,00) = 3.000,00, ou seja, no cômputo do PIB leva-se em conta as valorizações/desvalorizações das commodities agricolas ou minerais, dentre outros produtos financeiros etc?
Essa pergunta é excelente. Como expliquei no vídeo, temos várias óticas para calcular PIB. Essas óticas são equivalentes sob algumas premissas: economia fechada e sem formação de estoques. O seu exemplo quebra uma dessas premissas, e é aí que reside sua dúvida. Independente, tomemos uma das óticas para avaliarmos nosso PIB: a mais fácil de se avaliar é sempre a ótica da renda. O PIB será sempre a soma das rendas advindas da atividade produtora interna do país. Assim sendo, no primeiro ano produzimos ouro avaliado em 1000. Se esse ouro tivesse sido vendido, ao somarmos todas as rendas (salários de todos os funcionários da cadeia + lucros das empresas da cadeia) teríamos um PIB de 1000. Como o ouro não foi vendido, mas estocado, o lucro do produtor de ouro não foi realizado e, portanto, não pode ser incorporado ao PIB do período (apenas incorporam-se os salários dos demais integrantes da cadeia). Sendo assim, o PIB do primeiro período seria menor que 1000 e maior que 0. O PIB do segundo período seria também a soma dos salários e dos lucros. Note que aqui, o lucro da valorização será incluso, mas apenas ele, já que os salários do período anterior já foram contabilizados. Nesse sentido, caso a produtora venda agora todo seu ouro (produção do ano + estoques) o PIB será 2000 + os lucros com a venda da produção passada. Podemos estender essa mesma lógica para outras óticas. Que tal você tentar responder sua própria pergunta agora com a ótica do valor adicionado. Responde aqui abaixo! Abraços.
@@EconomistadoBem Professor obrigado pela explicação. Ainda estou na fase inicial dos estudos, mas a disciplina e o conteúdo são fascinantes... espero que a disciplina que estou iniciando (e claro um pouco mais de aprofundamento nos estudos) me auxiliem a responder a questão (e se algum dia tiver êxito, espero que se transforme num artigo científico... quem sabe). Abraços
@@JosivanMsa Olá, Josivan. Estive lendo um pouco mais sobre a sua questão e encontrei que Froyen (1999) sugere uma correção ao nosso cálculo: a medida deve contemplar apenas a produção do período. Assim, estoques passados não entram na conta do PIB corrente. Froyen sugere que devemos assumir que esses bens estocados sejam considerados vendidos no período ao nível de preços do período e as vendas desse estoque sejam desconsideradas no período subsequente. Outro ponto levantado pela literatura é o de Parkin (2008) de que sempre devemos avaliar se queremos calcular o PIB nominal ou o PIB real, já que para o PIB real o nível de preços seria fixado para algum período, descontando assim do cálculo a infração. Espero ter ajudado. Forte abraço.
@@EconomistadoBem obrigado professor. Vou tentar localizar esse autor, pois o assunto é muito interessante. Professor, aproveitando o momento, deixo a sugestão para uma aula/vídeo sobre a divida publica, pois esse é um tema que nos deixa com muitas dúvidas (distinção entre dividas pessoais e divida publica, objetivo real: quitação da divida ou apenas rolagem; como paises como EUA e Japão (e principalmente este) conseguem conviver com uma dívida muito acima do PIB deles; e quais as consequências se o Brasil um dia ultrapassar os 100% também etc)
Sou leiga no assunto e seus vídeos são muito didáticos...espero que dê continuidade ao canal ...esse assunto é pouco explorado. Gostei muito de você ter trazido as críticas sobre esse indicador econômico.
Eu admiro muito quem estuda economia, só.queria ter.oportunidade.
Achei muito bom o vídeo. Só dá uma baixada na musica hehehe
Ganhou um inscrito ;)
muito bommm
Professor estou começando os estudos para uma disciplina (Introdução à Economia), portanto releve qualquer erro de principiante, mas sobre essa temática PIB, uma dúvida que sempre tive diz respeito à seguinte situação (para a qual vou fazer uso de um exemplo fictício).. imagine um país fictício cuja produção anual seria de 1 kg de ouro. No primeiro ano de sua existencia esse país produziu 1 kg de ouro, cuja cotação estava em 1.000,00. Entao ele teria um PIB de 1.000,00. No segundo ano, ele produziu mais 1 kg de ouro, cuja cotação agora estava em 2.000,00. Ele não vendeu a producao do ano anterior. O PIB desse segundo ano seria...2.000,00 (1kg novo)+1.000,00 (valorização apenas, considerando-se o abatimento do custo de produção do ano anterior que seria igual a 1.000,00) = 3.000,00, ou seja, no cômputo do PIB leva-se em conta as valorizações/desvalorizações das commodities agricolas ou minerais, dentre outros produtos financeiros etc?
Essa pergunta é excelente. Como expliquei no vídeo, temos várias óticas para calcular PIB. Essas óticas são equivalentes sob algumas premissas: economia fechada e sem formação de estoques. O seu exemplo quebra uma dessas premissas, e é aí que reside sua dúvida. Independente, tomemos uma das óticas para avaliarmos nosso PIB: a mais fácil de se avaliar é sempre a ótica da renda. O PIB será sempre a soma das rendas advindas da atividade produtora interna do país.
Assim sendo, no primeiro ano produzimos ouro avaliado em 1000. Se esse ouro tivesse sido vendido, ao somarmos todas as rendas (salários de todos os funcionários da cadeia + lucros das empresas da cadeia) teríamos um PIB de 1000. Como o ouro não foi vendido, mas estocado, o lucro do produtor de ouro não foi realizado e, portanto, não pode ser incorporado ao PIB do período (apenas incorporam-se os salários dos demais integrantes da cadeia). Sendo assim, o PIB do primeiro período seria menor que 1000 e maior que 0.
O PIB do segundo período seria também a soma dos salários e dos lucros. Note que aqui, o lucro da valorização será incluso, mas apenas ele, já que os salários do período anterior já foram contabilizados. Nesse sentido, caso a produtora venda agora todo seu ouro (produção do ano + estoques) o PIB será 2000 + os lucros com a venda da produção passada.
Podemos estender essa mesma lógica para outras óticas. Que tal você tentar responder sua própria pergunta agora com a ótica do valor adicionado. Responde aqui abaixo!
Abraços.
@@EconomistadoBem Professor obrigado pela explicação. Ainda estou na fase inicial dos estudos, mas a disciplina e o conteúdo são fascinantes... espero que a disciplina que estou iniciando (e claro um pouco mais de aprofundamento nos estudos) me auxiliem a responder a questão (e se algum dia tiver êxito, espero que se transforme num artigo científico... quem sabe). Abraços
@@JosivanMsa Olá, Josivan. Estive lendo um pouco mais sobre a sua questão e encontrei que Froyen (1999) sugere uma correção ao nosso cálculo: a medida deve contemplar apenas a produção do período. Assim, estoques passados não entram na conta do PIB corrente. Froyen sugere que devemos assumir que esses bens estocados sejam considerados vendidos no período ao nível de preços do período e as vendas desse estoque sejam desconsideradas no período subsequente.
Outro ponto levantado pela literatura é o de Parkin (2008) de que sempre devemos avaliar se queremos calcular o PIB nominal ou o PIB real, já que para o PIB real o nível de preços seria fixado para algum período, descontando assim do cálculo a infração.
Espero ter ajudado. Forte abraço.
@@EconomistadoBem obrigado professor. Vou tentar localizar esse autor, pois o assunto é muito interessante. Professor, aproveitando o momento, deixo a sugestão para uma aula/vídeo sobre a divida publica, pois esse é um tema que nos deixa com muitas dúvidas (distinção entre dividas pessoais e divida publica, objetivo real: quitação da divida ou apenas rolagem; como paises como EUA e Japão (e principalmente este) conseguem conviver com uma dívida muito acima do PIB deles; e quais as consequências se o Brasil um dia ultrapassar os 100% também etc)
Opa rapaz ,fala devagar para poder entender aquelo q está falando .