A água que virou lama vermelha de poluição em Barcarena
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- Опубліковано 23 сер 2024
- Barcarena (PA) - Entre os dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, populares das comunidades ribeirinhas observaram que as águas do igarapé Bom Futuro, afluente do rio Pará, estavam turvas e impróprias para o consumo. Chovia muito. Mas a certeza era única: houve um transbordamento da barreira de rejeito das atividades do processamento de bauxita e soda cáustica da refinaria Hydro Alunorte, que em Barcarena, no nordeste do Pará.
O Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, foi acionado pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal para avaliar os impactos ambientais e riscos à saúde dos moradores das Vilas Bom Futuro e Itupanema, em Barcarena. O município tem 121.190 habitantes, segundo o IBGE.
Na quarta-feira (21), a empresa de mineração Hydro Alunorte negou o vazamento da barragem de rejeitos de bauxita. A empresa é de propriedade da multinacional norueguesa Norsk Hydro.
“Apesar do volume de chuva excepcional que incidiu sobre a região entre os dias 16 e 17 de fevereiro, superior a 200mm, em aproximadamente 12 horas, segundo registros da empresa Climatempo, não houve qualquer transtorno nos depósitos de resíduos sólidos da refinaria”, diz nota da empresa.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barcarena também negou o transbordamento de rejeitos da empresa.
Nesta quinta-feira (22), o pesquisador em Saúde Pública da Seção de Meio Ambiente do IEC, Marcelo de Oliveira Lima divulgou um laudo do resultado da coleta de amostras de águas e efluentes que fez no igarapé Bom Futuro confirmando que houve o vazamento de rejeitos da barragem da empresa Hydro Alunorte.
Segundo o pesquisador do IEC, as amostras analisadas tinham níveis de chumbo, sódio, nitrato e alumínio 25% acima do permitido para a saúde humana. “Ao contrário do que a empresa diz e afirma, houve, sim, os transbordamentos. As bacias não estavam suportando a quantidade de chuvas", disse Marcelo de Oliveira Lima em coletiva à imprensa em Belém.
O IEC fez as seguintes recomendações para que as autoridades municipais e estaduais minimizem os impactos socioambientais da população atingida:
*Disponibilizar imediatamente água potável para todas as residências das comunidades, pois a maioria destes indivíduos faz uso de poços (tipo artesianos e/ou amazonas) que teriam sido inundados por esses possíveis transbordamentos de efluentes;
*Preparar e executar um plano de emergência para avaliação da qualidade das águas superficiais e de consumo humano nas áreas das comunidades enquanto durar o período de intensas chuvas na região de Barcarena;
*Execução poder ser pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barcarena com apoio analítico do IEC e/ou outras instituições.
Ficha técnica:
Imagens de drone: Pedrosa Neto
Produção de texto: Kátia Brasil, Pedrosa Neto e Catarina Barbosa
Editor de imagem: Alberto César Araújo
Realização: projeto “Olhando por dentro da floresta”, da Amazônia Real em parceria com a Aliança pelo Clima e Uso da Terra (Clua).
23-02-2018
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