Em fevereiro/24 tive o privilégio de assistir Bom Trabalho no cinema. A primeira vez que vi esse filme foi em 2017, pelo notebook, e lembrava somente da cena de abertura. A experiência de ver ele na tela grande foi absurda. Não sei se foi calor do momento, mas entrou no meu top 10 da vida e tô quase convencido de ser esse o melhor filme da década de 90 (Close-Up tá no meu pódio faz uns 7 anos). Seria certo dizer que ele popularizou o cinema de fluxo?
Obrigado pela exposição clara e pelas referências. Renovando aqui meus conceitos sobre o cinema do nosso tempo. (Um pequeno reparo: a pronúncia de "Cahiers" é "caiê".)
Queria muito ouvir uma crítica e/ou análise sobre a visão de cinema das irmãs Wachowski, especificamente sobre Matrix e Sense8, creio eu que sejam obras ainda pouco exploradas e que possuem técnicas e artifícios ainda não descobertos.
No meu vídeo sobre cinema hiperformalista eu falei sobre Speed Racer. E acredito que em algum outro também. Gosto muito delas. Com certeza mereciam um vídeo específico.
Muito bom amigo. Passo agora a te acompanhar...Eu sabia que existia análises e visões interessantes sobre filmes no you tube, além do besteirol costumeiro.
Muito bom! Revendo esse vídeo. Tem alguma relação entre o cinema de fluxo e o "tempo poético" do Tarkóvski? Me parece que o cinema de fluxo propõe uma autoconsciência sob o tempo e com isso se torna continuadamente dissociável, diferente do poético, que exprime. Mas acho que tem alguma relação..
Olá! E como você vê a existência dessa tendência nos dias mais atuais? Há filmes dos últimos, sei lá, 5 anos, que podem ser associados a essa nova ideia de plano? Ou a estética do fluxo se diluiu, não surgindo mais filmes tão emblemáticos dessa proposta? Pergunto isso porque sempre que leio algo sobre o tema, só vejo exemplos da década 2000-2010...
Hoje é uma noção que já está integrada a nossa própria noção de cinema contemporâneo. Os exemplos acabam ficando nessa década do começo do século porque foram os trabalhos que marcaram uma certa mudança de perspectiva. Não é nem que a estética se diluiu, mas acho que cada cineasta ou cada geração foi retrabalhando ela de uma forma diferente, dando uma identidade própria, encontrando um novo contexto. Ou, em uma perspectiva negativa, usando ela como cartilha pra conceber alguns trabalhos mais genéricos
Faz sentido... Obrigado pela resposta. Aproveitando, e por curiosidade, quais filmes dessa década (atual) você acha interessantes nesse contexto de fluxo?
Jauja (2014) é um filme que alia iconográfica clássica de cinema (western) com uma relação do fluxo. O Holy Motors (2012) não é um filme que eu goste completamente, mas que traz uma liberdade legal tb nesse sentido. E acho que todos os filmes do Albert Serra acabam lidando com essa dilatação que concebe atmosferas bem particulares.
Puta vídeo! Parabéns pelo canal e pelo conteúdo. Gostaria muito de marcar uma conversa com você pra discutirmos mais sobre o cinema de fluxo que é, atualmente, meu objeto de inspiração e estudo. Grande abraço!
Fala Arthur, sou seu aluno do curso de cinema e após ter terminado o “O que é Cinema” do Bazin fiquei com uma dúvida. Visto esse apreço do Bazin pelo espaço cinematográfico, realismo e o natural ( as menções ao Rossellini ) gostaria de saber se poderíamos chamar filmes como Síndromes e um Século e outros do cinema de fluxo de Bazinianos já que seguem essa noção de dispositivo paralela a uma linha bem similar à proposta por ele como cinematográfica por excelência.
Arthur, parabéns pelo excelente trabalho. Gostaria de perguntar algo: pela similaridade entre o Slow Cinema e Cinema de Fluxo, acabei confundido, além de (talvez equivocadamente) percebi que o termo Filme-Ensaio compartilha dessas mesmas semelhanças. O que distingui os termos e suas respectivas obras?
Obrigado, Rafael! Slow cinema e cinema de fluxo, em vários casos, podem representar a mesma coisa. Depende muito da abordagem de cada teórico. O fluxo possui elementos do slow e vice-versa. Não existe nada muito definitivo nesse sentido. O filme ensaio já é algo bem mais livre, seria qualquer articulação que use de elementos audiovisuais pra passar uma ideia ou um sentimento, seja ela mais teórica (ensaios críticos) ou mais subjetiva (ensaios poéticos). E que nesse processo não necessariamente utilize apelos dramáticas ou narrativos, mas vá expondo perspectivas e pensamentos como em um ensaio literário.
Alguns autores colocam, principalmente pelo fato da decupagem dele "desorganizar" a cena e o plano não seguir regras específicas. Nessa aula completa sobre o tema eu falo mais sobre tudo isso: vimeo.com/632005042/e8d5aaa650
Oi Arthur, muito obrigada por seus vídeos, te felicito pelo canal! :) Tenho algumas dúvidas sobre o cinema contemporâneo. Na sua opinião se poderia falar de autores de cine contemporâneo que ainda mantém uma ideia de mise en scéne clássica (penso em P.T. Anderson por exemplo) e moderna (Hong sang soo por exemplo) em seus filmes ? Bom .. penso um pouco nesses dois autores contemporaneos mas não sei se seria um tiro no escuro.. O fato é que a ideia de mise en scéne sempre foi um pouco nebulosa pra mim, especialmente nesse momento atual do cinema. Bom... te deixo minhas duvidas e um abraço!
Obrigado, Anike! Com certeza existem cineastas que, hoje, reforçam um ideal clássico. No final desse meu texto eu comento sobre uma noção clássica no cinema contemporâneo que pode te esclarecer algumas coisas: arthurtuoto.com/2018/06/28/a-morte-do-cinema/
opa arthur. os trabalhos do béla tarr, como satantango, o cavalo de turim e condenação, poderiam se encaixar nessas características do cinema de fluxo? abraços.
Oi Bruna. Algumas características sim. Principalmente nessa dilatação que busca um "tempo outro", ou que parte de um princípio que se assemelha ao do Plano Conceito Sentimental. Mas no geral acho que o Tarr é mais ligado a uma tradição tarkovskiana, que dá pra dizer que é precursora do fluxo, mas que busca muito mais um rigor do que uma possível dispersão. O cinema do fluxo me parece que tem uma natureza um pouco mais "livre" nesse sentido, de "se deixar levar" sabe.
Olá no vídeo você disse que o plano possui "regras próprias" pode se dizer então que um filme como Speed Racer possui alguma dessas características de cinema de fluxo em seus planos ou não passa de uma proposta narrativa inventiva?
Eu diria que possui sim! Inclusive atualmente a gente consegue perceber toda uma nova concepção de plano a partir de alguns preceitos tecnológicos, seja conciliando um formalismo clássico ou subvertendo uma dialética básica. Aqui dá pra ter uma ideia disso: letterboxd.com/miserybeat/list/neoformalismo/ Logo gravo um vídeo sobre o assunto pra explorar mais!
Em fevereiro/24 tive o privilégio de assistir Bom Trabalho no cinema. A primeira vez que vi esse filme foi em 2017, pelo notebook, e lembrava somente da cena de abertura. A experiência de ver ele na tela grande foi absurda. Não sei se foi calor do momento, mas entrou no meu top 10 da vida e tô quase convencido de ser esse o melhor filme da década de 90 (Close-Up tá no meu pódio faz uns 7 anos).
Seria certo dizer que ele popularizou o cinema de fluxo?
seu canal é mt bom velho...
Valeu, Junior! Dá pra acompanhar o conteúdo pelo facebook tb: facebook.com/tuoto.critico/
Obrigado pela exposição clara e pelas referências. Renovando aqui meus conceitos sobre o cinema do nosso tempo.
(Um pequeno reparo: a pronúncia de "Cahiers" é "caiê".)
Que bom que ajudou! E valeu pela dica na pronúncia.
Queria muito ouvir uma crítica e/ou análise sobre a visão de cinema das irmãs Wachowski, especificamente sobre Matrix e Sense8, creio eu que sejam obras ainda pouco exploradas e que possuem técnicas e artifícios ainda não descobertos.
No meu vídeo sobre cinema hiperformalista eu falei sobre Speed Racer. E acredito que em algum outro também. Gosto muito delas. Com certeza mereciam um vídeo específico.
Muito bom te encontrar por aqui...
Passo a te acompanhar!
Valeu, Cleo! Se quiser acompanhar pelo facebook tb, os vídeo tb entram lá: facebook.com/tuoto.critico/
Muito bom amigo. Passo agora a te acompanhar...Eu sabia que existia análises e visões interessantes sobre filmes no you tube, além do besteirol costumeiro.
Muito obrigado, Alfredo! Que bom que se inscreveu no canal!
excelente aula!
Valeu, João! No meu curso temos de fato duas aulas inteiras sobre esse assunto: cursodecinema.com.br/ Gosto muito desse tema!
@@arthurtuoto muito legal! um dos meus temas favoritos! preciosos esses filmes do van sant
Muito didático! Parabéns pela clareza das ideias..
Muito obrigado, Thiago!
Obrigada, foi bem importante seu vídeo e links.
Que bom, Luciana! Na verdade eu teria até que atualizar esse vídeo. No meu curso sobre crítica eu me aprofundo mais sobre algumas dessas relações.
Muito bom! Revendo esse vídeo. Tem alguma relação entre o cinema de fluxo e o "tempo poético" do Tarkóvski? Me parece que o cinema de fluxo propõe uma autoconsciência sob o tempo e com isso se torna continuadamente dissociável, diferente do poético, que exprime. Mas acho que tem alguma relação..
Que canal maravilhoso
Olá! E como você vê a existência dessa tendência nos dias mais atuais? Há filmes dos últimos, sei lá, 5 anos, que podem ser associados a essa nova ideia de plano? Ou a estética do fluxo se diluiu, não surgindo mais filmes tão emblemáticos dessa proposta? Pergunto isso porque sempre que leio algo sobre o tema, só vejo exemplos da década 2000-2010...
Hoje é uma noção que já está integrada a nossa própria noção de cinema contemporâneo. Os exemplos acabam ficando nessa década do começo do século porque foram os trabalhos que marcaram uma certa mudança de perspectiva. Não é nem que a estética se diluiu, mas acho que cada cineasta ou cada geração foi retrabalhando ela de uma forma diferente, dando uma identidade própria, encontrando um novo contexto. Ou, em uma perspectiva negativa, usando ela como cartilha pra conceber alguns trabalhos mais genéricos
Faz sentido... Obrigado pela resposta. Aproveitando, e por curiosidade, quais filmes dessa década (atual) você acha interessantes nesse contexto de fluxo?
Jauja (2014) é um filme que alia iconográfica clássica de cinema (western) com uma relação do fluxo. O Holy Motors (2012) não é um filme que eu goste completamente, mas que traz uma liberdade legal tb nesse sentido. E acho que todos os filmes do Albert Serra acabam lidando com essa dilatação que concebe atmosferas bem particulares.
Que loucura você é a cara do Gramsci kkkkkk
Ótimo trabalho.
Puta vídeo! Parabéns pelo canal e pelo conteúdo. Gostaria muito de marcar uma conversa com você pra discutirmos mais sobre o cinema de fluxo que é, atualmente, meu objeto de inspiração e estudo.
Grande abraço!
Muito obrigado, Gabriel! Que bom mesmo que está curtindo o canal. Fique à vontade pra me escrever: arthur.tuoto arroba gmail.com
Arthur Tuoto te adicionei no Facebook!
Mo daora seu canal ow cabeçudo
Arthur você já dirigiu algum curta ou escreveu algum livro? Parabéns seu trabalho ė massa
Obrigado! Tenho alguns filmes autorais: arthurtuoto.com/filmes/
Fala Arthur, sou seu aluno do curso de cinema e após ter terminado o “O que é Cinema” do Bazin fiquei com uma dúvida. Visto esse apreço do Bazin pelo espaço cinematográfico, realismo e o natural ( as menções ao Rossellini ) gostaria de saber se poderíamos chamar filmes como Síndromes e um Século e outros do cinema de fluxo de Bazinianos já que seguem essa noção de dispositivo paralela a uma linha bem similar à proposta por ele como cinematográfica por excelência.
Arthur, parabéns pelo excelente trabalho. Gostaria de perguntar algo: pela similaridade entre o Slow Cinema e Cinema de Fluxo, acabei confundido, além de (talvez equivocadamente) percebi que o termo Filme-Ensaio compartilha dessas mesmas semelhanças. O que distingui os termos e suas respectivas obras?
Obrigado, Rafael! Slow cinema e cinema de fluxo, em vários casos, podem representar a mesma coisa. Depende muito da abordagem de cada teórico. O fluxo possui elementos do slow e vice-versa. Não existe nada muito definitivo nesse sentido. O filme ensaio já é algo bem mais livre, seria qualquer articulação que use de elementos audiovisuais pra passar uma ideia ou um sentimento, seja ela mais teórica (ensaios críticos) ou mais subjetiva (ensaios poéticos). E que nesse processo não necessariamente utilize apelos dramáticas ou narrativos, mas vá expondo perspectivas e pensamentos como em um ensaio literário.
Entendi. Obrigado pelo esclarecimento e ótima explicação.
Os filmes do Wong Kar Wai de 94/95 entram nessa categoria?
Alguns autores colocam, principalmente pelo fato da decupagem dele "desorganizar" a cena e o plano não seguir regras específicas. Nessa aula completa sobre o tema eu falo mais sobre tudo isso: vimeo.com/632005042/e8d5aaa650
Oi Arthur, muito obrigada por seus vídeos, te felicito pelo canal! :)
Tenho algumas dúvidas sobre o cinema contemporâneo. Na sua opinião se poderia falar de autores de cine contemporâneo que ainda mantém uma ideia de mise en scéne clássica (penso em P.T. Anderson por exemplo) e moderna (Hong sang soo por exemplo) em seus filmes ? Bom .. penso um pouco nesses dois autores contemporaneos mas não sei se seria um tiro no escuro.. O fato é que a ideia de mise en scéne sempre foi um pouco nebulosa pra mim, especialmente nesse momento atual do cinema. Bom... te deixo minhas duvidas e um abraço!
Obrigado, Anike! Com certeza existem cineastas que, hoje, reforçam um ideal clássico. No final desse meu texto eu comento sobre uma noção clássica no cinema contemporâneo que pode te esclarecer algumas coisas: arthurtuoto.com/2018/06/28/a-morte-do-cinema/
opa arthur. os trabalhos do béla tarr, como satantango, o cavalo de turim e condenação, poderiam se encaixar nessas características do cinema de fluxo? abraços.
Oi Bruna. Algumas características sim. Principalmente nessa dilatação que busca um "tempo outro", ou que parte de um princípio que se assemelha ao do Plano Conceito Sentimental. Mas no geral acho que o Tarr é mais ligado a uma tradição tarkovskiana, que dá pra dizer que é precursora do fluxo, mas que busca muito mais um rigor do que uma possível dispersão. O cinema do fluxo me parece que tem uma natureza um pouco mais "livre" nesse sentido, de "se deixar levar" sabe.
Alguns termos que um leigo como eu não entende, seria muito grato por uma explicação:
O que é "raccord"? E essa noção de campo e contracampo?
compra a curso dele, lá ele te explica XD
Qual seria o termo Cinema de fluxo em inglês?
felipe, pela tradução da dissertação que tem referenciada na descrição do vídeo, acho que se usa "cinema of flux"
Olá no vídeo você disse que o plano possui "regras próprias" pode se dizer então que um filme como Speed Racer possui alguma dessas características de cinema de fluxo em seus planos ou não passa de uma proposta narrativa inventiva?
Eu diria que possui sim! Inclusive atualmente a gente consegue perceber toda uma nova concepção de plano a partir de alguns preceitos tecnológicos, seja conciliando um formalismo clássico ou subvertendo uma dialética básica. Aqui dá pra ter uma ideia disso: letterboxd.com/miserybeat/list/neoformalismo/ Logo gravo um vídeo sobre o assunto pra explorar mais!
Arthur Tuoto vou dar uma olhada na lista, muito obrigado
Oi, quer ser meu amigo?
Seu vídeo foi sensacional, parabéns! Tentei entrar no link do letterbox e tá fora do ar :(