*"Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz”* Um dos seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era fugaz. *“Há meros devaneios tolos, a me torturar”* Devaneios e lembranças da mulher que não o amou. O tinha como amante, apenas para realizar suas fantasias. Quando e como queria. *“Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúdes”* Outro hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos jornais - lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais. *“Eu vou te jogar num pano de guardar confetes”* Pano de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecê-la de vez. *“Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir”* Ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um homem muito rico. *“Há tantas violetas velhas sem um colibri”* Aqui ele utiliza de uma metáfora. Há tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente convencê-la apelando para a sorte - mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem). *“Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus”* Este verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa de vênus para transar com ela. *“Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro”* Novamente ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro. *“Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom”* Para quê beijá-la, se ela quer apenas o sexo? *“Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…”* Novamente ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar algo sério com ela. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona - expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o qual ele foi embora - ele teve que sair de casa para se livrar desse amor doentio. *“Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar”* Amor inesquecível, que acorrenta. Ela pisava nele e ele cada vez mais apaixonado. Tinha esperanças de um dia ser correspondido. *“Meus vinte anos de ‘boy’ - that’s over, baby! Freud explica”* Ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (Complexo de Édipo, talvez?). *“Não vou me sujar fumando apenas um cigarro”* Depois de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para ficar com ele, ele decide esquecê-la. Essa parte ele diz que não vai se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso. *“Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval”* Eles se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu carnaval (fantasia), passou o momento. *“E isso explica porque o sexo é assunto popular”* Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois apenas ele é valorizado. Ela só queria sexo e nada mais. *“No mais, estou indo embora”* Assim encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o melhor caminho e uma decisão madura. Ele muda de cidade e nunca mais a vê. Sofreu por meses, enquanto compôs a música.
Olha, é realmente lamentável e triste essa história, mas tenho uma pontinha de agradecimento a essa mulher, o mal que ela causou a ele proporcionou uma das mais belas canções brasileiras. E quanto a sua análise, está perfeita💞👏🏼
Parabéns! Sempre pensei exatamente assim quando escutava esta canção. Desse amor que é mais dor que felicidade. Do desejo inútil que ela pudesse amá-lo na mesma proporção! Gostei demais de sua análise. Feliz 2022! Abraços.
Entendo com o verso já passou meu Carnaval,uma alusão ao Tempo de farra ,irresponsabilidade ,agora é tempo de mudar ser mais dono de si,encarar a vida.
@@lorenaferreiramarani126 alceu já deu uma entrevista num jornal aqui de olinda,que TU VENS EU JÁ ESCUTO TEUS SINAIS...seria próximo do nascimento do filho dele.
Buenas... depois desse teu mate no vídeo, vou fazer o meu aqui também! Amiúde (repetidas vezes, com frequência)... ali onde diz "Fotografias recortadas/ Em jornais de folhas/ Amiúde!" seria que o personagem estaria juntando/recortando fotografias de registas e jornais com frequência, por exemplo, ao longo dos anos vem juntando esses recortes.. Minha interpretação dessa parte, claro!
Explicação dada, em tese, pelo próprio compositor, O GRANDE POETA ZÉ RAMALHO, sobre Chão de Giz: Ainda jovem, o compositor teve um caso duradouro com uma mulher bem mais velha que ele, casada com uma pessoa bem influente da sociedade de João Pessoa, na Paraíba, onde ele morava. Ambos se conheceram no carnaval. Zé Ramalho ficou perdidamente apaixonado por esta mulher, que jamais abandonaria um casamento para ficar com um “garoto pé -rapado”. Ela apenas “usava-o”. Assim, o caso que tomava proporções enormes foi terminado. Zé Ramalho ficou arrasado por meses, mudou de casa, pois morava perto da mulher e, nesse meio tempo, compôs Chão de giz. Sabendo deste pequeno resumo da história, fica mais fácil interpretar cada verso da canção. Vamos lá! “Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz” Um dos seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era fugaz. “Há meros devaneios tolos, a me torturar” Devaneios e lembranças da mulher que não o amou. O tinha como amante, apenas para realizar suas fantasias. Quando e como queria. “Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúdes” Outro hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos jornais - lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais. “Eu vou te jogar num pano de guardar confetes” Pano de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecê-la de vez. “Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir” Ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um homem muito rico. “Há tantas violetas velhas sem um colibri” Aqui ele utiliza de uma metáfora. Há tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente convencê-la apelando para a sorte - mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem). “Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus” Este verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa de vênus para transar com ela. “Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro” Novamente ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro. “Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom” Para quê beijá-la, se ela quer apenas o sexo? “Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…” Novamente ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar algo sério com ela. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona - expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o qual ele foi embora - ele teve que sair de casa para se livrar desse amor doentio. “Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar” Amor inesquecível, que acorrenta. Ela pisava nele e ele cada vez mais apaixonado. Tinha esperanças de um dia ser correspondido. “Meus vinte anos de ‘boy’ - that’s over, baby! Freud explica” Ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (Complexo de Édipo, talvez?). “Não vou me sujar fumando apenas um cigarro” Depois de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para ficar com ele, ele decide esquecê-la. Essa parte ele diz que não vai se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso. “Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval” Eles se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu carnaval (fantasia), passou o momento. “E isso explica porque o sexo é assunto popular” Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois apenas ele é valorizado. Ela só queria sexo e nada mais. “No mais, estou indo embora” Assim encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o melhor caminho e uma decisão madura. Ele muda de cidade e nunca mais a vê. Sofreu por meses, enquanto compôs a música.
Sigo o professor no Instagram, pedi essa música, em menos de três minutos ele respondeu que a análise estava aqui. Ganhou mais um inscrito, e admirador. Parabéns, Mestre!!👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Olá!!! Quando eu era criança, nas matinês de Carnal, nós, crianças, levávamos um saco de puxar feito tule, onde guardávamos os confetes para jogar no salão!!!
Olá, eu gostei muito da sua análise, e como vc mesmo disse, este não é um poema hermético e deve estar aberto a outras interpretações. eu ja sigo vc a algum tempo e admiro muito o seu conhecimento da nossa língua.
Pra mim, ele seria um garoto de programa que se apaixonou pela cliente rica, mais velha, lógico,e como não foi recíproco, ele partiu pra outras, óbvio, mas com a lição de não se apegar a paixão,e, sim , só ao sexo e dinheiro!Amo essa música e Zé Ramalho é imbatível!❤️
Caraca top demais! Esses dias mesmo estava tomando umas com minha irmã e meu cunhado, quando ouvimos essa música e eu disse: -queria saber a tradução dessa música hahahaha
Grande mestre, em seu método você utiliza como exemplos questões do tipo: No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos” (ℓ. 10 a 12), o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de produção dos objetos”? Pergunto, porque tenho assistido aulas de cursinhos com exemplos bem simples que não refletem a realidade do que é cobrado nos concursos. As questões são complexas. Tenho notado isso. Obrigado!
Música maravilhosa! Já conhecia a história dela. Fantástica! ❤️ Sobre a parte não vou lhe beijar gastando assim o meu batom, na análise que eu li há anos se referia ao não envolvimento emocional por parte da mulher, que apenas queria sexo com o rapaz e nada a mais.
Professor, ótimo vídeo! É muito bom escutar chão de giz sabendo uma das interpretações. Se puder analisar a música Drão - Gilberto Gil, ficaria muito feliz, adoro seu trabalho.
Amo essa música! Sei que as possibilidades são remotas mas vai que cola né... o senhor bem que podia fazer essa reflexão sobre a música resposta ao tempo - Aldir Blanc, que música. Nossa, é sensacional.
Achei a análise que corresponde ao sentido. Apenas "fui para a lona outra vez", metáfora do box, significa nocaute, voltou à depressão. "Caminhão na lona" , um caminhão fechado, sem conhecer o conteúdo da sua carga. Ou um caminhão vazio, sem futuro. "Fui a nocaute outra vez", pode significar que não foi a primeira vez que se apaixonou.
*"Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz”*
Um dos seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era fugaz.
*“Há meros devaneios tolos, a me torturar”*
Devaneios e lembranças da mulher que não o amou. O tinha como amante, apenas para realizar suas fantasias. Quando e como queria.
*“Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúdes”*
Outro hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos jornais - lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais.
*“Eu vou te jogar num pano de guardar confetes”*
Pano de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecê-la de vez.
*“Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir”*
Ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um homem muito rico.
*“Há tantas violetas velhas sem um colibri”*
Aqui ele utiliza de uma metáfora. Há tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente convencê-la apelando para a sorte - mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem).
*“Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus”*
Este verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa de vênus para transar com ela.
*“Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro”*
Novamente ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro.
*“Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom”*
Para quê beijá-la, se ela quer apenas o sexo?
*“Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…”*
Novamente ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar algo sério com ela. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona - expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o qual ele foi embora - ele teve que sair de casa para se livrar desse amor doentio.
*“Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar”*
Amor inesquecível, que acorrenta. Ela pisava nele e ele cada vez mais apaixonado. Tinha esperanças de um dia ser correspondido.
*“Meus vinte anos de ‘boy’ - that’s over, baby! Freud explica”*
Ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (Complexo de Édipo, talvez?).
*“Não vou me sujar fumando apenas um cigarro”*
Depois de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para ficar com ele, ele decide esquecê-la. Essa parte ele diz que não vai se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso.
*“Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval”*
Eles se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu carnaval (fantasia), passou o momento.
*“E isso explica porque o sexo é assunto popular”*
Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois apenas ele é valorizado. Ela só queria sexo e nada mais.
*“No mais, estou indo embora”*
Assim encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o melhor caminho e uma decisão madura. Ele muda de cidade e nunca mais a vê. Sofreu por meses, enquanto compôs a música.
Parabéns pelo trabalho.
Análise perfeita, esta sim...
Olha, é realmente lamentável e triste essa história, mas tenho uma pontinha de agradecimento a essa mulher, o mal que ela causou a ele proporcionou uma das mais belas canções brasileiras. E quanto a sua análise, está perfeita💞👏🏼
uau!!! 👏👏👏
Parabéns!
Sempre pensei exatamente assim quando escutava esta canção.
Desse amor que é mais dor que felicidade. Do desejo inútil que ela pudesse amá-lo na mesma proporção!
Gostei demais de sua análise.
Feliz 2022!
Abraços.
Astronauta de Mármore, Nenhum de Nós.
sensacional essa pedida! iria fazer o mesmo e pedir essa tb! mas vou enfatizar seu pedido! show mestre Jamilk!
"Astronauta de Mármore", é uma versão da música de David Bowie - "Starman"
Vou até pedir também.
Essa seria sensacional. Sempre tentei interpretar e nunca consegui
Nossaaaaaa! Perfeito 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Entendo com o verso já passou meu Carnaval,uma alusão ao Tempo de farra ,irresponsabilidade ,agora é tempo de mudar ser mais dono de si,encarar a vida.
Mestre, gostaria que fosse "o astronauta de mármore" da banda nenhum de nós. Essa música é muito emblemática. Abraço.
"Astronauta de Mármore", é uma versão da música de David Bowie - "Starman"
@@st78helio isso mesmo
Que música maravilhosa!!! Um poema complexo, uma verdadeira arte!
Se possível, faz uma análise de Anunciação do Alceu Valença, por favor.
Up
Boa!
@@vinissues4634 Gostei da sua análise da música😃😃
Boa. Eu nunca entendi a quem ele se refere qd diz "tu vens"
@@lorenaferreiramarani126 alceu já deu uma entrevista num jornal aqui de olinda,que TU VENS EU JÁ ESCUTO TEUS SINAIS...seria próximo do nascimento do filho dele.
Buenas... depois desse teu mate no vídeo, vou fazer o meu aqui também! Amiúde (repetidas vezes, com frequência)... ali onde diz "Fotografias recortadas/ Em jornais de folhas/ Amiúde!" seria que o personagem estaria juntando/recortando fotografias de registas e jornais com frequência, por exemplo, ao longo dos anos vem juntando esses recortes.. Minha interpretação dessa parte, claro!
Ameiiiiiiii..... adoro análise de música. E sempre refleti nessa letra
Boa tarde! Professor. O irmão de Ratinho ( SBT ).
Pensei a mesma coisa kkkk
É irmão caçula dele..😂😂😂
Amei.....adoro essa música, mas nunca entendi muito bem.Agora ficou claro.Obrigada
Mesmo conhece do a análise o vez com maestria!!!! excelente!!!!
Obrigado. Valeu!
Explicação dada, em tese, pelo próprio compositor, O GRANDE POETA ZÉ RAMALHO, sobre Chão de Giz:
Ainda jovem, o compositor teve um caso duradouro com uma mulher bem mais velha que ele, casada com uma pessoa bem influente da sociedade de João Pessoa, na Paraíba, onde ele morava. Ambos se conheceram no carnaval. Zé Ramalho ficou perdidamente apaixonado por esta mulher, que jamais abandonaria um casamento para ficar com um “garoto pé -rapado”. Ela apenas “usava-o”. Assim, o caso que tomava proporções enormes foi terminado. Zé Ramalho ficou arrasado por meses, mudou de casa, pois morava perto da mulher e, nesse meio tempo, compôs Chão de giz.
Sabendo deste pequeno resumo da história, fica mais fácil interpretar cada verso da canção. Vamos lá!
“Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz”
Um dos seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era fugaz.
“Há meros devaneios tolos, a me torturar”
Devaneios e lembranças da mulher que não o amou. O tinha como amante, apenas para realizar suas fantasias. Quando e como queria.
“Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúdes”
Outro hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos jornais - lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais.
“Eu vou te jogar num pano de guardar confetes”
Pano de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecê-la de vez.
“Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir”
Ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um homem muito rico.
“Há tantas violetas velhas sem um colibri”
Aqui ele utiliza de uma metáfora. Há tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente convencê-la apelando para a sorte - mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem).
“Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus”
Este verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa de vênus para transar com ela.
“Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro”
Novamente ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro.
“Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom”
Para quê beijá-la, se ela quer apenas o sexo?
“Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…”
Novamente ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar algo sério com ela. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona - expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o qual ele foi embora - ele teve que sair de casa para se livrar desse amor doentio.
“Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar”
Amor inesquecível, que acorrenta. Ela pisava nele e ele cada vez mais apaixonado. Tinha esperanças de um dia ser correspondido.
“Meus vinte anos de ‘boy’ - that’s over, baby! Freud explica”
Ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (Complexo de Édipo, talvez?).
“Não vou me sujar fumando apenas um cigarro”
Depois de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para ficar com ele, ele decide esquecê-la. Essa parte ele diz que não vai se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso.
“Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval”
Eles se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu carnaval (fantasia), passou o momento.
“E isso explica porque o sexo é assunto popular”
Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois apenas ele é valorizado. Ela só queria sexo e nada mais.
“No mais, estou indo embora”
Assim encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o melhor caminho e uma decisão madura. Ele muda de cidade e nunca mais a vê. Sofreu por meses, enquanto compôs a música.
Grande zeeee ramalho amo
Otima análise, esssa musica é sensacional...uma das melhores ja feita no Brasil 😍😍
Sigo o professor no Instagram, pedi essa música, em menos de três minutos ele respondeu que a análise estava aqui. Ganhou mais um inscrito, e admirador. Parabéns, Mestre!!👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Pablo, belíssima interpretação. Você arrasa. Admiro-te e te respeito demais...
Zé Ramalho é perfeito!!!
Chão de giz é uma das músicas mais inteligentes que existe. Zé Ramalho é o Cara!
Apoiadisssssiiiiimooooo
Que presente uma análise sua desta música que é uma das minhas preferidas! Será que posso pedir tbem da Metal Contra as Nuves(Legião Urbana)?
Pablo sempre impecável! Seus vídeos são aqueles que a gente pode dar um like sem nem começar a assistir. #ForçaGuerreiro
Faz de Kryptonia e Vila do Sossego, do Zé Ramalho. Maravilhosas e tão enigmáticas quanto Chão de Giz
Dom Diego vc é o cara, parabéns !
Música difícil mesmo!
As explicações do Pablo são as melhores. Manja muito!
Gente que nostalgia boa!!!! Só tive uma professora (na quinta série) que fazia interpretação de músicas, eu amava.
E agora tenho o tio Pablo 🤩🥰👏👏👏👏
Excelente! Adorei as explicações!
Oi professor! Poderia fazer análise das músicas "Disparada" e "Frevo mulher"? Obrigada.
Parabéns professor!!!!!!!!!
Zé Ramalho, é diferenciado.
Todo maçom é
Muito boa a Dicá. Pablo j.
Show de bola cara, nunca vi alguém conseguir algo tão próximo do que ele realmente poderia vir a querer passar.
Muito bom.
Eu tb tenho a impressao q é um cara lembrando de uma paixao da juventude. Pq diz meus 20 anos de boy now is over e depois q ja passou meu carnaval..
Perfeito, Pablo! Pedi essa nos comentários do vídeo anterior! Duas indicações: Anunciação (Alceu Valença) e Primeiros Erros (Capital Inicial)
Olá!!! Quando eu era criança, nas matinês de Carnal, nós, crianças, levávamos um saco de puxar feito tule, onde guardávamos os confetes para jogar no salão!!!
Tive uma análise superficial já tem um tempo sobre essa música...
Mas, o Pablo é fantástico
Análise bem profunda
Ótima análise. Valeu
Muito bom. Esse tipo de vídeo é muito gostoso pra quem ouvi muita música. A escolha da letra então...
Chão de Giz é maravilhosa! Obrigada, professor!
Adorei o quadro professor muito Boa análise!! Sempre gostei de analisar as letras das músicas que ouço!e sempre tenho a minha interpretação
Simplesmente incrível 👏👏👏👏
Faz da música ALUCINAÇÃO do Belchior.
Essa é show 👍
Olá, eu gostei muito da sua análise, e como vc mesmo disse, este não é um poema hermético e deve estar aberto a outras interpretações.
eu ja sigo vc a algum tempo e admiro muito o seu conhecimento da nossa língua.
Perfeito prof.Abraco
LINDO POEMA... ADOREI A SUA INTERPRETAÇÃO, PROFESSOR !
Perfeito, professor !
Bravo 👏🏻.
Muito bom professor. Também sou professora e acho interessante analisar letras de música. Parabéns e obrigada.
Pra mim, ele seria um garoto de programa que se apaixonou pela cliente rica, mais velha, lógico,e como não foi recíproco, ele partiu pra outras, óbvio, mas com a lição de não se apegar a paixão,e, sim , só ao sexo e dinheiro!Amo essa música e Zé Ramalho é imbatível!❤️
Adoro Zé Ramalho. Música de verdade.
Eu amo está música tudo a ver
Amei essa análise. Obrigada, professor. Também sou professora e gosto muito de levar análises para os estudantes.
Suas interpretações das canções são excelentes
Olá prof. Pablo
Que legal, música boa , agora vou entender.
Valeu.👍
Já gostava da letra. Depois dessa, interpretação ficou ainda mais bonita.
Gostaria de ver uma análise da canção Anunciação, de Alceu Valença.
no youtube tem vídeo do próprio autor falando da sua música
Acabei de me lembrar de outra canção bastante interessante também, Domingo no Parque, de Gilberto Gil.
Massa, prof!! Analise Por favor pais e filhos do legiao urbana.
"pais e filhos" é uma música depressiva
Muito boa análise.
Caraca top demais! Esses dias mesmo estava tomando umas com minha irmã e meu cunhado, quando ouvimos essa música e eu disse:
-queria saber a tradução dessa música hahahaha
Acho certas letras muito bonitas .mas sempre ouvi ,sem fazer análises.muito interessante o canal
Victim of changes é o chão de giz gringo. Zé Ramalho é cabuloso demais.
Ótimo ótimo ótimo.
Já ouvi muitas vezes essa música sem entender nada!🤔 só hoje consegui entender, 16/01/23, Goiânia-Goiás
Professor parabéns!
Há muito tempo procurava o que acabei de ouvir.
Muito Legal Professor! poderia fazer uma análise de Yolanda
de
Ney Matogrosso? Gosto muito de seus vídeos!
Simplesmente fantástica a interpretação, professor Pablo!
Máximo respeito.
"Sujeito de sorte" de Belchior seria legal ou "deixe-me ir preciso andar" do Cartola tbm,💞❤️🖤
Olá, Professor! quando possível, faz a análise da musica " Homem do meu tempo" de B&M. abraaaço!
Obrigado
Sempre quis entender esta música.Finalmente,eu consegui.Obrigada,professor.
Com os dois pés no Like! Muito obrigado Jamilk!
Grande mestre, em seu método você utiliza como exemplos questões do tipo:
No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos” (ℓ. 10 a 12), o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de produção dos objetos”?
Pergunto, porque tenho assistido aulas de cursinhos com exemplos bem simples que não refletem a realidade do que é cobrado nos concursos. As questões são complexas. Tenho notado isso. Obrigado!
Eu já havia visto uma análise sobre ela, e foi justamente essa mesma ideia, apesar do professor ter sido mais sucinto e claro. Gostei!👏👏
Ótima análise. 👏👏👏
Música maravilhosa! Já conhecia a história dela. Fantástica! ❤️ Sobre a parte não vou lhe beijar gastando assim o meu batom, na análise que eu li há anos se referia ao não envolvimento emocional por parte da mulher, que apenas queria sexo com o rapaz e nada a mais.
Gratidão 🛐✡🕎 Sua análise é muito boa, porém pode ter outras ! Por exemplo , um amor platônico, um ídolo, enfim ... Vc é muito bom! Shalom🕎
Parabéns cara adoro análises também faço as minhas, excelente trabalho o seu parabéns conheci o canal hoje e já me inscrevi
Prazer em conhecê-lo, professor!
Gostei demais da sua interpretação!
Zé Ramalho, o poeta do sertão.
Amo essa música, parabéns pelo conteúdo, conheci seu canal analisando a música Aquarela, amei, top demais 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
boa noite!
eu já li sobre a história dessa música "chão de giz" na internet.
sei a história da música "avôhai" também do Zé Ramalho
Parabéns professor! Excelente.
Faz uma análise de Índios do Legiao. Já tinha ouvido que essa música Chão de giz é sobre um garoto de programa
melhor musica para se analisaarr
Gostei muito da interpretação e parabéns pelo trabalho...se for possível peço que intérprete a música do CAZUZA CODINOME BEIJA FLOR
Gostaria que vc analisaci música do Zé Ramalho canção agalopada e outra música jardim das acácias
Professor, ótimo vídeo! É muito bom escutar chão de giz sabendo uma das interpretações. Se puder analisar a música Drão - Gilberto Gil, ficaria muito feliz, adoro seu trabalho.
Amo essa música!
Sei que as possibilidades são remotas mas vai que cola né... o senhor bem que podia fazer essa reflexão sobre a música resposta ao tempo - Aldir Blanc, que música. Nossa, é sensacional.
Amei sua análise, simplesmente demais!
Achei a análise que corresponde ao sentido. Apenas "fui para a lona outra vez", metáfora do box, significa nocaute, voltou à depressão. "Caminhão na lona" , um caminhão fechado, sem conhecer o conteúdo da sua carga. Ou um caminhão vazio, sem futuro. "Fui a nocaute outra vez", pode significar que não foi a primeira vez que se apaixonou.
Interpreta Raul - "Quando você crescer"
Aliás! Qualquer uma do Raul
Pablo, você é um cara foda. Diferenciado de mais, parabéns!
Meu professor lindo D ++++++++ AMO E TE AMO.
Grande mestre sou fã....
Martelo Agalopado tenho muita curiosidade. Analisa pra gente!
analisa kriptônia ou vila do sossego, do Zé Ramalho tbm.
Cara, seu trabalho é incrível. Grande professor. Finalmente entendi gramática com suas aulas.
Reis e princesas- rosa de saron. Uma boa indicação também. (Confiram)