O Estrangeiro (Albert Camus) | Tatiana Feltrin
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- Опубліковано 7 лют 2025
- TLT - Ligando livros a pessoas
O Estrangeiro, de Albert Camus
Onde encontrar o livro (edição do vídeo): amzn.to/2SiWiWm
(OBS: ao adquirir quaisquer itens a partir do link acima, você ajuda o canal! Obrigada!)
Vídeos sugeridos:
A peste:
• A Peste (Albert Camus)...
O Estrangeiro - Literatura Fundamental:
• Literatura Fundamental...
O Estrangeiro - José Monir Nasser
*** Minha lista de desejados da Amazon (wishlist):
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Também é interessante que o nome do Meursault é um trocadilho em si. “Meur” e morre (meurre) em francês é pronunciado do mesmo jeito. “Sault” e “sot”, que significa idiota, imbecil, débil, também. Logo, o nome do Meursault é um trocadilho que quer dizer “morre idiota”, “morre imbecil”. “Sot” também era a palavra que se usava para chamar o bobo da corte em um dado momento. Achei interessante compartilhar.
Fez bem partilhar essa explicação.
Obrigado 🙏👍
Merci!
Que detalhamento importante! Obrigada. Favorece ainda mais a compreensão e propósito do texto.
muito bom, adorei saber!! obrigada por compartilhar!!
Excelente informação !Obrigada Camila!
A leitura de O Estrangeiro fica 870 vezes melhor se precedida pela leitura de O Mito de Sísifo. Inclusive Camus lançou os 2 quase ao mesmo tempo para que fossem lidos um após o outro nessa ordem (Sísifo -> Estrangeiro).
Inclusive o título O Estrangeiro é trabalhado enquanto conceito filosófico em Sísifo.
Fica a dica humildemente pra quem quiser deixar a leitura muito mais sensacional.
Vlw, amigo
Obrigada pela dica! Vou seguir a ordem.
👍👍
UP
Veja esse comentário Tatiana, é astronomicamente importante!
Eu fiz isso mas não entendi nadinha no mito de Sísifo hhHheushejss
A banda "The Cure" tem uma música chamada "Killing An Arab", inspirada no livro "O Estrangeiro" de Albert Camus.
A banda "Avenged Sevenfold" acabou de lançar um álbum inspirado nesse livro e na filosofia de Albert Camus.
O padre quando pede para que ele se arrependa, tem um valor bem maior do que aí dito. Caso o personagem se arrepende-se ele admitiria que a vida tem sentido, que há uma ordem na vida, que existe um transcendente que, caso ele aceite, faria com o "tanto faz" não podesse mais ser dito. Quando o padre pede a ele que se arrependa, o personagem não se enfurece por conta do apelo ser religioso, ele se enfurece por que caso se arrepende-se ele admitiria que a vida tem sentido, e admitir isso é a única coisa capaz de lhe emocionar.
interessante.
Pensei a mesma coisa, o padre sentia o que ele passava, a depressão que ele se encontrava
Tem razão. Acho que o tanto faz dele perderia a lógica, e o obrigaria a pensar que cometeu uma burrice pelo qual iria morrer.
Além de passar a ideia do absurdo dentro da vida de Mersault, Camus também faz uso de recursos como a ironia e críticas sociais. Um exemplo disso eh quando o seu vizinho fica perceptivelmente incomodado quando observa o velho espancar seu cachorro, mas , em contrapartida, esse mostra-se altamente confiante na ideia de que bater na sua mulher eh algo,de fato, correto e natural . Realmente, " o estrangeiro" eh um livro a ser lido com calma e reflexão
Sobre o Sol em Camus (A Peste e O Estrangeiro) devemos lembrar que tudo se passa na Argélia, na África. Tenho um amigo franco-argelino que me contou que lá o Sol não tá pra brincadeira não. Isso me faz imaginar que Camus não poderia deixar de incluir o Sol em suas obras como influenciador onipresente.
É verdade, no filme do Lucchino Visconti isso fica bem evidente.
Para Camus, o absurdo é a própria vida, que desprovida de sentido, faz com que o homem movido por esse vazio existencial busque encontrar algum sentido para viver. Sendo sua vida uma busca contínua de sentido.
E eu acho que é durante o julgamento que Meursault toma consciência do absurdo do mundo, ao menos na minha opinião, o seu julgamento por si só é uma denuncia descarada de como os homens acabam dando sentido e importância para aquilo que eles querem. Meursault, em um momento do livro não aceita deus. Ali eu fiquei pensando que Meursault tinha consciência do absurdo e da falta de sentido da vida, por isso mesmo não importava, ele toma a decisão de não aceitar, ele não diz tanto faz como sempre falou até o momento, por isso me pareceu que é durante essa segunda parte que Meursault aceita e entende a falta de sentido da vida e por isso mesmo e sente paz com seu fim eminente.
O Meursault é um estrangeiro ao mundo sensível. O personagem é condenado não por matar um homem, mas por não seguir o padrão imposto pela sociedade, o padrão de comportamento que tenta dar ordem e sentido para a vida. Imagina como não deve ser angustiante para as pessoas que vivem nessa "ordem" encontrar um personagem como Meursault. hahaha
Excelente! Você conseguiu colocar em palavras as minhas impressões.
Em Verso e Prosa, não li o livro, mas seu comentário me deixou mais com vontade de ler.
Excelente comentário!
@COMANDO BH leu errado kkkkk
Finalmente uma explicação boa obrigado
É interessante comparar o Raskólnikov com o Mersault. Enquanto o primeiro se encontra constantemente em uma situação onde a sua consciência moral e a sua racionalidade entram em conflito, o segundo parece não ter esse confronto.
Boa.
Muito bem colocado
Interessante q em ambas obras percebe-se o fator telúrico
Boa! Pensei também em Sônia e Marie (os interesses românticos de cada um, respectivamente). Mulheres que meio que não "ligam" para a apatia dos namorados problemáticos
Ótima comparação. Realmente!
"Quatro batidas secas na porta da desgraça". Quando li o final desse capítulo estava completamente imerso! Como se sentisse o calor daquele sol. E, ouvindo os sons dos tiros, mirasse ao longe o Sr. Meursault ainda com o braço erguido segurando aquela arma diante do corpo inerte. De longe A MELHOR LEITURA do ano de 2022!
Essa referência ao sol como fator de gatilho para o assassinato cometido pelo Meursault me fez lembrar do episódio do livro Angústia do Graciliano Ramos, quando no intento de matar Julião , o Luiz dá a entender que se não estivesse sem cigarro poderia evitar a ânsia de matar o “inimigo”.... o tempo todo da perseguição, ele se refere à falta do cigarro como um fator a mais para o ódio homicida.
"Pode ir, acabou, Sr. Anticristo" me arrancou uma risada sincera
Esse livro é bem peculiar, ao menos pra mim. Sempre penso na indiferença dele sem tentar "patologizar" essa postura e sempre me pego pensando nessa passagem do livro: "Como nunca tenho quase nada a dizer, prefiro calar-me”. É um livro muito esquisito mesmo, mas esse é um dos pontos que o torna bom; tirar-nos da zona de conforto...
Transcrição da brilhante análise de José Monir Nasser em sua aula d'O Estrangeiro (disponível no youtube - Notas transcritas a partir de 3:52:00): Mersault vive moralmente omisso às situações que estão ocorrendo em seu entorno. Mersault é um exemplo extremo, pq ele é uma personagem literária, com uma distorção caricatural.
Essa inexistência da percepção do certo e do errado, uma certa anestesia, pode acontecer com nós todos.
É um sujeito sem consciência moral, perdeu a capacidade de distinguir o certo do errado. É um sujeito só de quantidades, não tem nenhuma qualidade. A vida para ele é apenas uma expectativa de novas sensações (sentidos); não tem sentimentos (paixões), não tem um conceito sobre si próprio, a mãe não significa nada, etc. Ele é sensorial, a vida para ele é apenas uma expectativa de novas sensações.
Sabendo que vai morrer, só sente a inviabilidade da sua vida sensorial (não poderá mais curtir o mar e o sol), não tem autoconsciência da monstruosidade moral que ele vivencia. Ele vive a dialética das sensações, é manipulado pelas sensações do meio (sol, mar), não tem uma existência moral de imaginar que deve fazer isso ou aquilo, que pode eventualmente trocar isso por aquilo outro. Não tem consciência moral. O brasileiro é muito parecido com o Mersault, uma parte grande da cultura brasileira é Mersault (vive a dialética das sensações): tem o projeto pessoal das sensações, a proposta de vida é curtir o que for possível: é uma ideia quantitativa, não dá para construir civilizações com isso, embora a vida seja divertida.
O Mersault é profundamente associado ao Raskolnikov (Crime e Castigo): o último tem duas chances na vida: ou vai para o hospício ou vira presidente da república - isto é, adquire poder (quando os outros à sua volta são Mersault). Esta é a razão por que Gilberto Gil um dia foi ministro do governo petista, ninguém soube o que era certo e o que era errado: ninguém teve a possibilidade de julgar se ele tem ou não tem alguma validade moral; só é possível existir o Raskolnikov com poder numa sociedade sem consciência moral do que é certo e do que é errado.
O personagem deve nos ajudar a compreender na vida real sua atitude: quando formos apanhados numa atitude parecida, podemos elaborar o problema, sabendo que uma das possibilidades humanas é ser Mersault.
Como distinguir obras de arte: avaliar duas variáveis: a profundidade do conteúdo e a complexidade de forma. As grandes obras (como as escolhidas nos seus cursos) têm, então, uma grande possibilidade de interpretações.
Logoterapia: explicar com suas próprias palavras o que vc está vivendo. É uma maneira de organizar nosso sofrimento.
Beletrista: saber tudo sobre Camus, por ex.; conhecimento periférico da obra, etc. Não é esse o objetivo do presente curso.
4:03:00: compreensão do mundo contemporâneo, onde há muitos Raskolnikovs e Mersaults soltos por aí - análise do louco que quer criar o homem novo numa nova sociedade (ideólogos socialistas, marxistas, ...). O Mersault é o homem dominante no mundo atual, embora não tenha sido essa a intenção de Camus. Camus achava que a vida é um absurdo, que nada na vida faz sentido. No seu livro O Mito de Sísifo, discorre sobre 4 maneiras de lidar com a vida frente à sua absurdidade (da vida): 1 -escolher viver de modo absurdo (tal como o personagem Don Juan, que popularizou-se na versão de Molière) (é uma fórmula para gerar loucos); 2 - suicídio (o maior dos pecados: é o desprezo da existência de Deus); 3 - produção de um novo mundo* (essa fórmula de construção de sociedade justa baseada em critérios humanos gerou 100 milhões de mortos no século XX) (* esse enfoque está no livro O Homem Revoltado; também nos Irmãos Karamázov, onde Ivan pretende fazer uma outra coisa no lugar da obra de Deus, pois ele não a aprecia - e então surgem Robespierre e Sangi?, monstros da Revolução Francesa que acham que têm mais capacidade de fazer justiça do que Deus) e 4 - conviver com o absurdo da vida (é o que ele acha que Mersault faz), sem entrar no jogo, manter distância do jogo: fórmula que gera a matéria prima social que permite que os malucos autores da terceira fórmula possam existir.
O processo de destruição do entendimento entre certo e errado (senso moral) começa por um processo que o antecede, que é a destruição entre o real e o imaginário: deixar as pessoas em dúvida sobre o que é imaginário e o que é aplicável na prática. Um exemplo (negativo) disso é o filme “Quem somos nós”, que constrói essa ideia de que há uma indiferença entre imaginação e realidade [há um vídeo no youtube do prof. Monir sobre esse filme (ele chama de contribuição para a saúde pública!): ua-cam.com/video/sjiqFwRptZY/v-deo.html]
Fritzjoff Capra já renegou o livro Ponto de Mutação.
Vc pega o dalai lama e põe a falar com um físico nuclear: concluirão que a física nuclear é igual ao budismo e vice-versa, porque o dalai lama não tem a menor ideia do que seja física, e o físico não tem a menor ideia do que seja o budismo: essa é a única razão pela qual eles acham que é a mesma coisa, que têm que fazer essa ligação!
Esse tipo de coisas, como o filme Quem Somos Nós, o livro Ponto de Mutação, são instrumentos da Nova Era, que é uma mistificação do conhecimento humano que serve ao propósito de modificação do mundo, no sentido que nós estamos criticando aqui. Um programa como esse aqui [refere-se às aulas do Monir] tem por objetivo desmontar esse tipo de coisa.
O livro do Guénon (O Reino da Quantidade) nos dá ideia de quanto as psicologias modernas são cúmplices (mesmo inconscientes) da perda do sentido do real, que é a causa dos males que a humanidade vive. A questão é que elas querem dar a entender que não há psicopatia nenhuma: um estuprador não é um doente, “é um modo de ser, um estilo enfático de namorar”. Esse é o objetivo: extinguir do mundo a ideia de que há coisas certas e erradas, tornar ilegítima qualquer ideia de autoridade que não seja do Estado (ninguém mais pode brigar com o filho; se seu filho de 8 anos quiser passar dois dias numa rave, vc não deve impedi-lo).
Bom comentário
No livro 'A peste' há uma referência sobre o assassinato de um árabe por um francês na Argélia, que na época era colônia francesa. Acredito que o Camus, nesse trecho, se referiu ao livro 'O estrangeiro' ao escrever 'A peste'.
Sim. Menciona. Também me atentei a isso.
Sim, o Camus costuma fazer isso. Em "O Estrangeiro" tem um fait-divers que o Mersault encontra na cela sobre um tchecoslovaco que é o enredo da peça "Le Malentendu", que é parte do ciclo do Absurdo, a primeira das duas peças representadas.
Obrigado pela nota.
Interessante saber disso, pessoal ! Obrigado 😊 vou pesquisar mais sobre o assunto gostei dessas referências ... tidos de bom pra todos vcs
Camus inventou o Universo Compartilhado
O mais perceptível desse livro é a indiferença do personagem pra tudo ao seu redor. Ele não está preocupado em agradar os outros simplesmente porque ele é indiferente a tudo. A morte da mãe não importa, assim como ir pro cinema com a namorada após o falecimento da progenitora.
O que mais me fascina em livros literários é essa seriedade em retratar os personagens. Quem não conhece alguém similar aos personagens desse livro, que julgaram o protagonista não por assassinato, mas sim por ele não se adequar às suas visões de mundo? A cena do julgamento é fascinante nesse sentido, visto que a maior parte do tempo ele está sendo acusado de não se importar com a mãe, fato reforçado pelo "testemunho" desse crime por parte dos funcionários do asilo no qual ela estava radicada. Assim como Meursault era indiferente a tudo e todos, era como se ele mesmo fosse somente um espectador no seu próprio julgamento, considerando que a maior parte do tempo ele só observava, falando pouco, e até mesmo o advogado falava substituindo o protagonista, como se ele não estivesse lá. Ele era um estrangeiro em seu próprio julgamento.
Eu também gostei muito da cena do capelão, na qual ele não consegue compreender como um condenado a morte pode estar tão calmo e tão indiferente ao inexorável destino que o espera. Meursault simplesmente não se importa com Deus, mesmo nos seus últimos momentos, algo impensável para o religioso, afinal, caso ele aceitasse que Meursault poderia estar realmente calmo, toda sua fé baseada na existência de Deus, e no sentido da vida por ela dada, seria invalidade.
Vamos lá. A resenha de O Estrangeiro, deve ser a que mais assisti em canais aqui do UA-cam, mas nenhuma trouxe 10% das informações que ouvi você abordar. Essa é melhor resenha deste livro que já assisti. Apesar de não ter lido ainda, sempre achei as resenhas tão clichês, todas tão igualzinhas, que me perguntava se realmente a pessoa tinha lido, ou apenas visto o vídeo em outro canal para falar as mesmas coisas. Bons escritores sempre trazem, em algumas cenas, mensagens que podem mudar o significado de uma história, seja ela paralela à principal ou não. Muito me irrita ver quando alguém leu um livro só por ler, sem sequer tentar compreender a história, e as motivações dos personagens. Seja pelos textos de apoio ou não, você quando lê um livro e trás uma resenha no canal, você transmite a quem assiste o interesse que teve pelo livro, você se entrega a leitura, e explora seus significados. O que faz do seu canal, o melhor canal literário que temos atualmente no UA-cam! Meu sonho é fazer resenhas com essa profundidade. ☺️ Parabéns!
Exatamente, a Tati nos faz ter vontade de ler qualquer livro (bom), por esse motivo ela é única no UA-cam.
Sem afetação, direto👍👍👍👍👍
Traz *
5:48 Vim, anos depois da resenha, fazer uma pequena correção. Meursault não atirou no árabe porque sentiu que ele pegaria a faca, muito pelo contrário, todo o ato envolvendo o assassinato tem como culpado o calor da praia. O personagem fora afligido pelo calor e isso o levou até o homicídio, isso que deixa toda a cena ainda mais confusa e a morte ainda mais sem sentido. Ele não tinha motivos para fazer o que fez, nem muito interesse em fazer aquilo também, simplesmente aconteceu.
Na verdade pegou a faca sim, inclusive brincava com ela na mão; refletia a luz do sol, com a faca, na face de meursault
O árabe pega a faca, mas realmente o calor foi um dos responsáveis (que no julgamento a tentativa de explicar só lhe deu mais um motivo para ter aquela condenação)
Ele pega a face, mas depois parece que não querer usar, ele atirou justamnete quando o arabe ja tinha desistido, ele sem motivo algum atirou... Literalmente sem motivo kk
Acabei de ler o L'étranger na sua língua original e posso dizer que esta é uma obra muito imersiva, por mais que o personagem seja apático, podemos nos identificar com ele muitas vezes.
Durante a leitura, comecei a estudar a filosofia camusiana e isso transformou totalmente minha ótica em relação à obra, pois essa indiferença transmite o "niilismo" do personagem. Esse livro com toda certeza está no pódio dos MELHORES livros que já li.
Amei a resenha revelou e abordou o livro de forma cativante :)
perdão, mas não seria absurdismo em vez de niilismo?
Melhor canal sobre literatura!
Oi tati! O francês do L’étranger é muito simples, sabendo passé composé, imparfait e futur simple já é o suficiente pra dar conta do livro. É claro que consultando o dicionário dependendo do seu conhecimento do vocabulário, mas a gramática em si não é monstruosa. Eu li depois de um ano e pouco fazendo francês. Inclusive tem um áudio book aqui no UA-cam completo do livro que eu usei pra acompanhar. (To falando isso porque sei que você já estudou francês por um tempo)
Sim! Concordo! Comecei estudar francês sozinho há 7 meses e ja estou lendo este livro. Sigam meu canal Mochila Viajante!
Eu já tinha lido O Estrangeiro, mas só agora vendo você descrever o Mersault que me fez pensar na similaridade dele com o Bartleby, de ser o personagem que as pessoas não entendem muito bem a conduta
Eu não pesquisei absolutamente nada sobre a obra quando iniciei a leitura. A experiência foi sensacional, sobretudo no momento do crime! Eu tomei um susto 😂. Livro interessantíssimo.
Já antes de dar play no vídeo escuto na mente a frase "Olá bom hoje a gente vai conversar um pouco sobre o incríiiiivel..."
Angela A. Guedes kkkkkk
O livro é realmente maravilhoso e suscita multiplicas questões; políticas, culturais, filosóficas e etc. É impressionante como uma obra tão "pequena" pode ser ao mesmo tempo tão grande.
Para quem curte cinema, há um filme maravilhoso chamado "O homem que não estava lá", roteirizado e dirigido pelos irmãos Coen, que dialoga bastante com esta obra de Camus.
Tem outro filme chamado O Apostador (Netflix). É muito bom!
Li nesse final de semana (03/11/2024). Eu me pergunto como raios eu passei tanto sem ler qualquer coisa do Camus. Hj msm já comecei a ler A Peste e - perdoem o meu francês -PQP! Que coisa maravilhosa!
PS. Eu li uma edição portuguesa e a tradução é muito boa.
Em inglês é "The stranger": o estranho. Pra mim faria mais sentido, considerando a descrição do personagem.
acho que assim ficaria muito obvio, o intuito do camus, penso eu, era deixar meio ambiguo
A letra de A Revolta dos Dandis, dos Engenheiros do Hawaii é muito inspirada nesse livro...
Além do nome ser inspirado diretamente em outro livro do Camus, O Homem Revoltado, a letra bebe na fonte do tanto faz de o Estrangeiro...
Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato
Entre a loucura e a lucidez
Entre o uniforme e a nudez
Entre o fim do mundo e o fim do mês
Entre a verdade e o rock inglês
Entre os outros e vocês
Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão
e na referência à morte de Camus, em um acidente de carro...
o escritor sofreu um acidente em uma viagem - no bolso do escritor foi encontrado um bilhete de trem, que o escritor havia comprado, mas preferiu aceitar uma carona de seu editor...
Sua resenha foi maravilhosa e muito rica com os outros textos de apoio. Li esse livro no ano passado, vi uma resenha que me decepcionou, pois não bastasse Meursault ser julgado no livro, foi julgado pela youtuber. li e não julguei o protagonista, só o achei um pouco estranho , mas justamente por isso gostei do livro.Quantas vezes somos do grupo do tanto faz?Quantas pessoas que conhecemos são assim? É como que com tantos horrores a sociedade está sim, insensível e isso é o "normal" ultimamente. Não entendo a cobrança para sermos tão sentimentais e inflamados. E o julgamento do protagonista foi cheio de hipocrisia.Quando que chorar é prova de sentimento verdadeiro? Richthofen chorou no enterro dos pais. E o tempo todo o personagem lembrava da mãe, de frases que ela dizia: Ela contemplava a natureza; Ela não mentia. Lembra também a corrente niilista e será que nunca se fizeram a pergunta ,por que existo? E como no livro, se a resposta não tiver fundamentada na esperança de uma vida pós-morte junto com Deus vc é um monstro? Sinceramente, devo ser execrável pq eu gostei do personagem e senti tristeza com seu destino. Cada um deveria ter o direito de ser como quiser, ele não quer s apegar para não sofrer.Ele foge da dor.Por isso a resignação com o seu final. Agora com sua resenha sinto que o personagem não foi mais uma vez julgado. Obrigada mesmo
Ingrid Johanna já até sei de quem você está falando...tv fiquei decepcionada com a leitura dela. Tati arrasou!!!!
Verdade!
O filme do Luchino Visconti é excelente! É de 1967, com Marcello Mastroianni representando a personagem Mersault.
Gostei muito desta análise. Mas na parte em que ele não se preocupa com o advogado eu interpretei que no fundo ele achava que não era preciso porque como ele não se sentia culpado não via motivos para ter de se defender. Um pouco como que a testar a justiça do Universo.
Esse é, disparado, o melhor canal de resenha de livros! A Tati é diferenciada.
Me assustei bastante por ter ido dormir pensando exatamente nesse livro. Acordo, pego o celular e essa é a primeira notificação que vejo hahaha
Tati, Chico Buarque em seu último disco tem uma música inspirada no Estrangeiro, "Caravanas"
Moro em Fortaleza, aqui o Sol me castiga dia sim, dia também; seja manhã, tarde ou noite; durante todo o ano... 😂🔥🌞
Táti, li "O Estrangeiro" na faculdade, há mais de 20 anos... E hoje, domingo, reli. Sabia desta tua resenha e corri ao teu canal para te ouvir. E o que seria de nós, leitores, sem o teu trabalho? Mesmo para mim, que sou professor de literatura, assistir às tuas análises após concluída a leitura/releitura é sempre tão enriquecedor. Estou adorando este hábito: ler tuas indicações e após vir aqui me esbaldar com esses vídeos. Muito obrigado.
Notas transcritas a partir de 3:52:00: Mersault vive moralmente omisso às situações que estão ocorrendo em seu entorno. Mersault é um exemplo extremo, pq ele é uma personagem literária, com uma distorção caricatural.
Essa inexistência da percepção do certo e do errado, uma certa anestesia, pode acontecer com nós todos.
É um sujeito sem consciência moral, perdeu a capacidade de distinguir o certo do errado. É um sujeito só de quantidades, não tem nenhuma qualidade. A vida para ele é apenas uma expectativa de novas sensações (sentidos); não tem sentimentos (paixões), não tem um conceito sobre si próprio, a mãe não significa nada, etc. Ele é sensorial, a vida para ele é apenas uma expectativa de novas sensações.
Sabendo que vai morrer, só sente a inviabilidade da sua vida sensorial (não poderá mais curtir o mar e o sol), não tem autoconsciência da monstruosidade moral que ele vivencia. Ele vive a dialética das sensações, é manipulado pelas sensações do meio (sol, mar), não tem uma existência moral de imaginar que deve fazer isso ou aquilo, que pode eventualmente trocar isso por aquilo outro. Não tem consciência moral. O brasileiro é muito parecido com o Mersault, uma parte grande da cultura brasileira é Mersault (vive a dialética das sensações): tem o projeto pessoal das sensações, a proposta de vida é curtir o que for possível: é uma ideia quantitativa, não dá para construir civilizações com isso, embora a vida seja divertida.
O Mersault é profundamente associado ao Raskolnikov (Crime e Castigo): o último tem duas chances na vida: ou vai para o hospício ou vira presidente da república - isto é, adquire poder (quando os outros à sua volta são Mersault). Esta é a razão por que Gilberto Gil um dia foi ministro do governo petista, ninguém soube o que era certo e o que era errado: ninguém teve a possibilidade de julgar se ele tem ou não tem alguma validade moral; só é possível existir o Raskolnikov com poder numa sociedade sem consciência moral do que é certo e do que é errado.
O personagem deve nos ajudar a compreender na vida real sua atitude: quando formos apanhados numa atitude parecida, podemos elaborar o problema, sabendo que uma das possibilidades humanas é ser Mersault.
Como distinguir obras de arte: avaliar duas variáveis: a profundidade do conteúdo e a complexidade de forma. As grandes obras (como as escolhidas nos seus cursos) têm, então, uma grande possibilidade de interpretações.
Logoterapia: explicar com suas próprias palavras o que vc está vivendo. É uma maneira de organizar nosso sofrimento.
Beletrista: saber tudo sobre Camus, por ex.: conhecimento periférico da obra etc. Não é esse o objetivo do presente curso.
4:03:00: compreensão do mundo contemporâneo, onde há muitos Raskolnikovs e Mersaults soltos por aí - análise do louco que quer criar o homem novo numa nova sociedade (ideólogos socialistas, marxistas, ...). O Mersault é o homem dominante no mundo atual, embora não tenha sido essa a intenção de Camus. Camus achava que a vida é um absurdo, que nada na vida faz sentido. No seu livro O Mito de Sísifo, discorre sobre 4 maneiras de lidar com a vida frente à sua absurdidade (da vida): 1 -escolher viver de modo absurdo (tal como o personagem Don Juan, que popularizou-se na versão de Molière) (é uma fórmula para gerar loucos); 2 - suicídio (o maior dos pecados: é o desprezo da existência de Deus); 3 - produção de um novo mundo* (essa fórmula de construção de sociedade justa baseada em critérios humanos gerou 100 milhões de mortos no século XX) (* esse enfoque está no livro O Homem Revoltado; também nos Irmãos Karamázov, onde Ivan pretende fazer uma outra coisa no lugar da obra de Deus, pois ele não a aprecia - e então surgem Robespierre e Sangi?, monstros da Revolução Francesa que acham que têm mais capacidade de fazer justiça do que Deus) e 4 - conviver com o absurdo da vida (é o que ele acha que Mersault faz), sem entrar no jogo, manter distância do jogo: fórmula que gera a matéria prima social que permite que os malucos autores da terceira fórmula possam existir.
O processo de destruição do entendimento entre certo e errado (senso moral) começa por um processo que o antecede, que é a destruição entre o real e o imaginário: deixar as pessoas em dúvida sobre o que é imaginário e o que é aplicável na prática. Um exemplo (negativo) disso é o filme “Quem somos nós”, que constrói essa ideia de que há uma indiferença entre imaginação e realidade [há um vídeo no youtube do prof. Monir sobre esse filme (ele chama de contribuição para a saúde pública!): ua-cam.com/video/sjiqFwRptZY/v-deo.html ].
Fritzjoff Capra já renegou o livro Ponto de Mutação.
Vc pega o dalai lama e põe a falar com um físico nuclear: concluirão que a física nuclear é igual ao budismo e vice-versa, porque o dalai lama não tem a menor ideia do que seja física, e o físico não tem a menor ideia do que seja o budismo: essa é a única razão pela qual eles acham que é a mesma coisa, que têm que fazer essa ligação!
Esse tipo de coisas, como o filme Quem Somos Nós, o livro Ponto de Mutação, são instrumentos da Nova Era, que é uma mistificação do conhecimento humano que serve ao propósito de modificação do mundo, no sentido que nós estamos criticando aqui. Um programa como esse aqui [refere-se às aulas do Monir] tem por objetivo desmontar esse tipo de coisa.
O livro do Guénon (O Reino da Quantidade) nos dá ideia de quanto as psicologias modernas são cúmplices (mesmo inconscientes) da perda do sentido do real, que é a causa dos males que a humanidade vive. A questão é que elas querem dar a entender que não há psicopatia nenhuma: um estuprador não é um doente, “é um modo de ser, um estilo enfático de namorar”. Esse é o objetivo: extinguir do mundo a ideia de que há coisas certas e erradas, tornar ilegítima qualquer ideia de autoridade que não seja do Estado (ninguém mais pode brigar com o filho; se seu filho de 8 anos quiser passar dois dias numa rave, vc não deve impedi-lo). Resenha Monir
Fantástico esse vídeo! É lamentável a crise editorial e a falta de educação formal nesse país!
Na minha opinião, há uma "conexão existencialista" entre Meursault (O Estrangeiro - Camus) e Raskólnikov (Crime e Castigo - Dostoiévski), guardadas as peculiaridades e idiossincrasias de ambos personagens. Estes dois livros: obras-primas. Considero um dos pontos mais altos, quiçá o mais alto, em O Estrangeiro: o insight do protagonista, antes de sua execução:"...Acho que dormi, pois acordei com estrelas sobre o rosto. Subiam até mim os ruídos do campo. Aromas de noite, de terra e de sol refrescavam-me as têmporas. A paz maravilhosa deste verão adormecido entrava em mim como uma maré. Neste momento, e no limite da noite, soaram sirenes. Anunciavam partidas para um mundo que me era para sempre INDIFERENTE..." (...) "...Como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas, eu me abria pela primeira vez à terna INDIFERENÇA do mundo. Por senti-lo tão parecido comigo, tão fraternal, enfim, senti que fora feliz e que ainda o era..."
Li esse livro quando estudava Francês e foi o livro que mais me indicaram para a prática de leitura, por ser um livro pequeno e de fácil vocabulário. Mas nem imaginava sobre a profundidade do tema. Realmente é um livro filosófico. Recentemente vi um filme chamado Nebraska, que recomendo muito. Tem uma cena sobre os motivos do casamento que me lembrou O Estrageiro. Essa coisa do "tanto faz".
Devorei O Estrangeiro entre os afazeres e o jantar. Uma leitura deliciosa, incrível, profundas reflexões do personagem no termino da obra, amei.
Achei o livro ótimo. Inclusive me identifiquei com a apatia do personagem, nada o abala, nada o impressiona e de certa forma no fim ele se dá conta que se importa sim com as coisas, mas se dá conta quando é tarde demais (acho que homens no geral se dão conta que precisam da família e da esposa quando se divorciam rs). Mas aí quando o Camus discorre a "filosofia" dele, fico com a impressão que absurdismo é apenas pessimismo e revolta mesmo, não tem nada que se aproveite ali. Enfim, minha impressão. kkk
Eu também fiquei impactada quando terminei esse livro. Li na época da faculdade e até hoje sei exatamente a sensação que tive quando terminei a leitura.
Por curiosidade, o que foi?
O Estrangeiro é o próprio personagem, e este sentimento de ser um estrangeiro é bem descrito quando o mesmo diz: "vejo por trás dos meus olhos", é como se apenas observasse a vida passar. Este livro, ao meu ver, tem como viés testar os limites da filosofia Absurdista/Existencialista. Absurdismo, pois refere-se a latência entre a razão da existência e o suicídio (vide O mito de sísifo), onde o mesmo não ver importância na própria morte, tampouco na vida, quando privado da liberdade. Sobre o Existencialismo ateu, temos a influência do pensamento de Sartre, principalmente em questão a contingência e na plenitude da liberdade, sem se furtar das consequências, outrossim, este compreende que ele matou e foi uma escolha. Outros personagem reforçam o que supracitei. Sobre a questão do Sol, minha interpretação é que este representa a moral e o impacto de não estar agindo dentre as normas sociais, até mesmo como o Sol fosse "deus/sociedade", julgando antes mesmo do individuo atuar.
Sem dúvida um livro impactante. Li há alguns anos e me diverti muito com a postura fora dos padrões do protagonista, que de fato foi condenado por isso. Fique com vontade de ler novamente. Parabéns pela resenha. Ela está e entre meus top 10
Eu amei o Estrangeiro, ele é estranhamente maravilhoso. No começo achamos o Estrangeiro super estranho, mas no final você fica com dó dele, por estar sendo preso por não ter simplesmente chorado no enterro da mãe. Maravilhoso.
Personagem que não inspira simpatia nenhuma. Não concordo que ele tenha sido julgado por não ter chorado no enterro da mãe, apesar de esse fato ter servido como um tópico para análise da personalidade perante o Júri. Mas a condenação foi pelo assassinato. E, por mais que entendamos que Mersault é a personificação do homem absurdo de Camus, não há como redimir tamanha indiferença diante do mundo.
Acredito (se é possível formular qualquer tipo de juízo sobre as intenções do autor) que a última coisa pretendida por Camus tenha sido causar dó nos leitores.
Porém, obviamente, cada um lê conforme sua vivência e com seus próprios olhos.
Realmente é um livro maravilhoso.
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O único sentimento que ele desencadeou em mim foi de angústia. Jamais seria amiga de uma pessoa sem sentimentos e medíocre como ele.
Esse é um dos me-lho-res livros que li na vida, faz parte do meu Top 5. Quando vi o aviso da tua resenha, fiquei tão feliz que parei tudo, fiz um café, peguei um bolinho e me acomodei para assistir. Tipo cinema com pipoca... hehehe E o melhor: tua avaliação do livro é exatamente a mesma que tenho. Obrigada mais uma vez, Tati, por ser tão especial e transmitir às pessoas as alegrias dos grandes livros. Beijão.
Denise Christians bem isso!🙂
Não tem coisa melhor do que um vídeo seu com mais de 15 minutos. 😍🤩
Ótimo livro.
Um forte abraço
Mlr, eu tava super propensa a fazer uma resenha desse livro no instagram hoje.
Foi o primeiro livro que li em 2019 e o que mais me surpreendeu foi a frieza do personagem(E não tinha pensado nisso mas concordo com vc que ele pode ser um psicopata)e claro o final...eh mesmo impressionante!!!
Ps:Pensei até na tese de legítima defesa ou dolo eventual(assumir o risco de matar no caso do primeiro tiro) Mas aqueles 4 tiros desnecessários foi o que pra mim justificaram a prisão do protagonista!!!
Enfim...O livro eh ótimo e a sua resenha foi mt maravilhosa pra variar.
Bjo!!!
Quando eu li o livro tive a sensação de que estava lendo um livro mal-escrito. Inicialmente imaginei que seria a tradução. Depois comecei a perceber que o livroera fantástico e atribuí a aparente máescrita ao fato de ser uma espécie de diário, que deveria parecer escrito pelo protagonista. Agora soube que a tradução de fato é problemática e fiquei sem saber o que pensar sobre minhas impressões sobre o livro.
O que você fala sobre esse livro me fez lembrar do conto Soldier's Home de Hemingway. A falta de conexão com o mundo, a alienação e até a separação com as pessoas tudo isso parece refletir no conto. Se fosse encaixar em um "padrão" poderia até dizer que Camus faz uma passagem pelos conceitos que envolvem a lost generation. Excelente vídeo!
A história do tcheco mencionada pela Tati é contada na peça de teatro “Le Malentendu”, do Camus. Não sei se ela já leu/resenhou esse livro, mas vale muito a pena ler. É sensacional! E também vale muito a pena ler o discurso do autor quando recebeu o Nobel de Literatura.
Terminei de ler O Estrangeiro hoje, me sinto muito feliz pela leitura e principalmente por ser uma indicação da Tatiana. Estou em choque com o livro, ótimas reflexões e questões.
Acredito que todos temos um pouco de "Meursault" em nós mas a verdade de pensamentos e sentimentos não é bem visto em vários meios da sociedade ,a hipocrisia é muito mais aceita acho que isso faz muita gente se sentir um estranho no ninho mas no fundo temos sempre muito em comum .
Se eu fingir que me importo com a morte de alguém que eu nem conheço (diferentemente do livro) é mais aceito do que ser autêntico e dizer que na verdade eu não ligo.
Já passei por isso e fui tratado mais ou menos como o Meursault.
Tati, vc citou um livro da Cosac Naify. Acredita que conheci hoje o Charles Cosac! Ele continua editando alguns livros, mas só de arte. Uma pessoa interessantíssima!
Suas resenhas vão sempre mais além. Obrigado!
Há uns 10 anos li "o estrangeiro" e não entendi nada..
Hoje estou lendo "o mito de sísifo" e percebo o quanto eles conversam, os conceitos ficam mais claros de compreender depois de uns anos na bagagem e algumas reflexões sobre a vida. Gostaria muito de assistir seus comentários sobre esse ensaio.
Livro ótimo! Daqueles que se percebe que há uma camada por baixo das letras.
Time conhecimento desse canal em razão da 'blitzkrieg' sofrida pela dona do canal. Não curto UA-camrs, mas seu canal é muito bom.
Críticas diretas, honestas e confiáveis.
Assinei. 📖
Excelente análise! Fico imaginando você falando de outro livro absurdo e impactante: "O Casamento", de Nelson Rodrigues.
Acabei de ler o livro e, na sequência, assistir a esta preciosa análise de Tatiana Feltrin (a quem agradeço pelo olhar acurado sobre a obra, que correspondeu à minha ansiedade de conhecimento). Conforme fui lendo o livro, lembrei-me do anti-herói de Salinger, Holden Caulfield (O apanhador no campo de centeio), que em sua rebeldia adolescente demostrava-se constantemente entediado pelo mundo e pelas pessoas, tal qual nosso (estrangeiro) Arthur Mersault, ainda que este já estivesse "preso" ao mundo dos adultos. E, por falar em prisão, outra comparação que me veio à cabeça foi Josef K, de Kafka (O Processo), que acorda envolvido em um longo e burocrático processo (sobre o qual nem ele nem nós, leitores, ficamos sabendo do que se trata), ao passo que nosso zecapagodiano Meursault (que vai deixando a vida o levar) parece mergulhar fundo num processo de autoconhecimento, justamente após ter sua sentença capital definida. Por último, cito também a comparação com outra obra que adorei, pois vi uma certa antítese entre a indiferença de Mersault no enterro de sua mãe e o total envolvimento de Mariano, com todos os desdobramentos espirituais, históricos e sociais, no funeral de seu avô, de Mia Couto (Um rio chamado Tempo, uma casa chamada Terra), diria até que o Sol no céu, de Camus, exaure e joga tanto às trevas Arthur quanto Luar-do-Chão, de Couto, eleva e ilumina Mariano.
Li esse livro na adolescência, assim como o apanhador no campo de centeio, e a insustentável leveza do ser... óbviamente que me marcaram... entretanto, minha visão das histórias já apuraram de uma maneira que ainda reconheço a qualidade dos autores, mas não admiro a obra como outrora já admirei. A leitura de provérbios... Tolstoi, Érico Veríssimo etc... e a vida em si, nos toca, e ao menos me tocou aos poucos e quando vi, já falava de outro lugar que não aquele. Aprecio imenso sua maneira de abordar e resumir as obras Tatiana, já leste algo do professor Rodrigo Gurgel? Obrigado!
Ter perspectivas diferentes de diversas obras nos enriquece a vida. Que a sabedoria vos acompanhe.
Conheci, por acaso, seu canal. No primeiro vídeo q assisti já me inscrevi. Adoro ler. Mas, me afastei muito dos livros por conta da vida. Aos poucos, estou retornando aos livros. Ontem, mexendo na estante achei "O estrangeiro ". Hoje, olhando seu canal vejo este vídeo. Bela coincidencia. Adorei. Parabéns pelo trabalho. Minha edição de "O estrangeiro" é do Círculo do Livro. Capa dura.
Uma leitura muito interessante do Camus é o livro "A queda" um dos últimos livros escrito por ele. Não sei se a Tati já leu, mas é muito bom também.
Tatiiiiiiiiiii, você ja leu '' Não verás pais nenhum '' de Ignacio Loyola ??? É uma distopia brasileira FANTÁSTICA !
Boa noite, Taty.
Eu li esse livro e fiz uma pequena resenha dele no Instagram. Eu gosto de ver seus comentários depois de ler, pra comparar impressões e pra pegar material de apoio. Vc sempre dá dicas interessantes. E devo dizer que as coisas que me chamaram a atenção foram as mesmas que você pontuou. O vizinho que judiava do cachorro era desesperador. Quando o cão se foi, o velho não tinha ninguém pra descontar a raiva que tinha de sua existência, eu acho...🤔
E o caso da folha de jornal é absurdo elevado a décima quarta potência. Texto muito bom.
Sem dúvida é um do melhores livros que li em 2018.
Parabéns pela resenha.
Absurdo de boa as resenhas da Tatiana. Sāo de uma qualidade muito alta! Valeu Tati :)
O Estrangeiro é maravilhoso! gostaria de assistir uma resenha sua sobre O Vermelho e o Negro de Stendhal. Estou lendo ele no momento. Muito bom!
Suas resenhas são incríveis, sério. Elas tem um diferencial.
li esse livro por conta da música killing an arab do the cure e em muitos momentos me incomodei com essa sociedade querendo “obrigar” ele a agir de tal modo, principalmente na parte do padre discutindo com a crença dele foi meio tipo “deixa ele em paz ele vai morrer daqui algumas horas”, porém me vi em muitas situações no personagem na questão do tanto faz, porque realmente as vezes em grandes situações eu apenas sinto o tanto faz dele
Não li o livro ainda, mas baseado em sua ótima resenha, achei que o protagonista desse livro representa um tipo de personalidade muito comum no mundo.
Cansei de encontrar homens e mulheres frios e calculistas - i. e. psicopatas - que não sentem emoções reais. A única diferença com o protagonista de O ESTRANGEIRO, é que este não se sente obrigado a simular o leque de emoções dos neurotipicos (as pessoas ditas "normais").
Recomendo não se iludirem muito quando verem pessoas profundamente emocionadas. Frequentemente, não passa de um estratagema usado para manipular as pessoas.
Li em Janeiro esse livro e gostei muito. Além dele comprei O mito de Sísifo, O exílio e reino e A morte feliz mas não gostei desses dois últimos. Parabéns pela maravilhosa análise do livro gostei muito do seu canal!
Tati, aEditora Abril, também lançou ese livro aqui. A tradução é outra. Foi a que li, há uns 40 anos atrás. Eu tinha 17 anos. Nunca o reli, de tão impactante. Fico angustiada, até hoje, ao lembrar de Meursault. Adorei a sua resenha. Quem sabe sinta coragem de reler o romance.
"Todo mundo sabe que a vida não vale a pena ser vivida", ao ler essa frase, numa leitura que já estava pra lá de modorrenta, aceitei a derrota: O Estrangeiro não valeu a impressão. Essa frase faz desse livro o que ele sempre foi: desperdício de papel. Cabrera Infante comenta isso num de seus ensaios de Mea Cuba: "Camus foi um romancista que queria ser levado a sério como filósofo, e O Estrangeiro não chega perto do que imagina ser". O problema é que ficou instituído que esta é uma grande obra. Nabokov estava certo quando disse que chamar alguns escritores de gênio, era uma ofensa à sua inteligência, o russo dizia que Faulkner escrevia "crônicas de milho" e Camus simplesmente não existia.
Tatiana, eu ouço você com lágrimas nos olhos, pois ler esse livro e ouvir sua explicação me eleva a alma sobre conhecer a mim mesma.
Adorei essa história; li porque vc leu a primeira linha e eu fiquei curiosa!!! Isso tem muito teeemmpooo! Kkk
Em certos momentos o livro cheguei a pensar o seguinte: o personagem externa aquilo que muitas pessoas escondem atrás de suas máscaras, ou seja ninguém é 100% bom e que no fundo podem até pensar as mesmas coisas mas por conta da sociedade temem externar esse posicionamento.
Espetacular seu comentário, Tatiana, ótima apresentação da obra, com várias referências a filósofos e textos, vi o filme de Luchino Visconti, mas lá não tem o arco menor da história do tcheco, que gostei muito de saber, ótimo convite à leitura, parabéns
No livro o sol castiga, confunde, traz decisões erradas ou impensáveis
Peguei um exemplar emprestado na biblioteca do meu colégio. Li em 3 dias, curti bastante a leitura
Também li esse livro recentemente, curti. Já ouviu falar de "O caso Mersault"? O livro conta a mesma história, só que na visão do árabe. Beijos.
Pessoal, somos um canal novo que propõe discutir textos literários e filosóficos entre três professores, um de história, outro de sociologia e outro de filosofia. Nosso primeiro vídeo, já disponível no canal, aborda O estrangeiro, do Camus. Confiram lá, acho que vocês vão gostar!
Que bacana ver o Camus comentado pelas redes, parabéns Tatiana!
Amei O estrangeiro! So conheco essa obra do Camus. Qro mt ler A peste!!!
Albert Camus e Jean-Paul Sartre foram escritores e filósofos existencialistas e dois pensadores fantásticos. Todos deveriam ler sempre, ambos.
Sugiro a leitura de 'O Homem Revoltado' de Camus. No mais, parabéns pelo canal!
Se alguém quer um texto de apoio verdadeiramente bom sobre O Estrangeiro: O Mito de Sísifo, do próprio Camus
Eu li esse livro aos 14 anos, eu acho.
Eu lembro que achei o protagonista estranho, não conseguia o compreender muito bem.
Hoje tenho 16 anos e acho que me tornei uma Meursault, ao contrário dele que não se importou com a morte da mãe, me tornei assim justamente por perder os meus pais.
Um dos primeiros livros que li e adorei, muito bom mesmo! O video deu uma vontade de ler outra vez!
O que me dói muito nesse livro é que me identifico demais com o Mersault. Isso faz com que eu tenha medo, medo literal, de me acharem um psicopata por não reagir como as pessoas "normais" reagem a estímulos.
Eu também, não chorei no velório da minha melhor amiga nem no da minha avó e fui embora o mais rápido que pude, me culpei por muito tempo, chegando a achar que pudesse ter algum grau de psicopatia, até que me disseram que pessoas com TDAH (tenho diagnóstico desde os 6 anos) possuem distúrbios hormonais que fazem com que elas não reajam de uma maneira "emocionalmente adequada" (não sintam certas emoções na intensidade que deveriam sentir).
Eu também me identifiquei bastante com o personagem. De alguma forma, o "tanto faz" se faz presente em minha vida. Mas a leitura me fez refletir sobre as consequências de ser tão indiferente a tudo. Existem aspectos em que a indiferença pode ser catastrófica. No caso do velório e luto, não vejo problema algum. Cada um lida à sua maneira com a morte e tudo bem!
O que ainda pode ser mais favorável do que você abrir mão da sua identidade para agradar gregos e troianos. O medo de ser quem se é parece incomodar e travar muita gente!... Nada como a literatura e o autoconhecimento para nos ajudar a lidar com os nossos dilemas.
Deixo, solidariamente, uma canção para você: "Esperando por mim", do Legião Urbana. Analise a letra. Espero que lhe ajude a se aceitar e compreender mais e melhor os movimentos do viver.
Boa sorte!🙏
Parabéns Tatiana, a sua apresentação é inspiradora. Já li o livro e a história fala do absurdo e sobre o sentido da vida. Muito bom.
Tatiana, te admiro muito minha filha. Bebo dessa sua capacidade de resenhar esses livros maravilhosos. Sucessos!
Tati, relendo o Senhor dos Anéis e acompanhando seu projeto, e já quero dizer: precisamos de um projeto Lendo Tolkien hahahaha aproveitando esse novo momento de publicações no Brasil!
Ótimo vídeo, Tati! Esse é um dos melhores livros que eu já li e o Camus é um gênio.
Um dos melhores 1 parágrafo de todos os tempos . Ótimo livro . Clássico !
O Estrangeiro é o melhor livro que Tati terá lido esse ano
Tatiana, você é perfeita! Mestra com louvor!!
Tem um filme bem legal chamado "O apostador" que tem a mesma veia filosófica desse livro. Inclusive, o protagonista é professor que a tese dele é sobre esse livro. Gente, é muito bom, assistam!!!!!!!
Vou procurar
Mais uma leitura que botei na lista de Leituras TLT, da pra terminar e um dia.. Vou fazer isso hoje, lerei a Construção do Kafka e esse do Camus 🍀
optima aula sobre o estrangeiro. obrigada Tatiana. ha muito tempo que eu quero ler camus mas ainda não aconteceu...você acaba de dar um baita empurrão :))) ( ainda não percebi porque a maioria dos brasileiros lhe chamam "Cami", quando o "u" em francês se pronuncia "iu" . então, a pronuncia correcta é "Camiuz"
Na verdade é "camiu". O s é mudo.
Sua maior e melhor resenha! Completa!!!
Esse livro vai trazer, representado em seu personagem principal, o homem absurdo idealizado por Camus em sua filosofia. O absurdo seria o divórcio do homem para com o mundo, o sentimento de não pertencimento a essa vida, uma falta de sentido para tudo. Meursault, claramente, vive sua vida segundo essa ideia, onde o "tanto faz", tantas vezes pronunciado, vai exprimir exatamente essa ideia de que nada é importante. Acontecendo ou não acontecendo, a vida continuará a mesma. Um detalhe que podemos observar é que, no seu cotidiano, Meursault apenas sente o mundo dessa maneira, a indiferença e o alheiamento, constantes na narrativa, não são percebidos por ele conscientemente. Ele chega a mencionar, para se defender de certas acusações, "ser como todo mundo", pois nunca se deu conta de sua conduta. Apenas ao final do livro, em seu leito, ele toma consciência do absurdo que é o mundo, do julgamento sem sentido ao qual está submetido, e dos valores sociais - divinos que lhe tentam impor. CONSCIENTE disso, de que nada de fato faz sentido, aceitando seu destino e o absurdo do mundo, e reconhecendo a indiferença e o alheiamento na sua vida, ele alcança sua liberdade. Nesse momento ele se torna o homem absurdo.
Livro sensacional, Tati! E resenha ótima como sempre! Depois dá uma olhada em Desonra, do Coetzee (eu vou repetir isso só pra vc se lembrar e um dia, quem sabe, ler hahah vale a pena!)