A entrada das teorias raciais no Brasil

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  • Опубліковано 1 січ 2025

КОМЕНТАРІ • 767

  • @RaulCarlos12
    @RaulCarlos12 5 років тому +678

    Gente, a Lilia Moritz Schwarcz tem um livro chamado "O Espetáculo das Raças" pra quem quiser se aprofundar mais sobre essa temática. Recomendo.

    • @Bruunna01
      @Bruunna01 5 років тому +15

      Sim, o livro explica mais detalhadamente todos os topicos abordados aqui. Vale a pena.

    • @RaulCarlos12
      @RaulCarlos12 5 років тому +11

      @@Bruunna01 Ainda tem o livro que tem o prefácio da própria Lilia que é o PRETO NO BRANCO do Historiador americano brasilianista Thomas E. Skidmore (in memorian). Também vale a pena ler. Tem outras também da própria autora como: NEM PRETO NEM BRANCO MUITO PELO CONTRARIO e RETRATOS EM BRANCO E PRETO. Obrigado e uma boa leitura Bruna.

    • @rowantuir
      @rowantuir 5 років тому +1

      Excelente obra!

    • @fabinholdi
      @fabinholdi 5 років тому +8

      Baixei esse livro quarta feira sendo que deverei usa-lo para complementar na minha pesquisa de mestrado.

    • @gus..611
      @gus..611 5 років тому +1

      ANUBIS Obrigado! Já conhecia ela mas estou começando a ler suas obras agora.

  • @PatriciaTolmasquim
    @PatriciaTolmasquim 5 років тому +251

    E ainda tem o detalhe do anel de tucum na mão esquerda e negra. A da direita é branca e tem uma aliança, i.e., branca e casada.
    Video excelente. Parabéns!!

    • @francisampa1
      @francisampa1 5 років тому +4

      MONTAGEM D PHOTOSHOPP NO VIDEO , NA REAL ESTE CARTAZ NAO TEM ISSO NAO

    • @KathiaNatalie
      @KathiaNatalie 5 років тому +31

      @@francisampa1 procure a propaganda original e verá que é exatamente o que foi falado no vídeo. Não minta, por favor.

    • @bertrandd3813
      @bertrandd3813 5 років тому +20

      O cartaz original tem sim esse conteúdo. Não precisa defender teu dono toda a hora, cachorrinho.

    • @pedroguimaraes7198
      @pedroguimaraes7198 5 років тому +7

      @@francisampa1 Bandido mentiroso.

    • @Andrew-qd5fc
      @Andrew-qd5fc 5 років тому +6

      @@francisampa1 Não é montagem.
      noticias.r7.com/pernambuco/folha-de-pernambuco/propaganda-do-mec-com-mao-branca-com-diploma-e-acusada-de-racismo-15062019

  • @ilus.
    @ilus. 5 років тому +175

    Putz, sem acreditar ainda nessa propaganda. Que triste...

  • @ronaldothomejunior3702
    @ronaldothomejunior3702 5 років тому +112

    Este talvez seja o vídeo com o assunto mais terrível a ser tratado no canal até agora. Por outro lado, talvez seja um dos mais necessários. Valeu, Lili!

  •  5 років тому +162

    De modo simples e didático, a professora Lili desvenda ideias abomináveis do século 19 ainda presentes nos nossos tempos. O vídeo é imperdível!

    • @rteixeira322
      @rteixeira322 3 роки тому +3

      Isso é um fato,há raças intelectualmente superior.
      Ela apenas está negando fatos,para ser politicamente correta e por ser uma mulher!

    • @razortrue
      @razortrue 3 роки тому

      @@rteixeira322 fato.

  • @leowanick.official
    @leowanick.official 2 роки тому +9

    Que delícia encontrar tanto pensamento crítico! Ainda mais para um estudante de filosofia que dá atenção especial a um olhar crítico da cultura. Obrigado, Lili Schwarcz!

  • @roniconceicaoconceicao.4981
    @roniconceicaoconceicao.4981 5 років тому +19

    Minha mãe sempre falou que , um negro bem sucedido é tratado como branco. Agora compreendo o porque dessa forma de pensar.

  • @felipearaujo491
    @felipearaujo491 5 років тому +7

    Vídeo super didático e informativo. Uma ótima síntese da obra da professora Lilia, o Espetáculo das Raças que é maravilhoso! Mais uma fonte de conhecimentos e de informação para entendermos o Brasil. Obrigado, Lilia!

  • @leonardodecarvalho9122
    @leonardodecarvalho9122 Рік тому +6

    Até pouco tempo eu pensava que essa história de racismo era bobagem, mas estou me aprofundando e vendo que a coisa é séria mesmo.

  • @melanciafeliz
    @melanciafeliz 5 років тому +305

    Cara, eu escuto essa história de que mistura racial "estragou" o Brasil até na minha família. Infelizmente esse preconceito não foi superado ☹

    • @haroldoassis260
      @haroldoassis260 5 років тому +70

      Como se a mistura racial fosse feita voluntariamente e não do estupro de mulheres negras escravizadas.

    • @ViniBoneto
      @ViniBoneto 5 років тому +39

      @@haroldoassis260 A maioria das misturas raciais se deram de forma voluntária e não a partir de estupros.

    • @haroldoassis260
      @haroldoassis260 5 років тому +46

      @@ViniBoneto aham. Todos os senhores de engenho se casavam com suas escravas... Assim como as mulheres européias tinham filhos dos seus escravos...

    • @ViniBoneto
      @ViniBoneto 5 років тому +19

      @@haroldoassis260 Havia senhores de engenhos que tinham filhos com escravas, provavelmente muitos. Já entre as mulheres, embora também houvesse, esse número provavelmente era muito menor, pela repressão sexual muito maior à mulher. Mas mesmo assim, que evidências concretas você tem para afirmar que a maioria dos senhores teve filhos com suas escravas ou que a maioria das relações inter-raciais eram fruto de estupros? Você pode indicar algum estudo sério que já tenha havido a respeito disso?

    • @haroldoassis260
      @haroldoassis260 5 років тому +46

      @@ViniBoneto vou deixar abaixo um link de um estudo da Fapesp, mas destaco essa parte do texto:
      (...)
      Presença feminina
      A contribuição africana para a composição genética do brasileiro não foi desigual apenas do ponto de vista geográfico. Enquanto os homens africanos foram os braços e as pernas que movimentaram a economia açucareira do Nordeste, as mulheres exerceram um encanto especial, de cunho sexual, sobre os senhores de engenho de origem européia, como o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre registrou em 1933 em Casa-grande & senzala, ensaio clássico sobre a formação do país. Por essa razão, o preto brasileiro guarda hoje em seu material genético uma contribuição maior das mulheres do que dos homens africanos, embora o volume do tráfico masculino tenha sido maior.
      Essa desigualdade, que os geneticistas chamam de assimetria sexual, torna-se evidente quando se comparam dois tipos de material genético. O primeiro é o DNA encontrado nas mitocôndrias, usinas de energia situadas na periferia das células. Transmitido pelas mães aos filhos de ambos os sexos, o chamado DNA mitocondrial permite conhecer a origem geográfica da linhagem materna de uma pessoa. O segundo tipo de material genético estudado é o cromossomo Y, que os pais passam apenas para seus filhos homens e serve como indicador da linhagem paterna.
      A equipe de Pena constatou que 85% dos pretos de São Paulo tinham DNA mitocondrial africano, enquanto apenas 48% apresentavam cromossomo Y característico da África. De modo semelhante, o grupo coordenado por Maria Cátira viu que, em 90% dos pretos do Rio e em 79% dos de Porto Alegre, o material genético africano era de origem materna. Do lado paterno, só 56% do Rio e 36% de Porto Alegre tinham material genético paterno típico da África. “Esses números comprovam a história de exploração sexual das escravas pelos brancos”, comenta Pena, “uma história nada bela porque se baseava em relação de poder.”

  • @luluba01antonio
    @luluba01antonio 5 років тому +4

    Conheci esse canal, conheci essa professora e estou encantado, e acabo de comprar Brasil uma biografia. Obrigado por compartilhar de maneira acessiva seu conhecimento e opiniões, continue por favor.

  • @nil3718
    @nil3718 2 роки тому +2

    Revendo este excelente vídeo para incluí-lo em minhas aulas remotas. Sou professora de Literatura e trabalharei de forma especial com o escritor Lima Barreto ( não podemos esquecer que além da comemoração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, faz tbm 100 anos da morte de Lima). Um dos tópicos refere-se a este contexto do racismo científico. O autor lia, conhecia tais teorias para só então se tornar um interlocutor crítico das mesmas. Marcou-me tbm saber do medo que teve, durante suas interações, de virar um cobaia para os médicos do hospício. Obg, professora por tão grande contribuição.

  • @aironcabral2928
    @aironcabral2928 2 роки тому +2

    Uma análise sutil e ao mesmo tempo profunda nos detalhes. Bravo!

  • @marianatoledo1576
    @marianatoledo1576 5 років тому +75

    Ótima análise, Lili! Não tinha me dado conta da propaganda do ENEM! É realmente chocante!
    Parabéns pelo trabalho!

    • @meta-etherealinfo2445
      @meta-etherealinfo2445 5 років тому +1

      E,,PROPAGANDA,,,ALTERADA MANIPULADA,POR ESQUERDISTAS,

    • @GustavoHMCascardo
      @GustavoHMCascardo 5 років тому +6

      virgo wolf eyes não é não. A estética da propaganda era essa mesma e esteve em outras peças. Tinha um quadro editado inserido querendo mostrar o "futuro" da moça.

    • @alexmartins86
      @alexmartins86 Рік тому +3

      ​@@meta-etherealinfo2445 kkkkkkkkkkk, os bolsonazistas ficam como

  • @rodrigosempre6881
    @rodrigosempre6881 5 років тому +48

    Obrigado pela interpretação do comercial do MEC, tinha pensado que eu estava fantasiando.Ótimo esclarecimento!

  • @thematteus.
    @thematteus. 5 років тому +44

    Como sempre, um vídeo inteligente e relevante: uma contribuição. Você é de mais, professora!

  • @miguelito3110
    @miguelito3110 5 років тому +1

    Professora, nunca me canso das suas análises e do seu olhar crítico e atento a tudo. Obrigado pelos vídeos.

  • @annashh00
    @annashh00 3 роки тому +10

    Gente, tenho 12 anos, o vídeo dela a pareceu na tarefa da minha escola... Eu sou morena mas buchado para a negra, sempre gostei da minha cor de pele 💜💜💜

  • @brazjnior
    @brazjnior 3 роки тому +2

    Nossa estava lendo seu livro Brasil: Uma Biografia e vim pesquisar sobre o assunto e de cara cai no seu vídeo, amei

  • @ClioHelliathusPegotty
    @ClioHelliathusPegotty 4 роки тому +14

    Nossa eu lembro muito dessa pintura da senhora negra louvando a Deus pelo filho ser branco....
    Eu estava na sétima série aprendendo exatamente sobre darwinismo social.
    Fiquei extremamente chocada da época.
    Sou branca mas descentes não só de europeus mas também de uma bisavô indígena e um bisavô negro.
    E tenho muito orgulho da história da minha família de modo geral e queria MUITO ter conhecido todos os meus bisavós. ( até porque também eles viveram em um período que eu mais gosto de estudar na história)
    E também sempre me interessei muito por toda a história dos direitos civis, não só quanto a etnias mas também quanto a sexualidade e crença ( ou falta de.... Como no meu caso) é várias outras.

  • @Benjamin-si7ug
    @Benjamin-si7ug 4 роки тому +4

    Também é interessante lembrar na simbologia da laranja que também significa uma ascensão, na medida que a laranja é uma fruta das elites nos períodos passados, já que foi trazida à Europa da Ásia nas grandes navegações, então era uma fruta muita cara, a qual era pintada (principalmente no Barroco) com o intuito de demonstrar a riqueza.

  • @paulinhabiomed091
    @paulinhabiomed091 5 років тому +3

    Excelente vídeo! Adoro quando explica essas pinturas e suas nuances.

  • @franciscoaraujo7017
    @franciscoaraujo7017 5 років тому

    Que perfeita explicação professora. Esse vídeo da senhora, faz lembrar a frase da música do grupo Racionais Mc's " Diário de um Detento" na música existe um trecho que o cantor Mano Brown fala" Esconde o que a novela não diz" . É exatamente essa explicação feita pela senhora.

  • @bibi250286
    @bibi250286 4 роки тому

    Obrigado professora Lilia, seu canal tem sido fundamental na luta simbólica. Desejo vida longa! Sou professor de Educação Física e orientando da professora Wilma Coelho, na Universidade Federal do Pará.

  • @brunobarra8809
    @brunobarra8809 5 років тому +4

    Estou lendo o livro de Tatiana Lotierzo, parabéns a vocês pelo trabalho!

  • @merabee1
    @merabee1 5 років тому +7

    Muito bom Lilia Schwarcz.👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

  • @06superana
    @06superana 4 роки тому +1

    Que maravilha seus vídeos nesta plataforma professora. Objetivos e tão esclarecedores. Obrigada. Abraço.

  • @jhenriquefs
    @jhenriquefs 5 років тому +2

    Parabéns pelos vídeos. Excelente grau de profundidade acadêmica com uma didática simples.

  • @guilhermemartins7760
    @guilhermemartins7760 5 років тому +37

    É quando dizem "preto de alma branca"

    • @enividal9111
      @enividal9111 4 роки тому

      " Cambada de hipócritas". JC

    • @evyblack05
      @evyblack05 4 роки тому +3

      Me dá vontade de gritar. Más acabo siendo educada y digo que é racismo. A

    • @igorsilva3657
      @igorsilva3657 4 роки тому +9

      "Preto com traço de branco." "É preto mas tem o cabelo lisinho."
      Mais comum, impossível. O racismo perdura, só está modificado.

    • @margaridasilva5103
      @margaridasilva5103 4 роки тому

      Qdo lembro que o MEC está aparelhado, digo: É preciso ler as entrelinhas.

  • @sandrasandrapalaoro7380
    @sandrasandrapalaoro7380 Рік тому +1

    Valeu Professora Lili!
    Boa essa investigação, apesar de triste e absurdo isso
    🙏🌷

  • @TheDheisom
    @TheDheisom 4 роки тому

    Nossa, nunca parei pra pensar sobre esses detalhes, são muito sorrateiros, parabéns professora 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾

  • @ezracorrea3163
    @ezracorrea3163 5 років тому +8

    Caramba! Que coisa maluca. Que propaganda insana. Seu conteúdo sempre muito bom. Obrigado e parabéns!

  • @luisfernandogoncalvesribei6438
    @luisfernandogoncalvesribei6438 3 роки тому +1

    Boa noite excelente vídeo parabéns pelo seu trabalho, obrigado

  • @queromorarnumalivraria
    @queromorarnumalivraria 5 років тому

    Sua contribuição para o debate é valiosíssima!

  • @marie_2623
    @marie_2623 4 роки тому +3

    Recomendo muitíssimo a todos que leiam o livro da Prof. "O espetáculo das raças". Trata-se de um trabalho extenso sobre a penetração dessas idéias eugenistas no Brasil, que inclusive influenciaram a política de imigração dos governantes brasileiros da época. Li esse livro já faz uns + 10 anos. Agora com o isolamento social da pandemia do covid-19, teremos mais tempo para a leitura, isso pra quem gosta e esqueceu como é gostoso ler livros! Sobretudo em papel.

  • @adilton7401
    @adilton7401 5 років тому +12

    Há tanto riqueza nos seis curtos minutos dos vídeos da Professora Lília do que nas doses enviesadas da História deste país. Fico feliz pela democratização, real e gratuita do conhecimento, nos seus vídeos, o que se configura em aprendizagem toda vez que esse conhecimento adentra as vidas e possibilita mudanças. Estou lendo a dissertação de mestrado de uma de suas orientandas, Tatiana Helena Pinto Lotierzo sobre o quadro ‘A redenção de Cam’. Fantástica, só isso 👏🏾👏🏾👏🏾

    • @fabinholdi
      @fabinholdi 5 років тому +1

      ONDE eu acho essa pesquisa?

    • @joaomoreno5435
      @joaomoreno5435 5 років тому +2

      @@fabinholdi , você pode achar o trabalho aqui < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-18122013-134956/pt-br.php >. Na penúltima linha, tem a opção para download.

    • @fabinholdi
      @fabinholdi 5 років тому +2

      @@joaomoreno5435 já abaixei o link e muito obrigado!

  • @marcelaograndao4515
    @marcelaograndao4515 5 років тому +3

    Impossível assistir dois vídeos sem ser "obrigado" a fazer a inscrição neste canal.
    E like também.

  • @TheDheisom
    @TheDheisom 5 років тому +1

    Nossa, não sabia da existência dessa pintura, desses documentos que traçavam esse rumo para o Brasil. E muito menos essa propaganda tão sútil, mas tão esclarecedora ao mesmo tempo. Ótimo vídeo, parabéns 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾

  • @joannajones2338
    @joannajones2338 5 років тому +2

    o ADJunior já tinha feito um vídeo com essa análise das duas imagens, mas é sempre bom rever.

  • @dorlandpohang3262
    @dorlandpohang3262 3 роки тому

    Que vídeo ótimo. Não sabia sobre a antropologia criminal. E me interpelou muito essa teoria porque estou lendo o livro "ENCARCERAMENTO EM MASSA" da coleção FEMINISMO PLURAL que explica como as populações negras vêm sendo criminalizadas ao longo do tempo.
    Super recomendo este livro e ótimo vídeo com ilustrações imagéticas.

  • @evyblack05
    @evyblack05 4 роки тому +4

    Aquí na Espanha eles falam " parece que estás con la negra " quando a pessoa está sem sorte na vida. Falaram isso para meu marido, por que ele tem tido umas perdidas na agricultura. Então ele respondeu a pessoas, que ele está sim con la negra, e esse pensamiento é ridículo. E só agora estando com uma mulher negra ele me diz conseguir ver o racismo🤷🏾‍♀️❤ . Ou seja hj viviendo aquí e vendo tudo que passa no mundo, ja desistir de acreditar que o racismo un día acabe. Acredito que a única cosa que podemos fazer é nos educar, e conhecer a historia de quem sempre Esteve, na Base dessa sociedade hipócrita. 😍gracias por seu conhecimento e un saludo de Espanha😘

  • @alexsandromarcos6546
    @alexsandromarcos6546 5 років тому

    Que trabalho sensacional!! Em dado momento inquietante por retóricas antigas que já deviam estar mortas, em outro assustador por ver essas retoricas convalescendo, mas por fim estimulante, por me sentir animado a continuar na resistência!! Parabéns!! E Gratidão!!

  • @carlineossilva7463
    @carlineossilva7463 5 років тому

    Na parte da propraganda do Mec, eu arrepiei. Sério, muito bom teu trabalho.

  • @bibi250286
    @bibi250286 4 роки тому +1

    Professora, primeiramente saúde. Se e quando possível, grave mais vídeos como este. Muito obrigado.

  • @barbosa379
    @barbosa379 3 роки тому

    Extraordinário, resumiu em seis minutos tudo que aprendi em dezenas de vídeos e podcast.

    • @LiliSchwarcz
      @LiliSchwarcz  3 роки тому

      Muito obrigada, Abraão! #EquipeLili

  • @vitorrodrigues4126
    @vitorrodrigues4126 5 років тому

    Ótimo vídeo, bastante esclarecedor.
    É importantíssimo que esses fatos da história do Brasil que é conhecido por poucos, sejam exposto á todos.
    Só uma correção, a data do nascimento e morte do João Batista de Lacerda (3:00) está incorreto, a data correta é: 1846-1915.

  • @versosxcaos
    @versosxcaos 5 років тому +161

    Obrigado algorítimo, ultimamente só recebia vídeo de fascista histérico! Seu canal é ótimo.

    • @cacadoresdehorizontes-hist2057
      @cacadoresdehorizontes-hist2057 5 років тому +4

      Comigo acontecia a mesma coisa comigo .

    • @reyhenrick
      @reyhenrick 5 років тому +8

      Quanta bobagem...

    • @googlespia0055
      @googlespia0055 5 років тому +6

      A carteira de trabalho BR é q é baseada no facismo p entruncar o pequeno trbalhador e dar poder pro gd pra fz acordo com o gov igual PT com OAS, odebrecht friboi

    • @arto.mendes
      @arto.mendes 5 років тому +3

      Sai clicando em "não tenho interesse" haha Se tiver no pc, dá até pra dizer o motivo (não gosto do vídeo, do canal, etc). Uso esse recurso sempre que vejo uma recomendação ruim... Ajuda muito a deixar teu YT mais "você" kkkkk

    • @tiagomd3811
      @tiagomd3811 5 років тому +2

      @@googlespia0055
      A carta de lavorno foi uma concessão feita por Mussolini para os socialistas, com intenção de enfraquecer o movimento sindical e os partisans italianos. Se tem alguma coisa errada na CLT e Carta de Lavoro é que elas foram fracas demais e deram menos direitos do que o ideal. Agora, um neoliberal dizer que a CLT deve ter sua influência diminuída é alguém que ou apoia o trabalho escravo ou apoia o trabalho semi-compulsório, destruíndo a vida de milhões de trabalhadores com o intento de enriquecer meia dúzia de bilhonários...

  • @DouglasHk
    @DouglasHk 6 місяців тому +1

    O melhor amigo do homem é o cão e o cavalo e seu valor está no pedigree
    Pedigree ou gráfico de linhagem é o diagrama genealógico de um animal doméstico ou pessoa (também conhecido como árvore genealógica, neste caso) e pode ser utilizado para um aconselhamento genético

  • @guilhermetonon7267
    @guilhermetonon7267 5 років тому +115

    Sou filho de índios com alemães e italianos.
    E aí que minha avó alemã falou uma vez que o problema do Brasil era essa misturada.
    Veja só com quem ela fala...
    Uma vez cheguei numa sala para estágio e uma garota falou q eu era estranho...ri e perguntei pq. Ela falou q eu era branco mas parecia índio. Me senti muito bem aquele dia e a partir de então não me vejo de outra forma que não um índio.
    Minha avó ter falado aquilo foi muita burrice, ainda mais falar pra mim.
    Minha tia disse que os índios todos tem Hilux. Eu perguntei se ela acreditava nessas mentiras.
    Não temos pq negar q existem corrupções até com índios. Mas generalizar é coisa de ignorante.
    Então repudio com veemência (como diria Collor alucinado), repilo, qualquer xenofobia.

    • @luizeduardogomespinto846
      @luizeduardogomespinto846 5 років тому +9

      Vai um like pelo "Collor alucinado"... rsrsrsrs... isso é uma patuscada!!!!

    • @guilhermetonon7267
      @guilhermetonon7267 5 років тому +3

      Luiz Eduardo Gomes Pinto isso é uma pantomima 🤣🤣🤣

    • @cassius573
      @cassius573 5 років тому +6

      Índio é bem mais aceitável que ascendência negra. Você veria o inferno é se fosse de família alemã e italiana com algum pai negro, e você puxasse cabelo crespo, nariz largo...rsrs

    • @guilhermetonon7267
      @guilhermetonon7267 5 років тому +10

      Gorūden Fūriza se vc ler novamente, vai ver que eu não estou competindo sofrimento com ninguém. Vai estudar para não falar coisa desnecessária.

    • @cassius573
      @cassius573 5 років тому +7

      @@guilhermetonon7267 Nem insinuei que você está competindo por sofrimento, apenas constatei fatos. Vá aprender a interpretar melhor e seja um pouco menos agressivo para não acabar proferindo asneira.

  • @RooseveltCoopling
    @RooseveltCoopling Рік тому +1

    Lamentavelmente, em 1999, ouvi de um(a) professor(a) que a faculdade estava branqueando-me e que eu não era mais negro após ter ascendido ao ensino superior.

  • @nayanemacedo1220
    @nayanemacedo1220 5 років тому +1

    Caraca, como não conhecia esse canal sensacional antes!!!!!

  • @Manulupetersen
    @Manulupetersen 5 років тому +1

    Eu já vi um vídeo do Ad Júnior sobre a relação da eugenia com a política de imigração brasileira, quando começaram a trazer imigrantes brancos, aos quais foram dadas boas condições para evoluir, terras, enquanto os negros, recém saídos da escravidão, foram largados a própria sorte. Isso faria parte dessa política de embranquecimento da população.

  • @brenoartes7950
    @brenoartes7950 5 років тому +1

    AMO seus vídeos e te admiro muito!!! Trabalho impecável !!

  • @fernandor4617
    @fernandor4617 5 років тому +2

    deve ter sido extremamente difícil mudar esse pensamento. E, de certa forma, isso continua no subconsciente de muita gente até hoje.

  • @brunaalves7870
    @brunaalves7870 5 років тому +1

    Adorei sua forma de explicação. Super clara e objetiva!

  • @PaleoNerd
    @PaleoNerd 5 років тому +2

    Sempre um ótimo vídeo, professora. Você me inspira pra caramba! Obrigado

  • @TheGiszele
    @TheGiszele 7 місяців тому

    Olá! No minuto 3:01 quando surge a imagem de Lacerda, há um erro nas datas de nascimento e falecimento. De fato, ele nasceu em 1846 e faleceu em 1915. Caso contrário, ele teria ido em espírito ao Congresso Universal das Raças.
    Lili, você é necessária!!!

  • @paranossobem
    @paranossobem 5 років тому +1

    Fantástico! 500 anos em 6 minutos. Arte, Ciência, História. Controle social. Parabéns.

  • @avoyageout
    @avoyageout 5 років тому +2

    Que vídeo perfeito! Muito didático, vou usar nas minhas aulas sobre o tema.

  • @sergiocesarjunior8752
    @sergiocesarjunior8752 5 років тому

    Bom, primeiramente devo parabenizar a profa. Lilia Schwartz por feliz iniciativa com este canal e agradece-la por nos prestar publicamente um serviço à formação de nossa sociedade com pensamento e pontos de vistas que fortaleçam nosso espírito republicano e democrático. Novamente muito obrigado.

  • @milenaandrade2162
    @milenaandrade2162 2 роки тому +1

    vi essa pintura no colégio várias vezes, mas nunca me explicaram tão bem!!

  • @enfmaycon
    @enfmaycon 3 роки тому

    Que análise perfeita, minimalista. A senhora é sensacional, doutora Lilia!

    • @LiliSchwarcz
      @LiliSchwarcz  3 роки тому +1

      Muito obrigada, Maycon. Se puder, inscreva-se pra dar aquela força. Abraço! #EquipeLili

    • @enfmaycon
      @enfmaycon 3 роки тому

      @@LiliSchwarcz já sigo em tudo. Risos.

  • @777leviandades
    @777leviandades 4 роки тому

    Laranja, que profecia esse quadro ! muito boa aula por sinal, Obrigado Dr

  • @JoaoVictor-pb6pu
    @JoaoVictor-pb6pu 5 років тому +1

    Que massa ter esse canal aqui! Com tanta riqueza!

  • @brunobecrei1813
    @brunobecrei1813 5 років тому

    Obrigado professora Lilia, ótima explicação.

  • @Butterfly16able
    @Butterfly16able 2 роки тому

    Maravilhosa sua didática professora e que absurdo essa questão do branqueamento .

  • @ellenfurber4598
    @ellenfurber4598 5 років тому +3

    A discussão é muito bem embasada, mas esse último exemplo ridículo! Tá óbvio que o designer que fez a montagem não prestou atenção e não fez o color matching.

    • @tiberio1352
      @tiberio1352 5 років тому

      ridiculo??.....por parte de quem????

  • @estalinistafidelcastro5333
    @estalinistafidelcastro5333 5 років тому

    Imagino como de tão bom devê ser as aulas da senhora professora

  • @Johnpas-b4g
    @Johnpas-b4g Рік тому

    Ótima aula!!, me ajudou a tirar minhas dúvidas.

  • @aloisiogomesgoesjunior838
    @aloisiogomesgoesjunior838 3 роки тому

    Sou da Geografia. Aprendo muito com Prof. Lilia.

    • @LiliSchwarcz
      @LiliSchwarcz  3 роки тому

      Obrigada, Aloísio, um dos nosso objetivos é ajudar nos estudos, mesmo, aproveite! Se puder, inscreva-se no canal! #EquipeLili

  • @justspeakout8585
    @justspeakout8585 5 років тому

    Vi esse quadro pessoalmente no Museu de Belas Artes do RJ. Que primor de museu! Vaooooo laaaaaa galera! Nada como ver a obra cara a cara.

  • @elisasouza1130
    @elisasouza1130 5 років тому +8

    Agradeço-a imensamente por nos passar tanto conhecimento. Vejo o vídeo e já saio compartilhando. Se os brasileiros soubessem mais de sua história, talvez não cometeriam ou falariam tanta bobagem.....

    • @cassius573
      @cassius573 5 років тому +1

      A Eugenia chegou pra ficar e não vai embora tão cedo. Te acostuma, mestiça!
      Atenciosamente,
      Outro mestiço.

  • @robsonpierredarochaaraujo4553
    @robsonpierredarochaaraujo4553 3 роки тому +2

    O conceito de raça já é um equívoco mesmo na biologia. Pensando na biologia, um mestiço é a melhor coisa que acontece para uma espécie, pois aumenta a variabilidade genética.

  • @fnfernandonando
    @fnfernandonando 3 роки тому +1

    Nossa, obrigado por suas explicações.

    • @LiliSchwarcz
      @LiliSchwarcz  3 роки тому +1

      Nós que agradecemos! 💙 #EquipeLili

  • @mahlopess
    @mahlopess 7 місяців тому

    só um pequeno ajuste: a data de falecimento do Joao Batista de Lacerda está 1909 no vídeo, mas foi 1915, senão ele não teria participado do Congresso Universal das Raças em 1911

  • @matheusaragaodeoliveira5592
    @matheusaragaodeoliveira5592 3 роки тому +1

    Eu entendo a interpretação da propaganda, mas dado que estamos falando de "bolsas", que nada mais são que um método de permitir que pessoas mais pobres tenham acesso ao ensino superior e que o que analisamos é uma publicidade moderna e recente que não iria querer passar uma imagem negativa sobre si mesma, não é mais provavel, ou ao menos viável, que o que esta propaganda queira passar é que no passado somente homens brancos (grupos favorecidos) tinham acesso a este tipo de profissionalização e que agora, com a inciativa do prouni mulheres negras (grupos desfavorecidos) tem acesso a esta mesma capacitação?

  • @cacadoresdehorizontes-hist2057
    @cacadoresdehorizontes-hist2057 5 років тому

    Eu sou muito fã dessa mulher. Não sabia que vc tinha um canal. Finalmente o UA-cam recomendou alguma coisa útil. Obrigado conteúdo. Até breve

  • @cleidedornelles5845
    @cleidedornelles5845 5 років тому +9

    Chocada com a propaganda atual.😱

  • @joaopedromorais2258
    @joaopedromorais2258 3 роки тому

    Um vídeo curto com um conteúdo imenso!

  • @0verD0sevlog
    @0verD0sevlog 3 роки тому

    Que didática excepcional!! Vídeo excelente!

  • @thallyssalgado6091
    @thallyssalgado6091 3 роки тому

    Na minutagem 3:00 conta que Joao Batista Lacerda morreu em 1909, mas era um dos participantes do congresso universal das raças em 1911. acredito que tenha havido um equivoco com a data da morte do mesmo. Pois quem morreu nessa data foi o citado anteriormente o Italiano, Cesare Lombroso.

  • @diegohayden1327
    @diegohayden1327 Рік тому

    A didática é maravilhosa...

  • @henziopereira3307
    @henziopereira3307 9 місяців тому +1

    Bom, o imperador tentou reverter a situação mas ai vieram os CARAS, com uma ideia brilhante de RÉ-publica; e deu noque deu !

  • @tomsouzas
    @tomsouzas 5 років тому

    Incrível... a análise do quadro e da campanha publicitária são pra deixar qualquer um estarrecido!!! Ótimo canal!!!

  • @rayanecalixto7985
    @rayanecalixto7985 4 роки тому +1

    Muito bom o vídeo!
    Estou adorando o canal!

  • @Familylifeinbrazil
    @Familylifeinbrazil 13 днів тому

    Acreditem: meus filhos brancos são os netos mais mimados na familia da minha esposa, que é de maioria indígena e negra. A minha sogra falava para minha esposa comer flores de leite para "branquear" a criança no ventre. O mais engraçado (trafico) é que sao todos caboclos (mistura de negro com indigena). Triste demais.

  • @luiz5696
    @luiz5696 5 років тому

    Muito obrigado por esse nível de conteúdo e boa sorte com os vídeos Dra. Lilia. Pelos comentários é evidente a imaturidade da população para uma discussão desse nível.

  • @anniemihn
    @anniemihn 4 роки тому +1

    Meu Deus, o anúncio do PROUNE é chocante! 😱😱

  • @ameliagiovanetti8308
    @ameliagiovanetti8308 5 років тому

    Parabéns!! Bela análise... os sinais desvendam a mensagem, pura semiótica.

  • @AnaSouzaSJC
    @AnaSouzaSJC 5 років тому

    Chocada com a propaganda!
    Amei conhecer esse canal.

  • @angeltrix001
    @angeltrix001 Рік тому

    Obrigada professora.❤

  • @M.história.S
    @M.história.S 2 місяці тому

    A afirmação de que "Em paises onde há predominância de povos miscigenados, os países nunca alcançariam pleno desenvolvimento" não passa de sofisma das grandes potências mundias, são essas nações que interferem no campo politico/econômico, insentivando também a corrupção, impedindo que paises menos favorecidos se desenvolvam...

  • @danielsabino007
    @danielsabino007 5 років тому +3

    Olá Lilia, obrigado por mais um video esclarecedor. Acho que vale conferir a data de falecimento de João Batista Lacerda, que está como 1909 mas deve estar errada pois ele foi ao congresso universal em 1911! Bom dia :)

    • @vitor5606
      @vitor5606 4 роки тому

      Fiquei o resto do vídeo tentando entender como isso aconteceu

  • @rogerferro2
    @rogerferro2 5 років тому +2

    O preço da liberdade é a eterna vigilância...

  • @joaomoreno5435
    @joaomoreno5435 5 років тому +1

    Precisamos fazer uma breve retrospectiva para entender o período da escravidão, a relação entre este e o Estado e a justificativa para o abandono de um grupo tão numeroso como o de escravizados, sem alguma lei ou política de inclusão. Em Sapiens, o historiador Yuval Noah Harari afirmou que a escravidão teve início como um empreendimento puramente economicista: a distância entre o continente europeu e o continente africano, a “fartura” de mão-de-obra barata, o comércio de escravos já existente, o tipo de atividade econômica que seria realizada nas recém-descobertas colônias - monoculturas para exportação em grandes latifúndios - somados à fácil reposição de “peças” foram as principais alegações que sustentaram um sistema que precisava de “trabalhadores de todo alienados de sua origem, liberdade e produção”, em que “tudo deveria escapar à consciência e ao arbítrio desse produtor direto”, escreveram em Brasil: uma biografia. Por sua vez, Harari seguiu afirmando que o discurso religioso foi adotado posteriormente como justificativa para sustentar o modo de produção. “Teólogos afirmaram que os africanos descendiam de Cam, filho de Noé, amaldiçoado por seu pai, que disse que seus filhos seriam escravos. O Dicionário de conceitos histórica teoriza que a escravidão física não importava ao Cristianismo, pois a libertação acontecia no mundo espiritual. “Os escravos, na terra, não deveriam lutar por sua liberdade, pois o que importava era a sua alma e sua obediência a Deus, e não a posição social ocupada no mundo”. Se a “verdadeira escravidão era a da alma”, o verbete aponta que o escravo poderia ter a “alma livre”, enquanto o mercador de escravos (ou o latifundiário) poderiam ser “escravos de sua ganância”. Mais à frente, ao final do século XIX, como veremos, a ciência foi o bode expiatório para legitimar as hierarquias sociais estabelecidas até períodos posteriores ao fim da escravidão. Como escreveu em Sapiens, “mesmo que os escravos tenham sido libertados, os mitos racistas que justificaram a escravidão persistiram (...). O resultado foi um ciclo retroalimentado de causa e feito, um círculo vicioso (...) esses preconceitos ficaram tão arraigados conforme o tempo foi passando”.
    O trabalho de Luiz Edmundo Soares pode nos ajudar a entender como o modo de pensar racista floresceu na Europa. Foi no início do século XIX que ganhou força o ‘pensamento científico’ o qual trazia em seu cerne o conceito de “raça” como sinônimo a “grupos humanos”. Construiu-se a partir das ciências naturais e trouxe à esfera pública a hierarquia racial. “As raças seriam inatas e imutáveis”, escreveu o professor Soares, descrevendo o período. Além do fenótipo - aparência -, cada raça traria especificidades quanto à cultura, ao psicológico e à inteligência. As diferenças entre as raças seriam manifestações das “naturezas específicas”, verificáveis ao longo da história. Vale lembrar que o pensamento racista não mudou o preconceito das pessoas, pois o preconceito já existia, mas trouxe justificativas cientificas para que se perpetuasse e fosse normalizado. Precisamos rememorar que o pensamento racista tomou forma no chamado Segundo Imperialismo, que, neste contexto, carregava em suas embarcações a justificativa do europeu como ‘ser superior’ para a dominação de outros povos. Em História Contemporânea: da Revolução Francesa à Primeira Guerra Mundial, Soares afirma que as teorias raciais também serviram como álibi das mazelas sociais. Como diziam os eugenistas, nome dado ao campo de conhecimento que floresceu com estas teorias, as crises sociais não tinham sua gênese no forçado processo de industrialização e modernização, mas, sim, na “decadência” dos brancos diante da “miscigenação” com outras raças.

    • @joaomoreno5435
      @joaomoreno5435 5 років тому +1

      Porém, para se entender o day-after - o dia seguinte à abolição e o tratamento dado aos escravizados no Brasil -, precisamos continuar a nossa contextualização. O Império brasileiro foi uma tentativa conservadora de “mudar para manter” o que aqui permanecia. Esta ambivalência se deu diante da maquinação imperial em conluio com a elite latifundiária para a permanência das estruturas coloniais: o latifúndio, o escravismo, a hierarquia social e o status quo. Foi também o momento de construir a identidade brasileira como uma resposta de unificação territorial numa América Latina que se desintegrava em revoluções. O Brasil se via “ilhado” num continente latino-americano de República, argumenta-se no livro Sobre o autoritarismo brasileiro. As ciências humanas e sociais atestam que o pensamento eugenista fez parte da construção da identidade nacional brasileira, transformando-o em cultura e funcionando como uma “segunda pele”, de modo que “a vestimos e não percebemos”. Na primeira metade do século XIX, o Instituto Geográfico Brasileiro promoveu um concurso para se eleger o “melhor projeto de escrita duma história do Brasil”. Estamos falando do mito da democracia racial, retomado, anos depois, com Gilberto Freyre e seu Casa Grande & Senzala. Para além da pacificidade, ao usar a metáfora de diferentes rios para explicar o nosso comportamento social, o estrangeiro Von Martius atribuía gradações e qualificava as raças que aqui habitavam. O estudioso descreveu a origem do Brasil através da metáfora de três rios (aqui, sinônimo de raças). O primeiro seria um rio branco (em analogia aos europeus), volumoso, caudaloso e forte. O segundo seria o rio negro (referência aos negros), menor e tortuoso, ‘conflitivo’. O último, ‘fininho’, seria o vermelho (uma metáfora aos índios). A tese de Von Martius ganhou o concurso sobre a identidade nacional brasileira ao mesmo tempo em que escondia a violência do período sob um véu de democracia racial e boa convivência. Posteriormente, tais Teorias Raciais, que também caracterizaram o período pós-alforria, se atentavam mais para os “horrores” da miscigenação entre negros, índios e brancos, sem levar em consideração o tratamento desumano e de inferioridade recebido por pretos ou os preconceitos estabelecidos acerca destes. “A capacidade mental do negro é medida a priori, a do branco a posteriori”, escreveu o jornalista e cronista Lima Barreto, em seus Diários, de 1904. O ensaísta foi um dos primeiros escritores a afirmar a sua “literatura como negra, isso num país em que insiste, apesar do evidente predomínio da população negra, em se ver e representar como branco”. Num país em que “erigiu pontes culturais e muros sociais”, o horror da época à miscigenação é o ponto principal ao entendimento do nosso racismo, que perdura, e das diferenças entre o racismo norte-americano e europeu.
      Por tudo isso que descrevemos, pensar a dicotomia entre brancos e pretos não seria suficiente para explicar o racismo à brasileira. O antropólogo Roberto DaMatta escreveu que o mulato (ou o papel social entregue a ele) se caracteriza como elemento importante para entender o nosso racismo. ‘Diferente’ do preto e do branco, o mulato foi incorporado à sociedade sofrendo os mesmos castigos que o primeiro ao mesmo tempo em que lhe fora negado a ascensão social do segundo. Entretanto, o mulato era nem preto nem branco, muito pelo contrário. Foi assim que o racismo brasileiro tornou-se difícil de caracterizar. Velado, o mulato era aquele que transitava entre as raças, apesar dos castigos e da falta de liberdade. Foi sinônimo de “boa escravidão” ou até da ausência desta. E foi o diplomata, ensaísta e filósofo francês Arthur de Gobineau um dos responsáveis pela disseminação desta estrutura racialista no Brasil, invisibilizando as estruturas sociais vigentes. O posicionamento do ‘teórico’ focava a miscigenação, sendo “terminantemente contrário ao contato social íntimo entre [as raças] (...) Daí a palavra “mulato”, que vem de mulo, o animal ambíguo e híbrido por excelência; aquele que é incapaz de reproduzir-se enquanto tal, pois é o resultado de um cruzamento entre tipos genéticos altamente diferenciados”, escreveu DaMatta.
      E o que é ser mulato no Brasil fica ainda mais claro quando compartilhamos o pensamento do geólogo e zoólogo Louis Rodolphe Agassi, que viveu no século XIX. Diz o suíço que “qualquer um que duvida dos males dessa mistura de raças, e se inclina, por mal entendida filantropia, a botar abaixo todas as barreiras que as separam, venha ao Brasil. Não poderá negar a deterioração decorrente do amálgama de raças, mais geral aqui do que em qualquer outro país do mundo, e que vai apagando rapidamente as melhores qualidades do branco, do negro e do índio, deixando um tipo indefinido, híbrido, deficiente em energia física e mental”. Assim, no livro O que faz o brasil, Brasil? afirma-se que nós, brasileiros, nos escondemos atrás do mito da democracia racial como forma de esconder (ou não problematizar) a sociedade hierarquizada, “que opera por meio de gradações” Ainda usamos, nas palavras do antropólogo Roberto DaMatta, a “nossa mulataria e os nossos mestiços” como formas de esconder uma sociedade desigual. Um mito que nos imobiliza e nos impede de tomarmos atitudes concretas contra o racismo à brasileira. Assim, citando-o, um racismo silencioso, à espreita, que “torna a injustiça algo tolerável, e a diferença uma questão de tempo e amor”. Ou, como escreveu a historiadora Lilia Schwarcz, “um tema tabu (…) E tudo que vira tabu se transforma em silêncio.”
      Mas o que tem a ver a escravidão, a situação do escravizado no período posterior à abolição brasileira e o pensamento eugenista? De acordo com a historiografia brasileira, tudo. José Murilo de Carvalho fala do desamparo ao liberto: “não foram dadas nem escolas, nem terras, nem empregos”. Ou “regressavam as suas fazendas” ou “dirigiam-se às cidades, onde foram engrossar a grande parcela da população sem emprego (...) Lá, os ex-escravos foram expulsos ou relegados aos trabalhos mais brutos e mais mal pagos”. O historiador lembra ainda que a imigração foi incentivada para substituir a mão de obra escravizada, considerada incapaz diante das mudanças econômicas e na forma de se produzir. A ausência do Estado para com os escravizados reverbera até hoje. Para quem duvida, basta lembrar que, em 1984, Roberto DaMatta afirmava a necessidade de igualdade jurídica entre brancos e pretos como um primeiro passo. A igualdade formal só foi conseguida em 1988. Se a priori a escravização teve um intuito econômico e religioso, ao final, a ciência e o pensamento eugenista foram usados para sustentar a ordem social imaginada vigente: como seres naturalmente inferiores, não seriam necessárias quaisquer medidas para incluir os marginalizados ou mitigar os mais de três séculos de escravização. Ainda há muito que discutir.

  • @Ppdogral
    @Ppdogral 2 роки тому

    Genial. Muito obrigada Lili!

  • @andacomfeeuvou
    @andacomfeeuvou 5 років тому +1

    Chocante e inadmissível essa foto da moça negra com uma mão branca. O racismo, antes mesmo de ser um absurdo científico, é uma doutrina de imensa crueldade psicológica e social. Não pode se dizer cristão quem olha com menosprezo a quem quer que seja, e muito menos por uma distinção de nascença.

  • @davicunha5182
    @davicunha5182 5 років тому

    Excelente vídeo! Apenas uma contribuiçãozinha de nada: aproximadamente a partir de 2:55, fala-se em João Batista de Lacerda; na imagem ilustrativa aparece uma data errada de sua morte e nascimento.

  • @ruvian_oficial
    @ruvian_oficial Рік тому +1

    Parabens, gostei demais de seus videos

  • @farnacespereira6475
    @farnacespereira6475 5 років тому +17

    Interessante as mensagens subliminares.
    O racismo é uma questão muito mal resolvida no Brasil.

    • @arto.mendes
      @arto.mendes 5 років тому +3

      Infelizmente, concordo com você. Mas estamos cada vez mais melhorando nessa questão: o pensamento racista está diminuindo e a autoestima do povo negro aumentando.

    • @cassius573
      @cassius573 5 років тому +11

      @@arto.mendes Você está em outro país. O racismo está entranhado nos poros da sociedade, casamento inter-racial ainda é tabu velado e a auto-estima do povo negro é uma porcaria porque ninguém tem coragem de dizer a realidade na cara deles, ficam todos repetindo esse discurso politicamente correto. Fica um monte de Geovanna Ewbank loira rica falando que é importante lutar contra o racismo, que somos todos iguais, mas SÓ se relacionam com brancos Bruno Gagliassos. Isso gera uma contradição na mente negra. Ora não somos iguais ??? então pq vc só quer transar com outros brancos (ou no mínimo claramente PREFERE)??
      A auto-estima do negro dos EUA está a anos luz na nossa frente. A própria segregação clara permitiu que eles desenvolvessem identidade ao passo que o racismo velado inibiu um sentimento de REVOLTA que deveria existir desde lá atrás.

    • @arto.mendes
      @arto.mendes 5 років тому +1

      @@cassius573 Você só disse verdades, amigo(a). Mas o que eu quis dizer não é que o racismo não existe mais no Brasil (seria uma piada de mau gosto kkkkk), e sim que está aos poucos diminuindo.
      Eu lembro que quando eu era mais novo, até ouvia falar sobre racismo, mas como você mesmo disse sobre os dias atuais, era falado de uma forma superficial e hipócrita (ainda é, mas creio que menos).
      Pode ser que a minha visão seja otimista porque eu sigo o movimento do Hip-Hop que sempre abordou o tema do racsimo com muita propriedade e a própria ascensão do hip-hop no Brasil, pelo menos na minha visão, mostra como o preconceito diminuiu, mesmo que muito pouco. Hoje, por exemplo, você vê a mídia trazendo artistas negros e de periferia (assim como acontece há anos nos EUA), filmes usando música negra na trilha sonora - como no trailer do filme do Sonic - e às vezes vejo até propagandas que nada tem a ver com a cultura usando música rap... Com isso, a minha autoestima como negro e fã de música rap sobe sim.
      E creio que essa é a forma mais eficaz de combater o racismo: vivendo e mostrando que você é um ser humano foda assim como um alemão ou um sueco, etc... O debate é importante, mas essa é a melhor maneira, na minha opinião.

    • @cassius573
      @cassius573 5 років тому +6

      @@arto.mendes Entendo sua jornada, irmão. Mas você já parou pra pensar se essa inclusão não é algo estritamente mercadológico, que visa apenas lucro? Não é como se os donos de empresas, na maioria gente branca, esteja preocupado com inclusão e auto-estima racial, mas na realidade apenas explorar o povo negro e pardo de um ponto de vista de mercado.
      Pense comigo, você vai estar muito mais propenso a consumir o produto de uma empresa se na propaganda deles tiver um negro (ou pardo) que parece com você, cantando um jingle num ritmo que você gosta. Na minha opinião, é algo até meio escroto essas táticas mas é o que acontece. Hehe. Tipo Natura ou Avon fazendo propaganda falando sobre empoderamento negro pra vender maquiagem. É muito fácil instrumentalizar pautas identitárias, fazer constatações vazias e acabar lucrando com isso.
      E eu vou te contar que a tomada de espaço de um ritmo 'negro' nada tem a ver com o fim do racismo. Os negros estadunidenses criaram um dos estilos mais incríveis chamado BLUES, contribuíram pesadamente com o JAZZ, e mesmo assim a segregação, repressão e idéias de eugenia comiam solto ao mesmo tempo. Até o próprio Hitler reconhecia: "esses negros americanos entendem de música e de dança, devemos dar o crédito a eles". E mesmo assim ele categorizava como raça inferior, vá por mim, eles sabem separar...o ponto crucial do racismo é não querer se misturar, de casamentos ou relações sexuais mesmo.

    • @arto.mendes
      @arto.mendes 5 років тому +1

      ​@@cassius573 Eu também vejo este intere$$e no empoderamento como algo que visa o lucro, mas aí eu te pergunto: o que na mídia não é feito visando o lucro? Nos EUA, os artistas também perceberam isto e não estão nem aí: participam de programas banais só pra ganharem visibilidade ou grana. Não que eles estejam certos ou errados, mas é só que perceberam que é assim que funciona, ainda mais lá nos EUA né, que eles fazem tudo virar dinheiro kkkkkkk.
      Mas quem sai ganhando não são só os donos das empresas, que fazem números números. É tipo uma mão lavando a outra: você usa minha imagem pra fazer dinheiro e eu uso a sua visibilidade pra transmitir minhas ideias (ou só pra fazer dinheiro mesmo, como é o caso na maioria dos rappers norte-americanos)...
      Quanto a questão da ascensão da black music não significar o fim do racismo, é totalmente verdade, porque os preconceitos sempre vão existir, mas as pessoas, com o tempo, não vão mais poder expressar essa visão discriminadora: vão poder sentir nojo de você e te olhar com desprezo sempre, mas não vão poder dizer que você é inferior, assim como Hitler fazia.
      Inclusive, só o fato de não existirem pessoas fazendo o que Hitler fazia (pelo menos na escala que ele fez), pra mim já é a prova de uma evolução. Olha que dahora haha
      Lembrei de um caso que rolou comigo há uns anos na internet mesmo, no Counter Strike pra ser mais exato kkkkk Eu estava matando um garoto toda hora, daí ele foi e disse: "você pode até me matar, mas nunca vai deixar de ser preto", e saiu do servidor kkkkkkkkk
      Agora imagina este garoto assistindo um programa e vendo um artista negro super querido pelas pessoas, feliz por viver seus sonhos, etc... Ele pode até manter esse sentimento e continuar sendo um escroto, mas vai ficar cada vez mais difícil pra ele, tanto por ele se sentir um lixo mesmo, quanto pelas regras que a comunidade do jogo vem criando para punir pessoas com este tipo de comportamento.
      Eu particularmente prefiro que ele mude por amor, por respeito e não por punição, mas se esta for a única alternativa...
      Então, pra mim, a arte como um todo cumpre um papel super importante nesta luta e pretendo ser do meio também haha