Oi Pedro, No minuto 58:00, você mencionou que a escola vai fechar porque os alunos não frequentam. Acho que uma das causas disso são os diplomas comprados. Explico: uma pessoa próxima a mim não tinha o 2º grau completo e foi cobrada disso no trabalho para ganhar uma promoção. Ela simplesmente se inscreveu em uma escola EAD, fez uma prova pelo chat GPT e, em menos de dois dias, estava com o diploma do ensino médio reconhecido pelo MEC. Outro exemplo é o meu: eu fazia História EAD em uma dessas "uniCobre" e desisti no segundo semestre porque o método de avaliação era tão ridículo que parecia que eu estava comprando um diploma. A prova tinha apenas cinco questões e o enunciado era algo como "A historiografia é blábláblá". Em seguida, a pergunta era "O que é historiografia?". Se você copiasse o enunciado, acertava. Meus sobrinhos, que terminaram recentemente o 3º ano, veem a escola como uma obrigação, sem valor significativo. Eu quero ser professor de Física e estou quase terminando a licenciatura e o bacharelado na UnB, e ainda vou precisar passar em um concurso. Mas, se as coisas continuarem assim, temo que vou ser aquele professor que dá tudo de si e acaba adoecendo porque não consegue mudar nada, já que o sistema de gestão escolar e da administração pública, com a privatização do ensino e a venda de diplomas, está acabando com a educação. Mesmo sabendo disso, vai ser minha sina.
Pedro, você é um educador popular. Um dos maiores que eu já vi. Quero seguir esse caminho e não necessariamente com a função de professor de escolas ou universidades. Que aprendamos a ser todos professores e alunos
Não é só professor. Eu fui veterinário temporário em. Uma prefeitura, chegou ao ponto de ter mais temporários do que efetivos. Era aberto novos processos seletivos a cada dois anos
Do ponto de vista psicológico e do neuroaprendizado, acredito que a digitalização perde ao retirar habilidades de destreza manual do processo de aprendizado. O ato de escrever à mão aumenta o foco e a concentração em uma atividade. Mas acho que o processo é algo individualizado, tem alguma subjetividade dentro da realidade objetiva. Ler antes da aula acho que aumenta a concentração naquilo que vamos estudar. Ler e fazer um resumo antes da aula aumenta ainda mais a retenção por parte de quem está vendo o conteudo. Eu vejo que a percepção da área da saúde se assemelha nesse sentido à percepção da educação. Tanto na saúde e na educação se pressupõe a autonomia do sujeito que depende de seu próprio contexto de vida, uma criança com fome ou com problemas em casa terá maior dificuldade na autorregulação necessária para construir conhecimento. Educação em saúde é o mesmo processo que fazemos em consultas ao ensinar um paciente com diabetes a tomar seu remedinho 3x ao dia, é perceber a autonomia do sujeito. Repetição leva a memorização e a memorização leva ao resgate do conhecimento em tempo hábil.
Professor de escola pública efetivo há 12 anos e totalmente identificado com esse vídeo e muito feliz em assistir. Eu trabalho em escolas que contém lousa digital e aparelho de som e uso muitos vídeos e filmes para despertar maior interesse nos meus alunos e vejo muito resultados. Mas eu uso apenas como ferramenta para chamar a atenção, pois quem realmente trata do assunto sou eu, principalmente fazendo links com coisas relacionadas ao cotidiano deles e das famílias.
A história do camarada sobre os professores aplaudindo o comediante me trouxeram tantas memórias de algumas escolas onde trabalhei. O que eu já vi de professor usando sala de aula de púlpito pra fazer pregação religiosa, inclusive mandando ônibus nas casas dos alunos pra levar as crianças pra culto da universal, é de dar medo.
opa, eu me expressei mal na hora: não foi o comediante que falou aquela besteira (ele até é um cara razoável), foi o presidente da Amavi (que tinha promovido o encontro), prefeito da cidade de Rio do Sul, que já demonstrou a sua preocupação com a sexualidade dos outros em outras ocasiões. Isso torna um pouco pior kkkk
Tirei meu pé do acelerador quanto à luta por essa classe chamada "professorado" no dia que oitenta professores votaram pela greve frente à pandemia e no dia seguinte apenas 12 estavam comigo paralisados nas escolas.
O serviço público tá todo assim, e é claro que quem tá em baixo tem responsabilidade, mas não pra esquecer que o exemplo vem de cima. E de cima que eu digo é logo acima mesmo, tipo o diretor de um setor, o coordenador de outro. Geralmente quem ocupa esses cargos são cargos comissionados que só tão lá por uma questão de apadrinhamento
Pedro, obrigado pelo conteúdo, camarada Estou me formando em Artes pra ser professor. Tento há algum tempo organizar um coletivo estudantil na faculdade pra colocar os professores em formação já em contato com o sindicato local, além de tentar organizar, também, um cursinho popular. Já fazem meses que tô na tentativa disso, mas NINGUÉM se prontifica a realmente ajudar (tudo aluno pós-moderno). Já a gestão da faculdade parece fazer de tudo pra atrapalhar. Enquanto isso, tem professor na faculdade defendendo discurso meritocrático e capacitista. O sindicato é peleguíssimo e a gestão das escolas públicas onde fiz estágio são beeeeem problemáticas. O que o camarada César nos disse é bem mais generalizado do que muitos pensam.
Eu tive a impressão de que você desconsiderou que o Castanhari não é apenas um jovem curioso que faz videos bons e apresenta assuntos melhor que muitos professores. Ele tem uma grande equipe. No fim desse video da Coreia tem cerca de 20 nomes de pessoas que trabalharam no video sendo mencionados. Tem inclusive um cara da Associação de Amizade da Coreia, um do Centro de Estudos Songun e um da FTD Sistema de Ensino.
Mas, é substituto/temporário, Pedro. Os dois estão corretos. Inclusive, foi na Regional de Taguatinga que nos encontramos, quando da entrega dos documentos.
Pedro, me encontro na mesmíssima situação que você. Entrei faz poucos meses na rede municipal de São Paulo como professor efetivo. Não sou de História nem temporário, no entanto. Por algum equívoco da secretaria, fiquei como excedente em uma escola que não havia mais vaga pra mim. Sendo assim, me tornei substituto por esse ano e seguirei pra outra unidade ano que vem. O período que leciono também é noturno, e muitas das suas experiências, análises e observações em relação a esse período eu também tive, se não todas. Muito interessante seus relatos, me fazem perceber como a troca de experiências nessa profissão é tão relevante, sobretudo em relação aos próprios estudantes e à nossa prática.
Pedro, não sei como é na sua escola e na sua Secretaria de Educação, mas digo por experiência própria como professor de História no Ensino Médio, concursado há pouco menos de um ano aqui em Goiás. Há um ano eu assinaria em baixo tudo o que você disse. Desde que entrei em sala de aula, pouco aconteceu que não causasse a sensação de castração por parte da forma com que se organiza a educação pública aqui do estado. Qualquer iniciativa que eu ou algum colega professor tem no intuito justamente de fazer a escola e as aulas serem mais atrativas são frustradas pela gestão e pela hierarquia da Seduc. Em vez possibilitar e icentivar a diversificação e a inovação pra melhoria do dia a dia na escola, toda a cadeia de comando acima dos professores (desde a coordenação até a secretaria do estado) prefere impor (sem possibilidade de debate) um modelo que só visa a aprovação de aluno (mascarando os déficits e demandas reais dos alunos por trás de falsas boas notas, pq notas baixas e reprovações derrubam gestores e diminui índices do estado na educação nacional, o que governador que quer se eleger presidente nenhum quer etc.) e, quando muito e da pior forma possível, prioriza desempenho em provas externas, sacrificando professores e professoras de Português e Matemática e cagando forte pra nós das humanidades, tomando nossas aulas sem aviso prévio pra exibir video-aulas massantes ou qualquer coisa do tipo, pelas quais eu parabenizo os alunos que conseguem ficar acordados. Quantas vezes já não vi colegas propondo atividades e aulas mais interessantes mas sendo impedidos pq a "máquina" tem que funcionar como previsto e o previsto é sempre um formato que cobra nós, professores, coisas sem sentido pra que se possa tirar foto pra alguém usar depois como exemplo de educação de qualidade. Além de cobranças típicas das piores empresas privadas que só pensam em bater meta às custas dos funcionários, cobranças absurdas que andam junto de um discurso do tipo coach de empreendedorismo e religioso etc. Hoje mesmo, aliás, algumas alunas minhas viram como sou tratado pela gestão e ficaram revoltadas com a desvalorização do nosso trabalho. Enfim, se fosse pra relatar o tanto de merda que já presenciei e tive que me submeter nesse menos de um ano, esse comentário não terminaria nunca. Mas só pra falar de algo que é tema de seu canal e também tem relevância pra mim: eu já fui chamado pela gestão pra conversar algumas vezes pelo simples fato de eu ser ateu. Me foi questionado se eu não estava doutriunando (sim, com essa palavra, sim, gestão formada por professoras) os alunos com meu ateísmo, apenas pq (e você talvez já tenha experienciado isso) os alunos, hora ou outra, me perguntam isso. Inicialmente, por receio, eu fugia da pergunta, mas uma vez experimentei responder sinceramente e a partir de então não escondi mais. A maioria dos alunos só tem curiosidade e ficam surpresos pq nunca viram esse bicho chamado ateu na vida, mas um ou outro fica horrorizado com a possibilidade de ter um professor que não defenda valores cristãos. Alguém poderia argumentar que eu não soube manejar ali, no momento, o diálogo; mas justamente pela forma com que se organiza a hierarquia da parada, professores sofrendo debaixo de gestão autoritária e burocrática, qualquer aluno que se sinta ofendido ou algo do tipo, procuram a gestão para reclamar do professor, que cai em cima da gente, e nesse caso caiu em cima de mim. Aliás, como exemplo de laicidade, em qualquer reunião de professores me sinto constrangido a "participar" de rezas e orações pra não correr o risco de ser o intolerante religioso. Resultado: a frustração é a regra, a exceção é quando com uma aula (que não pode muito sair dos moldes tradicionais) eu vejo que consegui pelo menos alimentar e excitar a curiosidade dos alunos com algum tema. Minha esperança com meu trabalho na educação tem ido pro brejo e minha saúde mental só piorou e, por isso, nesse momento estou iniciando um processo de readaptação por motivos médicos pra alguma função fora de sala de aula.
… esta live foi bem UTÓPICA. Daqui a 10 anos, acredito que terá uma outra perspectiva desta coisa de ensino. Quando tiver suas salas de 48, e ainda mais de ENSINO MÉDIO- que hoje em dia é dos mais complicados cenários, vamos ver até onde a ideia de ser um tipo de COACHING ou PSICÓLOGO do aluno é viável.
vc falou de imagem pública da categoria de professor esquerdista e q só se reune pra reclamar, por um momento eu só lembrei de uma coisa muito sinistra eu acompanho o canal do G1 do meu estado pelo wpp, não olho todo dia, mas sempre q olho só tem 2 tipos de notícia do interior, praticamente 1- acidente de trânsito 2- professor preso por envolvimento com aluna (n vou falar os termos pro comentário n ser removido) teve algm no chat q falou de forma bem intencionada q tem colega q viaja pra dar aula, já ouvi de umas conversas soltas sobre cunhada de familiar meu q descobriu traição do marido com aluna em outra cidade, ou seja, gente da minha família já n vê isso como uma dedicação ou precariedade do profissional q n consegue dar aula num lugar próximo onde mora eu sinceramente n sei como q ngm ainda se aproveitou pra colar mais esse problema na imagem de professor pq tem muito relato, muita notícia, parte do público já vê a profissão com uma certa malícia e essa história de ideologia de gênero na escola tbm insinua bastante coisa (não duvido que seja uma tentativa de associar sexualidade aos professores já preparando terreno), no dia q algum deputado de direita ou uma bp da vida inventar de levar isso pra frente, doutrinação esquerdista vai ser bobagem
pô não curti essa linha de debate, porque é a “individualização do culpado” se uma coisa que é a intenção sistêmica de precarização pra privatizar. muitas vezes os professores não são pagos por essas horas extras de reuniões e planejamento. fora que trabalhar com educação não é só a parada de ensinar, tem todo o ambiente social que os alunos estão inseridos que por mais que o professor faça um bom trabalho não tem efetividade.
Rsrs… sem ELITIZAR a escola, o sistema escolar, a educação pública jamais avançará! Educação é MÉRITO E INTERESSE… ninguém deveria ser obrigado a aprender aquilo QUE NÃO QUER: quanto tempo mais demoraremos para entender algo tão simples?
em qual sentido? me lembro quando ia na escola as crianças que se davam mais mal eram das regiões mais "periféricas", os negros e o pessoal que eu sabia que tinha famílias com problemas, ou seja as coisas já não são meio que elitizadas em certo ponto? vc é professor?
@@Ale-ft4re Sou. Trabalho em escolas onde TODOS são periféricos; vemos que existe, de forma INATA, diferentes desempenhos por parte das crianças, com problemas em casa ou não. Esta camisa de força ideológica da "pobreza" de condição sobre o desemprenho dos alunos não leva a bom termo. Apenas nos faz aceitar escolas piores e alunos descompromissados...
@@michel-historyahoje4521 mas então porque vc não esta feliz? o brasil já meio que é elitizado. Quem tem mais recurso vai dar certo na média. E o pessoal mais pobre , as exceções já vão dar certo como vc diz na sua experiência, e outros vão rodar até passar ou desistir. O que já esta posto é o seu ideal o que vc quer que mude? Aumentar a dificuldade para que menos alunos de escolas públicas terminem o ensino?
@@michel-historyahoje4521nossa mas é óbvio que alunos terão diferentes desempenhos mas se parte disso não se deve às condições materiais da família e existência de cada um, ao próprio sucateamento e infraestrutura do ensino e outras questões ainda mais complexas como metodologia de ensino, alunos com possíveis neurodivergências que não conseguem se adaptar ao modelo vigente, quadros de saúde mental, bullying...se deve ao quê? é uma rede de fatores. Pra vc dizer que é INATO que há "alunos esforçados" e "alunos perdidos", lol, o que define essa predisposição, então? Quais genes estão associados ao mau desempenho escolar? Ou são traços fenótipos? Papo esquisito esse seu, hein, abre margem pra cada coisa. Se você for professor de Biologia/Ciências eu vou ficar ainda mais preocupado. Que coisa deprimente ver um professor que leciona pra jovens de periferia dizendo que a escola deve ser ainda mais elitizada e se tornar um ambiente competitivo; fala como se os alunos já chegassem tábuas cheias: com interesses e aptidões muito bem definidos, que já sabem o que vale a pena ou não aprender.
@@Ale-ft4re Entre numa escola pública. Verá que entre pessoas com RENDA similar, tem DESEMPRENHO DIFERENTE, independente de seu cenário sócio-político. Vida intelectual pode ser prejudicada por má alimentação ou moradia, mas não abolida. A própria natureza dos indivíduos se AFIRMA na dificuldade. Mas podemos concordar que o SISTEMA EDUCACIONAL como está posto hoje é simplesmente INÚTIL? Não dá uma formação humanística sólida nem prepara para o mercado de trabalho. Então para que serve esta porcaria? Se o Howard Gardner estiver certo, nossa educação de má qualidade e pouca exigência é oferecida apenas para 20% da população (os de inteligência linguística e matemática), o que excluiria então os outros 80. O restante das outras inteligências fica de fora, ou seja, boa parte das crianças. ELITIZAR então, na minha perspectiva, seria a criação de uma educação que em primeiro lugar, levasse em consideração a natureza da inteligência das pessoas na criação de um sistema escolar EFICIENTE. A segunda, é aumentar o grau de exigência de INSERÇÃO no sistema de ensino. OBRIGAR todas as crianças a receber O MESMO ENSINO, sem o desejarem, sem poder de escolha, SEM CONSIDERAR suas aptidões e capacidades inatas, é uma violação da individualidade das crianças. ELITIZAR A ESCOLA tem por fim criar uma escola QUE FUNCIONE. Para isso, é preciso REPENSAR o sistema educacional e criar uma escola que REALEMNTE REFLITA as diferenças de inteligência e CAPACIDADES HUMANAS.
Aliás, essa interação foi mt foda, podia ter um momento "fala q eu te escuto" nas lives de tudologia
Oi Pedro,
No minuto 58:00, você mencionou que a escola vai fechar porque os alunos não frequentam. Acho que uma das causas disso são os diplomas comprados. Explico: uma pessoa próxima a mim não tinha o 2º grau completo e foi cobrada disso no trabalho para ganhar uma promoção. Ela simplesmente se inscreveu em uma escola EAD, fez uma prova pelo chat GPT e, em menos de dois dias, estava com o diploma do ensino médio reconhecido pelo MEC.
Outro exemplo é o meu: eu fazia História EAD em uma dessas "uniCobre" e desisti no segundo semestre porque o método de avaliação era tão ridículo que parecia que eu estava comprando um diploma. A prova tinha apenas cinco questões e o enunciado era algo como "A historiografia é blábláblá". Em seguida, a pergunta era "O que é historiografia?". Se você copiasse o enunciado, acertava.
Meus sobrinhos, que terminaram recentemente o 3º ano, veem a escola como uma obrigação, sem valor significativo. Eu quero ser professor de Física e estou quase terminando a licenciatura e o bacharelado na UnB, e ainda vou precisar passar em um concurso. Mas, se as coisas continuarem assim, temo que vou ser aquele professor que dá tudo de si e acaba adoecendo porque não consegue mudar nada, já que o sistema de gestão escolar e da administração pública, com a privatização do ensino e a venda de diplomas, está acabando com a educação. Mesmo sabendo disso, vai ser minha sina.
Estaremos juntos em breve!
Pedro, você é um educador popular. Um dos maiores que eu já vi.
Quero seguir esse caminho e não necessariamente com a função de professor de escolas ou universidades. Que aprendamos a ser todos professores e alunos
Não é só professor. Eu fui veterinário temporário em. Uma prefeitura, chegou ao ponto de ter mais temporários do que efetivos. Era aberto novos processos seletivos a cada dois anos
Aqui em SP no Estado a maioria dos professores já são categoria O, a gente chama tbém de professor contratado.
Perdi a live, mas ainda bem que fica salvo🐸
Do ponto de vista psicológico e do neuroaprendizado, acredito que a digitalização perde ao retirar habilidades de destreza manual do processo de aprendizado. O ato de escrever à mão aumenta o foco e a concentração em uma atividade. Mas acho que o processo é algo individualizado, tem alguma subjetividade dentro da realidade objetiva. Ler antes da aula acho que aumenta a concentração naquilo que vamos estudar. Ler e fazer um resumo antes da aula aumenta ainda mais a retenção por parte de quem está vendo o conteudo. Eu vejo que a percepção da área da saúde se assemelha nesse sentido à percepção da educação. Tanto na saúde e na educação se pressupõe a autonomia do sujeito que depende de seu próprio contexto de vida, uma criança com fome ou com problemas em casa terá maior dificuldade na autorregulação necessária para construir conhecimento. Educação em saúde é o mesmo processo que fazemos em consultas ao ensinar um paciente com diabetes a tomar seu remedinho 3x ao dia, é perceber a autonomia do sujeito. Repetição leva a memorização e a memorização leva ao resgate do conhecimento em tempo hábil.
Professor de escola pública efetivo há 12 anos e totalmente identificado com esse vídeo e muito feliz em assistir. Eu trabalho em escolas que contém lousa digital e aparelho de som e uso muitos vídeos e filmes para despertar maior interesse nos meus alunos e vejo muito resultados. Mas eu uso apenas como ferramenta para chamar a atenção, pois quem realmente trata do assunto sou eu, principalmente fazendo links com coisas relacionadas ao cotidiano deles e das famílias.
"Quero conversar com vocês rapidamente"
Uma hora hora e meia depois...
Haha
Abração!
(verei amanhã, bjx de lux)
A história do camarada sobre os professores aplaudindo o comediante me trouxeram tantas memórias de algumas escolas onde trabalhei.
O que eu já vi de professor usando sala de aula de púlpito pra fazer pregação religiosa, inclusive mandando ônibus nas casas dos alunos pra levar as crianças pra culto da universal, é de dar medo.
opa, eu me expressei mal na hora: não foi o comediante que falou aquela besteira (ele até é um cara razoável), foi o presidente da Amavi (que tinha promovido o encontro), prefeito da cidade de Rio do Sul, que já demonstrou a sua preocupação com a sexualidade dos outros em outras ocasiões. Isso torna um pouco pior kkkk
aeeeee live foda
2:44 parabéns Pedro 🎉
Tirei meu pé do acelerador quanto à luta por essa classe chamada "professorado" no dia que oitenta professores votaram pela greve frente à pandemia e no dia seguinte apenas 12 estavam comigo paralisados nas escolas.
✊ Que dê tudo certo aí Professor!
Atualmente, o que mais dificulta minha organização é a exaustão. Atuo em três cargos diferentes em duas escolas diferentes.
Parabéns, Pedro!
❤❤❤
Boa notícia Pedro. Sucesso!
O serviço público tá todo assim, e é claro que quem tá em baixo tem responsabilidade, mas não pra esquecer que o exemplo vem de cima. E de cima que eu digo é logo acima mesmo, tipo o diretor de um setor, o coordenador de outro. Geralmente quem ocupa esses cargos são cargos comissionados que só tão lá por uma questão de apadrinhamento
Pedro, obrigado pelo conteúdo, camarada
Estou me formando em Artes pra ser professor. Tento há algum tempo organizar um coletivo estudantil na faculdade pra colocar os professores em formação já em contato com o sindicato local, além de tentar organizar, também, um cursinho popular.
Já fazem meses que tô na tentativa disso, mas NINGUÉM se prontifica a realmente ajudar (tudo aluno pós-moderno).
Já a gestão da faculdade parece fazer de tudo pra atrapalhar.
Enquanto isso, tem professor na faculdade defendendo discurso meritocrático e capacitista.
O sindicato é peleguíssimo e a gestão das escolas públicas onde fiz estágio são beeeeem problemáticas.
O que o camarada César nos disse é bem mais generalizado do que muitos pensam.
Engajamento é pop
Eu tive a impressão de que você desconsiderou que o Castanhari não é apenas um jovem curioso que faz videos bons e apresenta assuntos melhor que muitos professores.
Ele tem uma grande equipe. No fim desse video da Coreia tem cerca de 20 nomes de pessoas que trabalharam no video sendo mencionados. Tem inclusive um cara da Associação de Amizade da Coreia, um do Centro de Estudos Songun e um da FTD Sistema de Ensino.
Pegou no ponto vasniano da questão - "mas comigo é diferente..."
Mas, é substituto/temporário, Pedro. Os dois estão corretos. Inclusive, foi na Regional de Taguatinga que nos encontramos, quando da entrega dos documentos.
Gente onde leio mais sobre: " tudo é objetivo sim, até o subjetivo é objetivo" ??
Pedro, me encontro na mesmíssima situação que você. Entrei faz poucos meses na rede municipal de São Paulo como professor efetivo. Não sou de História nem temporário, no entanto. Por algum equívoco da secretaria, fiquei como excedente em uma escola que não havia mais vaga pra mim. Sendo assim, me tornei substituto por esse ano e seguirei pra outra unidade ano que vem.
O período que leciono também é noturno, e muitas das suas experiências, análises e observações em relação a esse período eu também tive, se não todas.
Muito interessante seus relatos, me fazem perceber como a troca de experiências nessa profissão é tão relevante, sobretudo em relação aos próprios estudantes e à nossa prática.
Pedro, não sei como é na sua escola e na sua Secretaria de Educação, mas digo por experiência própria como professor de História no Ensino Médio, concursado há pouco menos de um ano aqui em Goiás.
Há um ano eu assinaria em baixo tudo o que você disse. Desde que entrei em sala de aula, pouco aconteceu que não causasse a sensação de castração por parte da forma com que se organiza a educação pública aqui do estado. Qualquer iniciativa que eu ou algum colega professor tem no intuito justamente de fazer a escola e as aulas serem mais atrativas são frustradas pela gestão e pela hierarquia da Seduc. Em vez possibilitar e icentivar a diversificação e a inovação pra melhoria do dia a dia na escola, toda a cadeia de comando acima dos professores (desde a coordenação até a secretaria do estado) prefere impor (sem possibilidade de debate) um modelo que só visa a aprovação de aluno (mascarando os déficits e demandas reais dos alunos por trás de falsas boas notas, pq notas baixas e reprovações derrubam gestores e diminui índices do estado na educação nacional, o que governador que quer se eleger presidente nenhum quer etc.) e, quando muito e da pior forma possível, prioriza desempenho em provas externas, sacrificando professores e professoras de Português e Matemática e cagando forte pra nós das humanidades, tomando nossas aulas sem aviso prévio pra exibir video-aulas massantes ou qualquer coisa do tipo, pelas quais eu parabenizo os alunos que conseguem ficar acordados. Quantas vezes já não vi colegas propondo atividades e aulas mais interessantes mas sendo impedidos pq a "máquina" tem que funcionar como previsto e o previsto é sempre um formato que cobra nós, professores, coisas sem sentido pra que se possa tirar foto pra alguém usar depois como exemplo de educação de qualidade. Além de cobranças típicas das piores empresas privadas que só pensam em bater meta às custas dos funcionários, cobranças absurdas que andam junto de um discurso do tipo coach de empreendedorismo e religioso etc. Hoje mesmo, aliás, algumas alunas minhas viram como sou tratado pela gestão e ficaram revoltadas com a desvalorização do nosso trabalho.
Enfim, se fosse pra relatar o tanto de merda que já presenciei e tive que me submeter nesse menos de um ano, esse comentário não terminaria nunca. Mas só pra falar de algo que é tema de seu canal e também tem relevância pra mim: eu já fui chamado pela gestão pra conversar algumas vezes pelo simples fato de eu ser ateu. Me foi questionado se eu não estava doutriunando (sim, com essa palavra, sim, gestão formada por professoras) os alunos com meu ateísmo, apenas pq (e você talvez já tenha experienciado isso) os alunos, hora ou outra, me perguntam isso. Inicialmente, por receio, eu fugia da pergunta, mas uma vez experimentei responder sinceramente e a partir de então não escondi mais. A maioria dos alunos só tem curiosidade e ficam surpresos pq nunca viram esse bicho chamado ateu na vida, mas um ou outro fica horrorizado com a possibilidade de ter um professor que não defenda valores cristãos. Alguém poderia argumentar que eu não soube manejar ali, no momento, o diálogo; mas justamente pela forma com que se organiza a hierarquia da parada, professores sofrendo debaixo de gestão autoritária e burocrática, qualquer aluno que se sinta ofendido ou algo do tipo, procuram a gestão para reclamar do professor, que cai em cima da gente, e nesse caso caiu em cima de mim. Aliás, como exemplo de laicidade, em qualquer reunião de professores me sinto constrangido a "participar" de rezas e orações pra não correr o risco de ser o intolerante religioso.
Resultado: a frustração é a regra, a exceção é quando com uma aula (que não pode muito sair dos moldes tradicionais) eu vejo que consegui pelo menos alimentar e excitar a curiosidade dos alunos com algum tema. Minha esperança com meu trabalho na educação tem ido pro brejo e minha saúde mental só piorou e, por isso, nesse momento estou iniciando um processo de readaptação por motivos médicos pra alguma função fora de sala de aula.
Vamo lutar pra melhorar isso. GO é bem aqui do lado. Não sai daqui, vamos ver se a gente consegue ir conversando e planejar algumas coisas juntos.
Eu fui contratado como professor temporário há 5 anos xD
Toque necessário, camarada, mas acho que uma galera vai ficar muito puta contigo kkkk
🚩
✊🏽🚩
… esta live foi bem UTÓPICA. Daqui a 10 anos, acredito que terá uma outra perspectiva desta coisa de ensino. Quando tiver suas salas de 48, e ainda mais de ENSINO MÉDIO- que hoje em dia é dos mais complicados cenários, vamos ver até onde a ideia de ser um tipo de COACHING ou PSICÓLOGO do aluno é viável.
☭
vc falou de imagem pública da categoria de professor esquerdista e q só se reune pra reclamar, por um momento eu só lembrei de uma coisa muito sinistra
eu acompanho o canal do G1 do meu estado pelo wpp, não olho todo dia, mas sempre q olho só tem 2 tipos de notícia do interior, praticamente
1- acidente de trânsito
2- professor preso por envolvimento com aluna (n vou falar os termos pro comentário n ser removido)
teve algm no chat q falou de forma bem intencionada q tem colega q viaja pra dar aula, já ouvi de umas conversas soltas sobre cunhada de familiar meu q descobriu traição do marido com aluna em outra cidade, ou seja, gente da minha família já n vê isso como uma dedicação ou precariedade do profissional q n consegue dar aula num lugar próximo onde mora
eu sinceramente n sei como q ngm ainda se aproveitou pra colar mais esse problema na imagem de professor pq tem muito relato, muita notícia, parte do público já vê a profissão com uma certa malícia e essa história de ideologia de gênero na escola tbm insinua bastante coisa (não duvido que seja uma tentativa de associar sexualidade aos professores já preparando terreno), no dia q algum deputado de direita ou uma bp da vida inventar de levar isso pra frente, doutrinação esquerdista vai ser bobagem
pô não curti essa linha de debate, porque é a “individualização do culpado” se uma coisa que é a intenção sistêmica de precarização pra privatizar. muitas vezes os professores não são pagos por essas horas extras de reuniões e planejamento. fora que trabalhar com educação não é só a parada de ensinar, tem todo o ambiente social que os alunos estão inseridos que por mais que o professor faça um bom trabalho não tem efetividade.
Quero te pagar pra me ajudar a estudar pro mestrado comofas
Rsrs… sem ELITIZAR a escola, o sistema escolar, a educação pública jamais avançará! Educação é MÉRITO E INTERESSE… ninguém deveria ser obrigado a aprender aquilo QUE NÃO QUER: quanto tempo mais demoraremos para entender algo tão simples?
em qual sentido? me lembro quando ia na escola as crianças que se davam mais mal eram das regiões mais "periféricas", os negros e o pessoal que eu sabia que tinha famílias com problemas, ou seja as coisas já não são meio que elitizadas em certo ponto? vc é professor?
@@Ale-ft4re Sou. Trabalho em escolas onde TODOS são periféricos; vemos que existe, de forma INATA, diferentes desempenhos por parte das crianças, com problemas em casa ou não. Esta camisa de força ideológica da "pobreza" de condição sobre o desemprenho dos alunos não leva a bom termo. Apenas nos faz aceitar escolas piores e alunos descompromissados...
@@michel-historyahoje4521 mas então porque vc não esta feliz? o brasil já meio que é elitizado. Quem tem mais recurso vai dar certo na média. E o pessoal mais pobre , as exceções já vão dar certo como vc diz na sua experiência, e outros vão rodar até passar ou desistir. O que já esta posto é o seu ideal o que vc quer que mude? Aumentar a dificuldade para que menos alunos de escolas públicas terminem o ensino?
@@michel-historyahoje4521nossa mas é óbvio que alunos terão diferentes desempenhos mas se parte disso não se deve às condições materiais da família e existência de cada um, ao próprio sucateamento e infraestrutura do ensino e outras questões ainda mais complexas como metodologia de ensino, alunos com possíveis neurodivergências que não conseguem se adaptar ao modelo vigente, quadros de saúde mental, bullying...se deve ao quê? é uma rede de fatores. Pra vc dizer que é INATO que há "alunos esforçados" e "alunos perdidos", lol, o que define essa predisposição, então? Quais genes estão associados ao mau desempenho escolar? Ou são traços fenótipos? Papo esquisito esse seu, hein, abre margem pra cada coisa. Se você for professor de Biologia/Ciências eu vou ficar ainda mais preocupado.
Que coisa deprimente ver um professor que leciona pra jovens de periferia dizendo que a escola deve ser ainda mais elitizada e se tornar um ambiente competitivo; fala como se os alunos já chegassem tábuas cheias: com interesses e aptidões muito bem definidos, que já sabem o que vale a pena ou não aprender.
@@Ale-ft4re Entre numa escola pública. Verá que entre pessoas com RENDA similar, tem DESEMPRENHO DIFERENTE, independente de seu cenário sócio-político. Vida intelectual pode ser prejudicada por má alimentação ou moradia, mas não abolida. A própria natureza dos indivíduos se AFIRMA na dificuldade. Mas podemos concordar que o SISTEMA EDUCACIONAL como está posto hoje é simplesmente INÚTIL? Não dá uma formação humanística sólida nem prepara para o mercado de trabalho. Então para que serve esta porcaria? Se o Howard Gardner estiver certo, nossa educação de má qualidade e pouca exigência é oferecida apenas para 20% da população (os de inteligência linguística e matemática), o que excluiria então os outros 80. O restante das outras inteligências fica de fora, ou seja, boa parte das crianças. ELITIZAR então, na minha perspectiva, seria a criação de uma educação que em primeiro lugar, levasse em consideração a natureza da inteligência das pessoas na criação de um sistema escolar EFICIENTE. A segunda, é aumentar o grau de exigência de INSERÇÃO no sistema de ensino. OBRIGAR todas as crianças a receber O MESMO ENSINO, sem o desejarem, sem poder de escolha, SEM CONSIDERAR suas aptidões e capacidades inatas, é uma violação da individualidade das crianças. ELITIZAR A ESCOLA tem por fim criar uma escola QUE FUNCIONE. Para isso, é preciso REPENSAR o sistema educacional e criar uma escola que REALEMNTE REFLITA as diferenças de inteligência e CAPACIDADES HUMANAS.