Conheci o prof. Guilherme Casarões nesse período de pandemia e suas entrevistas são aulas preciosas. Ele tem um canal "Eu vi o mundo" em parceria, que tem entrevistados incríveis... vale a pena conferir.
Casarões é um monstro!! Que orgulho ter tido ele como professor!! Eu sempre falei que tinha vontade de bater palmas pelos shows no final das aulas, tive essa mesma sensação hoje com esse vídeo 🥰
Ótima aula, ótimo debate, lúcido e evoluído. Assim fossem todos na Internet! Mas tenho alguns pontos de vista divergentes. Não discordo das premissas, mas da maneira do arranjo descrito que leva a conclusão das diversas linhas. Em pelo menos algumas delas. Explico: Mesmo quando foi analisado o tema pela perspectiva do realismo, não foi considerado realmente as reivindicações da Rússia, da forma como elas foram colocadas. A Rússia falava antes da invasão em garantias de que a Ucrânia não entraria para a OTAN e que os países do Leste Europeu saíssem da OTAN e retirassem armas e mísseis de ataque de seus solos. Disse em entrevista claramente que queria tais garantias quando questionado se ele garantiria que não invadiria a Ucrânia. Sabemos que nessses casos cria-se uma demanda impossível para conseguir o possível em uma mesa de negociação. Mas qual foi a contraproposta do ocidente? Nem responderam. Putin, para parar a guerra agora, pede alguns pontos. Vejamos: O princípio que rege o direito de cidadania, na maior parde da Europa, é o Jus sanguinis, onde a cidadania passa pela descendência étnica, não pelo local de nascimento como é o caso do Jus Soli. Embora essa também seja uma premissa verdadeira que não foi colocada nos argumentos do professor, o documento que descreve o discurso do Putin faz uma referência a história do povo do Reino de Rus de Kiev que deu origem a Rússia moderna. Isso é um fato histórico inegável. Essa história é sim muito útil para se demonstrar como a história desse povo é entrelassada, desde o início da povoação naquele local. Daniel Alexandrovitch, czar da Moscóvia, herdou o reino de seu pai Alexandre Iaroslavich Nevskí grão-príncipe de Kiev (ainda na época dos Mongóis da Horda Dourada). Dessa linhagem do povo Rurik vem Ivan III (O Grande) que reorganizou a Rússia após vencer os Mongóis e estabeleceu a capital do reino em Moscou, porquê lá se estabeleceu, governando todo o reino (incluindo Kiev). Mas todos os seus ancestrais eram oriundos de Kiev. E segue narrando a história da Rússia, mostrando que ali naquele local foi Rússia, com cultura russa e ucraniana misturada, durante todo o milênio, só sendo criado uma divisão geográfica no início dos anos 90. Mas os povos que estão ali, são os mesmos, embora tenha havido alguns curtos momentos de cisão por alguns eventos na histórica, em pequeninos territórios (não em todo o território da Ucrânia moderna). O Holodomor e Chernobil são eventos da ex-URSS que ajudaram a reacender esse sentimento nacionalista ucraniano. Esse fato histórico é invocado por Putin para dar uma premissa que ele acredita, de proximidade e amizade entre os povos, mas não só. Esse tema é invocado principalmente para demonstrar que ali naquele local um grande número de pessoas de identidade russa vivem até hoje. A identidade ucraniana surgiu em outro território, mais do lado ocidental, próximo à Polônia, pois a divisão geográfica da Ucrânia moderna é novíssima. Tanto assim, que na região leste, os russos étnicos são maioria da população. Se devemos dar autodeterminação dos povos para o povo ucraniano (e acho que devemos), para que possam viver como ucranianos, não devemos fazer o mesmo ao povo do Dombas? E da Crimeia? Aqui está um ponto que Putin quer para o fim da guerra. Ocorre que, de uns tempos para cá, o extremismo de direita surgiu e cresceu na Ucrânia. Sentimento antirusso que era relativamente contido foi espalhado no país e assim devemos perguntar o porquê os políticos do partido Democrata dos EUA estavam presentes nas manifestações do Euromaiden em 2014. Quem vem financiando essa crescente? Será mesmo natural? Tais manifestações foram mesmo "espontâneas"? Grandes organizações ultra-nacionalistas que fazem reverência para Stepan Bandera e até mesmo neo-nazistas cresceram exponencialmente, formando milícias que passaram a integrar o Exército, com o beneplácito do governo Zelensky. Grupos como o Batalhão de Azov passou a integrar a colcha de retalhos extremista que é o Exército ucraniano. E, dos que vivem guerreando contra os separatistas no Dombas, o que mais se destacou foi nomeado para Ministro do Interior do Governo Zelensky. Agora você pega esse Exército extremista e com sentimento antirusso, coloca eles em uma Aliança Militar com poderes atômicos, hostil a Moscou, e enche de mísseis no quintal do lado da Rússia, jogando o controle remoto nas mãos desse mesmo Exército. Você acha mesmo que Putin vai ficar esperando isso para agir? Tá aí outro pedido de Putin: Desnazificar a Ucrânia (que ele deixa claro que não são todos os ucranianos, pois ele afirma que quer livrar os "irmãos ucranianos" dos nazistas). Desmilitarizar a Ucrânia e não permitir que entre em uma aliança militar capaz de ferir a segurança da Rússia. Qual a contraproposta séria? Nenhuma. O ocidente poderia trabalhar em uma proposta de colocar a Ucrânia em uma aliança apenas "de defesa", garantindo que ela fique totalmente desmilitarizada, sendo defendida pela OTAN apenas em caso de agressão externa. É o mesmo que a Alemanha teve durante muitos anos. Acha mesmo que a Rússia entraria em confronto com a OTAN para atacar a Ucrânia? Duvido. Mas ao contrário de pensarem em propostas de solução que atendam os interesses de todos, eles preferem estender a guerra por procuração. Em nenhum momento eu vi Putin dizer em anexar a Ucrânia por completo. É claro que a Ucrânia tem o "direito" de entrar para a OTAN. Mas nenhum direito é absoluto. E a OTAN sabe disso. Os EUA e a OTAN não são confiáveis para os russos. E há razões para isso. O próprio professor fala da promessa não cumprida dos EUA para que a OTAN não iria crescer em direção à Rússia. A teoria liberal é bela, mas não somos evoluídos para aplicá-la em todo o planeta. E também pode ser muita pretensão querer dizer que uma teoria é a "dona da verdade". A história humana é feita de ciclos, fluxos e refluxos. E o refluxo não significa necessariamente o retrocesso, mas sim, que o percurso de um rio não vai sempre na mesma direção. Precisamos respeitar o tempo da humanidade, tendo equilíbrio e paciência. Aliás, o princípio da democracia liberal pressupõe não fazer nada impondo ao outro. Nem a "evolução" como queremos.
Que aula! Estou sem palavras! Como seu canal é importante! Vc é necessário no debate público Pedro Dória, sou sua fã! E não é só pelo trabalho, você é é um cara humano antes de tudo…👏🏻👏🏻👏🏻
Que aula!!! Gente, esses vídeos do Meio têm que ser compartilhados. As pessoas têm que conhecer as várias leituras do que acontece além do quintal delas, e aí fazerem as suas escolhas. Eu não gosto de usar termos pejorativos, mas o grande gado - ou os grandes gados - têm que ser acordados. Agora o problema é que eu estou sem coragem de assistir a outras entrevistas. Nem consigo imaginar uma entrevista melhor do que essa a qual eu acabei de assitir. Alguma sugestão para que o meu choque seja pequeno? 😉
Finalmente um adulto nesse canal. Casarões foi um grande professor que tive no estudo para o Itamaraty. Espero que o Pedro Doria e os seus seguidores entendam um pouco mais sobre a complexidade da Relações Internacionais e parem com o maniqueismo que vejo nos vídeos do Ponto de Partida. Boa aula para todos.
@@flavioff19 concordo. Gosto demais das análises políticas dele. Mas a ingenuidade liberal dele às vezes passa dos limites. Principalmente nessa questão da Guerra na Ucrânia.
Pois é, um liberalismo que tenta encobrir os deslizes norte-americanos, forjar provas no Conselho de Segurança da ONU, pode! Manter uma prisão onde são utilizadas torturas brutais, pode! Lançar bombas atômicas sobre civis no Japão, pode! Em nome de uma pretensa democracia liberal todo tipo de atrocidade é permitida!
mas eu entendo, pois existe um argumento muito forte da parte de quem defende o liberalismo (no sentido internacional, do oposto do totalitarismo), pois não da pra ceder avanços na base totalitária, é um caminho sem volta, o mundo civilizado precisa estar sempre em oposição a isso e usar do realismo demais é estar a longo prazo legitimando a posição autoritária, é ceder a chantagem... por outro lado precisamos do realismo para não deixar essa corda tensionada estourar, que é no caso o perigo de uma guerra nuclear...
Esse Casarões é realmente brilhante, e gosto muito dos programas do Pedro Dória, embora ideologicamente eu discorde muito dele. Uma grande aula, Parabéns e obrigado, senhores.
Que conversa boa, minha gente!!!! -Novamente, vejo que "Is vs Ought" é o nome do problema que, melhor compreendido, poderia ajudar tanto liberais quanto realistas. Realistas descrevem bem como as coisas são, enquanto liberais como as coisas deveriam ser, mas ambos se beneficiam da visão do outro. Realistas amainando seu cinismo, e liberais amadurecendo sua ingenuidade.
O prof. HOC acrescenta um dado q normalmente todos se esquecem de abordar: A teoria realista tb se aplica à Ucrania. Em sintese: se a Russia tem o interesse em manter a Ucrania neutra pra n ser ameaçada, a Ucrania tem o interesse em entrar na OTAN pra n ser ameaçada pela Russia.
Ótima aula, ótimo debate, lúcido e evoluído. Assim fossem todos na Internet! Mas tenho alguns pontos de vista divergentes. Não discordo das premissas, mas da maneira do arranjo descrito que leva a conclusão das diversas linhas. Em pelo menos algumas delas. Explico: Mesmo quando foi analisado o tema pela perspectiva do realismo, não foi considerado realmente as reivindicações da Rússia, da forma como elas foram colocadas. A Rússia falava antes da invasão em garantias de que a Ucrânia não entraria para a OTAN e que os países do Leste Europeu saíssem da OTAN e retirassem armas e mísseis de ataque de seus solos. Disse em entrevista claramente que queria tais garantias quando questionado se ele garantiria que não invadiria a Ucrânia. Sabemos que nessses casos cria-se uma demanda impossível para conseguir o possível em uma mesa de negociação. Mas qual foi a contraproposta do ocidente? Nem responderam. Putin, para parar a guerra agora, pede alguns pontos. Vejamos: O princípio que rege o direito de cidadania, na maior parde da Europa, é o Jus sanguinis, onde a cidadania passa pela descendência étnica, não pelo local de nascimento como é o caso do Jus Soli. Embora essa também seja uma premissa verdadeira que não foi colocada nos argumentos do professor, o documento que descreve o discurso do Putin faz uma referência a história do povo do Reino de Rus de Kiev que deu origem a Rússia moderna. Isso é um fato histórico inegável. Essa história é sim muito útil para se demonstrar como a história desse povo é entrelassada, desde o início da povoação naquele local. Daniel Alexandrovitch, czar da Moscóvia, herdou o reino de seu pai Alexandre Iaroslavich Nevskí grão-príncipe de Kiev (ainda na época dos Mongóis da Horda Dourada). Dessa linhagem do povo Rurik vem Ivan III (O Grande) que reorganizou a Rússia após vencer os Mongóis e estabeleceu a capital do reino em Moscou, porquê lá se estabeleceu, governando todo o reino (incluindo Kiev). Mas todos os seus ancestrais eram oriundos de Kiev. E segue narrando a história da Rússia, mostrando que ali naquele local foi Rússia, com cultura russa e ucraniana misturada, durante todo o milênio, só sendo criado uma divisão geográfica no início dos anos 90. Mas os povos que estão ali, são os mesmos, embora tenha havido alguns curtos momentos de cisão por alguns eventos na histórica, em pequeninos territórios (não em todo o território da Ucrânia moderna). O Holodomor e Chernobil são eventos da ex-URSS que ajudaram a reacender esse sentimento nacionalista ucraniano. Esse fato histórico é invocado por Putin para dar uma premissa que ele acredita, de proximidade e amizade entre os povos, mas não só. Esse tema é invocado principalmente para demonstrar que ali naquele local um grande número de pessoas de identidade russa vivem até hoje. A identidade ucraniana surgiu em outro território, mais do lado ocidental, próximo à Polônia, pois a divisão geográfica da Ucrânia moderna é novíssima. Tanto assim, que na região leste, os russos étnicos são maioria da população. Se devemos dar autodeterminação dos povos para o povo ucraniano (e acho que devemos), para que possam viver como ucranianos, não devemos fazer o mesmo ao povo do Dombas? E da Crimeia? Aqui está um ponto que Putin quer para o fim da guerra. Ocorre que, de uns tempos para cá, o extremismo de direita surgiu e cresceu na Ucrânia. Sentimento antirusso que era relativamente contido foi espalhado no país e assim devemos perguntar o porquê os políticos do partido Democrata dos EUA estavam presentes nas manifestações do Euromaiden em 2014. Quem vem financiando essa crescente? Será mesmo natural? Tais manifestações foram mesmo "espontâneas"? Grandes organizações ultra-nacionalistas que fazem reverência para Stepan Bandera e até mesmo neo-nazistas cresceram exponencialmente, formando milícias que passaram a integrar o Exército, com o beneplácito do governo Zelensky. Grupos como o Batalhão de Azov passou a integrar a colcha de retalhos extremista que é o Exército ucraniano. E, dos que vivem guerreando contra os separatistas no Dombas, o que mais se destacou foi nomeado para Ministro do Interior do Governo Zelensky. Agora você pega esse Exército extremista e com sentimento antirusso, coloca eles em uma Aliança Militar com poderes atômicos, hostil a Moscou, e enche de mísseis no quintal do lado da Rússia, jogando o controle remoto nas mãos desse mesmo Exército. Você acha mesmo que Putin vai ficar esperando isso para agir? Tá aí outro pedido de Putin: Desnazificar a Ucrânia (que ele deixa claro que não são todos os ucranianos, pois ele afirma que quer livrar os "irmãos ucranianos" dos nazistas). Desmilitarizar a Ucrânia e não permitir que entre em uma aliança militar capaz de ferir a segurança da Rússia. Qual a contraproposta séria? Nenhuma. O ocidente poderia trabalhar em uma proposta de colocar a Ucrânia em uma aliança apenas "de defesa", garantindo que ela fique totalmente desmilitarizada, sendo defendida pela OTAN apenas em caso de agressão externa. É o mesmo que a Alemanha teve durante muitos anos. Acha mesmo que a Rússia entraria em confronto com a OTAN para atacar a Ucrânia? Duvido. Mas ao contrário de pensarem em propostas de solução que atendam os interesses de todos, eles preferem estender a guerra por procuração. Em nenhum momento eu vi Putin dizer em anexar a Ucrânia por completo. É claro que a Ucrânia tem o "direito" de entrar para a OTAN. Mas nenhum direito é absoluto. E a OTAN sabe disso. Os EUA e a OTAN não são confiáveis para os russos. E há razões para isso. O próprio professor fala da promessa não cumprida dos EUA para que a OTAN não iria crescer em direção à Rússia. A teoria liberal é bela, mas não somos evoluídos para aplicá-la em todo o planeta. E também pode ser muita pretensão querer dizer que uma teoria é a "dona da verdade". A história humana é feita de ciclos, fluxos e refluxos. E o refluxo não significa necessariamente o retrocesso, mas sim, que o percurso de um rio não vai sempre na mesma direção. Precisamos respeitar o tempo da humanidade, tendo equilíbrio e paciência. Aliás, o princípio da democracia liberal pressupõe não fazer nada impondo ao outro. Nem a "evolução" como queremos.
Não é fácil para todos assistir, uma guerra desproporcional, que elimina até as Crianças, pela força dominante do mal. Não se entende querer uma conquista, perdendo mil vezes mais, destruir o que outros fizeram, e tirar suas vidas, e sua paz. E o mundo de hoje é assim, com pessoas de mal coração, e os bons só olhando de longe, sem poder estender sua mão. Quando o Reino de Deus vier, a maldade terá punição, e as dores e a morte cessar, todas coisas ruins passarão.
Por volta do minuto 29:00 o Pedro cita que se a Ucrânia estivesse na Otan não teria ocorrido a invasão russa, entretanto, se a Rússia fizesse parte da Otan, provavelmente tb não...
Excelente conversa. Muito esclarecedora. Vcs do Meio poderiam conseguir esse texto do Putin TRADUZIDO para o PORTUGUÊS? Já é o segundo papo do meio que tem como uma das bases o citado texto, mas as versões em Português não estão disponíveis no google
Muito interessante o comentário sobre a China. De fato, é um caso a parte pois a teoria que rege a China é do equilíbrio. A China se vê como o centro do mundo.
Uma vez eu li um artigo escrito pelo proprio governo chinês que dizia que o principal objetivo era manter o equilibrio em todas as frentes e assim crescer em todas essas frentes para se fortalecer
A China é uma extraordinária civilização milenar, a Inglaterra, os EUA, a Franca, o Japão, Roma, tantos já se consideram o centro do mundo, pq a China não pode?
Aprendo muito com seus vídeos. Vê-los e comenta-los é um bom exercício. Esclarece as nossas visões de mundo e conceitos porque nos faz pensar. Bom, tem um ponto que me incomodou aqui, e eu fui tentar entender o porquê. O grande problema da ciência política clássica sempre foi a manutenção da ordem. E nesse sentido, as relações internacionais têm algumas particularidades. A conversa é complicada. Por exemplo, o realismo é hobesiano no sentido em que a ausência de uma autoridade central levaria a um estado de guerra permanente. Fria ou quente, geral ou localizada é outro problema, mas, em teoria, a história nos confirmaria essa visão. A conversa fica mais complicada quando Hobbes elabora sua solução para o problema da ordem. Ela não pode ser associada ao realismo em relações internacionais. Hobbes é um contratualista. Ele só vê ordem possível num contrato entre os cidadãos em que há a cessão absoluta e irreversível da soberania do cidadão ao Leviatã, representado pelo monarca absoluto. Hobbes nunca achou que os homens poderiam se manter por um equilíbrio de forças. Da mesma maneira, a resposta de Locke passa pelo Estado, só que temperado pelo exercício limitado do poder. Mas elas têm em comum o fato de não existir ordem possível na ausência de um poder central institucionalizado. O realismo lida com um contexto que não pode ser transplantado ou "lido" pelas teorias da ciência política. O seu objeto de estudo é diferente. Sei que isso é polemico, mas me incomodou um pouco na conversa. Eu, por formação, acredito muito na autonomia das relações internacionais (como disciplina) em relação à ciência política e isso não é uma discussão meramente acadêmica. Isso tem efeitos muito concretos na interpretação dos fatos. Um outro ponto que acho importante notar: há que se diferenciar entre a justificativa da invasão e a razão da invasão. A inclusão dos Estados do Leste europeu na OTAN está muito mais para justificativa (racionalização a posteriori) do que, propriamente, para razão (nexo de causa e efeito). Mas, isso também é uma longa discussão. Mais um ponto: existem as teorias sociológicas e transnacionais em RI que também trazem algumas reflexões importantes para entender a evolução do conflito (talvez menos as suas causas). Mais um ponto: o idealismo do entre-guerras e o liberalismo atual em RI são um pouco diferentes. Enfim, queria refletir sobre cada passagem da conversa :-). mais uma vez obrigado pelo vídeo e pela oportunidade que ele nos dá em pensar de maneira crítica. Ah, e Pedro seus comentarios sao muito bons!
Um fator essencial: ser humano com todas suas contradições. Poder corrompe e a vaidade é outro combustível. Invasão é bem diferente de guerra, Rússia está bem protegida mas a Ucrânia está sendo destruída aos poucos. Não houve uma preocupação tão grande pela Síria, nem se fala.
ua-cam.com/video/P63wowL0dAA/v-deo.html Recomendo o debate com outros dois professores, em especial professor HOC. Por sinal, Pedro, você deveria trazê-lo aqui em seu canal também.
Que tiro foi esse Casaroes? Parabéns por trazê-lo, Pedro. Fui super crítica de alguns vídeos seus anteriores (1 q vc dizia algo sobre tomar lado e outro q vc equiparava com Trump e Bolsonaro quem ñ tivesse uma visão igual a sua) e não por discordar do ponto de chegada (a invasão russa deve ser sim rechaçada), mas por achar que vc estava contextualizando a questão de forma muito simplista. Agora sim, conteúdo com as devidas complexificacoes, pra todos os lados. Ps:na faculdade eu costumava ser igual vc Pedro, e tive um professor (no direito da USP cujo nome não recordo) que dava realimso e que começou a abrir minha cabeça para o fato de o que queremos (dever ser) é mto diferente do que é(ser). Na epoca eu achava esse discurso realista árido (ñ exatamente "o homem lobo do homem" pq aqui a relação é entre Estados) mas hj eu tenho a certeza de que evita mto mais guerra.
Interessante a menção aos "estados tributários" (Coréia, Vietnã e outros) e o Império do Meio, nome pelo qual a China Imperial se autodenominava. A China considera tais territórios como sua esfera de influência e intervém quando necessário. Dois exemplos: Guerra Imjin, a invasão japonesa ordenada por Toyotomi Hideyoshi (1592 - 1598) e a Guerra da Coréia (1950 - 1953).
pedro. e o ataque ao chile de alende? isso pra não falar de escolher oq são países democrático e oq não são. não é sobre eleições. é sobre rede de alianças...
QUE AULA - obrigado Pedro Doria e Guilherme Casarões - minha modesta opinião - no mundo hoje direita esquerda são importantes - mas secundários - O mais importante a guerra entre Democratas e Não Democratas - sim tem países Democratas aliados de Não Democratas - mas os Não Democratas só se aliam aos seus iguais - a questão é os Não Democratas vão contaminar as Democracias ???
Língua, culturas e/ou etnias são compartilhadas em praticamente toda a América Latina (na América do Norte temos Canadá e EU). A coisa só fica perigosa, em termos de conflitos bélicos, quando alguma das nações é submetida a um regime totalitário. Normalmente, democracias modernas não invadem outras nações democráticas.
Mas, democracia invade constantemente nações soberanas atrás de suas riquezas, quando não fomentam golpes de Estado. Não preciso citar nome… é essa mesmo que vc pensou!
Resposta sensata do entrevistado à última pergunta de Pedro Dória. Aliás, o entrevistador faz bons comentários. Mas comparar o texto de Putin ao livro de Hitler é exagero ideológico. A história territorial da Ucrânia é complexa e marcada por divisões interna, inclusive não dá para negar que a Ucrânia também vive um separatismo pró Rússia.
Um dos institutos mais belos do comunismo era auto-crítica. A esquerda moderna infelizmente deixou de lado algo importante para sua evolução. Sendo assim continuam abraçados a Cuba e Venezuela, sem avaliar os equivocos dos governantes desses países. Estar automaticamente na oposição aos EUA, sem refletir a respeito dos acontecimentos é uma idiotia completa. #LeiaPedroFeroz #PrefiroCiro
o cara mandou outra, diz que o pessoal era ingênuo frente a Hitler e que a teoria realista veio pra dizer que o que freia o avanço imperial é a força. Depois diz que acredita, nesse viés realista, na auto contenção.
Entrevistado muito bom. Entretanto, o entrevistador se contorce para driblar os próprios preconceitos claramente demonstrados em sua fala. Abrir a mente para o aprendizado dói menos, cara.
A descrição da teoria realista, como feita nesse vídeo, não vai além das motivações para o desencadeamento das guerras. Como o realista descreve as concequências da guerra, especialmente para os que a vencem militarmente? Historicamente, os vencedores, no caso das guerras modernas, sempre acabaram com um enorme onus. Portanto, o realismo deveria explicar como os poderosos decidem ir deliberadamente para o buraco.
O Guilherme fala no min.40 aí o termo "des desmocratizando"... tem um termo interessante pra usar no caso, a "recessão democrática" ou até a "desconsolidação democrática", um fenômeno que o pessoal de RI deveria estudar no curriculo, fazer um crossover aí com o estudos dessa onda autocrática que começou em 2005.
Ótima entrevista. A década de 1920, pelo menos nos EUA, parece ter sido bem legal. Progresso, Jazz, melindrosas, sexo livre. Foi como os anos 60. Eu ainda acho que o liberalismo econômico da China vai levar ao liberalismo político, e o Partido está apavorado com isso. Hong Kong, Taiwan, Japão, Coreia do Sul. Aquelas culturas podem entender o liberalismo. E atualmente temos a internet, que é uma poderosa força liberal. Mas eu temo que essa tendência não-imperialista da China possa mudar com o Xi. Se eles pararem em Taiwan não será _muito_ mal, mas se aquilo for apenas o início de uma nova política internacional da China... Será que o Putin realmente acha o Bolsonaro másculo? Para mim parece um menino mal criado. Eu vi tanques russos na Ucrânia com a bandeira soviética, e acho que eles sentem falta daquele Império. O próprio Putin é filho daquele mundo.
Excelente entrevista! Os debates que o canal Meio proporcionam sao muito bons! Soh para deixar claro, a esquerda nao apoia a Russia. A esquerda nao apoia que a Russia invada a Ucrania. A esquerda soh esta fazendo uma analise critica: Porque essa guerra esta sendo propagandeada, enquanto as guerras dos EUA sao abafadas? Se a Russia nao pode invadir a Ucrania (a esquerda concorda que nao pode), porque os EUA podem invadir outros paises? A esquerda soh esta evidenciando a hipocrisia do imperialismo dos EUA. Mas o esforco da propaganda dos EUA coloca Russia como vilan e EUA como herois. Russia e EUA estao ambos errados. O problema eh a linguagem binaria e burra da internet, que soh consegue enxergar dois lados. Recomendo o video recente do canal do Jones Manoel sobre a propaganda da guerra.
Um complemento aí pro comentário (38min) de que 60% dos países são democráticos. Alto lá, senhor especialista: Pelo novo relatório do V Dem de 2022, ano base de 2021, temos 34 democracias liberais, 55 democracias eleitorais, 60 autocracias eleitorais e 30 autocracias fechadas (não eleitorais).
Mas Pedro, acho que seu susto foi muito mais porque a rejeição ao Putin não atingiu seus parâmetros. Várias pessoas criticaram sim a cobertura da mídia, mas só pelo fato de entenderem que houve uma construção multipolar que culminou com a guerra. Contudo, foram entendidas como pró putin, passadores de pano e etc. e etc. Muitos destes não estão falando que a Rússia está certa, apenas que entendem o que levou o Putin a agir como agiu. Entendendo ser o mesmo um psicopata autocrata líder de um país com a história que tem a Rússia. A idéia é: óbvio que ia dar merda. Mas as pessoas ouvem como se fosse aquele velho discurso de culpar a vítima, tendo uma postura um tanto quanto histérica e maniqueista.
Falácia essa sua Pedro, de que a esquerda defende Putin. O Casarões disse tudo: é mto diferente criticar a Otan (isso sim a esquerda faz, ate pela logica multipolar) e outra é defender Putin. Tanto é falácia o que vc diz, que seu argumento para sustentá-lo é dizer q Lula não o teria condenado frontalmente (really? ele é candidato a presidência, faz sentido ele xingar ou destratar o chefe de um estado do tamanho da Russia?? tem quw ser cheio de dedos mesmo, na relacao entre estados prevalece a diplomacia)
Mas como que EUA e Rússia poderiam confiar um no outro, se a Rússia não demonstra sequer uma evolução de democracia. País Democrata não entraria em conflito atômico.
@@flavioff19 caro Flavio, é um fato historico que EUA jogou bomba no Japão - mas de 1945 p cá não teve - e justamente pelas consequencias do que lá aconteceu - não há espaço p uma guerra atomica entre paises democraticas
Dizer que a esquerda brasileira abraçou o Putin foi forçado. Uma parte da esquerda sim. Se o cara do PCO fala a favor e um cara do PCdoB tbm é uma coisa. Mas o resto nem chegou perto. O Pedro tem dificuldade de olhar teorias diferentes da dele. Ainda bem que veio alguém dar um choque de talidadet. Achou que o cara ia confirmar a visão liberal dele.
O cara começou mal dizendo que quem estava colocando bandeiras da Ucrania no seu perfil tomou uma decisão infantil de manifesto. Alto lá, cidadão especialista. Isso expressou um emocionar da sociedade que está repudiando a ação terrorista do Estado Russo. Se liga cara e outra, ao dizer isso, o maluco ridicularizou uma atitude infantil, como se crianças não expressassem algo digno. Vai te catá. E depois da fala, vem com toda autoridade de um especialista, pra dizer "vamos colocar as coisas no chão". Uau, estavam todos voando e ele veio nos trazer luz. Obrigado.
O q mais me impressiona é q nós tivemos essa aula magna de graça. De graça!
Baita aula do professor Casarões!!!
Conheci o prof. Guilherme Casarões nesse período de pandemia e suas entrevistas são aulas preciosas. Ele tem um canal "Eu vi o mundo" em parceria, que tem entrevistados incríveis... vale a pena conferir.
Casarões é um monstro!! Esse debate é uma joia!!! Todos deveriam tentar assistir.
Casarões é um monstro!! Que orgulho ter tido ele como professor!! Eu sempre falei que tinha vontade de bater palmas pelos shows no final das aulas, tive essa mesma sensação hoje com esse vídeo 🥰
Ótima aula, ótimo debate, lúcido e evoluído. Assim fossem todos na Internet! Mas tenho alguns pontos de vista divergentes. Não discordo das premissas, mas da maneira do arranjo descrito que leva a conclusão das diversas linhas. Em pelo menos algumas delas. Explico:
Mesmo quando foi analisado o tema pela perspectiva do realismo, não foi considerado realmente as reivindicações da Rússia, da forma como elas foram colocadas. A Rússia falava antes da invasão em garantias de que a Ucrânia não entraria para a OTAN e que os países do Leste Europeu saíssem da OTAN e retirassem armas e mísseis de ataque de seus solos. Disse em entrevista claramente que queria tais garantias quando questionado se ele garantiria que não invadiria a Ucrânia. Sabemos que nessses casos cria-se uma demanda impossível para conseguir o possível em uma mesa de negociação. Mas qual foi a contraproposta do ocidente? Nem responderam.
Putin, para parar a guerra agora, pede alguns pontos. Vejamos:
O princípio que rege o direito de cidadania, na maior parde da Europa, é o Jus sanguinis, onde a cidadania passa pela descendência étnica, não pelo local de nascimento como é o caso do Jus Soli. Embora essa também seja uma premissa verdadeira que não foi colocada nos argumentos do professor, o documento que descreve o discurso do Putin faz uma referência a história do povo do Reino de Rus de Kiev que deu origem a Rússia moderna. Isso é um fato histórico inegável. Essa história é sim muito útil para se demonstrar como a história desse povo é entrelassada, desde o início da povoação naquele local. Daniel Alexandrovitch, czar da Moscóvia, herdou o reino de seu pai Alexandre Iaroslavich Nevskí grão-príncipe de Kiev (ainda na época dos Mongóis da Horda Dourada). Dessa linhagem do povo Rurik vem Ivan III (O Grande) que reorganizou a Rússia após vencer os Mongóis e estabeleceu a capital do reino em Moscou, porquê lá se estabeleceu, governando todo o reino (incluindo Kiev). Mas todos os seus ancestrais eram oriundos de Kiev. E segue narrando a história da Rússia, mostrando que ali naquele local foi Rússia, com cultura russa e ucraniana misturada, durante todo o milênio, só sendo criado uma divisão geográfica no início dos anos 90. Mas os povos que estão ali, são os mesmos, embora tenha havido alguns curtos momentos de cisão por alguns eventos na histórica, em pequeninos territórios (não em todo o território da Ucrânia moderna). O Holodomor e Chernobil são eventos da ex-URSS que ajudaram a reacender esse sentimento nacionalista ucraniano.
Esse fato histórico é invocado por Putin para dar uma premissa que ele acredita, de proximidade e amizade entre os povos, mas não só. Esse tema é invocado principalmente para demonstrar que ali naquele local um grande número de pessoas de identidade russa vivem até hoje. A identidade ucraniana surgiu em outro território, mais do lado ocidental, próximo à Polônia, pois a divisão geográfica da Ucrânia moderna é novíssima. Tanto assim, que na região leste, os russos étnicos são maioria da população.
Se devemos dar autodeterminação dos povos para o povo ucraniano (e acho que devemos), para que possam viver como ucranianos, não devemos fazer o mesmo ao povo do Dombas? E da Crimeia? Aqui está um ponto que Putin quer para o fim da guerra.
Ocorre que, de uns tempos para cá, o extremismo de direita surgiu e cresceu na Ucrânia. Sentimento antirusso que era relativamente contido foi espalhado no país e assim devemos perguntar o porquê os políticos do partido Democrata dos EUA estavam presentes nas manifestações do Euromaiden em 2014. Quem vem financiando essa crescente? Será mesmo natural? Tais manifestações foram mesmo "espontâneas"? Grandes organizações ultra-nacionalistas que fazem reverência para Stepan Bandera e até mesmo neo-nazistas cresceram exponencialmente, formando milícias que passaram a integrar o Exército, com o beneplácito do governo Zelensky. Grupos como o Batalhão de Azov passou a integrar a colcha de retalhos extremista que é o Exército ucraniano. E, dos que vivem guerreando contra os separatistas no Dombas, o que mais se destacou foi nomeado para Ministro do Interior do Governo Zelensky.
Agora você pega esse Exército extremista e com sentimento antirusso, coloca eles em uma Aliança Militar com poderes atômicos, hostil a Moscou, e enche de mísseis no quintal do lado da Rússia, jogando o controle remoto nas mãos desse mesmo Exército. Você acha mesmo que Putin vai ficar esperando isso para agir?
Tá aí outro pedido de Putin: Desnazificar a Ucrânia (que ele deixa claro que não são todos os ucranianos, pois ele afirma que quer livrar os "irmãos ucranianos" dos nazistas). Desmilitarizar a Ucrânia e não permitir que entre em uma aliança militar capaz de ferir a segurança da Rússia.
Qual a contraproposta séria? Nenhuma.
O ocidente poderia trabalhar em uma proposta de colocar a Ucrânia em uma aliança apenas "de defesa", garantindo que ela fique totalmente desmilitarizada, sendo defendida pela OTAN apenas em caso de agressão externa. É o mesmo que a Alemanha teve durante muitos anos. Acha mesmo que a Rússia entraria em confronto com a OTAN para atacar a Ucrânia? Duvido. Mas ao contrário de pensarem em propostas de solução que atendam os interesses de todos, eles preferem estender a guerra por procuração.
Em nenhum momento eu vi Putin dizer em anexar a Ucrânia por completo.
É claro que a Ucrânia tem o "direito" de entrar para a OTAN. Mas nenhum direito é absoluto. E a OTAN sabe disso.
Os EUA e a OTAN não são confiáveis para os russos. E há razões para isso. O próprio professor fala da promessa não cumprida dos EUA para que a OTAN não iria crescer em direção à Rússia.
A teoria liberal é bela, mas não somos evoluídos para aplicá-la em todo o planeta. E também pode ser muita pretensão querer dizer que uma teoria é a "dona da verdade". A história humana é feita de ciclos, fluxos e refluxos. E o refluxo não significa necessariamente o retrocesso, mas sim, que o percurso de um rio não vai sempre na mesma direção. Precisamos respeitar o tempo da humanidade, tendo equilíbrio e paciência. Aliás, o princípio da democracia liberal pressupõe não fazer nada impondo ao outro. Nem a "evolução" como queremos.
Que aula! Guilherme fez o Doria PENSAR racionalmente (sem tanta emocao) sobre o liberalismo. Muito bom!
E com elegância e delicadeza impares.
Sim, tapa de pelica. qdo crescer quero ser igual ao Casaroes.
Que aula! Estou sem palavras! Como seu canal é importante! Vc é necessário no debate público Pedro Dória, sou sua fã! E não é só pelo trabalho, você é é um cara humano antes de tudo…👏🏻👏🏻👏🏻
Que conversa espetacular!!! Obrigado Pedro e Guilherme por iluminar as nossas mentes!
conversa muito boa. vou ter que assistir mais uma vez, talvez 2. Obrigada Pedro Doria por mais uma conversa excelente!
Excelente
Guilherme Casarões é o cara!!
Aulão melhor do mundo!!
O Meio nos salva dos comentários rasos , que grande reflexão! Parabéns
muito respeito pelo casarões, nao conheço ele de hoje. Respect
Grande aula!!! Obrigado Professor Casarões!! Obrigado Pedro!!
Que aula!!! Gente, esses vídeos do Meio têm que ser compartilhados. As pessoas têm que conhecer as várias leituras do que acontece além do quintal delas, e aí fazerem as suas escolhas. Eu não gosto de usar termos pejorativos, mas o grande gado - ou os grandes gados - têm que ser acordados.
Agora o problema é que eu estou sem coragem de assistir a outras entrevistas. Nem consigo imaginar uma entrevista melhor do que essa a qual eu acabei de assitir. Alguma sugestão para que o meu choque seja pequeno? 😉
Finalmente alguém colocou as diferenças visões que explicam esse conflito
Parabéns
As conversas com o Guilherme Casarões são sempre excelentes! Que aula! Por favor repitam mais vezes!
Muito esclarecedora esta conversa, Pedro e Guilherme. Obrigada!
Finalmente um adulto nesse canal. Casarões foi um grande professor que tive no estudo para o Itamaraty. Espero que o Pedro Doria e os seus seguidores entendam um pouco mais sobre a complexidade da Relações Internacionais e parem com o maniqueismo que vejo nos vídeos do Ponto de Partida. Boa aula para todos.
O Pedro é um baita cara, mas infelizmente tem uma visão geopolitica ingênua e utópica, Casarões deu um banho de realidade fria nele hoje!
@@flavioff19 concordo. Gosto demais das análises políticas dele. Mas a ingenuidade liberal dele às vezes passa dos limites. Principalmente nessa questão da Guerra na Ucrânia.
"O liberalismo virou dogmático". Melhor parte.
Pois é, um liberalismo que tenta encobrir os deslizes norte-americanos, forjar provas no Conselho de Segurança da ONU, pode! Manter uma prisão onde são utilizadas torturas brutais, pode! Lançar bombas atômicas sobre civis no Japão, pode! Em nome de uma pretensa democracia liberal todo tipo de atrocidade é permitida!
Casarões: sempre didático.
É uma fera
Uma conversa muito interessante! Agradeço a oportunidade.
Que aula!!!!!Parabéns Professor Casarões...
Excelente conversa! Guilherme é um craque.
Obrigado, Casarões! Por essa crítica ao liberalismo, porque Pedro não entende e não consegue romper com o dogmatismo,
mas eu entendo, pois existe um argumento muito forte da parte de quem defende o liberalismo (no sentido internacional, do oposto do totalitarismo), pois não da pra ceder avanços na base totalitária, é um caminho sem volta, o mundo civilizado precisa estar sempre em oposição a isso e usar do realismo demais é estar a longo prazo legitimando a posição autoritária, é ceder a chantagem... por outro lado precisamos do realismo para não deixar essa corda tensionada estourar, que é no caso o perigo de uma guerra nuclear...
Esse Casarões é realmente brilhante, e gosto muito dos programas do Pedro Dória, embora ideologicamente eu discorde muito dele. Uma grande aula, Parabéns e obrigado, senhores.
Que conversa boa, minha gente!!!!
-Novamente, vejo que "Is vs Ought" é o nome do problema que, melhor compreendido, poderia ajudar tanto liberais quanto realistas. Realistas descrevem bem como as coisas são, enquanto liberais como as coisas deveriam ser, mas ambos se beneficiam da visão do outro. Realistas amainando seu cinismo, e liberais amadurecendo sua ingenuidade.
Casarões sempre cirúrgico
O professor Casarão explicou muito bem a questão da Rússia. Gostaria de ouvi-lo sobre a Ucrânia também.
Excellent !!! Merci beaucoup à tous les deux !!! Bravo !!!
Conversa de altíssima qualidade. Parabéns ao canal!
Mais uma excelente conversa do Canal Meio. Assisto sempre que posso assim como indico. Obrigado pelo conteúdo !
Muito bom!!!! Obrigada!
Maravilhosos!
ESSE CARA É MUITO FERA
O prof. HOC acrescenta um dado q normalmente todos se esquecem de abordar: A teoria realista tb se aplica à Ucrania. Em sintese: se a Russia tem o interesse em manter a Ucrania neutra pra n ser ameaçada, a Ucrania tem o interesse em entrar na OTAN pra n ser ameaçada pela Russia.
Mas quem vai conseguir o que quer pela teoria realista? Quem tem mais poder.
50:45 O assunto é sério mas essa escolha de palavras foi engraçada "o Lula cheio de dedos", o Doria dá até um sorrisinho ao perceber a ironia.
Que aula! Muito obrigado pelo vídeo!
Muito bom o papo, obrigada 🙏🏽
Aprendi muito
O retorno de Nietzche. Ando refletindo sobre isso. Estamos num retrocesso. Já vimos isso na história. Assustador.
Uma aula de alto nível acadêmico. Vou compartilhar.
Bravo!! Continuem pessoal. Excelente conteúdo
Magnifique. Merci.
Ótima aula, ótimo debate, lúcido e evoluído. Assim fossem todos na Internet! Mas tenho alguns pontos de vista divergentes. Não discordo das premissas, mas da maneira do arranjo descrito que leva a conclusão das diversas linhas. Em pelo menos algumas delas. Explico:
Mesmo quando foi analisado o tema pela perspectiva do realismo, não foi considerado realmente as reivindicações da Rússia, da forma como elas foram colocadas. A Rússia falava antes da invasão em garantias de que a Ucrânia não entraria para a OTAN e que os países do Leste Europeu saíssem da OTAN e retirassem armas e mísseis de ataque de seus solos. Disse em entrevista claramente que queria tais garantias quando questionado se ele garantiria que não invadiria a Ucrânia. Sabemos que nessses casos cria-se uma demanda impossível para conseguir o possível em uma mesa de negociação. Mas qual foi a contraproposta do ocidente? Nem responderam.
Putin, para parar a guerra agora, pede alguns pontos. Vejamos:
O princípio que rege o direito de cidadania, na maior parde da Europa, é o Jus sanguinis, onde a cidadania passa pela descendência étnica, não pelo local de nascimento como é o caso do Jus Soli. Embora essa também seja uma premissa verdadeira que não foi colocada nos argumentos do professor, o documento que descreve o discurso do Putin faz uma referência a história do povo do Reino de Rus de Kiev que deu origem a Rússia moderna. Isso é um fato histórico inegável. Essa história é sim muito útil para se demonstrar como a história desse povo é entrelassada, desde o início da povoação naquele local. Daniel Alexandrovitch, czar da Moscóvia, herdou o reino de seu pai Alexandre Iaroslavich Nevskí grão-príncipe de Kiev (ainda na época dos Mongóis da Horda Dourada). Dessa linhagem do povo Rurik vem Ivan III (O Grande) que reorganizou a Rússia após vencer os Mongóis e estabeleceu a capital do reino em Moscou, porquê lá se estabeleceu, governando todo o reino (incluindo Kiev). Mas todos os seus ancestrais eram oriundos de Kiev. E segue narrando a história da Rússia, mostrando que ali naquele local foi Rússia, com cultura russa e ucraniana misturada, durante todo o milênio, só sendo criado uma divisão geográfica no início dos anos 90. Mas os povos que estão ali, são os mesmos, embora tenha havido alguns curtos momentos de cisão por alguns eventos na histórica, em pequeninos territórios (não em todo o território da Ucrânia moderna). O Holodomor e Chernobil são eventos da ex-URSS que ajudaram a reacender esse sentimento nacionalista ucraniano.
Esse fato histórico é invocado por Putin para dar uma premissa que ele acredita, de proximidade e amizade entre os povos, mas não só. Esse tema é invocado principalmente para demonstrar que ali naquele local um grande número de pessoas de identidade russa vivem até hoje. A identidade ucraniana surgiu em outro território, mais do lado ocidental, próximo à Polônia, pois a divisão geográfica da Ucrânia moderna é novíssima. Tanto assim, que na região leste, os russos étnicos são maioria da população.
Se devemos dar autodeterminação dos povos para o povo ucraniano (e acho que devemos), para que possam viver como ucranianos, não devemos fazer o mesmo ao povo do Dombas? E da Crimeia? Aqui está um ponto que Putin quer para o fim da guerra.
Ocorre que, de uns tempos para cá, o extremismo de direita surgiu e cresceu na Ucrânia. Sentimento antirusso que era relativamente contido foi espalhado no país e assim devemos perguntar o porquê os políticos do partido Democrata dos EUA estavam presentes nas manifestações do Euromaiden em 2014. Quem vem financiando essa crescente? Será mesmo natural? Tais manifestações foram mesmo "espontâneas"? Grandes organizações ultra-nacionalistas que fazem reverência para Stepan Bandera e até mesmo neo-nazistas cresceram exponencialmente, formando milícias que passaram a integrar o Exército, com o beneplácito do governo Zelensky. Grupos como o Batalhão de Azov passou a integrar a colcha de retalhos extremista que é o Exército ucraniano. E, dos que vivem guerreando contra os separatistas no Dombas, o que mais se destacou foi nomeado para Ministro do Interior do Governo Zelensky.
Agora você pega esse Exército extremista e com sentimento antirusso, coloca eles em uma Aliança Militar com poderes atômicos, hostil a Moscou, e enche de mísseis no quintal do lado da Rússia, jogando o controle remoto nas mãos desse mesmo Exército. Você acha mesmo que Putin vai ficar esperando isso para agir?
Tá aí outro pedido de Putin: Desnazificar a Ucrânia (que ele deixa claro que não são todos os ucranianos, pois ele afirma que quer livrar os "irmãos ucranianos" dos nazistas). Desmilitarizar a Ucrânia e não permitir que entre em uma aliança militar capaz de ferir a segurança da Rússia.
Qual a contraproposta séria? Nenhuma.
O ocidente poderia trabalhar em uma proposta de colocar a Ucrânia em uma aliança apenas "de defesa", garantindo que ela fique totalmente desmilitarizada, sendo defendida pela OTAN apenas em caso de agressão externa. É o mesmo que a Alemanha teve durante muitos anos. Acha mesmo que a Rússia entraria em confronto com a OTAN para atacar a Ucrânia? Duvido. Mas ao contrário de pensarem em propostas de solução que atendam os interesses de todos, eles preferem estender a guerra por procuração.
Em nenhum momento eu vi Putin dizer em anexar a Ucrânia por completo.
É claro que a Ucrânia tem o "direito" de entrar para a OTAN. Mas nenhum direito é absoluto. E a OTAN sabe disso.
Os EUA e a OTAN não são confiáveis para os russos. E há razões para isso. O próprio professor fala da promessa não cumprida dos EUA para que a OTAN não iria crescer em direção à Rússia.
A teoria liberal é bela, mas não somos evoluídos para aplicá-la em todo o planeta. E também pode ser muita pretensão querer dizer que uma teoria é a "dona da verdade". A história humana é feita de ciclos, fluxos e refluxos. E o refluxo não significa necessariamente o retrocesso, mas sim, que o percurso de um rio não vai sempre na mesma direção. Precisamos respeitar o tempo da humanidade, tendo equilíbrio e paciência. Aliás, o princípio da democracia liberal pressupõe não fazer nada impondo ao outro. Nem a "evolução" como queremos.
Parabéns pela sua análise!!
@@raquelmesquita3036 eu entendo que é uma questão de bom senso ouvir os dois lados. Se isso não é levado a sério, o conflito é certo.
Não é fácil para todos assistir, uma guerra desproporcional, que elimina até as Crianças, pela força dominante do mal. Não se entende querer uma conquista, perdendo mil vezes mais, destruir o que outros fizeram, e tirar suas vidas, e sua paz. E o mundo de hoje é assim, com pessoas de mal coração, e os bons só olhando de longe, sem poder estender sua mão. Quando o Reino de Deus vier, a maldade terá punição, e as dores e a morte cessar, todas coisas ruins passarão.
Parabéns pela excelente entrevista
Por volta do minuto 29:00 o Pedro cita que se a Ucrânia estivesse na Otan não teria ocorrido a invasão russa, entretanto, se a Rússia fizesse parte da Otan, provavelmente tb não...
Presenteeee🙋🏻♀️
Ótimo vídeo!
Excelente conversa. Muito esclarecedora. Vcs do Meio poderiam conseguir esse texto do Putin TRADUZIDO para o PORTUGUÊS? Já é o segundo papo do meio que tem como uma das bases o citado texto, mas as versões em Português não estão disponíveis no google
Muito interessante o comentário sobre a China. De fato, é um caso a parte pois a teoria que rege a China é do equilíbrio. A China se vê como o centro do mundo.
Uma vez eu li um artigo escrito pelo proprio governo chinês que dizia que o principal objetivo era manter o equilibrio em todas as frentes e assim crescer em todas essas frentes para se fortalecer
@@ygormarcelo8611 é a base do confucionismo.
A China é uma extraordinária civilização milenar, a Inglaterra, os EUA, a Franca, o Japão, Roma, tantos já se consideram o centro do mundo, pq a China não pode?
Muito boa a live. Vai fazer cortes?
Pedro, muito boa a conversa.
Você poderia implementar um esquema no qual membros pudessem participar colocando suas dúvidas.
Depois dessa aula, nem dá vontade de ver aqueles "debates" sobre o tema na globo news ou CNN.
Aprendo muito com seus vídeos. Vê-los e comenta-los é um bom exercício. Esclarece as nossas visões de mundo e conceitos porque nos faz pensar. Bom, tem um ponto que me incomodou aqui, e eu fui tentar entender o porquê. O grande problema da ciência política clássica sempre foi a manutenção da ordem. E nesse sentido, as relações internacionais têm algumas particularidades. A conversa é complicada. Por exemplo, o realismo é hobesiano no sentido em que a ausência de uma autoridade central levaria a um estado de guerra permanente. Fria ou quente, geral ou localizada é outro problema, mas, em teoria, a história nos confirmaria essa visão. A conversa fica mais complicada quando Hobbes elabora sua solução para o problema da ordem. Ela não pode ser associada ao realismo em relações internacionais. Hobbes é um contratualista. Ele só vê ordem possível num contrato entre os cidadãos em que há a cessão absoluta e irreversível da soberania do cidadão ao Leviatã, representado pelo monarca absoluto. Hobbes nunca achou que os homens poderiam se manter por um equilíbrio de forças. Da mesma maneira, a resposta de Locke passa pelo Estado, só que temperado pelo exercício limitado do poder. Mas elas têm em comum o fato de não existir ordem possível na ausência de um poder central institucionalizado. O realismo lida com um contexto que não pode ser transplantado ou "lido" pelas teorias da ciência política. O seu objeto de estudo é diferente. Sei que isso é polemico, mas me incomodou um pouco na conversa. Eu, por formação, acredito muito na autonomia das relações internacionais (como disciplina) em relação à ciência política e isso não é uma discussão meramente acadêmica. Isso tem efeitos muito concretos na interpretação dos fatos. Um outro ponto que acho importante notar: há que se diferenciar entre a justificativa da invasão e a razão da invasão. A inclusão dos Estados do Leste europeu na OTAN está muito mais para justificativa (racionalização a posteriori) do que, propriamente, para razão (nexo de causa e efeito). Mas, isso também é uma longa discussão. Mais um ponto: existem as teorias sociológicas e transnacionais em RI que também trazem algumas reflexões importantes para entender a evolução do conflito (talvez menos as suas causas). Mais um ponto: o idealismo do entre-guerras e o liberalismo atual em RI são um pouco diferentes. Enfim, queria refletir sobre cada passagem da conversa :-). mais uma vez obrigado pelo vídeo e pela oportunidade que ele nos dá em pensar de maneira crítica. Ah, e Pedro seus comentarios sao muito bons!
Um fator essencial: ser humano com todas suas contradições. Poder corrompe e a vaidade é outro combustível.
Invasão é bem diferente de guerra, Rússia está bem protegida mas a Ucrânia está sendo destruída aos poucos.
Não houve uma preocupação tão grande pela Síria, nem se fala.
ua-cam.com/video/P63wowL0dAA/v-deo.html
Recomendo o debate com outros dois professores, em especial professor HOC. Por sinal, Pedro, você deveria trazê-lo aqui em seu canal também.
A geografia não é absoluta, mas não pode ser desconsiderada neste ou em qualquer conflito
Que tiro foi esse Casaroes? Parabéns por trazê-lo, Pedro. Fui super crítica de alguns vídeos seus anteriores (1 q vc dizia algo sobre tomar lado e outro q vc equiparava com Trump e Bolsonaro quem ñ tivesse uma visão igual a sua) e não por discordar do ponto de chegada (a invasão russa deve ser sim rechaçada), mas por achar que vc estava contextualizando a questão de forma muito simplista. Agora sim, conteúdo com as devidas complexificacoes, pra todos os lados. Ps:na faculdade eu costumava ser igual vc Pedro, e tive um professor (no direito da USP cujo nome não recordo) que dava realimso e que começou a abrir minha cabeça para o fato de o que queremos (dever ser) é mto diferente do que é(ser). Na epoca eu achava esse discurso realista árido (ñ exatamente "o homem lobo do homem" pq aqui a relação é entre Estados) mas hj eu tenho a certeza de que evita mto mais guerra.
Bia explicação
Interessante a menção aos "estados tributários" (Coréia, Vietnã e outros) e o Império do Meio, nome pelo qual a China Imperial se autodenominava. A China considera tais territórios como sua esfera de influência e intervém quando necessário. Dois exemplos: Guerra Imjin, a invasão japonesa ordenada por Toyotomi Hideyoshi (1592 - 1598) e a Guerra da Coréia (1950 - 1953).
Pedro, queira me desculpar, mas deixa o Casarões falar!
Alguém achou o link do texto do Putin??
pedro. e o ataque ao chile de alende? isso pra não falar de escolher oq são países democrático e oq não são. não é sobre eleições. é sobre rede de alianças...
Adorei o vídeo.... Mas uma coisa me perturbou, de onde é esse sotaque que fala "tiorias"?
Que nervoso o Pedro falando “tiuria”. Teoria gente, quando foi que a pronúncia mudou? 😂😂
Depende do ponto geografico, no Rio acho que ta tudo o mesmo desde sempre: Tchioria. O Pedro Doria ja fez video a respeito 😀
O Pedro já gravou um vídeo sobre isso, eu acho estranho também, mais sendo o Pedro quem é, eu relevo😅
@@Paulistaninha como se chama o vídeo, você se lembra?
Justamente. Um MONTE DE GENTE, inclusive comentaristas políticos, falando sobre o que não conhecem em relação à guerra da Ucrânia...
QUE AULA - obrigado Pedro Doria e Guilherme Casarões - minha modesta opinião - no mundo hoje direita esquerda são importantes - mas secundários - O mais importante a guerra entre Democratas e Não Democratas - sim tem países Democratas aliados de Não Democratas - mas os Não Democratas só se aliam aos seus iguais - a questão é os Não Democratas vão contaminar as Democracias ???
Língua, culturas e/ou etnias são compartilhadas em praticamente toda a América Latina (na América do Norte temos Canadá e EU). A coisa só fica perigosa, em termos de conflitos bélicos, quando alguma das nações é submetida a um regime totalitário. Normalmente, democracias modernas não invadem outras nações democráticas.
Mas, democracia invade constantemente nações soberanas atrás de suas riquezas, quando não fomentam golpes de Estado. Não preciso citar nome… é essa mesmo que vc pensou!
Resposta sensata do entrevistado à última pergunta de Pedro Dória. Aliás, o entrevistador faz bons comentários. Mas comparar o texto de Putin ao livro de Hitler é exagero ideológico. A história territorial da Ucrânia é complexa e marcada por divisões interna, inclusive não dá para negar que a Ucrânia também vive um separatismo pró Rússia.
Um dos institutos mais belos do comunismo era auto-crítica. A esquerda moderna infelizmente deixou de lado algo importante para sua evolução. Sendo assim continuam abraçados a Cuba e Venezuela, sem avaliar os equivocos dos governantes desses países. Estar automaticamente na oposição aos EUA, sem refletir a respeito dos acontecimentos é uma idiotia completa. #LeiaPedroFeroz #PrefiroCiro
o cara mandou outra, diz que o pessoal era ingênuo frente a Hitler e que a teoria realista veio pra dizer que o que freia o avanço imperial é a força. Depois diz que acredita, nesse viés realista, na auto contenção.
Entrevistado muito bom. Entretanto, o entrevistador se contorce para driblar os próprios preconceitos claramente demonstrados em sua fala. Abrir a mente para o aprendizado dói menos, cara.
A descrição da teoria realista, como feita nesse vídeo, não vai além das motivações para o desencadeamento das guerras. Como o realista descreve as concequências da guerra, especialmente para os que a vencem militarmente? Historicamente, os vencedores, no caso das guerras modernas, sempre acabaram com um enorme onus. Portanto, o realismo deveria explicar como os poderosos decidem ir deliberadamente para o buraco.
O casarões parece o Sergio Loro na foto de capa
O Guilherme fala no min.40 aí o termo "des desmocratizando"... tem um termo interessante pra usar no caso, a "recessão democrática" ou até a "desconsolidação democrática", um fenômeno que o pessoal de RI deveria estudar no curriculo, fazer um crossover aí com o estudos dessa onda autocrática que começou em 2005.
Ok
Tenho conversado bastante com ucranianos. Eles se sentem idiossincraticamente diversos dos russos.
👏👏👏✨✨✨
Ótima entrevista.
A década de 1920, pelo menos nos EUA, parece ter sido bem legal. Progresso, Jazz, melindrosas, sexo livre. Foi como os anos 60.
Eu ainda acho que o liberalismo econômico da China vai levar ao liberalismo político, e o Partido está apavorado com isso. Hong Kong, Taiwan, Japão, Coreia do Sul. Aquelas culturas podem entender o liberalismo. E atualmente temos a internet, que é uma poderosa força liberal. Mas eu temo que essa tendência não-imperialista da China possa mudar com o Xi. Se eles pararem em Taiwan não será _muito_ mal, mas se aquilo for apenas o início de uma nova política internacional da China...
Será que o Putin realmente acha o Bolsonaro másculo? Para mim parece um menino mal criado.
Eu vi tanques russos na Ucrânia com a bandeira soviética, e acho que eles sentem falta daquele Império. O próprio Putin é filho daquele mundo.
É impressão minha ou Pedro fala "tIorias" ?
Excelente entrevista! Os debates que o canal Meio proporcionam sao muito bons!
Soh para deixar claro, a esquerda nao apoia a Russia. A esquerda nao apoia que a Russia invada a Ucrania.
A esquerda soh esta fazendo uma analise critica:
Porque essa guerra esta sendo propagandeada, enquanto as guerras dos EUA sao abafadas?
Se a Russia nao pode invadir a Ucrania (a esquerda concorda que nao pode), porque os EUA podem invadir outros paises?
A esquerda soh esta evidenciando a hipocrisia do imperialismo dos EUA.
Mas o esforco da propaganda dos EUA coloca Russia como vilan e EUA como herois.
Russia e EUA estao ambos errados.
O problema eh a linguagem binaria e burra da internet, que soh consegue enxergar dois lados.
Recomendo o video recente do canal do Jones Manoel sobre a propaganda da guerra.
Tioria? Tioria???
Um complemento aí pro comentário (38min) de que 60% dos países são democráticos. Alto lá, senhor especialista: Pelo novo relatório do V Dem de 2022, ano base de 2021, temos 34 democracias liberais, 55 democracias eleitorais, 60 autocracias eleitorais e 30 autocracias fechadas (não eleitorais).
Mas Pedro, acho que seu susto foi muito mais porque a rejeição ao Putin não atingiu seus parâmetros.
Várias pessoas criticaram sim a cobertura da mídia, mas só pelo fato de entenderem que houve uma construção multipolar que culminou com a guerra. Contudo, foram entendidas como pró putin, passadores de pano e etc. e etc.
Muitos destes não estão falando que a Rússia está certa, apenas que entendem o que levou o Putin a agir como agiu. Entendendo ser o mesmo um psicopata autocrata líder de um país com a história que tem a Rússia.
A idéia é: óbvio que ia dar merda. Mas as pessoas ouvem como se fosse aquele velho discurso de culpar a vítima, tendo uma postura um tanto quanto histérica e maniqueista.
Falácia essa sua Pedro, de que a esquerda defende Putin. O Casarões disse tudo: é mto diferente criticar a Otan (isso sim a esquerda faz, ate pela logica multipolar) e outra é defender Putin. Tanto é falácia o que vc diz, que seu argumento para sustentá-lo é dizer q Lula não o teria condenado frontalmente (really? ele é candidato a presidência, faz sentido ele xingar ou destratar o chefe de um estado do tamanho da Russia?? tem quw ser cheio de dedos mesmo, na relacao entre estados prevalece a diplomacia)
Mas como que EUA e Rússia poderiam confiar um no outro, se a Rússia não demonstra sequer uma evolução de democracia. País Democrata não entraria em conflito atômico.
Oi? Hiroshima e Nagasaki?
@@flavioff19 caro Flavio, é um fato historico que EUA jogou bomba no Japão - mas de 1945 p cá não teve - e justamente pelas consequencias do que lá aconteceu - não há espaço p uma guerra atomica entre paises democraticas
@@fernandoluiztiberio6940 não duvide do ser humano.
Não tem como entender um ditador q invade um outro país
Um oásis de saber não arrogante num deserto de idiotices arrogantes.
Esquerda sóbria? No Brasil? Kkkkkkkkk
Perdão, ou Doria é ingênuo ou sei lá. Os liberais são muito bobos.
Dizer que a esquerda brasileira abraçou o Putin foi forçado.
Uma parte da esquerda sim.
Se o cara do PCO fala a favor e um cara do PCdoB tbm é uma coisa.
Mas o resto nem chegou perto.
O Pedro tem dificuldade de olhar teorias diferentes da dele.
Ainda bem que veio alguém dar um choque de talidadet.
Achou que o cara ia confirmar a visão liberal dele.
O cara começou mal dizendo que quem estava colocando bandeiras da Ucrania no seu perfil tomou uma decisão infantil de manifesto. Alto lá, cidadão especialista. Isso expressou um emocionar da sociedade que está repudiando a ação terrorista do Estado Russo. Se liga cara e outra, ao dizer isso, o maluco ridicularizou uma atitude infantil, como se crianças não expressassem algo digno. Vai te catá. E depois da fala, vem com toda autoridade de um especialista, pra dizer "vamos colocar as coisas no chão". Uau, estavam todos voando e ele veio nos trazer luz. Obrigado.
Excelente entrevista!