Que riqueza! "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem." Eclesiastes 12:13
O jeito como o professor Victor ensina é tocante. Não há como descrever as sensações que sentimos ao nos encontramos com o verdadeiro valor da sabedoria. Queira Deus que professores como esse possam ser multiplicados em nosso país.
Belo trabalho o seu! Hoje com 34 anos e professor de ensino médio percebo como me faz falta uma boa amizade e boas indicações culturais; perdi muito tempo com os estudos na faculdade.
Ótimo vídeo. Eu achei esse conto do Tchekov genial. Mas achei-o bem pessimista. Pareceu-me que o protagonista chegou à conclusão de que nada vale a pena já que a morte nos espera. É um destino inexorável a todos. É a única certeza. Mas é um dos contos que mais me traz reflexões.
Professor, suas falas são primorosas. Parabéns pelo novo formato, pelos recursos utilizados no esforço para atrair quem navega e quem busca formação para alma e provisões para um novo percurso de vida e parâmetros éticos. Meus cumprimentos e admiração.
Olá, professor! Muito bom dia e parabéns pelos excelentes conteúdos do canal. Adorei o vídeo sobre Os 4 amores, de Lewis. Queria dizer que adorei você comentar sobre esse conto de Tchekhov. Tenho um carinho muito especial por ele. Na minha escola de Teatro, meu diretor, Rodrigo Rangel, tem um projeto de adaptar os grandes clássicos da Dramaturgia e Literatura mundial para uma linguagem que os jovens e crianças consigam entender, porém mantendo o conteúdo maravilhoso que os grandes clássicos nos ensinam. Em 2012 e 2013, eu fiz uma peça desse conto A Aposta. Lá começou a minha vida intelectual. Foi a maior experiência que eu pude ter na minha infância/pré-adolescência. Durante dois anos, tive o prazer de ouvir a arrogância de um banqueiro e a ganância de um jovem advogado sendo colocadas em xeque perante os livros. Cada vez que nós, atores-narradores, descrevíamos os anos de prisão do jovem prisioneiro, naquele cenário intimista, uma cela escura à luz de velas, com o meu professor de música Feliciano Madeira Vianna tocando na penumbra Baden Powell e outros improvisos de violão, minha mente vagueava e aqueles textos iam penetrando a minha alma sem eu perceber. Somente agora, mais velho, consigo racionalizar os efeitos que aquela montagem me trouxe. Eu chego a conclusão de que os que mais são beneficiados com o Teatro são os atores que vivem cada dia os personagens e conseguem achar as sutilezas e vicissitudes que só o cotidiano e o hábito proporcionam. [SPOILERS!!!] No momento em que o banqueiro, já falido, resolve entrar na cela para matar o prisioneiro, ele lê a carta deixada pelo advogado e, ao lê-la, meu diretor Rodrigo é quem dubla o conteúdo da carta, no escuro do teatro e com as sombras projetadas em um pano branco (teatro de sombras!) do advogado sentado à mesa e do banqueiro atrás dele. Além do violão soando pelas paredes de todo o teatro... Era um paraíso visual, sensorial e textual. Desde então, comecei a sistematizar meus estudos de literatura dos clássicos. Com o avanço da internet e do UA-cam, o repertório foi melhor sendo elaborado. Viveria uns 300 anos só para esgotar algumas bibliotecas. Enfim, as lições são muito pertinentes desse breve conto. De Tchekhov, cheguei à Dostoiévski, lendo Crime e Castigo aos 13 anos e entendendo pouco, mas já me impactando com a mente de Raskólnikov, etc. Resumidamente, Tchekhov nos atrai aos breves momentos, que contêm, também, uma grande jornada em si da vida. Queria deixar aqui o texto da carta do advogado e o final da peça. Sei recitá-lo de cor até hoje. Não saiu da minha mente! Lá vai: (Texto livremente adaptado por Rodrigo Rangel) VOZ EM OFF - Amanhã, às 12 horas, eu receberei a liberdade e o direito de comunicação com os meus semelhantes. Mas, antes de deixar este quarto e de rever o Sol, julgo necessário dizer-vos algumas palavras. Em sã consciência e diante de Deus, que me vê, eu vos declaro que desprezo a liberdade e tudo aquilo que nos seus livros são chamados de os bens da vida. Durante quinze anos, estudei atentamente a vida terrena. É verdade que eu não via a Terra, nem os homens, mas, através dos seus livros, eu tive todas as experiências possíveis... Bebia vinhos aromáticos, cantava canções, caçava nos bosques e amava lindas mulheres... Beldades, leves como nuvens, criadas pela magia da imaginação de vossos poetas geniais, visitavam-me de noite e me sussurravam contos encantados que embriagavam a minha mente. Nos vossos livros, eu escalava o topo dos montes e via de lá como nascia o Sol de madrugada e, ao anoitecer, como ele inundava o firmamento, o oceano e o cume das montanhas de ouro branco; eu via de lá os relâmpagos fendendo as nuvens por cima da minha cabeça; eu via os campos verdes, os rios, os lagos, as cidades, ouvia o canto das sereias e a música das flautas dos pastores, sentia as asas de formosos demônios que vinham conversar comigo a respeito de Deus! Nos vossos livros, eu mergulhava em abismos sem fundo, fazia milagres, matava, queimava cidades, pregava novas religiões, conquistava reinos inteiros... Os vossos livros deram-me sabedoria. Tudo aquilo que a infatigável mente humana criou durante séculos está comprimido no meu cérebro num pequeno novelo. Eu sei que sou mais sábio do que todos vós! E, por isso, desprezo todos os bens terrenos. Tudo é mesquinho, perecível, espectral e ilusório, como a miragem. Vocês enlouqueceram e tomaram o caminho errado. Tomaram a mentira pela verdade e a deformidade pela beleza. Eu me admiro de vós, que trocastes o céu pela terra. E eu não quero vos compreender! E para lhes demonstrar na prática o meu desprezo para com tudo o que é a vossa vida, eu renuncio aos dois milhões com os quais sonhei em outros tempos, como se fossem o paraíso, que hoje eu desdenho. Para me privar do direto à eles, eu sairei daqui cinco horas antes do prazo combinado e, deste modo, quebrarei o contrato... quebrarei A APOSTA. (SILÊNCIO E ESTUPEFAÇÃO CÊNICA. RITMOS MARCADOS DE TAMBOR MARCAM O CHOQUE DO BANQUEIRO... COMEÇA UMA MÚSICA APROVEITANDO AINDA A LUZ E SOMBRA DO PANO). MÚSICA 3: Ah, quando eu sinto a emoção de me sentir diminuído É quando eu paro e penso no que em mim foi destruído É quando a vida ri de mim Que eu valorizo o que desprezo Que eu acredito no que rio Que eu não entendo do que fujo Ah, eu reflito O quão pequeno eu me sinto Se eu pudesse retornar Daria chance ao amor Preencheria a alma Com a luz que espanta a dor (APÓS A MÚSICA, OS ATORES ARRUMAM O CENÁRIO, FECHANDO-O NAS LATERAIS E AO FUNDO E USANDO DEDOS E MAQUETE, QUE ESTÁ EM CIMA DO COFRE, NO CENTRO DO PALCO, VÃO REPRESENTANDO O QUE DIZEM COM TEATRO DE ANIMAÇÃO, USANDO MÃOS E DEDOS COMO FIGURAS) ATOR 3 - Tendo lido a carta, o banqueiro repôs a folha em cima da mesa, beijou a cabeça do estranho homem e, chorando, saiu da cela e da ala. ATRIZ 1 (AJEITANDO A MAQUETE, TRANSFORMANDO-A DE CELA DE PRISÃO EM QUARTO DO BANQUEIRO) - Nunca antes, em tempo algum, mesmo após uma perda pesada na bolsa, ele sentira por si mesmo um desprezo tamanho, como neste momento. ATOR 1 - Chegando em casa, ele entrou em seu quarto, sentou-se em sua cama, deitou-se, mas a emoção e as lágrimas não o deixaram adormecer. ATRIZ 2 - No dia seguinte de manhã, os guardas vieram correndo, pálidos, e lhe comunicaram que viram o prisioneiro sair para o jardim, dirigir-se ao portão e desaparecer. ATOR 2 - O banqueiro dirigiu-se imediatamente à ala e, diante dos criados, constatou a fuga do seu prisioneiro. ATOR 3 - Para não gerar comentários supérfluos, ele tirou da mesa a carta com a renúncia e, voltando para o seu escritório, trancou-a no cofre-forte. ATOR-BANQUEIRO - Voltou para o seu quarto, trancou-se, deitou-se e chorou... como nunca antes havia chorado na vida. [...] Obrigado pelos conteúdos, professor Victor! Abraços e paz do Senhor!
Finalmente tomei conhecimento deste conto, depois de lido e encontrei este video fantastico. Um abraço fraterno. Sempre a verdade fala mais alto e mais longe.
Me lembrou do Mike Tyson em um desses podcasts dizendo que...pasmém! Os 3 melhores anos de sua vida foram os da cadeia. Ele percebeu a benção por detrás da "maldição"".
é muito fácil para Salomão dizer q tudo é vaidade depois q ele se lambuzou com tudo q é regalia (riquezas sem fim, empregados e serviçais para tudo q era necessidade, mais de mil mulheres, etc). E depois diz -Ah, tudo é vaidade É como um cara q vai para o restaurante mais requintado do mundo, e lá come sem limites do bom e do melhor, paga a conta, e no fim diz: -pensando bem, um pãozinho com ovo tmb mataria minha fome Ai é fácil filosofar com a pança cheia ne... Queria ver ter chegado nessa conclusão sem ter as mamatas q ele teve.
Há Tudo De Novo Debaixo Do Céu, E Nem Sempre Colhe-se O Que Se Planta Eis que olhei ‘debaixo do Céu’, e vi que tudo era vaidade, ‘vaidade por vaidade tudo é vaidade', porém, em minha ínfima sabedoria conclui que, há ‘vaidades e vaidades’, a que derriba e a que edifica; a vaidade do asceta e a vaidade do hedonista, a vaidade do exuberante e a vaidade do simplório, a vaidade do tolo e a vaidade do sábio. Vi a boa vaidade dos que amam a Natureza, e a má vaidade dos que a vilipendiam; a boa vaidade de beneficiar, e a má vaidade de prejudicar; a vaidade paradoxal dos que dizem ‘amar a Deus... ’, porém, desprezam seus semelhantes, e a má vaidade dos descrentes em socorrê-los; vi a boa vaidade dos que zelam o corpo ao mesmo tempo com a má vaidade de não zelar a alma (mente), e vi a excelentíssima vaidade dos que zelam a alma e o corpo, a vaidade suspeita dos que 'desprezam' os bens materiais, mas vivem e morrem agarrados a eles, mas a mais mortífera das vaidades é a vaidade da ignorância, e a mais lapidada das vaidades, é a vaidade da sabedoria. Debaixo do céu há tudo de novo, para o bem e para o mal, para o que é bom, para o que é ruim. Para cada nascente abre-se um universo de possiblidades, por toda a extensão de sua existência. Nenhum dia é igual ao outro, o que foi não será igual ao que virá, cada dia é um novo dia, cada dia é um dia. Até mesmo o que se repete não será igual, percebido, sentido da mesma forma, até o envelhecer é algo novo. A chuva de hoje não será igual a chuva de amanhã, o sol de hoje não será igual ao sol de amanhã, a tristeza de hoje não será igual a tristeza de amanhã, a alegria de hoje, não será igual a alegria de amanhã. Não há tempo para tudo debaixo do Céu, às vezes temos tempo de plantar, e não temos tempo de colher, tempo de colher, e não mais tempo para plantar novamente. Nem sempre colhe-se o que se planta, às vezes plantamos bons frutos, e colhemos maus frutos, quando não, frutos sem sementes, ou nada colhemos, às vezes plantamos o fruto do bem e colhemos o fruto do mal. E é preciso tempo e sabedoria para perceber, sentir, o mal que vem do ‘bem’, e o bem que vem do ‘mal’, porque é mais fácil mentir do que falar a verdade: a mentira pode durar uma noite inteira, mas a verdade sempre vinga pela a manhã. Há tempos determinados e indeterminados, propósitos e despropósitos para Tudo, e para nada debaixo do Céu. Cada um deve usar e usufruir de todo o tempo que lhe dado debaixo do Céu, da melhor maneira possível, de saber a hora de ir a favor do tempo, de ir contra o tempo, de deixar o tempo fluir naturalmente, mas, debaixo do Céu, algumas coisas duram mais que outras. Edson Exs Livro Ciensofia ll, Amazon e-book de Edson Exs
Que riqueza!
"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem."
Eclesiastes 12:13
O jeito como o professor Victor ensina é tocante. Não há como descrever as sensações que sentimos ao nos encontramos com o verdadeiro valor da sabedoria. Queira Deus que professores como esse possam ser multiplicados em nosso país.
Esse pequeno conto mudou a minha vida!
Bravíssimo!
Este conto - o de Tchekov - mudou o meu modo de ver a vida intelectual!
Belo trabalho o seu! Hoje com 34 anos e professor de ensino médio percebo como me faz falta uma boa amizade e boas indicações culturais; perdi muito tempo com os estudos na faculdade.
Ótimo vídeo. Eu achei esse conto do Tchekov genial. Mas achei-o bem pessimista. Pareceu-me que o protagonista chegou à conclusão de que nada vale a pena já que a morte nos espera. É um destino inexorável a todos. É a única certeza. Mas é um dos contos que mais me traz reflexões.
Parabéns pelo seu trabalho ❤😊
Solidão e silêncio ✅
Professor, suas falas são primorosas. Parabéns pelo novo formato, pelos recursos utilizados no esforço para atrair quem navega e quem busca formação para alma e provisões para um novo percurso de vida e parâmetros éticos. Meus cumprimentos e admiração.
Olá, professor! Muito bom dia e parabéns pelos excelentes conteúdos do canal. Adorei o vídeo sobre Os 4 amores, de Lewis. Queria dizer que adorei você comentar sobre esse conto de Tchekhov. Tenho um carinho muito especial por ele. Na minha escola de Teatro, meu diretor, Rodrigo Rangel, tem um projeto de adaptar os grandes clássicos da Dramaturgia e Literatura mundial para uma linguagem que os jovens e crianças consigam entender, porém mantendo o conteúdo maravilhoso que os grandes clássicos nos ensinam. Em 2012 e 2013, eu fiz uma peça desse conto A Aposta. Lá começou a minha vida intelectual. Foi a maior experiência que eu pude ter na minha infância/pré-adolescência. Durante dois anos, tive o prazer de ouvir a arrogância de um banqueiro e a ganância de um jovem advogado sendo colocadas em xeque perante os livros. Cada vez que nós, atores-narradores, descrevíamos os anos de prisão do jovem prisioneiro, naquele cenário intimista, uma cela escura à luz de velas, com o meu professor de música Feliciano Madeira Vianna tocando na penumbra Baden Powell e outros improvisos de violão, minha mente vagueava e aqueles textos iam penetrando a minha alma sem eu perceber. Somente agora, mais velho, consigo racionalizar os efeitos que aquela montagem me trouxe. Eu chego a conclusão de que os que mais são beneficiados com o Teatro são os atores que vivem cada dia os personagens e conseguem achar as sutilezas e vicissitudes que só o cotidiano e o hábito proporcionam.
[SPOILERS!!!]
No momento em que o banqueiro, já falido, resolve entrar na cela para matar o prisioneiro, ele lê a carta deixada pelo advogado e, ao lê-la, meu diretor Rodrigo é quem dubla o conteúdo da carta, no escuro do teatro e com as sombras projetadas em um pano branco (teatro de sombras!) do advogado sentado à mesa e do banqueiro atrás dele. Além do violão soando pelas paredes de todo o teatro... Era um paraíso visual, sensorial e textual. Desde então, comecei a sistematizar meus estudos de literatura dos clássicos. Com o avanço da internet e do UA-cam, o repertório foi melhor sendo elaborado. Viveria uns 300 anos só para esgotar algumas bibliotecas. Enfim, as lições são muito pertinentes desse breve conto. De Tchekhov, cheguei à Dostoiévski, lendo Crime e Castigo aos 13 anos e entendendo pouco, mas já me impactando com a mente de Raskólnikov, etc. Resumidamente, Tchekhov nos atrai aos breves momentos, que contêm, também, uma grande jornada em si da vida.
Queria deixar aqui o texto da carta do advogado e o final da peça. Sei recitá-lo de cor até hoje. Não saiu da minha mente! Lá vai: (Texto livremente adaptado por Rodrigo Rangel)
VOZ EM OFF - Amanhã, às 12 horas, eu receberei a liberdade e o direito de comunicação com os meus semelhantes. Mas, antes de deixar este quarto e de rever o Sol, julgo necessário dizer-vos algumas palavras. Em sã consciência e diante de Deus, que me vê, eu vos declaro que desprezo a liberdade e tudo aquilo que nos seus livros são chamados de os bens da vida. Durante quinze anos, estudei atentamente a vida terrena. É verdade que eu não via a Terra, nem os homens, mas, através dos seus livros, eu tive todas as experiências possíveis... Bebia vinhos aromáticos, cantava canções, caçava nos bosques e amava lindas mulheres... Beldades, leves como nuvens, criadas pela magia da imaginação de vossos poetas geniais, visitavam-me de noite e me sussurravam contos encantados que embriagavam a minha mente. Nos vossos livros, eu escalava o topo dos montes e via de lá como nascia o Sol de madrugada e, ao anoitecer, como ele inundava o firmamento, o oceano e o cume das montanhas de ouro branco; eu via de lá os relâmpagos fendendo as nuvens por cima da minha cabeça; eu via os campos verdes, os rios, os lagos, as cidades, ouvia o canto das sereias e a música das flautas dos pastores, sentia as asas de formosos demônios que vinham conversar comigo a respeito de Deus! Nos vossos livros, eu mergulhava em abismos sem fundo, fazia milagres, matava, queimava cidades, pregava novas religiões, conquistava reinos inteiros... Os vossos livros deram-me sabedoria. Tudo aquilo que a infatigável mente humana criou durante séculos está comprimido no meu cérebro num pequeno novelo. Eu sei que sou mais sábio do que todos vós! E, por isso, desprezo todos os bens terrenos. Tudo é mesquinho, perecível, espectral e ilusório, como a miragem. Vocês enlouqueceram e tomaram o caminho errado. Tomaram a mentira pela verdade e a deformidade pela beleza. Eu me admiro de vós, que trocastes o céu pela terra. E eu não quero vos compreender! E para lhes demonstrar na prática o meu desprezo para com tudo o que é a vossa vida, eu renuncio aos dois milhões com os quais sonhei em outros tempos, como se fossem o paraíso, que hoje eu desdenho. Para me privar do direto à eles, eu sairei daqui cinco horas antes do prazo combinado e, deste modo, quebrarei o contrato... quebrarei A APOSTA. (SILÊNCIO E ESTUPEFAÇÃO CÊNICA. RITMOS MARCADOS DE TAMBOR MARCAM O CHOQUE DO BANQUEIRO... COMEÇA UMA MÚSICA APROVEITANDO AINDA A LUZ E SOMBRA DO PANO).
MÚSICA 3:
Ah, quando eu sinto a emoção
de me sentir diminuído
É quando eu paro e penso
no que em mim foi destruído
É quando a vida ri de mim
Que eu valorizo o que desprezo
Que eu acredito no que rio
Que eu não entendo do que fujo
Ah, eu reflito
O quão pequeno eu me sinto
Se eu pudesse retornar
Daria chance ao amor
Preencheria a alma
Com a luz que espanta a dor
(APÓS A MÚSICA, OS ATORES ARRUMAM O CENÁRIO, FECHANDO-O NAS LATERAIS E AO FUNDO E USANDO DEDOS E MAQUETE, QUE ESTÁ EM CIMA DO COFRE, NO CENTRO DO PALCO, VÃO REPRESENTANDO O QUE DIZEM COM TEATRO DE ANIMAÇÃO, USANDO MÃOS E DEDOS COMO FIGURAS)
ATOR 3 - Tendo lido a carta, o banqueiro repôs a folha em cima da mesa, beijou a cabeça do estranho homem e, chorando, saiu da cela e da ala.
ATRIZ 1 (AJEITANDO A MAQUETE, TRANSFORMANDO-A DE CELA DE PRISÃO EM QUARTO DO BANQUEIRO) - Nunca antes, em tempo algum, mesmo após uma perda pesada na bolsa, ele sentira por si mesmo um desprezo tamanho, como neste momento.
ATOR 1 - Chegando em casa, ele entrou em seu quarto, sentou-se em sua cama, deitou-se, mas a emoção e as lágrimas não o deixaram adormecer.
ATRIZ 2 - No dia seguinte de manhã, os guardas vieram correndo, pálidos, e lhe comunicaram que viram o prisioneiro sair para o jardim, dirigir-se ao portão e desaparecer.
ATOR 2 - O banqueiro dirigiu-se imediatamente à ala e, diante dos criados, constatou a fuga do seu prisioneiro.
ATOR 3 - Para não gerar comentários supérfluos, ele tirou da mesa a carta com a renúncia e, voltando para o seu escritório, trancou-a no cofre-forte.
ATOR-BANQUEIRO - Voltou para o seu quarto, trancou-se, deitou-se e chorou... como nunca antes havia chorado na vida.
[...]
Obrigado pelos conteúdos, professor Victor! Abraços e paz do Senhor!
Gabriel, parabéns pela sua disposição e emoção em deixar esses textos em forma de teatro 🎭 . Obrigado
Gabriel, que comentário excelente! Obrigada!
Uma pena q o teatro seja tão inacessível.
😮😮❤❤❤
Finalmente tomei conhecimento deste conto, depois de lido e encontrei este video fantastico. Um abraço fraterno. Sempre a verdade fala mais alto e mais longe.
6:52 EXATAMENTE
Fantástico Professor Victor , o livro do Eclesiastes é simplesmente transformador.
Obrigado por sua disponibilidade tão primorosa ;
Me lembrou do Mike Tyson em um desses podcasts dizendo que...pasmém! Os 3 melhores anos de sua vida foram os da cadeia. Ele percebeu a benção por detrás da "maldição"".
Esse conto citado pelo senhor no Brasil Paralelo mudou meu jeito de pensar e me comportar. Obrigado, Prof. Vitor
Muito belo o conto. Creio que é uma ferramenta muito útil que irá nos ajudar a transcender. Obrigada.
Já ouvi esse conto em audiobook, impressionante 📚
Já encontrei o PDF, vou ler! Obrigado Professor.
Para quem quiser baixar o conto: autoresmodernos.files.wordpress.com/2013/05/anton-tchekhov-a-aposta.pdf
😊❤😊❤😊❤😊❤😊❤😊❤😊❤
Professor, amei a nova metodologia, a clareza, os ensinamentos.
muito bom
Vaidade, tudo é vaidade... Obrigado pela indicação, acabei de ler o conto e estou atônito! Parabéns pelo conteúdo xará.
Maravilhoso
Que lindo!! Estou amando aprender tudo isso!!
Espetacular!!
Sensacional!
👏👏👏
Libertação da maré social....
15 anos
Meu monólogo a partir do conto: ua-cam.com/video/TugJgmRhYqY/v-deo.html
Alguém sabe se tem o filme?
é muito fácil para Salomão dizer q tudo é vaidade depois q ele se lambuzou com tudo q é regalia (riquezas sem fim, empregados e serviçais para tudo q era necessidade, mais de mil mulheres, etc).
E depois diz -Ah, tudo é vaidade
É como um cara q vai para o restaurante mais requintado do mundo, e lá come sem limites do bom e do melhor, paga a conta, e no fim diz:
-pensando bem, um pãozinho com ovo tmb mataria minha fome
Ai é fácil filosofar com a pança cheia ne...
Queria ver ter chegado nessa conclusão sem ter as mamatas q ele teve.
Há Tudo De Novo Debaixo Do Céu, E Nem Sempre Colhe-se O Que Se Planta
Eis que olhei ‘debaixo do Céu’, e vi que tudo era vaidade, ‘vaidade por vaidade tudo é vaidade', porém, em minha ínfima sabedoria conclui que, há ‘vaidades e vaidades’, a que derriba e a que edifica; a vaidade do asceta e a vaidade do hedonista, a vaidade do exuberante e a vaidade do simplório, a vaidade do tolo e a vaidade do sábio.
Vi a boa vaidade dos que amam a Natureza, e a má vaidade dos que a vilipendiam; a boa vaidade de beneficiar, e a má vaidade de prejudicar; a vaidade paradoxal dos que dizem ‘amar a Deus... ’, porém, desprezam seus semelhantes, e a má vaidade dos descrentes em socorrê-los; vi a boa vaidade dos que zelam o corpo ao mesmo tempo com a má vaidade de não zelar a alma (mente), e vi a excelentíssima vaidade dos que zelam a alma e o corpo, a vaidade suspeita dos que 'desprezam' os bens materiais, mas vivem e morrem agarrados a eles, mas a mais mortífera das vaidades é a vaidade da ignorância, e a mais lapidada das vaidades, é a vaidade da sabedoria.
Debaixo do céu há tudo de novo, para o bem e para o mal, para o que é bom, para o que é ruim. Para cada nascente abre-se um universo de possiblidades, por toda a extensão de sua existência.
Nenhum dia é igual ao outro, o que foi não será igual ao que virá, cada dia é um novo dia, cada dia é um dia.
Até mesmo o que se repete não será igual, percebido, sentido da mesma forma, até o envelhecer é algo novo.
A chuva de hoje não será igual a chuva de amanhã, o sol de hoje não será igual ao sol de amanhã, a tristeza de hoje não será igual a tristeza de amanhã, a alegria de hoje, não será igual a alegria de amanhã.
Não há tempo para tudo debaixo do Céu, às vezes temos tempo de plantar, e não temos tempo de colher, tempo de colher, e não mais tempo para plantar novamente.
Nem sempre colhe-se o que se planta, às vezes plantamos bons frutos, e colhemos maus frutos, quando não, frutos sem sementes, ou nada colhemos, às vezes plantamos o fruto do bem e colhemos o fruto do mal.
E é preciso tempo e sabedoria para perceber, sentir, o mal que vem do ‘bem’, e o bem que vem do ‘mal’, porque é mais fácil mentir do que falar a verdade: a mentira pode durar uma noite inteira, mas a verdade sempre vinga pela a manhã.
Há tempos determinados e indeterminados, propósitos e despropósitos para Tudo, e para nada debaixo do Céu.
Cada um deve usar e usufruir de todo o tempo que lhe dado debaixo do Céu, da melhor maneira possível, de saber a hora de ir a favor do tempo, de ir contra o tempo, de deixar o tempo fluir naturalmente, mas, debaixo do Céu, algumas coisas duram mais que outras. Edson Exs
Livro Ciensofia ll, Amazon e-book de Edson Exs
Gratidão 🙏🏽