André falou ao final sobre a cultura envolvida nesse assunto. O governo deve ter uma central de comunicação pra influenciar a cultura sobre esses assuntos. Com um braço em cada ministério para falar disso diariamente nas redes sociais via influenciadores.
A Lavinia do BNDES tocou no assunto mais importante: como gerar empregos de qualidade num mundo em que as tecnologias estão destruindo os empregos? Geração de empregos perenes deve ser uma externalidade que deve ser considerada nos empréstimos, no limite até mesmo apelar para nacional empreguismo, que possivelmente a China faz. Seria interessante o BNDES estudar em detalhes como a China faz para gerar empregos....
Em 04/01/2023, o economista e Professor Doutor Aluízio Mercadante assumiu a Presidência do BNDES, com a promessa de reindustrialização do País. Mas como Mercadante irá realizar essa promessa num contexto de Orçamento Público Federal contingenciado, se o BNDES depende do Governo Federal para captação de funding? Mesmo com poucos recursos, BNDES poderia fazer o papel de holding das empresas públicas federais, emulando o modelo de sucesso da SASAC, a holding das empresas estatais chinesas. E o mais interessante é que, tal proposta, poderia ser levada a termo sem qualquer gasto adicional do Governo. A falta de coordenação entre as empresas estatais Hoje, as estratégias corporativas das principais empresas estatais brasileiras não guardam qualquer coordenação entre seus pares e, em muitos casos, executam uma concorrência predatória entre si, num triste exemplo de desperdício de recursos. Só para citar alguns exemplos, a CEF concorre com o BB no varejo e, mais recentemente, no Agronegócio, disputando os mesmos clientes. Em 2008, o BNDES abriu uma filial em Londres, para estudar o funcionamento daquele mercado, quando o BB já atuava na Grã Bretanha há mais de 40 anos, com uma Agência bancária, uma corretora de valores mobiliários, a BB Securities London e uma administradora de recursos de terceiros, a BB Asset Ireland. O BNDES poderia utilizar mais a rede internacional do BB (presente em 21 países na Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul e África) para suas operações no exterior, ao invés de criar uma rede própria (e caríssima) de agências externas, que concorreriam com o BB pelos mesmos clientes brasileiros exportadores. Da mesma forma, o BNDES poderia utilizar mais a rede interna do BB (mais de 5.000 pontos de atendimento) para financiar as micro e pequenas empresas. Ao invés de recriar a BNDESPar, que foi, praticamente, descontinuada na administração do Ministro Paulo Guedes, o BNDES poderia utilizar a BBDTVM (R$ 1,5 trilhao em fundos administrados), do Banco do Brasil, nos casos em que a participação acionária em empresas estratégicas, como a EMBRAER por exemplo, se fizer necessário. O modelo da SASAC A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado-SASAC é uma comissão especial da República Popular da China, diretamente subordinada ao Conselho de Estado. Foi fundada em 2003 através da consolidação de vários outros ministérios específicos da indústria. A SASAC é responsável pela gestão de empresas estatais, incluindo a nomeação de altos executivos e a aprovação de quaisquer fusões ou vendas de ações ou ativos, bem como a elaboração de leis relacionadas a Empresas Estatais. Em 2021, suas empresas tinham ativos combinados de CN ¥ 194 trilhões ( US$ 30 trilhões), receita de mais de CN ¥ 30 trilhões (US$ 4,6 trilhões) e um valor estimado de ações de CN ¥ 65 trilhões (US$ 10,06 trilhões), tornando-se uma das maiores entidades econômicas do mundo. São 94 grandes empresas estatais, do porte da Petrobrás brasileira, que dominam os setores estratégicos da economia: petróleo e gás, energia elétrica, siderurgia, química industrial, agroquímica etc.. Além disso, a SASAC reúne as empresas estatais de tecnologia de ponta, que atuam nas áreas aeroespacial, semicondutores, computação quântica, comunicação quântica, biotecnologia, inteligência artificial etc. Reduzindo os spreads do BB O fato do BNDES e da Petrobrás passarem a utilizar mais o BB, para a realização de suas operações no Brasil e no exterior, já elevaria os ganhos do Banco com tarifas de prestação de serviços, aumentando sua liquidez e permitindo, ato contínuo, a redução dos spreads de suas linhas de crédito. No papel de Holding das empresas públicas federais, o BNDES poderia coordenar as estratégias das principais estatais, otimizando recursos e potencializando investimentos, num contexto de Orçamento Público contingenciado.
O Banco do Brasil fez o caminho inverso dos grandes bancos internacionais. Geralmente, os grandes bancos internacionais iniciaram sua expansão para o exterior, para acompanharem o processo de internacionalização das empresas de seus respectivos países. O exemplo mais recente, ocorrido no início do século XXI, vem da China, onde seus quatro grandes bancos estatais: o Industrial and Comercial Bank of China-ICBC, o Bank of China, o Agricultural Bank of China e o China Construction Bank, tornaram-se internacionais, a partir da criação e expansão para o exterior das multinacionais daquele País. O BB expandiu-se para o exterior de forma deliberada, na década de setenta, para executar a política de comércio exterior do Governo Militar - já que administrava a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil-CACEX, uma espécie de Eximbank Brasileiro -, que buscava trocar produtos industriais como automóveis, geladeiras, máquinas de lavar etc., fabricados no Brasil, por Petróleo importado, principalmente, dos Países Árabes exportadores daquela commodity. A partir da década de noventa, principalmente, após a extinção da CACEX, em 1990, quando as empresas brasileiras iniciavam sua expansão para o exterior, o Banco do Brasil começou a fechar suas agências internacionais, com o argumento duvidoso de “Cortar Custos”. Desde o fim da Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil-CACEX, que o Brasil não dispõe mais de um Eximbank. Em 2008, surgiu no Governo um debate, sobre quem deveria fazer o papel de novo Eximbank Brasileiro, se o BB ou o BNDES. Enquanto o BNDES se movimentava a nível de Diretoria para assumir o papel de Eximbank, o BB nada fazia, apesar de já possuir uma rede internacional de agências, ao contrário daquele banco de desenvolvimento. O resultado foi que o BNDES, apesar de não ter rede externa e nem experiência em comércio exterior, assumiu o papel de Eximbank Brasileiro. A partir daí, o BNDES começou a montar sua área internacional. Abriu o primeiro escritório na Inglaterra, para estudar o funcionamento do Mercado Financeiro Londrino, quando o BB já estava lá há 50 anos, com uma Agência, uma corretora, a BB Securities London e uma Asset Management Ireland (está localizada na Irlanda, onde os impostos são menores). Quando Henrique Meirelles assumiu o Ministério da Fazenda, durante o Governo do Presidente Temer, mandou fechar a área internacional do BNDES e suas agências no exterior. Desde então, o Brasil está sem um Eximbank para apoiar suas exportações, enquanto China, EUA, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá, Índia, Coreia do Sul, Taiwan etc. possuem seus respectivos Eximbanks. Trata-se de um espaço, que está em branco em nossa Economia e o BB, em parceria com o BNDES, teria todas as condições, para assumir esse papel institucional. A parceria com o BNDES poderia se dar através de uma empresa subsidiária, cujo controle fosse dividido com o BNDES em parte iguais (50% de seu Capital pertenceriam a cada uma dessas Instituições Financeiras Públicas Federais). A CACEX foi cancelada, em 1990, pelo Presidente Fernando Collor de Mello, mas a Lei que a criou ainda existe. Portanto, a recriação de um Eximbank, como subsidiária do BB e do BNDES não precisaria de uma nova lei. A PETROBRÁS fez a mesma coisa com a PETROFÉRTIL, cujas funções foram encerradas em 1994, durante o Programa de Privatização do Governo Federal. Em 1998, a PETROBRÁS mudou a denominação social da Petrobrás Fertilizantes S.A.-PETROFÉRTIL para Petrobrás Gás S.A. - Gaspetro. Com a mudança no estatuto da empresa, a Gaspetro pode atuar nos segmentos de produção, comércio, importação, exportação, armazenagem, transporte e distribuição de gás natural, gás liquefeito de petróleo e de outros gases; de fertilizantes, energia termelétrica e na prestação de serviços técnicos relacionados a essas atividades. “Em 1953, o presidente Getúlio Vargas sancionou a Lei 2.145, aprovada pelo Congresso Nacional, que criou a CACEX. De acordo com a legislação, o órgão tinha quatro competências principais: emitir licenças de exportação e de importação; exercer a fiscalização de preços, pesos, medidas, classificações e tipos declarados nas operações de exportação e importação, com o fim de evitar fraudes cambiais; classificar as mercadorias e produtos de importação, de acordo com a sua natureza e grau de essencialidade, fixando as categorias de sua distribuição para efeito da compra do câmbio; e financiar a exportação e a importação de bens de produção e consumo de alta essencialidade. Em 1957, o Decreto 42.820 regulamentou a Lei 2.145. Nele, houve a referência de que a CACEX era uma agência do Governo Federal, subordinada ao Ministério da Economia, responsável por "contratar com o Banco do Brasil S.A. a execução dos serviços a cargo da CACEX." Além das competências anteriormente definidas, o decreto lhe deu poderes para comprar "produtos nacionais exportáveis, para armazenamento ou exportação em época oportuna" e "produtos estrangeiros importáveis, indispensáveis ao abastecimento do pais."” (Wikipédia - 23/11/2022)
Se o BNDES voltar a ser o Eximbank Brasileiro, terá que partir do zero, isto é, terá que recriar sua área internacional e começar um longo e caro processo de abertura de agências e escritórios no exterior. Isso seria um desperdício enorme para um Governo, que já possui um banco estatal com estrutura de banco internacional, o BB. A parceria do BB com o BNDES, numa nova subsidiária, que faria o papel de Eximbank, possui inúmeras vantagens, a saber: 1) O BNDES não precisaria criar sua própria rede de agências e escritórios no exterior, pois passaria a utilizar a rede externa do BB, presente nos principais centros financeiros internacionais como Londres (Agência Bancária, Corretora de Valores Mobiliários e Administradora de Recursos de Terceiros), Frankfurt (Agência Bancária), Paris (Agência Bancária), Nova York (Agência Bancária e Corretora de Valores Mobiliários), Tóquio (Agência Bancária), Xangai (Agência Bancária), Hong Kong (Escritório), Cingapura (Corretora de Valores Mobiliários), Dubai (Escritório), além de outros países; 2) O BNDES passaria a contar com a rede interna do BB, com mais de 5.000 agências e presente em quase todas as cidades do Brasil, para financiar as pequenas e médias empresas, com potencias de se tornarem exportadoras; 3) O BNDES passaria a contar com a rede interna do BB, com mais de 5.000 agências, muitas localizadas no interior, para financiar o produtor rural; 4) O BNDES poderia contar com as empresas do Conglomerado Banco do Brasil, tais como BB Cartões, Seguradora, Leasing, BBDTVM, BB Securities London, BB Securities New York, BB Securities Singapore, BAMB Banco de Investimentos Internacional etc., para realizar suas operações no Brasil e no exterior; e 5) O BNDES seria a cabeça do Eximbank e o BB, com sua estrutura de banco universal (banco de varejo + banco múltiplo + banco internacional) seria os braços da nova subsidiária.
André falou ao final sobre a cultura envolvida nesse assunto. O governo deve ter uma central de comunicação pra influenciar a cultura sobre esses assuntos. Com um braço em cada ministério para falar disso diariamente nas redes sociais via influenciadores.
✍🏼📝📑📈📊 aprendendo...
Oa treidis de esquerdis qguardam análise das eleições francesa e inglesa! Abraço Paulo
A Lavinia do BNDES tocou no assunto mais importante: como gerar empregos de qualidade num mundo em que as tecnologias estão destruindo os empregos? Geração de empregos perenes deve ser uma externalidade que deve ser considerada nos empréstimos, no limite até mesmo apelar para nacional empreguismo, que possivelmente a China faz. Seria interessante o BNDES estudar em detalhes como a China faz para gerar empregos....
Holding das Empresas Públicas Federais
Em 04/01/2023, o economista e Professor Doutor Aluízio Mercadante assumiu a Presidência do BNDES, com a promessa de reindustrialização do País.
Mas como Mercadante irá realizar essa promessa num contexto de Orçamento Público Federal contingenciado, se o BNDES depende do Governo Federal para captação de funding?
Mesmo com poucos recursos, BNDES poderia fazer o papel de holding das empresas públicas federais, emulando o modelo de sucesso da SASAC, a holding das empresas estatais chinesas. E o mais interessante é que, tal proposta, poderia ser levada a termo sem qualquer gasto adicional do Governo.
A falta de coordenação entre as empresas estatais
Hoje, as estratégias corporativas das principais empresas estatais brasileiras não guardam qualquer coordenação entre seus pares e, em muitos casos, executam uma concorrência predatória entre si, num triste exemplo de desperdício de recursos.
Só para citar alguns exemplos, a CEF concorre com o BB no varejo e, mais recentemente, no Agronegócio, disputando os mesmos clientes.
Em 2008, o BNDES abriu uma filial em Londres, para estudar o funcionamento daquele mercado, quando o BB já atuava na Grã Bretanha há mais de 40 anos, com uma Agência bancária, uma corretora de valores mobiliários, a BB Securities London e uma administradora de recursos de terceiros, a BB Asset Ireland.
O BNDES poderia utilizar mais a rede internacional do BB (presente em 21 países na Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul e África) para suas operações no exterior, ao invés de criar uma rede própria (e caríssima) de agências externas, que concorreriam com o BB pelos mesmos clientes brasileiros exportadores.
Da mesma forma, o BNDES poderia utilizar mais a rede interna do BB (mais de 5.000 pontos de atendimento) para financiar as micro e pequenas empresas.
Ao invés de recriar a BNDESPar, que foi, praticamente, descontinuada na administração do Ministro Paulo Guedes, o BNDES poderia utilizar a BBDTVM (R$ 1,5 trilhao em fundos administrados), do Banco do Brasil, nos casos em que a participação acionária em empresas estratégicas, como a EMBRAER por exemplo, se fizer necessário.
O modelo da SASAC
A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado-SASAC é uma comissão especial da República Popular da China, diretamente subordinada ao Conselho de Estado. Foi fundada em 2003 através da consolidação de vários outros ministérios específicos da indústria.
A SASAC é responsável pela gestão de empresas estatais, incluindo a nomeação de altos executivos e a aprovação de quaisquer fusões ou vendas de ações ou ativos, bem como a elaboração de leis relacionadas a Empresas Estatais.
Em 2021, suas empresas tinham ativos combinados de CN ¥ 194 trilhões ( US$ 30 trilhões), receita de mais de CN ¥ 30 trilhões (US$ 4,6 trilhões) e um valor estimado de ações de CN ¥ 65 trilhões (US$ 10,06 trilhões), tornando-se uma das maiores entidades econômicas do mundo.
São 94 grandes empresas estatais, do porte da Petrobrás brasileira, que dominam os setores estratégicos da economia: petróleo e gás, energia elétrica, siderurgia, química industrial, agroquímica etc..
Além disso, a SASAC reúne as empresas estatais de tecnologia de ponta, que atuam nas áreas aeroespacial, semicondutores, computação quântica, comunicação quântica, biotecnologia, inteligência artificial etc.
Reduzindo os spreads do BB
O fato do BNDES e da Petrobrás passarem a utilizar mais o BB, para a realização de suas operações no Brasil e no exterior, já elevaria os ganhos do Banco com tarifas de prestação de serviços, aumentando sua liquidez e permitindo, ato contínuo, a redução dos spreads de suas linhas de crédito.
No papel de Holding das empresas públicas federais, o BNDES poderia coordenar as estratégias das principais estatais, otimizando recursos e potencializando investimentos, num contexto de Orçamento Público contingenciado.
Eximbank BB-BNDES
O Banco do Brasil fez o caminho inverso dos grandes bancos internacionais. Geralmente, os grandes bancos internacionais iniciaram sua expansão para o exterior, para acompanharem o processo de internacionalização das empresas de seus respectivos países. O exemplo mais recente, ocorrido no início do século XXI, vem da China, onde seus quatro grandes bancos estatais: o Industrial and Comercial Bank of China-ICBC, o Bank of China, o Agricultural Bank of China e o China Construction Bank, tornaram-se internacionais, a partir da criação e expansão para o exterior das multinacionais daquele País.
O BB expandiu-se para o exterior de forma deliberada, na década de setenta, para executar a política de comércio exterior do Governo Militar - já que administrava a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil-CACEX, uma espécie de Eximbank Brasileiro -, que buscava trocar produtos industriais como automóveis, geladeiras, máquinas de lavar etc., fabricados no Brasil, por Petróleo importado, principalmente, dos Países Árabes exportadores daquela commodity.
A partir da década de noventa, principalmente, após a extinção da CACEX, em 1990, quando as empresas brasileiras iniciavam sua expansão para o exterior, o Banco do Brasil começou a fechar suas agências internacionais, com o argumento duvidoso de “Cortar Custos”.
Desde o fim da Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil-CACEX, que o Brasil não dispõe mais de um Eximbank.
Em 2008, surgiu no Governo um debate, sobre quem deveria fazer o papel de novo Eximbank Brasileiro, se o BB ou o BNDES. Enquanto o BNDES se movimentava a nível de Diretoria para assumir o papel de Eximbank, o BB nada fazia, apesar de já possuir uma rede internacional de agências, ao contrário daquele banco de desenvolvimento.
O resultado foi que o BNDES, apesar de não ter rede externa e nem experiência em comércio exterior, assumiu o papel de Eximbank Brasileiro. A partir daí, o BNDES começou a montar sua área internacional. Abriu o primeiro escritório na Inglaterra, para estudar o funcionamento do Mercado Financeiro Londrino, quando o BB já estava lá há 50 anos, com uma Agência, uma corretora, a BB Securities London e uma Asset Management Ireland (está localizada na Irlanda, onde os impostos são menores).
Quando Henrique Meirelles assumiu o Ministério da Fazenda, durante o Governo do Presidente Temer, mandou fechar a área internacional do BNDES e suas agências no exterior. Desde então, o Brasil está sem um Eximbank para apoiar suas exportações, enquanto China, EUA, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá, Índia, Coreia do Sul, Taiwan etc. possuem seus respectivos Eximbanks.
Trata-se de um espaço, que está em branco em nossa Economia e o BB, em parceria com o BNDES, teria todas as condições, para assumir esse papel institucional. A parceria com o BNDES poderia se dar através de uma empresa subsidiária, cujo controle fosse dividido com o BNDES em parte iguais (50% de seu Capital pertenceriam a cada uma dessas Instituições Financeiras Públicas Federais).
A CACEX foi cancelada, em 1990, pelo Presidente Fernando Collor de Mello, mas a Lei que a criou ainda existe. Portanto, a recriação de um Eximbank, como subsidiária do BB e do BNDES não precisaria de uma nova lei.
A PETROBRÁS fez a mesma coisa com a PETROFÉRTIL, cujas funções foram encerradas em 1994, durante o Programa de Privatização do Governo Federal. Em 1998, a PETROBRÁS mudou a denominação social da Petrobrás Fertilizantes S.A.-PETROFÉRTIL para Petrobrás Gás S.A. - Gaspetro. Com a mudança no estatuto da empresa, a Gaspetro pode atuar nos segmentos de produção, comércio, importação, exportação, armazenagem, transporte e distribuição de gás natural, gás liquefeito de petróleo e de outros gases; de fertilizantes, energia termelétrica e na prestação de serviços técnicos relacionados a essas atividades.
“Em 1953, o presidente Getúlio Vargas sancionou a Lei 2.145, aprovada pelo Congresso Nacional, que criou a CACEX. De acordo com a legislação, o órgão tinha quatro competências principais: emitir licenças de exportação e de importação; exercer a fiscalização de preços, pesos, medidas, classificações e tipos declarados nas operações de exportação e importação, com o fim de evitar fraudes cambiais; classificar as mercadorias e produtos de importação, de acordo com a sua natureza e grau de essencialidade, fixando as categorias de sua distribuição para efeito da compra do câmbio; e financiar a exportação e a importação de bens de produção e consumo de alta essencialidade.
Em 1957, o Decreto 42.820 regulamentou a Lei 2.145. Nele, houve a referência de que a CACEX era uma agência do Governo Federal, subordinada ao Ministério da Economia, responsável por "contratar com o Banco do Brasil S.A. a execução dos serviços a cargo da CACEX." Além das competências anteriormente definidas, o decreto lhe deu poderes para comprar "produtos nacionais exportáveis, para armazenamento ou exportação em época oportuna" e "produtos estrangeiros importáveis, indispensáveis ao abastecimento do pais."” (Wikipédia - 23/11/2022)
Se o BNDES voltar a ser o Eximbank Brasileiro, terá que partir do zero, isto é, terá que recriar sua área internacional e começar um longo e caro processo de abertura de agências e escritórios no exterior. Isso seria um desperdício enorme para um Governo, que já possui um banco estatal com estrutura de banco internacional, o BB.
A parceria do BB com o BNDES, numa nova subsidiária, que faria o papel de Eximbank, possui inúmeras vantagens, a saber:
1) O BNDES não precisaria criar sua própria rede de agências e escritórios no exterior, pois passaria a utilizar a rede externa do BB, presente nos principais centros financeiros internacionais como Londres (Agência Bancária, Corretora de Valores Mobiliários e Administradora de Recursos de Terceiros), Frankfurt (Agência Bancária), Paris (Agência Bancária), Nova York (Agência Bancária e Corretora de Valores Mobiliários), Tóquio (Agência Bancária), Xangai (Agência Bancária), Hong Kong (Escritório), Cingapura (Corretora de Valores Mobiliários), Dubai (Escritório), além de outros países;
2) O BNDES passaria a contar com a rede interna do BB, com mais de 5.000 agências e presente em quase todas as cidades do Brasil, para financiar as pequenas e médias empresas, com potencias de se tornarem exportadoras;
3) O BNDES passaria a contar com a rede interna do BB, com mais de 5.000 agências, muitas localizadas no interior, para financiar o produtor rural;
4) O BNDES poderia contar com as empresas do Conglomerado Banco do Brasil, tais como BB Cartões, Seguradora, Leasing, BBDTVM, BB Securities London, BB Securities New York, BB Securities Singapore, BAMB Banco de Investimentos Internacional etc., para realizar suas operações no Brasil e no exterior; e
5) O BNDES seria a cabeça do Eximbank e o BB, com sua estrutura de banco universal (banco de varejo + banco múltiplo + banco internacional) seria os braços da nova subsidiária.
@@alexandregrimmer3062 Excelentes ideias. Nem imagina que BB tinha uma área internacional consolidada...
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