Acho que esse é meu livro favorito da tetralogia! Acho que me identifico com a Lenu, principalmente pensando em não se sentir pertencente e nas inseguranças. Agora pensando nas questões do corpo e dos gestos (que a Ferrante coloca não só na tetralogia napolitana, mas sempre que fala de Nápoles e das personagens napolitanas), lembrei muito do conceito de habitus do Bourdieu e da hexis corporal (não lembro se esse é o termo exato). Acho brilhante como a Ferrante descreve o corpo "entregando" que as pessoas não estão em seu lugar. Existe uma sensação de deslocamento que é muito clara no texto da Ferrante, seja quando Pietro visita o bairro, em como a casa deve ser arrumada pra receber "o professor", seja quando o sotaque da Lenu é zoado pelos colegas, e em toda a questão do uso do dialeto e do uso da língua italiana. Tô acompanhando seus vídeos sobre a tetralogia e gostando muito!
Oi, Márcia! um marco para todas nós leitoras, né? Conseguindo ler o quarto até o dia 22/1 está mais que convidada para o meu clube! forms.gle/DZkqUPfknqYzSr8M8
já estou terminando História de quem foge e de quem fica pra conseguir assistir a próxima resenha assim que vc postar!!! estou amandoo a tetralogia mas ao mesmo tempo enrolo um pouquinho pq não quero terminar hahaha
Oi Beatriz você pode dar uma opinião? Quando Lenu vai a uma festa na casa da professora Galiano e leva Lila consigo, Lila fica estranha, entediada e incomodada, na volta, ela diz coisas rudes a Lenu, critica seus amigos e a forma como eles falavam, que pareciam papagaios repetindo coisas, usando palavras técnicas e difíceis, que liam muito e de nada sabiam, que eram entediantes e ridículos, qual a sua opinião sobre isso? Ela realmente achava isso, ou ela estava incomodada em não pertencer a nenhum outro lugar além do bairro? Como se naquele lugar ela não existisse, aquelas pessoas estudavam, aprendiam, enquanto ela casou, vivia aquela vida limitada, e Lenu estava aprendendo e crescendo, e ela não pôde fazer o mesmo, as vezes ela parecia sentir raiva de Lenu por isso, mesmo a incentivando a continuar. Vejo que a Lila tenta se reinventar muitas vezes, ela é complexa, muitas vezes me pergunto isso, se ela realmente achava as pessoas tolas demais por ela ser mais inteligente ou se sentia desaparecer para além do bairro, no mundo acadêmico ela não existia, as pessoas sabiam mais que ela, tiveram oportunidades que ela não teve e isso a magoava, não sei, qual sua opinião sobre esse momento específico?❤
Ótima pergunta, Natali! Penso que a resposta é tão complexa quanto. Eu acho que o sentimento que Lila sentiu e a consequente injusta ridicularização que fez da própria amiga vem de uma dupla motivação: o fastio por aquela parte da sociedade que de fato ela não nutria nenhum tipo de admiração, e o estranhamento de pela primeira vez não ter sido tida como a protagonista da dupla. Naquela situação em específico, o que mais era valorizado era o nome, que exclamaram assim que Elena bate na porta, enquanto Lila ocupando o lugar Senhora Carracci perde todo o brilho possível.
Obrigada por responder, gosto de como a história apresenta tantas faces, saímos dessa contemplação do que é certo ou errado, do que é bom ou mal, isso nos desconcerta e ao mesmo tempo nos chama.
Acho que esse é meu livro favorito da tetralogia! Acho que me identifico com a Lenu, principalmente pensando em não se sentir pertencente e nas inseguranças. Agora pensando nas questões do corpo e dos gestos (que a Ferrante coloca não só na tetralogia napolitana, mas sempre que fala de Nápoles e das personagens napolitanas), lembrei muito do conceito de habitus do Bourdieu e da hexis corporal (não lembro se esse é o termo exato). Acho brilhante como a Ferrante descreve o corpo "entregando" que as pessoas não estão em seu lugar. Existe uma sensação de deslocamento que é muito clara no texto da Ferrante, seja quando Pietro visita o bairro, em como a casa deve ser arrumada pra receber "o professor", seja quando o sotaque da Lenu é zoado pelos colegas, e em toda a questão do uso do dialeto e do uso da língua italiana.
Tô acompanhando seus vídeos sobre a tetralogia e gostando muito!
Perfeito seu comentário, Gabi! Muito obrigada por compartilhar seu olhar
Oi, Bia! 💖 Adoro ouvir você falar! Nunca li os livros, mas já estou na terceira temporada da série e estou amando!
Oi, Maria! fico muito feliz
Amei muitíssimo suas reflexões ❤
Fico muitíssimo feliz! mesmo dolorido, existe muita beleza mesmo
Opa, sou louco pra ler a autora e sua tetralogia. Vi apenas a primeira temporada da série e já adorei. Quem sabe esse ano eu consiga!
Acho um marco importantíssimo para qualquer leitor! hahahahhaha
Eu amo Elena Ferrante. Já li os três livros da série Napolitana. Falta eu ler o último livro. Inscrita no canal❤
Oi, Márcia! um marco para todas nós leitoras, né? Conseguindo ler o quarto até o dia 22/1 está mais que convidada para o meu clube! forms.gle/DZkqUPfknqYzSr8M8
Tô doida de vontade d3 começar a ler
Se joga, Bea!
já estou terminando História de quem foge e de quem fica pra conseguir assistir a próxima resenha assim que vc postar!!!
estou amandoo a tetralogia mas ao mesmo tempo enrolo um pouquinho pq não quero terminar hahaha
uau, arrasou, gabi!
caso queira participar do clube! vai ser um prazer te receber por lá
Oi Beatriz você pode dar uma opinião? Quando Lenu vai a uma festa na casa da professora Galiano e leva Lila consigo, Lila fica estranha, entediada e incomodada, na volta, ela diz coisas rudes a Lenu, critica seus amigos e a forma como eles falavam, que pareciam papagaios repetindo coisas, usando palavras técnicas e difíceis, que liam muito e de nada sabiam, que eram entediantes e ridículos, qual a sua opinião sobre isso? Ela realmente achava isso, ou ela estava incomodada em não pertencer a nenhum outro lugar além do bairro? Como se naquele lugar ela não existisse, aquelas pessoas estudavam, aprendiam, enquanto ela casou, vivia aquela vida limitada, e Lenu estava aprendendo e crescendo, e ela não pôde fazer o mesmo, as vezes ela parecia sentir raiva de Lenu por isso, mesmo a incentivando a continuar. Vejo que a Lila tenta se reinventar muitas vezes, ela é complexa, muitas vezes me pergunto isso, se ela realmente achava as pessoas tolas demais por ela ser mais inteligente ou se sentia desaparecer para além do bairro, no mundo acadêmico ela não existia, as pessoas sabiam mais que ela, tiveram oportunidades que ela não teve e isso a magoava, não sei, qual sua opinião sobre esse momento específico?❤
Ótima pergunta, Natali! Penso que a resposta é tão complexa quanto. Eu acho que o sentimento que Lila sentiu e a consequente injusta ridicularização que fez da própria amiga vem de uma dupla motivação: o fastio por aquela parte da sociedade que de fato ela não nutria nenhum tipo de admiração, e o estranhamento de pela primeira vez não ter sido tida como a protagonista da dupla. Naquela situação em específico, o que mais era valorizado era o nome, que exclamaram assim que Elena bate na porta, enquanto Lila ocupando o lugar Senhora Carracci perde todo o brilho possível.
Obrigada por responder, gosto de como a história apresenta tantas faces, saímos dessa contemplação do que é certo ou errado, do que é bom ou mal, isso nos desconcerta e ao mesmo tempo nos chama.