Com o golpe, encabecei a lista de jornalistas impedidos de trabalhar, conta Janio de Freitas
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- Опубліковано 6 бер 2024
- “No dia 31 de março e no dia primeiro de abril, a posição [da mídia] em geral aqui no Rio foi de um golpismo descarado. Rasgaram a fantasia e, com ela, se foram os cuidados”. É o que afirma o jornalista Janio de Freitas ao TUTAMÉIA.
“Eu não tive emprego nesse período. Encabecei uma lista apresentada pelo Juracy Magalhães, ministro da Justiça, numa reunião dos donos de jornal, aqui no Rio no Ministério da Justiça. Dessa lista constavam cerca de dez ou doze jornalistas que o Juracy informava que não deveriam ser postos nas redações ou mantidos nas redações. Eram pessoas que os haviam incomodado de alguma maneira ou tinham posições muito claras”.
Aos 91 anos, Janio rememora o dia do golpe militar em 1964, o papel da mídia e dos militares. Analista político, ele revolucionou as redações da revista Manchete, do Jornal do Brasil e do Correio da Manhã. Foi colunista da Folha; hoje escreve no Poder 360.
Sobre a mídia e o golpe, fala Janio:
“Os jornais inicialmente eram censurados. Depois que acabou a censura explícita, havia a censura pelo telex ou pelo telefone. Foi sempre muito obedecida, aqui no Rio, sem nenhum incidente. Porque, no fundo, as chefias daquelas redações concordavam plenamente com o golpe. E, portanto, acharam a censura útil, embora fizessem um certo jogo de cena --que ficava bem, não é? Mas concordavam, aceitavam muito bem. Foi mais ou menos a mesma coisa no país todo, com exceção do Estadão, que deixou espaços em branco; depois, publicou receitas”.
MORTE ENGAVETADA NO DIA DO GOLPE
Janio lembra dos seus passos no dia do golpe. Em dado momento, resolveu coletar panfletos que eram jogados nas calçadas: produzidos pelo IPES, uma central de conspiração, eram propaganda “vulgar, sem originalidade e nenhuma veracidade”.
Um caso ficou marcado em sua memória: “A morte na calçada do clube militar foi testemunhada por muita gente. O tiro veio efetivamente da sacada do clube militar para manifestantes que ali em frente agitavam. Esse incidente da morte foi fotografado. Houve fotografia de uma pessoa morta em frente ao clube militar na Cinelândia. O Jornal do Brasil teve essa fotografia e decidiu que não a publicaria. E depois passou a informar que no dia 31 não tinha havido nenhuma morte no Rio. Essa, pelo menos, houve”.
Avaliando a cobertura jornalística daqueles dias, diz:
“Os jornais, quase todos, até o dia 30 de março foram muito cautelosos, muito dúbios. Antigoverno, anti-Jango, anti-PTB, antirreformas. Mas com muito cuidado na exposição dessa posição, que, afinal, não representava nenhuma novidade na imprensa brasileira. Com poucas exceções, movimentadas com pessoas como Brizola, que aqui no Rio dispunha da rádio Mayrink Veiga, que foi fechada. E em algumas capitais. No Rio Grande do Sul havia alguma coisa”.
E, então, mudou, assinala Janio:
“No dia 31 de março e no dia primeiro de abril, a posição em geral aqui no Rio foi de um golpismo descarado. Rasgaram a fantasia e, com ela, se foram os cuidados.”
OS MILITARES, 60 ANOS DEPOIS
Fala Janio:
“A concepção que os militares têm do seu papel num país como o Brasil e é mais ou menos a mesma na América Latina toda, não mudou. Seguiu aquele be-a-bá que os americanos impingiram”.
“Então, um Bolsonaro não é um fenômeno. É um capítulo a mais de um correr de fatos que foram passando à história e que continuam passando. Esse processo está longe de terminar. Como ele vai prosseguir, eu não sei. Não tenho nenhuma expectativa. Para pior nem para melhor”.
“O 8 de Janeiro é uma parte do capítulo Bolsonaro. Ficou muito claro que o Bolsonaro era um testa-de-ferro das Forças Armadas. Ainda é. Só isso. Um pobre de cabeça, paupérrimo de cabeça, de caráter. Muito rico de ambição e sem nenhum respeito pelo próprio país. Nenhum. Quando Geisel disse que Bolsonaro era um mau militar ele foi muito generoso. Ele é mau tudo”.
“Não estamos livres de que novos episódios venham a ocorrer em alguma altura. Nem mesmo livres de que, de repente, haja alguma iluminação, alguma luz em um núcleo militar que pense e comece a pensar fora do estreito esquema proveniente da frágil teoria militar americana e, como núcleo ativo, com mais lucidez imponha algumas reformas importantes, compreenda que as Forças Armadas, como estão estruturadas hoje no Brasil, custam uma fábula ao povo todo e não são capazes e não têm como enfrentar nenhuma decisão contrária proveniente do mundo desenvolvido”.
O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento.
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Janio foi muito feliz:" Bolsonaro não foi só um mal militar,foi mal em tudo" ou então o "mal absoluto".O horror,horror.
OBRIGADO Rodolfo e querida Eleonora por trazer Jânio Freitas 👏📻📹📼🎥
Eu estava lá e é impressionante como o Jânio conseguiu, no tom de voz do seu relato, trazer de volta o clima sombrio, de incerteza, de angústia daquele dia. Ele me fez sentir, outra vez, e senti no corpo e na alma a mesma sensação do que pairava sobre nossas cabeças, naquele dia. Sou filha de Hiram Pereira, preso, torturado e morto em fevereiro de 1975.
MARAVILHA, a sabedoria do nosso jornalista Jânio de Freitas! Ele é um historiador, incrível 👏👏👏👏 parabéns, Jânio você é o patrimônio vivo do jornalismo.
Privilégio , uma honra ouvir o imenso jornalista, homem Jânio de Freitas Sou assídua ouvinte do programa Três pontos que passa no UA-cam às sextas-feiras com os dois também grandes Bob Fernandes e Mário Kertész Assinado Argênia Haickel do Canadá
Salve, gigante jornalista Jânio de Freitas.🎉
Parabéns Jânio de Freitas, bravo bravíssimo! Vida de luta pelo jornalismo! Gratidão!
Muito obrigada aos três. Parabéns, Tutaméia! Essa série sobre o golpe de 64 é emocionante!
Muito boa essa série "O que eu vi" Depoimentos que devem ficar na história e ser vistas pelas novas gerações. Muito importante o depoimento deste grande jornalista, Janio de Freitas!
Torço, Jânio, para que vc tenha a oportunidade de passar seus conhecimentos e experiência como jornalista para nossos jovens e não jovens também👏🏽👏🏽
Parabéns por essa série fantástica retratando página terrível de nossa história que foi o golpe cívico militar de 1964...
Cívico militar é como os milicos (chamados pelo povo à época de “gorilas “) torturadores, pretendem confundir os historiadores, fazendo crer que não foram só eles os responsáveis pelos 21 anos de desgraça e miséria… a ditadura foi implantada pelos que detém armas, a ditadura foi militar! Militar! MILITAR!
Parabéns, Jânio de Freitas!
FHC , falou certa vez de dois jornalistas, rígidos e honestos ( Jânio de Freitas e Josias de Souza) parabéns pela entrevista
Tutaméia, vocês seguramente serão reconhecidos e, espero, premiados por esta série de importantíssimas entrevistas com as pessoas mais relevantes nesta questão, respondendo questões igualmente relevantes. Inestimável. Agradeço a vocês e ao Janio de Freitas. Abraços.
Obrigada por proporcionar conhecimento renovação trazendo tantas 'feras' nos brindando com exemplo de vida e luta por nosso amado Brasil
Maravilhoso o Jornalista Jânio de Freitas 👏🏿👏👏🏽👏🏼
Assisto-os sempre no Canal do Bob Fernandes
Esta série de depoimentos, está primorosa. Um grande privilégio escutar um jornalista competente, de 91 anos, narrando a sua enorme e rica experiência. Parabéns!
Parabéns! Janio de Freitas é o cerne da ética no jornalismo e na ética na política. Eu assisto ele todas semanas com Bob Fernandes e o jornalista Mário lá da Bahia.
Que honra ouví-lo! Sempre lúcido, Janio de Freitas!
Sempre é lindo ouvir o Jânio narrar a sua experiência de vida!
Acompanho o programa dele com o outro gigante e solitário Bob Fernandes as sextas.
Há semanas vi o casal Eleonora e Rodolfo andando apaixonadamente numa avenida do bairro q é o mesmo q a minha namorada mora.
Ao ver o belo casal romântico pensei:
Como é raro ver pessoas de verdade que são iguais na vida como no vídeo .....
e cogitei em ter um amor para toda a vida como o de vocês dois!
Parabéns pela entrevista e um abraço
Minha mãe, falecida, lia Janio, e eu li Janio e agora o acompanho no UA-cam. Suas colunas na Folha tinham qualidade informativa e analítica. Quanto a 64, dá tristeza o testemunho dele, a gente fica pensando o que teria sido o país sem aqueles 21 anos de horror.
Jânio de Freitas, que homem sensacional. Aproveito para dizer que ele, o Mario Kertesz e o Bob Fernandes fazem um programa sensacional que eu assisto no canal do Bob. Não é a toa que Mario e Bob demonstram inequivocamente um carinho excepcional, um amor mesmo, por essa figural tão essencial ao jornalismo.
Maravilha de entrevista.
Obrigado, Tutameia.
Depoimento histórico, rico em informações e sentimento de um coração lúcido, combatente e sensível aos sombrios anos que se seguiram ao golpe de 1964. Parabéns ao Tutaméia TV
Viva o grande jornalista Janio de Freitas
Excelente entrevista com um dos nossos maiores jornalistas.
Parabéns pela entrevista. O pragmatismo sensato do sr. Janio de Freitas é sempre bem vinda.
Parabéns, Tutameia, ótima entrevista. Vida longa à vcs todos.
Competente e valoroso Jânio de Freitas, imprescindível ao nosso jornalismo;
que sejam ofertados a você serviços p q tenhamos informações verdadeiras, c sabedoria e honradez. Gratidão!
Parabéns pela série.
Otima entrevista! Entre tantas, extraordinária!
Grande Janio...um dos maiores de todos os tempos
Sensacional! Fabuloso!! ❤❤❤❤
Jânio é como o vinho ! Uma história viva !
Grande senhor erie e grande Janio
Nao perder Janio as sextas feiras com Bob Ferandes e Mario Kert
Janio de Freitas é um Jornalista de acuidade aguçada que expõe a mediocridade de nossa mídia.
Jornais com receitas de bolo, totalmente censurados. Eu lembro que jornais pequenos sobreviveram. "Movimento" era um deles, acho.
Jânio, super jornalista . Memória maravilhosa.
gratidao !
Esses vídeos devem constituir parte do nosso inventário crítico do Brasil.
Obrigado.
Jânio de Freitas faz muita falta na Folha de SP; aliás, o jornal empobreceu muito com novos colunistas, alguns não chegam a empolgar. Horrível mesmo é o ESTADÃO, que adotou uma linha editorial muito conservadora, e por vezes, reacionária.(PB)
Obrigada ❤❤❤
Sou a caçula desse respeitável camarada estava eu com 20 anos enquanto Jânio hoje aos 92 anos da a versão editada do pesadelo de 1 de abril de 64
Muito boa essa série de entrevistas.
NÃO perco o TRIO às 6@feira
Canal do Bob Fernandes.. ..
Boa tarde 🌻🙌🏿🙌🙌🏾🙌🏻🙌🏼💞🌿
Belo testemunho esse doJanio.
Assistir a uma live do História Pública, com Ian Neves, sobre o Integralismo do Plínio Salgado, ouvir pela primeira vez falar sobre o IPES, lá ele comenta que uma das participantes era a "grande escritora" Rachel de Queiroz.
Assisto todas as sextas, Três Pontos com Mário Kertész, Bob Fernandes e o gigante Jânio de Freitas.
❤❤❤
Não adiant😢lamentar o que já passou têm é que tocar o barco e procurar se esforçar e trabalh😮 parque nunca mais aconteça olha eu na sei o que se passa na cabeça desses malucos que querem intervenção militar
Fã
Tutaméia, no dialeto de Guimarães Rosa, derivada de “tuta e meia”, uma coisa sem importância.
Aqui, é clara a intenção dialética do casal Rodolfo e Eleonora: afirma, negando. O canal, assim como o nome, é precioso achado, assim como foi o jornal da resistência democrática à ditadura, chamado “MOVIMENTO” (existiu de 1975 a 1981) que, provavelmente, teve o nome inspirado pela dialética: tudo se move, tudo muda, nada será como é, “tudo que é sólido desmancha-se no ar”.
Que viva Tutaméia! Vida longa ao casal Rodolfo e Eleanora!
Ódio eterno à ditadura militar-imperialista que desgraçou a vida do povo brasileiro durante 21 anos (1964-1985). Que seja amaldiçoada pelos séculos dos séculos do éon humano!
Eu era adolescente ,mas percebia,daqui do interior de São Paulo, o medo das pessoas,o desânimo .E ficávamos sabendo de gente que era presa e levada pra capital .O filho do dona da venda ,o professor de Matemática tirado da sala de aula, o alfaiate poeta e sindicalista, estudantes sonhadores.Época sofrida pesada. Meu pai logo adoeceu. Tristeza demais.
Parace a historia se repetindo na atualidade. Uma nova mordaça. O cala boca nao silenciou.
😮!
❤
🎉🎉🎉
Obrigado MILITARES de 31 03 DE 64 SALVARAM NOSSA NAÇÃO. Muito orgulho dos PATRIOTAS, aqui na EUROPA todos sabem da verdade, desses MILITARES valorosos da época, muiiiiitoooo obrigado COSTA E SILVA
Vivi nesta época e era ruim pra quem era terroristas, bandidos e pessoas ruins, para mim não houve ditadura e sim um bom governo militar.
Com tanta estrada o Jânio poderia aprender a iluminar o próprio rosto pra aparecer na telinha!!
Jornalismo vendido
ESSE JANIO SE ACHA NADOU NADOU É TERMINOU AQUI NESSE canalzinho que não decola de jeito nenhum
Kkk
Apareceu o ratão alcoolatra