Fabio Novembre, o arquiteto metafísico
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- Опубліковано 25 лип 2024
- Fabio Novembre nasceu em Lecce, na Apúlia, e cresceu envolvido pelo hiperdecorativimo religioso da cidade mais representativa do barroco pobre da Itália. Boa parte da infância, frequentou como coroinha a sacristia e o altar da igreja de sua paróquia. A cultura religiosa interferiu até nas preferências de Novembre.
Ele confessa que se inclinava mais a colecionar imagens de santos que figurinhas de jogadores de futebol. “É extremamente imagético. Pensa na figura de São Jorge com o dragão, Santa Lúcia com os olhos na bandeja...”, ilustra.
Eis porque seus trabalhos são repletos de simbologias, narrativas e considerados metafísicos. São o espelho do rapaz, filho do Mario, da Erminia e sobrinho do Tonino e do Ciccio, que saiu em 1984 do Sul da Itália para estudar arquitetura no Politécnico de Milão, carregou com si a bagagem ancestral e se descobriu como cidadão do mundo.
O salto maior para o mundo ele deu em 1992 quando foi estudar direção cinematográfica em Nova York. Ali, literalmente, reinventou-se e construiu sua linguagem, muito diferente das de seus colegas, pois Novembre sempre foi o cara das ideias. Nem desenhar sabia, como poderia se sair um arquiteto convencional?
“Eu consegui misturar os dois sistemas: a projetação em arquitetura que é extremamente calibrada e racional com a do cinema que é cheia de imagens e de pontos de vista, pescando em cada tipo de imaginário”.
E foi graças a sua narrativa distinta e particular que recebeu a primeira encomenda. Em 1994, Anna Molinari contratou o arquiteto para idealizar os interiores da Blumarine em Londres, levando-o de volta para a Europa. Então, lançou-se no fantástico mundo criativo e não saiu mais. Ao contrário, só expandiu.
Em 30 anos de carreira, Novembre desenhou um percurso variado, projetando arquitetura, design e interiores. Seu currículo inclui, hoteis, showrooms e discotecas entre outros, clientes importantes como MediaMarkt, Stuart Weitzman, A.C Milan e Laborghini, e os mais variados produtos desenvolvidos para empresas como Driade, Kartell, Natuzzi e Lea Ceramiche, além de instalações e stands feirísticos e direção cenográfica dos shows dos cantores Blanco e Laura Pausini.
De personalidade marcante, Fabio Novembre não esconde suas opiniões. É transparente e se precisar não dispensa críticas. O modo como as edificações vêm sendo projetadas é um dos pontos que não esconde a sua visão. Para ele, nos últimos tempos a arquitetura tem sido pensada mais como escultura que propriamente como espaços para o ser humano viver. “Se nós nascemos em um espaço interno, então a nossa percepção de externo vem muito depois”, justifica seu olhar sobre o projetar.
Já a respeito de habitações, o arquiteto é convicto de que cada um deveria planejar a sua própria casa e escolhe não projetá-las.
“Não há nada mais semelhante a você que a sua casa”, justifica.
Mas, nem sempre as pessoas têm tempo e delegam a missão para um profissional. Assim, ele convida os colegas a pensarem na relação cliente arquitetura: “Faça o retrato da pessoa que irá morar na casa, tire o máximo dela. Essa será uma boa arquitetura. Do contrário, criará espaços da moda que você diz que é a casa dela, mas não se parecerá com ela”.
Como pode-se constatar no currículo de Novembre o seu trabalho foi sempre voltado a projetos de lugares onde todos podem entrar, “porque nas casas das pessoas entram apenas os amigos”.
Para ele, essa é uma arquitetura mais democrática. “É muito divertido fazer um hotel onde dormem milhares de pessoas e é realmente aberto a todos”, exemplifica. “Isso é arquitetura, um grande palco cênico. As pessoas deveriam sempre se colocar em discussão”, convida.
Texto: Silvana Maria Rosso. Gravação e edição do vídeo: Rafa Jacinto. Imagens adicionais: Arquivo Fabio Novembre, Denis Lo e Andrea Martiradonna.
Sensacional ❤
Un grande piacere sentire e conoscere il Bravo architetto Novembre!