Meu marido falsificou o documento da minha mansão de 4 milhões e a deu de presente à amante...

Sentei-me no sofá da nossa sala imponente, aquela onde cada detalhe remetia à história da minha família. As paredes, pintadas de um branco imaculado, ainda traziam a lembrança dos meus avós que ali viveram. O mármore frio sob meus pés quase me engolia na frieza daquele momento, quando ele entrou pela porta, carregando nos olhos um brilho que eu já não reconhecia. Samuel - com aquele tom de voz calmo e calculado que só conheci em discussões tensas - me olhou, como se avaliasse o efeito de suas palavras antes de pronunciá-las.
"Eu transferi a mansão para outra pessoa, Anne," ele declarou, sem qualquer cerimônia.
Por um momento, o ar pareceu me escapar. A sensação era como se as paredes, que antes me protegiam, agora pesassem sobre meus ombros. Pisquei, tentando absorver aquelas palavras. Ele manteve o olhar fixo, sem um pingo de remorso, como se transferir o que não era dele fosse um direito natural.