18:31 até hoje eu não entendia por que um coleguinha meu de escola foi apelidado de mula só por causa da cor de pele e só agora entendi, na época eu tinha menos de 10 anos ^^
Tem um museu muito bom nos EUA, que vcs podem visitar virtualmente chamado Jim Crow Museum. Lá reúne todos esses conteúdos racistas dessa época: desde propagandas de produtos caseiros, até o cinema e animações. Lá nos EUA existia realmente uma indústria do racismo que movimentava milhões de dólares em cima da "ridicularização" dos negros. O que mais me impressionou é que chegaram até criar uma franquia de restaurantes de frango frito com um projeto gráfico 100% racista.
E o mais doido é que sem internet e a unica midia "rapida" sendo tv e rádio esses exemplos racistas se espalharam pra países que quase não tinham negros, exemplo é o Japão e a russia que por muito tempo retrataram negros com o esquema black face americano
eu vi um tik tok outro dia de uma mulher negra americana falando que seria bom liberarem as versões originais de filmes com black face, por que a maior surpresa dela é que ela viu muitos desses filmes, com as cenas de blackface removidas, e isso faz parecer que black face foi um detalhe na historia, não uma produção massiva que contava com artistas que até hoje são renomados isso que a warner fez por exemplo, eu lembro de ver varios episodios racistas de loney tunes, que depois pararam de ser reproduzidos na tv, mas hojes esses episodios estão nos streaming, com um aviso de que esses obras refletem os valores da epoca e que isso não é algo aceitavel nos dias de hoje
@@devforfun5618seriam ótimo se disponibilizassem, censura do racismo que já foi pela entretenimento e arte não é conscientizar, é queima de arquivo, não há conscientização sem uma problemática para debater e discordar. São com censura que aparece muito adolescentezinho ignorante falando que racismo não existe
Em matéria de espalhar o racismo, o americano é o campeão nesse assunto. Eles não eram só racistas: eles se dedicavam a isso de forma integral e interrupta. Havia muita dedicação extrema em espalhar o racismo.
não vale falar e sair correndo. tem que dá exemplos senão eu posso dizer que Brasil é o pais mais rico do mundo sem dá dados nenhum, apenas por achismo.
Acho que um dos maiores (e amargos) choques de realidade que já tive foi descobrir que a senhora no Tom e Jerry mais antigo não era dona da casa, como eu pensava quando criança, e sim uma mammy...
Pois no meu headcanon ela é a dona da casa, lá nos EUA ela ser mammy é claro porque nenhuma mulher negra seria dona daquela casona. No Brasil a gente não tinha esse referencial porque a casa do Tom e Jerry é uma casona até pros padrões da classe média branca, e a patroa nunca aparecia. Pessoalmente eu amo a mulher, o jeito como ela chama o Tom de Thomas, as músicas que ela cantava. É triste o background racista, mas eu tenho essa ligação sentimental. Então sei lá, como diria o Thiago Ora, eu gosto com uma mão na cintura e outra na consciência.
Estava falando exatamente sobre esse assunto na semana passada só não conhecia o termo "imagem de controle". "mammy" Essa imagem de controle está sendo usada no BBB 23. Uma mulher preta mais velha (aline wirley) está sendo chamada por 3 mulheres adultas brancas de "mammy". Ontem um dos participantes o "Alface" homem preto chamou a atenção da Aline wirley no jogo da discórdia. Questionou exatamente a anulação dela no jogo em prol de servir as 3 marmanjas.
A primeira vez que abri um gibi do Crumb na vida fiquei muito chocada com a representação que ele fazia de homens negros, mulheres negras e brancas. Apesar de admitir que esse vídeo tenha aprofundado o debate a respeito, confesso que ainda sinto muito incomodo perante essas representações feitas pelo Crumb. Não estou clamando pelo fim ou censura, mas realmente não curto essas obras.
Eu acredito que é um tipo de obra que a intenção do autor, na prática, não vale de nada, pois o impacto negativo que ela pode causar não deve compensar a discussão que deveria ocorrer.
E tudo bem né, ainda bem que se sente incomodada, afinal mesmo com a intenção de escrachar e criticar uma série de esteriótipos é justamente por isso que dói, pois há a representação de uma narrativa machista e/ou racista sobre uma mulher e sabendo de todo o sofrimento diante desses fatos, todas as camadas sofridas no cotidiano desde pequena, não há como passar isenta. E ainda bem que tu leu e teve a coragem de ler, pq é pesado mesmo.
Segunda coisa, genesis é muito foda. Terceira, o seu nome é o nome da minha ex e do amor da minha vida, "atual", juntos, até em ordem cronológica da minha vida jajaajaja Credo hahaha loucura.
Ultimamente venho pensado quando o crítico usa algo do que está criticando, e acaba ficando tão semelhante quanto aquilo que ele critica, e até que nível isso é perigoso.
Quando vc chegou no final da história, com a Angelfood virando branca eu lembrei logo de "Corra!". Acho que realmente o maior problema desse tipo de publicação é pessoas racistas respaldarem a sua opinião nisso. É muito difícil uma pessoa desse tipo ler esses quadrinhos e mudar/entender dessa forma, isso que me causa medo. Na vdd, sem a leitura correta, essa satira pode ter até o efeito contrário. Achei muito bacana a ideia e entendi logo de cara mas tudo isso pq eu sou negro. Duvido que um racista veria dessa forma e ainda corre o risco de tomar ações baseadas nisso. Exemplo, pessoas que cometem massacres/discriminação baseadas em publicações científicas que sequer eram racistas ou diminuíam o outro. Entendo que em partes isso problema do cara que leu mas a partir do momento que a pessoa pega esse tipo de conteúdo e respalda nele pra extrapolar seus pensamentos em cima dos outros vira um problema de toda a comunidade negra e meu tbm. Achei muito sensato da parte dele entender que isso poderia virar um problema e ter parado de publicar mas n tenho muito certeza sobre colocar esse trabalho para republicação ...
Concordo com vc em todos os pontos. E penso que também indo além desse nosso "intelectualismo", acho que temos que pensar em como algumas mulheres negras que talvez não possam ter essa análise se sentem quando vêem obras assim.
Exatamente isso que falei em um comentário acima, nos entendemos porque nós vivemos isso na pele, porém as pessoas que não o fazem e nem teriam como, como essa pessoas interpretariam isso? A ideia é bacana, mas eu achei a execução muito problemática e bem abaixo da média doq poderia ser
Segundo isso, então os filmes de terror não deveriam mais existir e os animes e mangas já estariam num limbo. O problema sempre será colocado no objeto e nunca em quem usa este objeto. Isso chama-se literatura! Muitos não estão prontos para consumir livros etc. Mas proibir e censurar? Não é certo. É burrice mesmo.
@@BFDIFAN-z2f Hum é bem diferente. Há inumeros mangás e filmes que se propõem a criticar e fazem uma boa crítica e não quase uma apologia. E outra nem todas as obras se propoem a fazer crítica, então não entendo seu ponto delas pararem de existir. Obras não são apenas coisas separadas da realidade, elas a afetam. E nem estamos falando de censura aqui, estamos falando se essa crítica traz ou não efetivamente algo bom.
Vale assistir o vídeo do Ora Thiago sobre estética fascista, porque ele discute muito bem essa dualidade entre responsabilidade do leitor e do artista. E, de uma certa forma, eu concordo com ele: não dá pra colocar a "má interpretação" toda na conta do leitor. Se uma obra tá fazendo uma crítica, como for, ela tem que estar clara.
Por isso que acho essa visão do Linck sobre a importância de textos de apoio nas obras pra ajudar quem as consome, especialmente obras que já tem um certo tempo e já foram estudadas por diversas pessoas
Concordo Stéphanie , seu ponto é fundamental. Pessoalmente, sinto mais asco quanto mais estereotipadas são as representações; mas nem todo mundo vai interpretar assim. Essas representações na mão de fascista e racista são um verdadeiro deleite. Nisso, a gente ta acompanhando aqui a leitura do Linck e algumas imagens das histórias (e o Linck nem disse onde podemos encontrar o material pra ser lido, logo não estamos contando com o material original para analisarmos). Para se analisar esse tipo de obra, fazer uma leitura como o Linck fez, requer uma bagagem histórica e cultural (que o estadunidense médio não tem; provavelmente o Crumb entendeu isso e parou de produzir histórias com a personagem) por isso é necessário que, como vc comentou, que a crítica esteja explícita na obra; para não gerar controvérsias como as que o Crumb geralmente está associado. Um exemplo nacional disso é o Tropa de Elite, o diretor fez um filme pra criticar o fascismo na instituição policial, exagerando-o durante o longa, mas a crítica não estava explícita(o brasileiro médio amou o Carlos Nascimento). Logo, como ja vi em várias análises, se uma obra que exagera o fascismo sem deixar clara a crítica acaba se tornando uma obra de cunho fascista, isso também cabe pros quadrinhos do Crumb.
Eu posso estar bem errada ou simplesmente não ter o refinamento necessário pra aproveitar o conteúdo. Mas sinceramente? Não é preciso "escancarar" o modo como os brancos olham (ainda hoje) pra nós. A gente sabe. E eu sei tanto que quando alguém me elogia, eu não me sinto feliz. Eu acabo com nojo e vergonha de mim mesma por ser assim. Esse tipo de material infelizmente diverte racistas pq retrata negros caricatos e desumanizados, coisas que eles adoram. E o pior é quando dizem que tem que ter um "olhar apurado" pra entender a tal crítica. Me lembra aquele conto "A roupa nova do Imperador" onde o rei está nu,mas ninguém tem coragem de dizer pq afinal, era uma roupa que só os "inteligentes" poderiam ver...
O material é bem antigo e tendo em vista o ambiente/publico ele faz sentido. No entanto acho essa coisa de "olhar apurado" para compreender é um tanto exagerado. A meu ver, qualquer um com um minino de cultura ( e não racista) compreende, mesmo sem captar as nuances advindas da sociedade estadunidense. Hoje qualquer obra que pareça um tanto "sem sentido" já me desperta curiosidade sobre uma possivel mensagem que eu não tenha captado. Concordo com você que tal material pode ser prato cheio pra racista, até porque eles são, na maioria, gente culturalmente pobre, na verdade completos imbecis. Gente que pede "intervenção militar", nega o holocausto, etc. Bem, você sabe. No entanto eu acho valido discutir esses materiais. Esse video mesmo me fez conhecer muito mais sobre o racismo na cultura americana e aprenti sobre "imagem de controle". O que eu acharia inaceitável é se uma obra assim fosse criada hoje, num ambiente totalmente diferente e onde a forma de tratar essas questões mudou e se tornou muito mais aberta.
Por um lado, concordo com a posição do canal que não deve haver censura sobre obras artísticas, desde que, quando necessário elas sejam contextualizadas, mas, acho que você está certa em vários pontos, pois, publicar algo que só vai ter efeito positivo dentro de uma bolha específica e que vai incentivar um comportamento criminoso fora dela é muito complicado e dificilmente trará algo de bom no panorama geral. Mesmo que um racista veja isso e ache a representação do personagem ridícula, ou o que for, por exagerar no estereótipo, não vai mudar em nada a visão dele, por exemplo, conheço um homem machista, que acha ridículo qualquer tipo de conteúdo redpill, diz que eles não gostam de mulher, etc, mas, quando ele soube que uma familiar dele iria a uma festa em um local afastado da cidade, em que já houve um caso de estupro próximo de lá, por ela defender que as pessoas sejam processadas antes de serem condenadas, ele comentou que se acontecesse com ela não teria problema, por que para ela os estupradores seriam vítimas da sociedade, claro que não se trata de machismo puro, mas, é um caso que mostra que mesmo que ideias já implantadas dificilmente mudam, e se acontece é porque a pessoa reconheceu que estava errada e se esforçou para mudar. Por isso, acho que obras desse tipo, sem uma explicação bem clara acompanhando o material, para realmente servir de panfleto para a causa antirracista, ou a que se aplicar ao caso, é algo perigoso, pois, não se sabe como ou por quem será usada, ainda mais hoje em dia, quando qualquer coisa é compartilhada muito facilmente, e como eu disse, mesmo quando o racista, o machista ou seja qual for o preconceito, acha o material exagerado, e que não sirva para apoiar a "causa" dele, não vai fazer ele aprender nada. Enquanto preconceito continuar sendo ensinado, vai ser muito difícil publicar qualquer sátira deste tipo sem que cause muito mais mal do que bem.
é bem complicado mesmo.... é que nem fazer um quadrinho do bozo, dizendo que foi um ótimo presidente e salvou o brasil, quantas pessoas vão entender que é sátira, e quantas vão entender que é piada? no fim fica a dúvida: é necessário?
Essas histórias da ANGELFOOD sinceramente é o tipo de sátira mais pobre que consigo pensar. Ela não subverte nenhum dos estereótipos que ela tem a intenção de criticar (no caso da ultima história ele até que ele consegue fazer isso parcialmente, a parte da música é uma boa sacada) qualquer idiota conseguiria fazer um quadrinho desse. A questão do exagero é meio engraçado, porque se você amenizar um pouco o aspecto sexual, era representação até bem padrão parece um absurdo mais pela nossa sensibilidade atual do que qualquer outra coisa. A sátira antirracista feita por pessoas brancas sempre me parece cai em dois problemas: ou ela é limpinha e artificial, porque o autor tem tanto medo de magoar os negros que ele se reprime, ou ela é tão racista que autor tem que avisar previamente que ele não é racista, pois nada no texto indica o contrário.
Falou muito e não disse nada. E muito facil julgar como pobre a obra HOJE, dificil e enxergar ela em retrospecto. Além disso parece que você está procurando militância ou crítica aberta no que é uma sátira. Vi pessoas pretas reclamando o mesmo sobre os textos de Machado de Assis, nesse caso de ele não escrever abertamente contra o racismo (o que é uma grande mentira). Vale lembrar que o objetivo quase sempre é se comunicar/levar uma mensagem para brancos, não gerar uma mensagem que caia no gosto cristico de pessoas pretas ou mesmo mudar o mundo. Aliás, esse ambiente e publico para o qual a obra é direcionada conta muito. Alem disso, quem foi que disse que o cara desenhou isso achando que estava sendo muito inteligente e revolucionário? Será que o próprio não via tais histórias como simples e óbvias?
@@gatofatal4170 ?? mas vc acabou não dizendo absolutamente nada também.... o que tirei do comentário que vc respondeu é só que a obra foi de mau gosto gosto, por ser uma sátira que acaba perpetuando estereótipos raciais de forma grosseira. você discorda ou concorda com isso, ainda que deva ser levado em consideração contexto/público alvo/intenção do artista? e por quê? e o que pessoas negras reclamando de machado de assis tem a ver com essa obra em questão? seu comentário ficou todo bastante confuso uma obra pode ter aspectos positivos, que podem ser levados em consideração, e ainda receber críticas pertinentes... você só parece irritado com a ideia de que uma sátira agradou a você, e não a outras pessoas. será que você está certo, e essas pessoas estão erradas, com tanta certeza assim? há diversos tons de cinza a ser explorados nessa discussão. da mesma forma como as pessoas se fecham para sátiras de forma precipitada, é justo que vc considere que é possível que uma sátira erre em alguns pontos
Confesso q msm esse quadrinho criticando o racismo, ele me incomoda muito ao usar blackface. Acho q tem maneiras mais interessantes de criticar o racismo sem ter q utilizar esses elementos q desumanizam as pessoas negras
O filme Bamboozled, de Spike Lee vai trabalhar numa chave parecida essa questão de estereótipos e caricaturas da imagem negra na cultura americana na virada do milênio.
O comentário q eu tava procurando!! Achei até que ele fosse citar pq é basicamente a mesma coisa(no sentido de pegar o estereótipo racista e dobrar a aposta)só que feita por um roteirista negro fictício no filme de um diretor e roteirista negro real. Daria um contraponto interessante sobre a questão ética da sátira no caso da negritude norte-americana.
Meu "olhar opositor" (bell hooks) me impede de achar que esse tipo de obra seja pura sátira. Ele lucrou reproduzindo imagens de controle, esse é o modus operandi, ok. Não tem essa de "se cair em mãos erradas", depois que a gente solta a obra ela já não nos pertence, então, independente da intenção, fez um ótimo trabalho pra branquitude. Autoras/es negros como Stuart Hall , bell hooks e a própria Collins (e pessoas no áudio visual) vão fazer trabalhos belíssimos no campo da crítica cultural justamente porque a reprodução dessas imagens é extremamente ofensiva e seu uso deve, necessariamente, estar em contextos específicos.
concordo totalmente, inclusive adiciono, essa interpretação desconsidera que o problema não é o RACISTA e sim o RACISMO na sociedade, o recorte do "hippie" quer dizer muito pouco, no fim a risada que fica é sobre a Angelfood, e as pessoas que ela representa. O artista ainda faz uso do mesmo artifício que, em parte, critica, o black face, pode ser lido como crítica, eu que sou preto, considero uma crítica torta
Concordo com você, Jessica. Deixo aqui duas recomendações pro Linck caso ele não tenha lido/visto: O livro 'Olhares negros: raça e representação', da bell hooks. E os dois documentários (eles se completam) do Marlon Riggs, chamados Ethnic Notions e Color Adjustment.
Exato, esse papo de "aí, era uma sátira, pra mostrar como essa sociedade era racista" mas fazia toda uma história extremamente racista apenas para causar riso, vc tem que ir bem fundo pra tirar essa história de crítica ao racismo. E outra, hippie no fundo mesmo ainda é racista, só ver essa história da Aurora pro exemplo
É o ditado: "de boas intenções o inferno está cheio". Por mais que tenha toda essa questão de censura do bem e etc, essa obra em específico é um verdadeiro campo minado, isso podendo ir considerando que o autor queria fazer uma crítica, mas a mira dele de todo não acertou o tiro. Por ser uma colocada do pensamento racista de maneira mais extrema, acaba sendo pior do que as obras criadas no intuito racista como um Tom e Jerry da vida. Opino que o Crumb deveria ter tido um certo controle da obra ou a feito de modo que não precisasse se retratar posteriormente. O movimento hippie morreu rapidamente e pelo menos essa HQ não ficou no ar por tanto tempo, caso contrário, só geraria ainda mais incômodo, pelo menos ele parou antes de ficar pior...
Acho que a intenção de fazer uma obra anti racista não te impede de fazer uma obra racista. A única coisa que eu senti foi o autor pensando "olha como eu vou zoar os racistas... escrevendo uma história igualzinha a que eles escrevem". Enfim, não avança nada na discussão e reproduz um catatau de ofensas a mulher negra. Não comprei essa HQ.
Eu acho que diante da época, se ele fizesse algo do tipo mais rádical criticando racismo, não ia sair nem da cabeça dele, e pra falar a verdade, ele iria para a lista negativa e nada que ele fizesse seria publicado. Eu acredito que ele fazia isso meio que pra burlar
Pera, é sério que estou realmente lendo alguém falando que, um indivíduo fazia histórias em quadrinhos claramente racistas, como uma "forma de criticar o racismo"? Só pode ser brincadeira isto
É muito bizarra essas tentativas de humor negro antirracista que consistem em satirar o racismo: O racismo já é uma sátira de pessoas reais, não tem como você parodiar isso sem inevitavelmente contribuir. Se eu faço uma paródia do Zorra Total, o resultado é mais Zorra Total.
Mesmo que a intenção dele seja satirizar o pensamento racista, a impressão que ficou é: "me tirou o racismo, me deixando apenas o racismo". Me parece o típico caso do branco que quer ser progressista mas continua reafirmando os estereótipos. Não compro a ideia não. Se a gente critica filmes que falam ativamente contra racismo de forma explícita mas mantêm o estereótipo do salvador branco, não vai ser esse tipo de "sátira" aí que a gente vai engolir.
A questão mesmo é a gente lembrar da época que é, na sinceridade, tu acha mesmo que diante daquela época ele fizesse algo do jeito correto exaltando os negros, isso iria sair ser publicado? Ele tinha que de alguma forma burlar o que os racistas achavam de engraçado,.
@@OniKamii Cara, a Angelfood McSpades apareceu pela primeira vez em 67. Pantera Negra surgiu nos quadrinhos do Quarteto Fantástico um ano antes, em 66. Era ligeiramente estereotipado e era mais um anti-herói do que um herói, mas era, dada a época, uma representação positiva. E ele era LITERALMENTE nomeado em homenagem a um partido político controverso na época. Além disso, mesmo antes já existiam quadrinhos feitos por pessoas negras que eram desenhados fugindo dessa estereotipação, a All-Negro Comics por exemplo surgiu no meio dos anos 40. Nos anos 50 (56 pra ser mais exato), a censura americana TENTOU censurar personagens negros positivos nos quadrinhos e NÃO CONSEGUIU. Também em 65/66 série de quadrinhos de faroeste Chilsom Kid lançou duas edições solo pra um herói negro chamado Lobo. Antes de Pantera Negra, a Marvel, quando ainda era Atlas Comics nos anos 50, tb já tinha um personagem africano que não era super estereotipado e era um grande lider tribal, o Waku, principe dos Bantu. Eu sei que tem mais exemplos, mas acho que já fiz meu ponto de que não sei se a época era uma boa desculpa não.
@@eouveluz entendo, faz sentido, então na sua opinião este tipo de crítica da esteriótipo ao extremo não é bom a se fazer? Tem muitos filmes de comédias e outras coisa que fazem isso... Então são errados em si? Um recente mesmo que teve é o esteriótipo da série da Velma do Fred riquinho babaca, Velma nerd chata, daphne patricinha...etc
Acho que um dos melhores vídeos sobre Sátiras que eu vi foi o Lindsey Ellis, and the Ethics of Satire, fala bem porque algumas sátiras não funcionam, o autor poderia até ter uma intenção de fazer uma sátira, mas na minha opinião falhou totalmente.
Caso as "explicações" de Crumb sejam "sinceras" há certo entendimento de nossa parte. Mas sempre penso que a pergunta para esse tipo de "sátira" seria: ajuda a combater ou diminuir um pouco o racismo?
Sim, para ele, eu e você a crítica é mais explícita. Mas a linha entre isso e dar conteúdo para propagar racismo é quase nenhuma...se não fosse apelo do autor se explicando isso já pode ser classificado como meta-ironia, e é extremamente perigoso hj em dia. É aquela coisa, se você age como nazi, fala como nazi, em nome de uma suposta crítica ao nazismo, chega um ponto que não há diferença.
A obra é válida como arte. É n nao é um documento " de época " . Seria se fosse racista inadvertidamente ou propositalmente. Mas não é. Poderia ser escrita hj.
@@Chirashin eu discordo que dê conteúdo aos racistas. É uma caricatura. Uma sátira. A melhor maneira de atacar algo é expo lo ao ridículo de modo eficaz.
@@Chirashin caso não combata ou diminua passa a ser apenas mais uma "coisinha engraçadinha" de pseudo-intelectuais-artistas. Há temas nos quais não há mais nada, ou nunca houve, de engraçado. Mesmo que se utilize para refletir, mas...refletir? Mal comparando é como aqueles mangás horríveis com estupro e demais violências contra crianças ou mulheres ou qualquer pessoa que os "pseudos" adoram "trazer para a crítica reflexiva". Daí usam um ou outro filosofozinho de botequim e ajudam a distribuir merda em quadrinhos e jogam a culpa nos progressistas (que também são outra merda kkkkkkk)
Não acredito que obras tão "intelectualizadas" assim ajudem a diminuir não, é mais fácil a crítica passar voando por cima da cabeça de um racista do que ele ter uma análise sobre. E os que não forem racistas vão instrumentalizar essa crítica contra os que são, ou isso vai ser só mais um quadrinho intelectual underground q a pessoa vai ler, vai falar "nss genial" e vai passar para o próximo? Não acho q crie alguma diferença efetiva. Além de que para muitas mulheres negras isso vai ser MAIS uma obra na qual elas são ridicularizadas e fetichizadas (mesmo q isso não seja um intuito). Acho pedir um pouco demais de alguém tão fragilizado pelo racismo ainda ter que dar uma chance pra obras assim. E caso elas se sintam ofendidas ainda vai ter um sabichão falando "vc não entendeu a crítica genial do autor 😤". Gosto mt de quadrinhos assim, mas saindo fora da bolha da minha cabeça a realidade é essa.
O seu outro video foi muito claro para mim, realmente censurar essas obras é uma forma de varrer para debaixo do tapete os problemas, para grandes empresas serve de queima de arquivo e para sociedade em geral é uma forma de fingir não ser o que ela sempre foi - "olha só nossa sociedade não tolera racismo, nós até banimos tudo que possa ser minimamente racista", mas no dia a dia o racismo come solto. Em parte eu vejo esse movimento de "Higienização" da cultura como os EUA e a Europa entrando no mesmo cinismo que temos aqui no brasil, uma sociedade cinica que nega o racismo, que diz combate-lo, que diz ser um paraiso da miscigenação e uma democracia racial, enquanto na vida real é racista para um krl, com um brutal racismo que nunca é combatido justamente por que sua propria existência é dúbia.
Excelente vídeo! O Porta dos Fundos fez algumas esquetes com essa estratégia, invertendo o ponto de vista do racismo, da xenofobia.. Os vídeos "Escritor branco" e "Sudestinos" são bons exemplos.
Eu acho sempre muito curioso quem bota a mão e o pé no fogo para afirmar que não é racista assim como Crumb fez. É uma convicção muito séria e que diz muito mais sobre a pessoa doq parece. Fico imaginando como essas pessoas conseguem se descolar completamente a sociedade em que vivem ao ponto de entender que elas não praticam racismo sob nenhum povo ou etnia em nenhum hipótese para ganhar esse medalhinha de não ser racista. rs
muito bom. o Crumb consegue realmente produzir no leitor uma necessidade de análise, tipo "o que foi isso que eu vi", "por que ele fez isso desse jeito". sobre a "imagem de controle", me fez pensar o fato de eu já saber que seria a fantástica Pam Grier o exemplo a ser mostrado antes de ela aparecer... valeu!
Dá pra entender melhor essa crítica do Crumb pensando da seguinte maneira: Um artista particularmente racista (que sabe que isso é errado) vai procurar usar seu discurso de forma mais implícita na sua obra. Um segundo artista, dessa vez abertamente racista, vai procurar expor mais suas opiniões. Então... O Crumb vai além desse segundo, ele extrapola o esteriótipos (que numa primeira olhada pode parecer muito de mal gosto) mas que por estar tão evidente e tão sem pudor revela o lado crítico que ele quer passar. O próprio Crumb já disse que essas impressões preconceituosas estão dentro dele e são muito fortes (não é algo particular “dele” como o Link disse no vídeo, mas de toda a classe branca que lá no fundo é também preconceituosa em algum nível).
Entendo que mais que querer pagar de anti-racista, ele tá fazendo justamente esse movimento de expor o próprio racismo e como ele se constrói socialmente na mente da branquitude
Vi um paralelo dessas obras do Crumb com o excelente filme "Não sou um homem fácil", onde um homem sofre um acidente e acorda num mundo onde os homens é que são tratados como objetos. É maravilhoso para mostrar o quão ridículo é o sistema machista/patriarcal.
Eu assisti este filme achando que era um água com açúcar, mas me tocou de uma maneira, saí tonta. Realmente passei a entender o ponto de vista que alguns grupos tanto tentam chamar a atenção!
Eu só fui feliz na minha vida quando fui sustentado pelos meus pais. Sentia a sensação de vida sobrando. Quando cresci sem perceber estava tentando sustentar minha esposa e a mim mesmo, sempre com escassez. Então senti a falta de vida. Será que seria engraçado um filme em um mundo que os homens fossem sustentados pelas mulheres e não fossem chamados de vagabundos. Em vez disso, seria uma desonra se as mulheres não dessem conta de sustentar seus homens?
@@danieltecladistadorock5450 Se você acha que machismo é só mulher sendo obrigada a ser sustentada por um homem, então você não sabe o que é machismo. Recomendo estudar sobre (não estou sendo sarcástica, recomendo mesmo)
linck fala do miracleman,uma história ideal para o canal ,outra sobre os novos deuses e sua mitologia e falar mais sobre quadrinhos e a cultura furry e como essa subcultura é mais tolerante com minorias do que os nerds,otakus e gamers.excelente video,sou seu fã e espero que chegue ao um milhão de inscritos .XOXO.
Quando um esteriótipo é feito pra criticar o racismo ele n é racista... A exemplo de uma personagem que exibe o abuso a mulheres negras em algum período da história brasileira ( e a personagem fosse esteriótipada) ela seria fundamental pra retratar o problema da melhor forma. Mas claro que poderia ser mal compreendido...
mano eu acho o seriado Atlanta GENIAL pra abordar e criticar o racismo e as relações raciais que ele manifesta na sociedade. acho muito foda! sei que não é a onda do canal, mas fica de indicação pra curtir.
Quando você fala que é o leitor que decide, eu me sinto melhor sobre todas as histórias da Heavy Metal que eu lia e interpretava do jeito que eu quisesse kkkkk
Acho que posso pensar que o autor cresceu em um tempo e em uma sociedade diferente da minha. Posso dizer que pensar na Angel como sátira não foi a primeira coisa que pensei quando li, mas dá pra notar que realmente vai do jeito que cada um faz a leitura justamente por isso (pra mim uma obra racista, pra alguns uma sátira). Gosto do jeito do autor de se posicionar sobre o assunto e acredito que seria bom ter as obras sem censura e com explicações, até porque este quadrinho não é pra crianças. Nietzsche e Karl Marx estão aí pra provar que o jeito como se lê é o que produz pretexto pra pensamentos controversos.
Depois de toda essa descrição sobre a personagem e sobre a maneira que ela é representada, me lembra muito a Cardi B, Nick Minaj e até algumas personalidades do funk nessa imagem do que foi dito sobre a imagem da Jesebel numa questão de crítica delas
Excelênte conteúdo Linck!!!! 🥳 Também acho que deve haver o debate. Nada de apagar o passado de um rascista como se nunca tivessem criado esse tipo de obra. Sugiro, se possível, fazer um mesmo conteúdo com a temática "Isso é fascismo?", até!
Por décadas o Crumb foi meu quadrinista favorito, entendo o distaciamento dele em todas as críticas mas também vejo que a sátira dele deprecia tanto que reduz a crítica ao vexame... algumas mulheres que conheci se sentiam diminuídas pelas representações dele e isso acabou me afastando da arte dele também.
Eu adoro o trabalho do Crumb e minha leitura sempre foi a de que ele estava satirizando o racismo, tipo tirando um sarro dos racistas. Em todo caso, não conheço nem nunca conheci um racista convicto/declarado que goste ou que tenha lido Crumb.
O rapper MFDomm no início de carreira, quando fazia parte do grupo musical KMD utilizava caricaturas de Black face nas suas pichações e em capas de álbuns. Ele usou do preconceito jogado nele com a ideia de expor de forma crua os esteriotipos que caem em cima de pessoas negras, principalmente nas letras. Esse tipo de representação é importante
@Stephanie Rachel continuamos a incentivar e a estudar e damos o nosso melhor da forma que pudermos no caso temos esse canal do QNS que podemos compartilhar também hahahah
Rapaz entendo o argumento, total, na boa…mas dessa vez linck eu pessoalmente discordo da leitura de não ser algo de fato racista, tem como defender não viu kkk
Robert crumb continua sendo grande, mas que a personagem e problemática pra dizer o mínimo e indefensável mesmo não sendo racista que acho difícil, e no mínimo m machista pra cacete. Mesm entre os supostos hippies do anos 70.
Só passando aqui pra agradecer pelo conteúdo incrível que você e sua equipe tem na produção dos vídeos, obrigado pelo conhecimento. Sonho enorme de ver você e Rita von Hunty numa conversa.
Muito perigoso isso de chamar de sátira qualquer conteúdo que tenta usar esteriótipos raciais. Pra quem sofre a violência racial usar desse recurso é uma linha muito tênue entre causar mais uma violência desse tipo e tentar fazer uma suposta crítica. Censurar discordo, mas o melhor é que esse tipo de conteúdo venha acompanhado de comentários e observações bem explícitos. Hoje ainda estamos colhendo consequências da omissão de casos racistas e antidemocráticos
Vendo a época em que foi lançado, não acho que você vá encontrar literatura toda desconstruída quanto as de atualmente sobre determinados assuntos como esse ou personagens pretos sem serem esteriotipados.
Sobre imagem de controle eu acho que vale a pena um vídeo do Picollo do Dragon Ball. Muitas pessoas negras falam na internet de que achavam que o personagem fosse negro (mesmo tendo a pele verde ). Eu acho que isso acontece por causa dos "esteriótipos" que Hollywood fez com personagens negros e alguns estão presente no Picollo
isso dai é 100% puramente coisa de americano, porque a cultura inteira deles envolve na volta da cor de alguem, eu duvidoq tenha 1 brasileiro que cresceu achando a o Picollo fosse negro, em si oq tu ta falando sobre é o "Black coding" que são personagens feitos para terem caracteristicas de negros( negros dos EUA no caso), tipo Corvos em desenhos antigos
O conceito de imagem de controle é bem interessante e resolve um problema que surge diante especialmente de uma produção artística feita por brancos, lidando diretamente com elementos racistas, mas que preserva uma essência crítica e não alinhada à ideologia racista imediata (como é o caso apresentado, de R. Crumb). Me parece que ela se torna útil para analisar autores como Joseph Conrad ou Rudyard Kipling, homens brancos no centro de seu império colonial, mas que eram críticos a respeito desse império colonial. Pois a literatura produzida por esses autores, se possui momentos bastante problemáticos, em outras ocasiões mostra um aspecto crítico de dentro do próprio sistema opressivo, e o acesso a esse tipo de crítica é essencial para a compreensão dos próprios mecanismos repressivos mais profundos e essenciais.
Olha, eu tenho bastante dificuldade pra "ler nas entrelinhas" ou compreender sarcasmo, ironia, etc. Até por isso mesmo venho pra internet atrás de críticas e resumos comentados pra pegar o que não fui capaz de ver. Não fosse alguém me explicando a mensagem e os detalhes da provocação proposta pelo artista, essa obra certamente eu faria ataques escandalosos sobre a sua baixeza e vilania. Obrigado por explicar.
Sou branca e vim de família bem racista então pra mim não vejo essa obra como muito importante pois eu cresci com várias parecidas com essa e não vejo ela mudando a opinião de nenhum racista só fortalecendo, e concordo que esse tipo de obra tem que ter textos explicando não podem ser jogados assim do nada e esperar que pessoas vão pegar a sátira quando vivemos num mundo que muito raramente as pessoas entendem elas e que piorou muito na atualidade pois tudo é só consumir e o mais rápido possível, a pessoa vê uma temporada em um dia, aí não tem discussão sobre a obra em si só se foi legal ou ruim. E também lembrar que infelizmente muita gente não tem capacidade de entender subtexto, não por serem burras mas por serem pessoas cansadas e com pouco tempo de lazer ai você acha que ela vai fazer uma dissecação do que tá vendo e não só captar o superficial? Olha o que aconteceu com Robocop e com Tropa de Elite, isso sem contar que estamos passando por uma onda muito forte de anti-intelectualização ao ponto que temos pessoas falando que filme/séries de guerra não pode falar de política senão é lacração e até Wolfenstein foi taxado de lacração por você poder matar nazista.
@@iraninonato3452 especificar eu já não consigo, porque faz tempo que eu assisti e maratonei um atrás do outro na epoca! XD mas, salvo engano, deve ser na terceira temporada depois que capturam o homem do castelo e o obrigam a fazer paródias de suas previsões.
Acredito que é possível identificar a sátira, absurdo e critica a sociedade norte-americana racista, mas não consigo não observar que Crumb também é fruto dessa sociedade e reproduzia ela. Todo o caminho que ele faz com a personagem é complicado pra fazer a crítica em poucas frases. Sem contar a mensagem não alcança todos, tanto o é que o Crumb não produziu mais nada da personagem. Acredito que no fundo ele possa ter percebido que produziu um estrago
Depois de ver o video do Ora Thiago sobre "criticas tão sutis que parecem apologia", como o caso do capitão Nascimento, Homelander e outros, algumas coisas começam a fazer sentido. Mas realmente fica clara a sátira desse autor diante de tanto absurdo exagerado nas histórias
Não acho que fica clara quando pensamos na época que ele foi lançado Um homelander é muito mais claro como sátira do que a sátira do video, principalmente do pensamento da época Seria o equivalente a no período da ditatura fizessem uma HQ retratando um comunista como um cara que quer dominar o Brasil, cometer golpe, tirar todos os pertences da classe média, matar criança. Não seria uma sátira, apenas reafirmaria o pensamento da época
Acho q da pra levar essas tirinhas como sátiras ao racismo, mas isso parece tão difícil né, eu só comecei a levar por esse lado quando me foi apresentado no vídeo, então deve ser como tu disse mesmo vai dá leitura de cada um
Faz um video mostrando como uma obra pode ser lida de maneiras diferentes linck.. Como um racista leria esse gibi ai? Ler de um ponto de vista racista seria ler "errado" a obra? Pq como vc me ensinou nao importa oq o autor quis dizer com aquela obra e sim oq ela de fato fala por sim msm sla
Em Angola durante o tráfico de escravos era muito comum que comerciantes se casassem com mulheres africanas. Quando esses homens morriam e essas mulheres ficavam viúvas, muitas vezes herdavam desse homem além da fortuna, o negócio de escravos; passavam a se chamar "Donas". Mas o que isso tem a ver com o vídeo? Automaticamente essas mulheres ganhavam o título de brancas nas documentações portuguesas da época. Isso também acontecia em outros lugares, a cor mudava de acordo com o poder aquisitivo e nível "civilizatório".
13:58 Já li uma página desse quadrinho enquanto estava folheando gibi em uma livraria, eu mesmo nunca consegui pensar esse quadrinho como algo racista, mas sendo claramente um sátira a ao mesmo. Isso prova como a visão de um história depende muito de que a lé!
Conheci o Crumb através do personagem Fritz, the Cat, que além de ser um personagem de quadrinhos, também estreou uma polêmica animação adulta em 1972. Depois disso eu fiquei curioso a respeito deste ilustrador, vi outros trabalhos dele e achei engraçado e bizarro a forma que ele retrata as mulheres, sempre com atributos exagerados kk, eu pessoalmente gosto deste ilustrador e admiro a coragem dele em expor suas criações polêmicas para o mundo mesmo em uma época muito mais conservadora do que a que vivemos hoje.
É como a história de dobrar a aposta, o criador pode até estar sendo ácido e sarcástico, mas geralmente as pessoas não entendem, eu inclusive, e fica difícil não acabar como puro racismo.
Eu realmente tem 2 pés atrás com o Crumb, mesmo que ele diga não ser racista e tudo mais, é bem suspeito a forma que ele representa a "sátira" dele, sei que é um humor datado e tudo mais, mas olhando quase todos os trabalhos de quadrinhos dele da época seguem nessa narrativa bizarra de hipersexualização de TUDO como piada, no fundo parece que ele está só usando o quadrinho como meio de satisfazer os próprios fetiches bizarros em cima do corpo feminino (espancamento, estupr0, abuso sexu4al, racismo, ped0filia), pra mim o limite foi ver diversos quadrinhos representando CRIANÇAS fazendo sexo, e não são poucos, tem um onde a criança está com um homem na garupa do triciclo e o mesmo sem calça, outro onde meninos negros estão VENDENDO A IRMÃ (que chamam de feia) por 3 cents, outro onde um CACHORRO ESTÁ TENDO RELAÇÕES COM UMA BÊBÊ! Sei que a intenção é ser algo chocante e bizarro pra ser engraçado, mas não entendo o ponto de utilizar isso dessa forma, não parece que ele está criticando ou satirizando, parece que ele sente prazer em retratar essas cenas, e o bizarro é pensar que isso era algo considerado engraçado, até parece que eles compravam só pelas piadas, tipo "Olha essa menina de 13 anos do Alabama vestida de criancinha mostrando a X0ta e com o mamilo marcando, que engraçado", desculpa mas não dá pra tankar. No fim é só um homem esquisito escrevendo sobre os próprios fetiches pra outros homens esquisitos.
Se isso é ser anti racista nem quero saber o que é ser racista kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Não acho certo censurar ou apagar da história, mas dada minha experiência com pessoas do público geral, eu não acho que é qualquer um que pode ler esse tipo de material justamente por não ter o necessário pra sacar a "punchline" e se ver validado pelo quadrinho
Penso que o que justifica a arte ser arte é a relevância, o quanto ela traduz sua própria sociedade. Partindo disso, os efeitos práticos se dão na forma de como a sociedade absorve tal arte. Se uma arte ambígua trás muito mais desconforto do que o senso crítico, essa arte falha em seu papel, e quando um autor separa o ego da real intenção de transformar o seu espaço, ele compreende quando o objetivo é alcançado ou não e toma a melhor decisão. Lembrando que a clareza e a proximidade com o público que o autor diz representar são fundamentais para que a arte não seja esteticamente acadêmica mas humanamente vazia, por isso que manifestações populares, como o samba e o funk no Brasil, são importantes num país tão desigual como o nosso, por dar protagonismo a pessoas reais.
Desde que você começou a falar já percebi que a história estava sem pé nem cabeça Mas que também não parecia só algo jogando Então cheguei à conclusão que ele tinha feito isso de propósito como uma saturação do racismo É foi Exatamente isso que você falou Eu fiquei surpreso que eu reparar
Essa questão da fet*chizacao da mulher negra é algo forte até hoje no Brasil infelizmente. Ocorre ate com a Iza que e uma cantora incrível, mas a maioria das pessoas lembra primeiro do CORPO dela.
Só o fato de que nas novelas da Globo tinham em sua grande maioria mulheres brancas como protagonistas, PORÉM quando se tratava de ficar nua eram as GLOBELEZAS, mulheres NEGRAS, já prova isso
@@adrielvinicius5040 Sim inclusive já aconteceu comigo quando namorei Minas brancas e olha que sou "mestiço" ascendência indigena. Apesar que também tem toda um f*tiche em indígenas, claro que é menos conhecido.
Porra, Alexandre… que análise fuderosa! Principalmente no final, quando vc diz que Crumb, por ser branco, tem a possibilidade de ver o mundo pelas lentes dos racistas. Genial!
Vendo os comentários eu lembrei das criticas negativas a obra de Machado de Assis, onde uns e outros afirmam que ele foi pouco critico ao racismo e a escravidão em si. Ignorando completamente época, lugar e público alvo. Você está falando de racismo quando? Onde? Para quem? Acham mesmo que a sociedade branca da época leria uma obra de militância seja lá qual a cor do autor? Se hoje o branco de classe média metido a fascistinha rejeita tudo que considera "lacração, vitimismo, esquerdismo, comunismo..." imagina a branquitude de quase 200 anos atrás. Ainda assim, só pra encerrar, Machado escreveu abertamente contra o racismo/escravidão em matérias de jornal publicadas com pseudônimos, enquanto em seus romances criticava a elite branca na cara deles, mas de uma forma que os trouxas não se sentiam diretamente ofendidos. Brás Cubas, por exemplo, se escrito hoje, seria eleitor do 22 com força kkkkkkk Crumb não é Machado, mas toda obra precisar ser analisada sem o olhar do tempo e da falta de conhecimento da cultura que a originou. Se não fica muito facil fazer uma critica pobre do tipo "muito bobo, qualquer um faria uma satira assim" bla bla bla. Obs: Acham que o Crumb desenhou isso achando que estava sendo revolucionário ou era só mesmo um negócio sem grandes pretensões que tomou grandes proporções justamente através do tempo e das mudanças de mentalidade?
A terceira regra para comentar é não ser babaca...fui de base kkkkkk Cara descobri seu canal hoje, tô viciado, hoje eu assisti no café, no almoço e agora voltando da faculdade.
Pra quem sofreu e viu familiares sofrerem por esses estereótipos dificilmente há graça. Mesmo que seja um tipo de "racismo do bem" Ainda mais se a sátira não consegue extrapolar o estereótipo, daí o reconhecimento do próprio autor que sua obra é uma faca de dois gumes. Não acho necessariamente racista, mas pra mim é dispensável.
Entrar no poço das neuras e taras de Crumb é garantia de diversão, ainda que muitas vezes doentia. O underground teria espaço hoje, fora do nicho onde sobrevive?
bom eu descobri o crumb lá pelos 14/15 anos e como um moleque que adorava essas coisas edgy tipo personagens caricatos/infantis com temas adultos, eu fiquei mt interessado quando descobri fritz the cat, criação do crumb que subverteu a posição de animais antropomorficos a lá mickey mouse. mas quando comprei a hq (publicada pela conrad aqui) achei pouco interessante as histórias...na verdade o Fritz é um cara escroto da pior espécie, egoísta, se aproveita de amigos e pessoas próximas pra conseguir o que quer, especialmente sexo e drogas. e claro, havia muito machismo e racismo como há na obra de crumb por completo. o traço carregado dele e esse estilo anos 60/70 que foi pioneiro no underground são minhas influencias, mas crumb não é um autor que eu me conecto de forma profunda, que sinto apego. ele diz que não é racista, que desenhou aquelas coisas porque alguém tinha que fazer, porque incomodava mas era sátira. mas a verdade é que quando a sátira não é bem feita, ela só reforça o estereótipo ou preconceito ali retratado e acho que é o caso dele. ele podia ter escolhido não aderir ao blackface, ele tinha ciência disso, mas preferiu fazer parte da própria branquitude. eu sei que em outras hqs, que aparecem no video, naquela do blues, os negros são desenhados sem estereótipos racistas...sei também que crumb adora se retratar de forma franzina e patética e jamais escondeu sua admiração por mulheres volumosas e que é um tarado, mas ainda assim a autoconsciência dele nao apaga pra mim os erros, as representações de mal gosto. o que tem de mulheres e pessoas pretas incomodadas lendo as coisas dele, não cabe em um comentário. as satiras dele nao tem graça, ele é péssimo nisso. mas acho sim interessante analisar elas como produtos de época, nao podemos censurar e apagar a história, temos q entender a relevância dele e tratar ele como deve ser, assim como lovecraft foi um racista nojento e influente pro terror. uma coisa que o crumb faz muito bem é criticar a própria fanbase, apesar de fazer sucesso com hippies ele não sentia apego por eles, ele nao gostava dessas bandas de rock. tem uma frase célebre que diz que "hippies branquelos são só racistas acústicos" e acho q crumb via eles assim mesmo kkakakakaka em fritz the cat, tanto no filme e na hq, da pra ver ele zoando isso, brancos que pagam de desconstruído, esquerdomachos e afins, mas na verdade só são racistas querendo pagar de civilizados. apesar de ter feito a capa pro cheap thrills da Janis joplin, uma arte icônica, ele não era fã daquele som, o rock em si daquela época era feito a partir do blues negro de décadas atrás. é um album do caralho inclusive, queria uma camiseta dele? queria mas não me sinto confortável andando por aí com representações de black face. mesmo q fossem satiricas, elas ainda incomodam, elas estariam fora de contexto...e bem, é isso. ele poderia sim ter evitado muito dessas coisas
Esses quadrinhos não tinha nada de imaginação ! Ele fazia esses quadrinhos , conforme os acontecimentos ao redor . O barril mesmo ...tinha até corrida no rio , até cair na cachoeira.
Pessoalmente não me importo se algo é racista ou satírico em sua essência, afinal o que importa não é o conteúdo e sim quem o consome e principalmente como propagam a obra; mesmo a coisa mais racista possível que exista pode ser usada para entender os anseios da massa dominante, logo eu diria que o problema é só o que quem ler irá levar da obra.
Tem uma série chamada ATLÂNTIDA, na 4 temporada tem um EP bem interessante que fala sobre o prejuízo causado pela escravidão e as pessoas brancas pagando esse prejuízo, recomendo é bem interessante.
Pois é, acontecem que as pessoas sonham em alcançar um mundo super pacifico (e pra mim tá ótimo) só que esquecem das coisas grotescas que ainda existem ou existiram
Eu entendo e concordo. Isso só me faz acreditar mais ainda que NÃO deve haver censura em nenhum nível do que já foi produzido e sim as explicações para que isso não volte a acontecer e quando isso se traduz em sátira, que fique mais explicito e explicado nas republicações. Temos que trabalhar na conscientização (inclusive usando exemplos) e não na censura. Não da para apagar e nem concertar a história. Ela precisa ser mantida e revisitada. Não aprendemos apenas com as coisas certas. Eu diria mais. Que acabamos aprendendo mais com nossos próprios erros.
só o fato precisa de uma explicação sobre isso mostrar que a sociedade não vai evoluir. a partir do ponto que diz "racismo é errado e voce não deve fazer isso" já mostra que nunca seremos uma sociedade evoluída. um futuro real é que existir obra desse tipo sem der um aviso dizendo "olhar, isso aqui é errado não faça isso". algo tão obvio.
De tamanha escrotidão, é inimaginável que uma pessoa seja “ingênua”, tendo em vista o que fez, achar que as suas “obras” não vão chegar nas mãos de racistas, é como você mesmo disse, indossa o racismo dessas pessoas, e no fim das contas quem se fera são os negros, porque o branco que criou os quadrinhos diz que é apenas um “sátira” sem siquer pensar nas consequências que poderiam trazer. A sátira é destinada para quem já tem um conhecimento prévio do assunto ou quando se está muito explícito onde se quer chegar, o que não é o caso dessas “obras”, sendo uma revistas que poderia ser comprada por qualquer um o risco de estimular o racismo, ainda mais naquela época, era muuuuuuito grande. Isso me leva a acreditar que é mais uma contribuição para com o racismo do que uma forma de combatê-lo. Imagina as consequências que esses quadrinhos trouxeram para mulheres negras dos EUA.
Mas as pessoas racistas não vão mudar por isso, nem por militancia nem nada, o maximo quevaia contecer é que elas vão rir e pronto, tem pesspas que simplesmente agntn pode mudar e isso é uma dura realidade
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18:31 até hoje eu não entendia por que um coleguinha meu de escola foi apelidado de mula só por causa da cor de pele e só agora entendi, na época eu tinha menos de 10 anos ^^
Beyoncé está nessa categoria?
Estamos juntos...........
Unidos ..........
Gostaria que trouxesse Frauzio da Marcatti em vídeo
Tem gente que nem é negro e se considera sofrer racismo. 🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Tem um museu muito bom nos EUA, que vcs podem visitar virtualmente chamado Jim Crow Museum. Lá reúne todos esses conteúdos racistas dessa época: desde propagandas de produtos caseiros, até o cinema e animações. Lá nos EUA existia realmente uma indústria do racismo que movimentava milhões de dólares em cima da "ridicularização" dos negros. O que mais me impressionou é que chegaram até criar uma franquia de restaurantes de frango frito com um projeto gráfico 100% racista.
E o mais doido é que sem internet e a unica midia "rapida" sendo tv e rádio esses exemplos racistas se espalharam pra países que quase não tinham negros, exemplo é o Japão e a russia que por muito tempo retrataram negros com o esquema black face americano
eu vi um tik tok outro dia de uma mulher negra americana falando que seria bom liberarem as versões originais de filmes com black face, por que a maior surpresa dela é que ela viu muitos desses filmes, com as cenas de blackface removidas, e isso faz parecer que black face foi um detalhe na historia, não uma produção massiva que contava com artistas que até hoje são renomados
isso que a warner fez por exemplo, eu lembro de ver varios episodios racistas de loney tunes, que depois pararam de ser reproduzidos na tv, mas hojes esses episodios estão nos streaming, com um aviso de que esses obras refletem os valores da epoca e que isso não é algo aceitavel nos dias de hoje
O que o ódio e a ignorância não faturam nesse mundo!
@@devforfun5618seriam ótimo se disponibilizassem, censura do racismo que já foi pela entretenimento e arte não é conscientizar, é queima de arquivo, não há conscientização sem uma problemática para debater e discordar. São com censura que aparece muito adolescentezinho ignorante falando que racismo não existe
Claro que era frango frito, "isso é coisa de preto". Até hoje esse esteriótipo tá por lá
Em matéria de espalhar o racismo, o americano é o campeão nesse assunto. Eles não eram só racistas: eles se dedicavam a isso de forma integral e interrupta. Havia muita dedicação extrema em espalhar o racismo.
A diferença deles e dos nazistas e que não tinham força política pra exterminar os pretos do país, senão o teriam feito.
Exemplos?
@@otartaro1 ah não, ele tá pedindo exemplo ainda kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
não vale falar e sair correndo. tem que dá exemplos senão eu posso dizer que Brasil é o pais mais rico do mundo sem dá dados nenhum, apenas por achismo.
Poxa, as produções cinematográficas e a forma como o cinema atua até hj reproduzindo e perpetuando diversas formas de preconceito, não são um exemplo?
Acho que um dos maiores (e amargos) choques de realidade que já tive foi descobrir que a senhora no Tom e Jerry mais antigo não era dona da casa, como eu pensava quando criança, e sim uma mammy...
Sim.
Tbm achava que era a dona.
O que é uma mammy
@@victorbenetti4636 esteriótipo de "Mãezona dona de casa"/ "empregada doméstica" tipo a tia Anastácia do Sítio do Pica pau amarelo.
O QUE
Pois no meu headcanon ela é a dona da casa, lá nos EUA ela ser mammy é claro porque nenhuma mulher negra seria dona daquela casona. No Brasil a gente não tinha esse referencial porque a casa do Tom e Jerry é uma casona até pros padrões da classe média branca, e a patroa nunca aparecia.
Pessoalmente eu amo a mulher, o jeito como ela chama o Tom de Thomas, as músicas que ela cantava. É triste o background racista, mas eu tenho essa ligação sentimental. Então sei lá, como diria o Thiago Ora, eu gosto com uma mão na cintura e outra na consciência.
Estava falando exatamente sobre esse assunto na semana passada só não conhecia o termo "imagem de controle". "mammy" Essa imagem de controle está sendo usada no BBB 23. Uma mulher preta mais velha (aline wirley) está sendo chamada por 3 mulheres adultas brancas de "mammy". Ontem um dos participantes o "Alface" homem preto chamou a atenção da Aline wirley no jogo da discórdia. Questionou exatamente a anulação dela no jogo em prol de servir as 3 marmanjas.
A primeira vez que abri um gibi do Crumb na vida fiquei muito chocada com a representação que ele fazia de homens negros, mulheres negras e brancas. Apesar de admitir que esse vídeo tenha aprofundado o debate a respeito, confesso que ainda sinto muito incomodo perante essas representações feitas pelo Crumb. Não estou clamando pelo fim ou censura, mas realmente não curto essas obras.
Eu acredito que é um tipo de obra que a intenção do autor, na prática, não vale de nada, pois o impacto negativo que ela pode causar não deve compensar a discussão que deveria ocorrer.
Só n ler
@@gabrielpires2908 sabe que tenho curiosidade pela adaptação que ele fez de Genesis
E tudo bem né, ainda bem que se sente incomodada, afinal mesmo com a intenção de escrachar e criticar uma série de esteriótipos é justamente por isso que dói, pois há a representação de uma narrativa machista e/ou racista sobre uma mulher e sabendo de todo o sofrimento diante desses fatos, todas as camadas sofridas no cotidiano desde pequena, não há como passar isenta. E ainda bem que tu leu e teve a coragem de ler, pq é pesado mesmo.
Segunda coisa, genesis é muito foda. Terceira, o seu nome é o nome da minha ex e do amor da minha vida, "atual", juntos, até em ordem cronológica da minha vida jajaajaja Credo hahaha loucura.
Ultimamente venho pensado quando o crítico usa algo do que está criticando, e acaba ficando tão semelhante quanto aquilo que ele critica, e até que nível isso é perigoso.
É complicado por isso q crumb se distanciou dessa personagem que acho q foi uma escolha acertada
É quase que o mesmo fenômeno que houve com o primeiro "Tropa de Elite"
Simmm
É que na semiotica nao faz diferença se voce ta mostrando X mas quer dizer Y, ainda é o X que vai ficar na mente das pessoas, sao as imagens
Quando vc chegou no final da história, com a Angelfood virando branca eu lembrei logo de "Corra!". Acho que realmente o maior problema desse tipo de publicação é pessoas racistas respaldarem a sua opinião nisso. É muito difícil uma pessoa desse tipo ler esses quadrinhos e mudar/entender dessa forma, isso que me causa medo. Na vdd, sem a leitura correta, essa satira pode ter até o efeito contrário. Achei muito bacana a ideia e entendi logo de cara mas tudo isso pq eu sou negro. Duvido que um racista veria dessa forma e ainda corre o risco de tomar ações baseadas nisso. Exemplo, pessoas que cometem massacres/discriminação baseadas em publicações científicas que sequer eram racistas ou diminuíam o outro. Entendo que em partes isso problema do cara que leu mas a partir do momento que a pessoa pega esse tipo de conteúdo e respalda nele pra extrapolar seus pensamentos em cima dos outros vira um problema de toda a comunidade negra e meu tbm. Achei muito sensato da parte dele entender que isso poderia virar um problema e ter parado de publicar mas n tenho muito certeza sobre colocar esse trabalho para republicação ...
Concordo com vc em todos os pontos. E penso que também indo além desse nosso "intelectualismo", acho que temos que pensar em como algumas mulheres negras que talvez não possam ter essa análise se sentem quando vêem obras assim.
Exatamente isso que falei em um comentário acima, nos entendemos porque nós vivemos isso na pele, porém as pessoas que não o fazem e nem teriam como, como essa pessoas interpretariam isso? A ideia é bacana, mas eu achei a execução muito problemática e bem abaixo da média doq poderia ser
Segundo isso, então os filmes de terror não deveriam mais existir e os animes e mangas já estariam num limbo. O problema sempre será colocado no objeto e nunca em quem usa este objeto. Isso chama-se literatura! Muitos não estão prontos para consumir livros etc. Mas proibir e censurar? Não é certo. É burrice mesmo.
@@BFDIFAN-z2f Hum é bem diferente. Há inumeros mangás e filmes que se propõem a criticar e fazem uma boa crítica e não quase uma apologia. E outra nem todas as obras se propoem a fazer crítica, então não entendo seu ponto delas pararem de existir. Obras não são apenas coisas separadas da realidade, elas a afetam. E nem estamos falando de censura aqui, estamos falando se essa crítica traz ou não efetivamente algo bom.
Acho que só reforça o preconceito de quem só quer um pretexto.
Vale assistir o vídeo do Ora Thiago sobre estética fascista, porque ele discute muito bem essa dualidade entre responsabilidade do leitor e do artista. E, de uma certa forma, eu concordo com ele: não dá pra colocar a "má interpretação" toda na conta do leitor. Se uma obra tá fazendo uma crítica, como for, ela tem que estar clara.
Por isso que acho essa visão do Linck sobre a importância de textos de apoio nas obras pra ajudar quem as consome, especialmente obras que já tem um certo tempo e já foram estudadas por diversas pessoas
Concordo Stéphanie , seu ponto é fundamental. Pessoalmente, sinto mais asco quanto mais estereotipadas são as representações; mas nem todo mundo vai interpretar assim. Essas representações na mão de fascista e racista são um verdadeiro deleite. Nisso, a gente ta acompanhando aqui a leitura do Linck e algumas imagens das histórias (e o Linck nem disse onde podemos encontrar o material pra ser lido, logo não estamos contando com o material original para analisarmos). Para se analisar esse tipo de obra, fazer uma leitura como o Linck fez, requer uma bagagem histórica e cultural (que o estadunidense médio não tem; provavelmente o Crumb entendeu isso e parou de produzir histórias com a personagem) por isso é necessário que, como vc comentou, que a crítica esteja explícita na obra; para não gerar controvérsias como as que o Crumb geralmente está associado. Um exemplo nacional disso é o Tropa de Elite, o diretor fez um filme pra criticar o fascismo na instituição policial, exagerando-o durante o longa, mas a crítica não estava explícita(o brasileiro médio amou o Carlos Nascimento). Logo, como ja vi em várias análises, se uma obra que exagera o fascismo sem deixar clara a crítica acaba se tornando uma obra de cunho fascista, isso também cabe pros quadrinhos do Crumb.
Pois é, é aquilo de que se quase todo mundo entende errado a mensagem, a culpa é de quem entendeu errado ou de como a mensagem foi feita?
@@MrCaiovilla Pra isso estuda-se literatura. Materiais de apoio existem basta usa-los.
Eu posso estar bem errada ou simplesmente não ter o refinamento necessário pra aproveitar o conteúdo. Mas sinceramente? Não é preciso "escancarar" o modo como os brancos olham (ainda hoje) pra nós. A gente sabe. E eu sei tanto que quando alguém me elogia, eu não me sinto feliz. Eu acabo com nojo e vergonha de mim mesma por ser assim. Esse tipo de material infelizmente diverte racistas pq retrata negros caricatos e desumanizados, coisas que eles adoram. E o pior é quando dizem que tem que ter um "olhar apurado" pra entender a tal crítica. Me lembra aquele conto "A roupa nova do Imperador" onde o rei está nu,mas ninguém tem coragem de dizer pq afinal, era uma roupa que só os "inteligentes" poderiam ver...
O material é bem antigo e tendo em vista o ambiente/publico ele faz sentido. No entanto acho essa coisa de "olhar apurado" para compreender é um tanto exagerado. A meu ver, qualquer um com um minino de cultura ( e não racista) compreende, mesmo sem captar as nuances advindas da sociedade estadunidense. Hoje qualquer obra que pareça um tanto "sem sentido" já me desperta curiosidade sobre uma possivel mensagem que eu não tenha captado. Concordo com você que tal material pode ser prato cheio pra racista, até porque eles são, na maioria, gente culturalmente pobre, na verdade completos imbecis. Gente que pede "intervenção militar", nega o holocausto, etc. Bem, você sabe. No entanto eu acho valido discutir esses materiais. Esse video mesmo me fez conhecer muito mais sobre o racismo na cultura americana e aprenti sobre "imagem de controle". O que eu acharia inaceitável é se uma obra assim fosse criada hoje, num ambiente totalmente diferente e onde a forma de tratar essas questões mudou e se tornou muito mais aberta.
Por um lado, concordo com a posição do canal que não deve haver censura sobre obras artísticas, desde que, quando necessário elas sejam contextualizadas, mas, acho que você está certa em vários pontos, pois, publicar algo que só vai ter efeito positivo dentro de uma bolha específica e que vai incentivar um comportamento criminoso fora dela é muito complicado e dificilmente trará algo de bom no panorama geral.
Mesmo que um racista veja isso e ache a representação do personagem ridícula, ou o que for, por exagerar no estereótipo, não vai mudar em nada a visão dele, por exemplo, conheço um homem machista, que acha ridículo qualquer tipo de conteúdo redpill, diz que eles não gostam de mulher, etc, mas, quando ele soube que uma familiar dele iria a uma festa em um local afastado da cidade, em que já houve um caso de estupro próximo de lá, por ela defender que as pessoas sejam processadas antes de serem condenadas, ele comentou que se acontecesse com ela não teria problema, por que para ela os estupradores seriam vítimas da sociedade, claro que não se trata de machismo puro, mas, é um caso que mostra que mesmo que ideias já implantadas dificilmente mudam, e se acontece é porque a pessoa reconheceu que estava errada e se esforçou para mudar.
Por isso, acho que obras desse tipo, sem uma explicação bem clara acompanhando o material, para realmente servir de panfleto para a causa antirracista, ou a que se aplicar ao caso, é algo perigoso, pois, não se sabe como ou por quem será usada, ainda mais hoje em dia, quando qualquer coisa é compartilhada muito facilmente, e como eu disse, mesmo quando o racista, o machista ou seja qual for o preconceito, acha o material exagerado, e que não sirva para apoiar a "causa" dele, não vai fazer ele aprender nada.
Enquanto preconceito continuar sendo ensinado, vai ser muito difícil publicar qualquer sátira deste tipo sem que cause muito mais mal do que bem.
é bem complicado mesmo.... é que nem fazer um quadrinho do bozo, dizendo que foi um ótimo presidente e salvou o brasil, quantas pessoas vão entender que é sátira, e quantas vão entender que é piada? no fim fica a dúvida: é necessário?
Você tem razão may, inclusive tambem comentei algo neste sentido
Eu pensei a mesma coisa. Acredito ser um conteúdo que agrada só branco mesmo, porque pra mim não desce
Essas histórias da ANGELFOOD sinceramente é o tipo de sátira mais pobre que consigo pensar. Ela não subverte nenhum dos estereótipos que ela tem a intenção de criticar (no caso da ultima história ele até que ele consegue fazer isso parcialmente, a parte da música é uma boa sacada) qualquer idiota conseguiria fazer um quadrinho desse. A questão do exagero é meio engraçado, porque se você amenizar um pouco o aspecto sexual, era representação até bem padrão parece um absurdo mais pela nossa sensibilidade atual do que qualquer outra coisa.
A sátira antirracista feita por pessoas brancas sempre me parece cai em dois problemas: ou ela é limpinha e artificial, porque o autor tem tanto medo de magoar os negros que ele se reprime, ou ela é tão racista que autor tem que avisar previamente que ele não é racista, pois nada no texto indica o contrário.
Pois é.
Perfeita colocação
Falou muito e não disse nada. E muito facil julgar como pobre a obra HOJE, dificil e enxergar ela em retrospecto. Além disso parece que você está procurando militância ou crítica aberta no que é uma sátira. Vi pessoas pretas reclamando o mesmo sobre os textos de Machado de Assis, nesse caso de ele não escrever abertamente contra o racismo (o que é uma grande mentira). Vale lembrar que o objetivo quase sempre é se comunicar/levar uma mensagem para brancos, não gerar uma mensagem que caia no gosto cristico de pessoas pretas ou mesmo mudar o mundo. Aliás, esse ambiente e publico para o qual a obra é direcionada conta muito. Alem disso, quem foi que disse que o cara desenhou isso achando que estava sendo muito inteligente e revolucionário? Será que o próprio não via tais histórias como simples e óbvias?
@@gatofatal4170 é quase como se a gente existisse hoje e não na época de publicação original desse material, que coisa 👀
@@gatofatal4170 ?? mas vc acabou não dizendo absolutamente nada também....
o que tirei do comentário que vc respondeu é só que a obra foi de mau gosto gosto, por ser uma sátira que acaba perpetuando estereótipos raciais de forma grosseira. você discorda ou concorda com isso, ainda que deva ser levado em consideração contexto/público alvo/intenção do artista? e por quê?
e o que pessoas negras reclamando de machado de assis tem a ver com essa obra em questão? seu comentário ficou todo bastante confuso
uma obra pode ter aspectos positivos, que podem ser levados em consideração, e ainda receber críticas pertinentes... você só parece irritado com a ideia de que uma sátira agradou a você, e não a outras pessoas. será que você está certo, e essas pessoas estão erradas, com tanta certeza assim? há diversos tons de cinza a ser explorados nessa discussão. da mesma forma como as pessoas se fecham para sátiras de forma precipitada, é justo que vc considere que é possível que uma sátira erre em alguns pontos
Confesso q msm esse quadrinho criticando o racismo, ele me incomoda muito ao usar blackface. Acho q tem maneiras mais interessantes de criticar o racismo sem ter q utilizar esses elementos q desumanizam as pessoas negras
Também
Mas a intenção é essa! Não é algo que é pra ficar "bonitinho", o cara queria que seja grotesco mesmo e que cause desconforto
O filme Bamboozled, de Spike Lee vai trabalhar numa chave parecida essa questão de estereótipos e caricaturas da imagem negra na cultura americana na virada do milênio.
O comentário q eu tava procurando!! Achei até que ele fosse citar pq é basicamente a mesma coisa(no sentido de pegar o estereótipo racista e dobrar a aposta)só que feita por um roteirista negro fictício no filme de um diretor e roteirista negro real. Daria um contraponto interessante sobre a questão ética da sátira no caso da negritude norte-americana.
Meu "olhar opositor" (bell hooks) me impede de achar que esse tipo de obra seja pura sátira. Ele lucrou reproduzindo imagens de controle, esse é o modus operandi, ok.
Não tem essa de "se cair em mãos erradas", depois que a gente solta a obra ela já não nos pertence, então, independente da intenção, fez um ótimo trabalho pra branquitude.
Autoras/es negros como Stuart Hall , bell hooks e a própria Collins (e pessoas no áudio visual) vão fazer trabalhos belíssimos no campo da crítica cultural justamente porque a reprodução dessas imagens é extremamente ofensiva e seu uso deve, necessariamente, estar em contextos específicos.
concordo totalmente, inclusive adiciono, essa interpretação desconsidera que o problema não é o RACISTA e sim o RACISMO na sociedade, o recorte do "hippie" quer dizer muito pouco, no fim a risada que fica é sobre a Angelfood, e as pessoas que ela representa. O artista ainda faz uso do mesmo artifício que, em parte, critica, o black face, pode ser lido como crítica, eu que sou preto, considero uma crítica torta
Concordo com você, Jessica. Deixo aqui duas recomendações pro Linck caso ele não tenha lido/visto: O livro 'Olhares negros: raça e representação', da bell hooks. E os dois documentários (eles se completam) do Marlon Riggs, chamados Ethnic Notions e Color Adjustment.
Exato, esse papo de "aí, era uma sátira, pra mostrar como essa sociedade era racista" mas fazia toda uma história extremamente racista apenas para causar riso, vc tem que ir bem fundo pra tirar essa história de crítica ao racismo. E outra, hippie no fundo mesmo ainda é racista, só ver essa história da Aurora pro exemplo
@@PobreeCansado uai mano, se o cara não for letrado e aprendido a vida Inteira a se enxergar de forma racista ele vai ter essa visão mesmo
É o ditado: "de boas intenções o inferno está cheio".
Por mais que tenha toda essa questão de censura do bem e etc, essa obra em específico é um verdadeiro campo minado, isso podendo ir considerando que o autor queria fazer uma crítica, mas a mira dele de todo não acertou o tiro. Por ser uma colocada do pensamento racista de maneira mais extrema, acaba sendo pior do que as obras criadas no intuito racista como um Tom e Jerry da vida.
Opino que o Crumb deveria ter tido um certo controle da obra ou a feito de modo que não precisasse se retratar posteriormente. O movimento hippie morreu rapidamente e pelo menos essa HQ não ficou no ar por tanto tempo, caso contrário, só geraria ainda mais incômodo, pelo menos ele parou antes de ficar pior...
Acho que a intenção de fazer uma obra anti racista não te impede de fazer uma obra racista. A única coisa que eu senti foi o autor pensando "olha como eu vou zoar os racistas... escrevendo uma história igualzinha a que eles escrevem". Enfim, não avança nada na discussão e reproduz um catatau de ofensas a mulher negra. Não comprei essa HQ.
Eu acho que diante da época, se ele fizesse algo do tipo mais rádical criticando racismo, não ia sair nem da cabeça dele, e pra falar a verdade, ele iria para a lista negativa e nada que ele fizesse seria publicado. Eu acredito que ele fazia isso meio que pra burlar
Pera, é sério que estou realmente lendo alguém falando que, um indivíduo fazia histórias em quadrinhos claramente racistas, como uma "forma de criticar o racismo"? Só pode ser brincadeira isto
Isso é sobre a capacidade cognitiva, uns vão sempre enxergar o que querem enxergar e nada mais
É muito bizarra essas tentativas de humor negro antirracista que consistem em satirar o racismo: O racismo já é uma sátira de pessoas reais, não tem como você parodiar isso sem inevitavelmente contribuir.
Se eu faço uma paródia do Zorra Total, o resultado é mais Zorra Total.
É mesma coisa que alguém espancar um cadeirante, e dizer que a intenção, foi chamar a atenção da sociedade para combater a violência
Mesmo que a intenção dele seja satirizar o pensamento racista, a impressão que ficou é: "me tirou o racismo, me deixando apenas o racismo".
Me parece o típico caso do branco que quer ser progressista mas continua reafirmando os estereótipos. Não compro a ideia não. Se a gente critica filmes que falam ativamente contra racismo de forma explícita mas mantêm o estereótipo do salvador branco, não vai ser esse tipo de "sátira" aí que a gente vai engolir.
A questão mesmo é a gente lembrar da época que é, na sinceridade, tu acha mesmo que diante daquela época ele fizesse algo do jeito correto exaltando os negros, isso iria sair ser publicado? Ele tinha que de alguma forma burlar o que os racistas achavam de engraçado,.
@@OniKamii Cara, a Angelfood McSpades apareceu pela primeira vez em 67. Pantera Negra surgiu nos quadrinhos do Quarteto Fantástico um ano antes, em 66. Era ligeiramente estereotipado e era mais um anti-herói do que um herói, mas era, dada a época, uma representação positiva. E ele era LITERALMENTE nomeado em homenagem a um partido político controverso na época.
Além disso, mesmo antes já existiam quadrinhos feitos por pessoas negras que eram desenhados fugindo dessa estereotipação, a All-Negro Comics por exemplo surgiu no meio dos anos 40. Nos anos 50 (56 pra ser mais exato), a censura americana TENTOU censurar personagens negros positivos nos quadrinhos e NÃO CONSEGUIU.
Também em 65/66 série de quadrinhos de faroeste Chilsom Kid lançou duas edições solo pra um herói negro chamado Lobo.
Antes de Pantera Negra, a Marvel, quando ainda era Atlas Comics nos anos 50, tb já tinha um personagem africano que não era super estereotipado e era um grande lider tribal, o Waku, principe dos Bantu.
Eu sei que tem mais exemplos, mas acho que já fiz meu ponto de que não sei se a época era uma boa desculpa não.
@@eouveluz entendo, faz sentido, então na sua opinião este tipo de crítica da esteriótipo ao extremo não é bom a se fazer? Tem muitos filmes de comédias e outras coisa que fazem isso... Então são errados em si? Um recente mesmo que teve é o esteriótipo da série da Velma do Fred riquinho babaca, Velma nerd chata, daphne patricinha...etc
@@eouveluz larga de ser fresco mano. Tá chorando agr até por desenho que não existe
Acho que um dos melhores vídeos sobre Sátiras que eu vi foi o Lindsey Ellis, and the Ethics of Satire, fala bem porque algumas sátiras não funcionam, o autor poderia até ter uma intenção de fazer uma sátira, mas na minha opinião falhou totalmente.
Sdd lindsay
Caso as "explicações" de Crumb sejam "sinceras" há certo entendimento de nossa parte. Mas sempre penso que a pergunta para esse tipo de "sátira" seria: ajuda a combater ou diminuir um pouco o racismo?
Sim, para ele, eu e você a crítica é mais explícita. Mas a linha entre isso e dar conteúdo para propagar racismo é quase nenhuma...se não fosse apelo do autor se explicando isso já pode ser classificado como meta-ironia, e é extremamente perigoso hj em dia.
É aquela coisa, se você age como nazi, fala como nazi, em nome de uma suposta crítica ao nazismo, chega um ponto que não há diferença.
A obra é válida como arte. É n nao é um documento " de época " . Seria se fosse racista inadvertidamente ou propositalmente. Mas não é. Poderia ser escrita hj.
@@Chirashin eu discordo que dê conteúdo aos racistas. É uma caricatura. Uma sátira. A melhor maneira de atacar algo é expo lo ao ridículo de modo eficaz.
@@Chirashin caso não combata ou diminua passa a ser apenas mais uma "coisinha engraçadinha" de pseudo-intelectuais-artistas. Há temas nos quais não há mais nada, ou nunca houve, de engraçado. Mesmo que se utilize para refletir, mas...refletir? Mal comparando é como aqueles mangás horríveis com estupro e demais violências contra crianças ou mulheres ou qualquer pessoa que os "pseudos" adoram "trazer para a crítica reflexiva". Daí usam um ou outro filosofozinho de botequim e ajudam a distribuir merda em quadrinhos e jogam a culpa nos progressistas (que também são outra merda kkkkkkk)
Não acredito que obras tão "intelectualizadas" assim ajudem a diminuir não, é mais fácil a crítica passar voando por cima da cabeça de um racista do que ele ter uma análise sobre. E os que não forem racistas vão instrumentalizar essa crítica contra os que são, ou isso vai ser só mais um quadrinho intelectual underground q a pessoa vai ler, vai falar "nss genial" e vai passar para o próximo? Não acho q crie alguma diferença efetiva. Além de que para muitas mulheres negras isso vai ser MAIS uma obra na qual elas são ridicularizadas e fetichizadas (mesmo q isso não seja um intuito). Acho pedir um pouco demais de alguém tão fragilizado pelo racismo ainda ter que dar uma chance pra obras assim. E caso elas se sintam ofendidas ainda vai ter um sabichão falando "vc não entendeu a crítica genial do autor 😤". Gosto mt de quadrinhos assim, mas saindo fora da bolha da minha cabeça a realidade é essa.
O seu outro video foi muito claro para mim, realmente censurar essas obras é uma forma de varrer para debaixo do tapete os problemas, para grandes empresas serve de queima de arquivo e para sociedade em geral é uma forma de fingir não ser o que ela sempre foi - "olha só nossa sociedade não tolera racismo, nós até banimos tudo que possa ser minimamente racista", mas no dia a dia o racismo come solto. Em parte eu vejo esse movimento de "Higienização" da cultura como os EUA e a Europa entrando no mesmo cinismo que temos aqui no brasil, uma sociedade cinica que nega o racismo, que diz combate-lo, que diz ser um paraiso da miscigenação e uma democracia racial, enquanto na vida real é racista para um krl, com um brutal racismo que nunca é combatido justamente por que sua propria existência é dúbia.
Infelizmente essa linha de pensamento tem ganhado força. Bem vindo de volta aos anos 50
Excelente vídeo! O Porta dos Fundos fez algumas esquetes com essa estratégia, invertendo o ponto de vista do racismo, da xenofobia.. Os vídeos "Escritor branco" e "Sudestinos" são bons exemplos.
Eu acho sempre muito curioso quem bota a mão e o pé no fogo para afirmar que não é racista assim como Crumb fez. É uma convicção muito séria e que diz muito mais sobre a pessoa doq parece. Fico imaginando como essas pessoas conseguem se descolar completamente a sociedade em que vivem ao ponto de entender que elas não praticam racismo sob nenhum povo ou etnia em nenhum hipótese para ganhar esse medalhinha de não ser racista. rs
Medalhinha dada por antiracistaskkkk,que mundo hipócrita, quem será que confere a medalhinha anti racista aos mesmos?
Parabéns pelo trabalho, exige coragem fazer vídeo sobre esse material indo contra o algoritmo do UA-cam 👏
O comentário feito no embranquecimento de McSpade me lembrou muito o monólogo do pescador no primeiro episódio da terceira temporada de Atlanta.
muito bom. o Crumb consegue realmente produzir no leitor uma necessidade de análise, tipo "o que foi isso que eu vi", "por que ele fez isso desse jeito". sobre a "imagem de controle", me fez pensar o fato de eu já saber que seria a fantástica Pam Grier o exemplo a ser mostrado antes de ela aparecer... valeu!
Gostei muito do vídeo. Foi bom você comentar dos estereótipos racistas, a propósito a pronúncia é "Uíni" (Winnie) Bueno.
Embora na arte tudo seja possível, nem tudo é aceiitável (e com razão).
Dá pra entender melhor essa crítica do Crumb pensando da seguinte maneira:
Um artista particularmente racista (que sabe que isso é errado) vai procurar usar seu discurso de forma mais implícita na sua obra.
Um segundo artista, dessa vez abertamente racista, vai procurar expor mais suas opiniões.
Então... O Crumb vai além desse segundo, ele extrapola o esteriótipos (que numa primeira olhada pode parecer muito de mal gosto) mas que por estar tão evidente e tão sem pudor revela o lado crítico que ele quer passar.
O próprio Crumb já disse que essas impressões preconceituosas estão dentro dele e são muito fortes (não é algo particular “dele” como o Link disse no vídeo, mas de toda a classe branca que lá no fundo é também preconceituosa em algum nível).
O famoso "saca só as coisas doentias q estão impregnadas em minha mente e no imaginário social, são ideias horriveis né? Então para de replica-las!"
Entendo que mais que querer pagar de anti-racista, ele tá fazendo justamente esse movimento de expor o próprio racismo e como ele se constrói socialmente na mente da branquitude
Quero mais vídeo sobre Crumb! Que tal falar sobre Mr. Natural e Snoid?
Adoro esse canal, a maioria dos canais de quadrinhos só falam de dc e Marvel mas esse explora mto mais a arte das hqs
Vi um paralelo dessas obras do Crumb com o excelente filme "Não sou um homem fácil", onde um homem sofre um acidente e acorda num mundo onde os homens é que são tratados como objetos. É maravilhoso para mostrar o quão ridículo é o sistema machista/patriarcal.
Eu assisti este filme achando que era um água com açúcar, mas me tocou de uma maneira, saí tonta. Realmente passei a entender o ponto de vista que alguns grupos tanto tentam chamar a atenção!
Eu só fui feliz na minha vida quando fui sustentado pelos meus pais. Sentia a sensação de vida sobrando. Quando cresci sem perceber estava tentando sustentar minha esposa e a mim mesmo, sempre com escassez. Então senti a falta de vida. Será que seria engraçado um filme em um mundo que os homens fossem sustentados pelas mulheres e não fossem chamados de vagabundos. Em vez disso, seria uma desonra se as mulheres não dessem conta de sustentar seus homens?
@@danieltecladistadorock5450 Se você acha que machismo é só mulher sendo obrigada a ser sustentada por um homem, então você não sabe o que é machismo. Recomendo estudar sobre (não estou sendo sarcástica, recomendo mesmo)
@@niiko_s obrigado pela dica, mas não acho que machismo é isso.
linck fala do miracleman,uma história ideal para o canal ,outra sobre os novos deuses e sua mitologia e falar mais sobre quadrinhos e a cultura furry e como essa subcultura é mais tolerante com minorias do que os nerds,otakus e gamers.excelente video,sou seu fã e espero que chegue ao um milhão de inscritos .XOXO.
Ugh furry sério cara.
@@haltierys.rangel8519 os furries ão mais tolerantes que muito nerd,otaku e gamer e são a subcultura \tribo com mais minorias e eles as respeitam.
P mim esse respeito se deve à faixa etária. A nova geração tem seus defeitos, mas é menos preconceituosa.
@@adolfolobosco179 cultura furry surgiu na década de 80 mano
Quando um esteriótipo é feito pra criticar o racismo ele n é racista... A exemplo de uma personagem que exibe o abuso a mulheres negras em algum período da história brasileira ( e a personagem fosse esteriótipada) ela seria fundamental pra retratar o problema da melhor forma. Mas claro que poderia ser mal compreendido...
mano eu acho o seriado Atlanta GENIAL pra abordar e criticar o racismo e as relações raciais que ele manifesta na sociedade. acho muito foda! sei que não é a onda do canal, mas fica de indicação pra curtir.
Quando você fala que é o leitor que decide, eu me sinto melhor sobre todas as histórias da Heavy Metal que eu lia e interpretava do jeito que eu quisesse kkkkk
Acho que posso pensar que o autor cresceu em um tempo e em uma sociedade diferente da minha. Posso dizer que pensar na Angel como sátira não foi a primeira coisa que pensei quando li, mas dá pra notar que realmente vai do jeito que cada um faz a leitura justamente por isso (pra mim uma obra racista, pra alguns uma sátira).
Gosto do jeito do autor de se posicionar sobre o assunto e acredito que seria bom ter as obras sem censura e com explicações, até porque este quadrinho não é pra crianças.
Nietzsche e Karl Marx estão aí pra provar que o jeito como se lê é o que produz pretexto pra pensamentos controversos.
A primeira vez que conheci o termo “black face” foi quando assisti o filme do King Kong vs Godzilla, o original japonês.
Depois de toda essa descrição sobre a personagem e sobre a maneira que ela é representada, me lembra muito a Cardi B, Nick Minaj e até algumas personalidades do funk nessa imagem do que foi dito sobre a imagem da Jesebel numa questão de crítica delas
Excelênte conteúdo Linck!!!! 🥳
Também acho que deve haver o debate. Nada de apagar o passado de um rascista como se nunca tivessem criado esse tipo de obra.
Sugiro, se possível, fazer um mesmo conteúdo com a temática "Isso é fascismo?", até!
Onde foi parar o meu comentário?
Não tem jeito, o r@cism0 sempre vai existir.
Lutemos, não é fácil derrota-lo!
Por que querer derrotar algo natural?
@@erudicaocronica Nunca que é natural.
É pura ignorância, prec0nc3ito.
@@erudicaocronica Homem só fala m3rd@ mesmo, hein?
Vou nem perder meu tempo com você!
B@b@c*
@@erudicaocronica perai, tava vendo seu canal aqui...
Você é n3gr0 e defende r@cism0? kkkkkkkkk
@@erudicaocronica o ser humano é ruim mesmo Mas nem por isso devemos aceitar certas coisas na sociedade.
Por décadas o Crumb foi meu quadrinista favorito, entendo o distaciamento dele em todas as críticas mas também vejo que a sátira dele deprecia tanto que reduz a crítica ao vexame... algumas mulheres que conheci se sentiam diminuídas pelas representações dele e isso acabou me afastando da arte dele também.
Eu adoro o trabalho do Crumb e minha leitura sempre foi a de que ele estava satirizando o racismo, tipo tirando um sarro dos racistas. Em todo caso, não conheço nem nunca conheci um racista convicto/declarado que goste ou que tenha lido Crumb.
O rapper MFDomm no início de carreira, quando fazia parte do grupo musical KMD utilizava caricaturas de Black face nas suas pichações e em capas de álbuns. Ele usou do preconceito jogado nele com a ideia de expor de forma crua os esteriotipos que caem em cima de pessoas negras, principalmente nas letras. Esse tipo de representação é importante
@Stephanie Rachel continuamos a incentivar e a estudar e damos o nosso melhor da forma que pudermos no caso temos esse canal do QNS que podemos compartilhar também hahahah
Rapaz entendo o argumento, total, na boa…mas dessa vez linck eu pessoalmente discordo da leitura de não ser algo de fato racista, tem como defender não viu kkk
Robert crumb continua sendo grande, mas que a personagem e problemática pra dizer o mínimo e indefensável mesmo não sendo racista que acho difícil, e no mínimo m machista pra cacete. Mesm entre os supostos hippies do anos 70.
Só passando aqui pra agradecer pelo conteúdo incrível que você e sua equipe tem na produção dos vídeos, obrigado pelo conhecimento. Sonho enorme de ver você e Rita von Hunty numa conversa.
Incrível como todo comportamento atual tem um reflexo do que foi feito no passado.
Muito perigoso isso de chamar de sátira qualquer conteúdo que tenta usar esteriótipos raciais. Pra quem sofre a violência racial usar desse recurso é uma linha muito tênue entre causar mais uma violência desse tipo e tentar fazer uma suposta crítica. Censurar discordo, mas o melhor é que esse tipo de conteúdo venha acompanhado de comentários e observações bem explícitos. Hoje ainda estamos colhendo consequências da omissão de casos racistas e antidemocráticos
Isso é literatura amigo! Se a pessoa não entende o q ler ela precisa estudar mais.
FODA-SE
Vendo a época em que foi lançado, não acho que você vá encontrar literatura toda desconstruída quanto as de atualmente sobre determinados assuntos como esse ou personagens pretos sem serem esteriotipados.
@@BFDIFAN-z2f pode ter literatura usada para o mal como o livro de hitl3r "minha luta"
Bem pontuado, deveríamos queimar os livros que sejam assim!
Critcar o racismo sendo racista é perigoso e nao surte o efeito desejado. No maximo alcanaca alguns esclarecidos e só.
Sobre imagem de controle eu acho que vale a pena um vídeo do Picollo do Dragon Ball. Muitas pessoas negras falam na internet de que achavam que o personagem fosse negro (mesmo tendo a pele verde ). Eu acho que isso acontece por causa dos "esteriótipos" que Hollywood fez com personagens negros e alguns estão presente no Picollo
isso dai é 100% puramente coisa de americano, porque a cultura inteira deles envolve na volta da cor de alguem, eu duvidoq tenha 1 brasileiro que cresceu achando a o Picollo fosse negro, em si oq tu ta falando sobre é o "Black coding" que são personagens feitos para terem caracteristicas de negros( negros dos EUA no caso), tipo Corvos em desenhos antigos
O conceito de imagem de controle é bem interessante e resolve um problema que surge diante especialmente de uma produção artística feita por brancos, lidando diretamente com elementos racistas, mas que preserva uma essência crítica e não alinhada à ideologia racista imediata (como é o caso apresentado, de R. Crumb). Me parece que ela se torna útil para analisar autores como Joseph Conrad ou Rudyard Kipling, homens brancos no centro de seu império colonial, mas que eram críticos a respeito desse império colonial. Pois a literatura produzida por esses autores, se possui momentos bastante problemáticos, em outras ocasiões mostra um aspecto crítico de dentro do próprio sistema opressivo, e o acesso a esse tipo de crítica é essencial para a compreensão dos próprios mecanismos repressivos mais profundos e essenciais.
Olha, eu tenho bastante dificuldade pra "ler nas entrelinhas" ou compreender sarcasmo, ironia, etc. Até por isso mesmo venho pra internet atrás de críticas e resumos comentados pra pegar o que não fui capaz de ver. Não fosse alguém me explicando a mensagem e os detalhes da provocação proposta pelo artista, essa obra certamente eu faria ataques escandalosos sobre a sua baixeza e vilania. Obrigado por explicar.
Isso foi uma ironia? Kkkkkkkk
Porque, se for... Foi bem pensado
11:18 Lembrou muito o final d'O Cortiço.
Acabei de conhecer o canal. Já sou fã. Desconhecia esse HQ. Chocada s.q.n, quanto educadora, penso que pode ser uma ferramenta para discussão.
Sou branca e vim de família bem racista então pra mim não vejo essa obra como muito importante pois eu cresci com várias parecidas com essa e não vejo ela mudando a opinião de nenhum racista só fortalecendo, e concordo que esse tipo de obra tem que ter textos explicando não podem ser jogados assim do nada e esperar que pessoas vão pegar a sátira quando vivemos num mundo que muito raramente as pessoas entendem elas e que piorou muito na atualidade pois tudo é só consumir e o mais rápido possível, a pessoa vê uma temporada em um dia, aí não tem discussão sobre a obra em si só se foi legal ou ruim.
E também lembrar que infelizmente muita gente não tem capacidade de entender subtexto, não por serem burras mas por serem pessoas cansadas e com pouco tempo de lazer ai você acha que ela vai fazer uma dissecação do que tá vendo e não só captar o superficial? Olha o que aconteceu com Robocop e com Tropa de Elite, isso sem contar que estamos passando por uma onda muito forte de anti-intelectualização ao ponto que temos pessoas falando que filme/séries de guerra não pode falar de política senão é lacração e até Wolfenstein foi taxado de lacração por você poder matar nazista.
o jay-z explora um pouco essa discussão no clipe the story of oj, da uma olhada, linck
tem um episodio no homem do castelo alto em que eles fazem tipo um black mirror muito parecido com essa historia sobre dominação descrita pelo crumb!
Pode informar qual episodio?
@@iraninonato3452 especificar eu já não consigo, porque faz tempo que eu assisti e maratonei um atrás do outro na epoca! XD
mas, salvo engano, deve ser na terceira temporada depois que capturam o homem do castelo e o obrigam a fazer paródias de suas previsões.
@@nivaldowesley666 obrigado, vou achar
valeu pelo vídeo. mas assumo que é pesado.... foi difícil começar, mas sua contextualização e crítica abre muitas coisas para o debate. Genial
Acredito que é possível identificar a sátira, absurdo e critica a sociedade norte-americana racista, mas não consigo não observar que Crumb também é fruto dessa sociedade e reproduzia ela. Todo o caminho que ele faz com a personagem é complicado pra fazer a crítica em poucas frases. Sem contar a mensagem não alcança todos, tanto o é que o Crumb não produziu mais nada da personagem. Acredito que no fundo ele possa ter percebido que produziu um estrago
Depois de ver o video do Ora Thiago sobre "criticas tão sutis que parecem apologia", como o caso do capitão Nascimento, Homelander e outros, algumas coisas começam a fazer sentido. Mas realmente fica clara a sátira desse autor diante de tanto absurdo exagerado nas histórias
Não acho que fica clara quando pensamos na época que ele foi lançado
Um homelander é muito mais claro como sátira do que a sátira do video, principalmente do pensamento da época
Seria o equivalente a no período da ditatura fizessem uma HQ retratando um comunista como um cara que quer dominar o Brasil, cometer golpe, tirar todos os pertences da classe média, matar criança. Não seria uma sátira, apenas reafirmaria o pensamento da época
Acho q da pra levar essas tirinhas como sátiras ao racismo, mas isso parece tão difícil né, eu só comecei a levar por esse lado quando me foi apresentado no vídeo, então deve ser como tu disse mesmo vai dá leitura de cada um
Gostei. Traga mais vídeos falando sobre Crumb e suas obras, por favor.
Na hora onde situações parecidas com a história (mas com raças invertidas) começaram à ser ilustradas, deu pra perceber que era sátira.
Faz um video mostrando como uma obra pode ser lida de maneiras diferentes linck.. Como um racista leria esse gibi ai? Ler de um ponto de vista racista seria ler "errado" a obra? Pq como vc me ensinou nao importa oq o autor quis dizer com aquela obra e sim oq ela de fato fala por sim msm sla
Em Angola durante o tráfico de escravos era muito comum que comerciantes se casassem com mulheres africanas. Quando esses homens morriam e essas mulheres ficavam viúvas, muitas vezes herdavam desse homem além da fortuna, o negócio de escravos; passavam a se chamar "Donas". Mas o que isso tem a ver com o vídeo? Automaticamente essas mulheres ganhavam o título de brancas nas documentações portuguesas da época. Isso também acontecia em outros lugares, a cor mudava de acordo com o poder aquisitivo e nível "civilizatório".
Vídeo sensacional, ótimas críticas e pontuações de assuntos bem abrangentes, mais um debate sobre o mundo usando quadrinhos 👏🏻
13:58 Já li uma página desse quadrinho enquanto estava folheando gibi em uma livraria, eu mesmo nunca consegui pensar esse quadrinho como algo racista, mas sendo claramente um sátira a ao mesmo. Isso prova como a visão de um história depende muito de que a lé!
Conheci o Crumb através do personagem Fritz, the Cat, que além de ser um personagem de quadrinhos, também estreou uma polêmica animação adulta em 1972. Depois disso eu fiquei curioso a respeito deste ilustrador, vi outros trabalhos dele e achei engraçado e bizarro a forma que ele retrata as mulheres, sempre com atributos exagerados kk, eu pessoalmente gosto deste ilustrador e admiro a coragem dele em expor suas criações polêmicas para o mundo mesmo em uma época muito mais conservadora do que a que vivemos hoje.
Naquela época era mais fácil não existia as mídias sociais e só que via era quem gostava e pagava pelo material
É como a história de dobrar a aposta, o criador pode até estar sendo ácido e sarcástico, mas geralmente as pessoas não entendem, eu inclusive, e fica difícil não acabar como puro racismo.
Eu realmente tem 2 pés atrás com o Crumb, mesmo que ele diga não ser racista e tudo mais, é bem suspeito a forma que ele representa a "sátira" dele, sei que é um humor datado e tudo mais, mas olhando quase todos os trabalhos de quadrinhos dele da época seguem nessa narrativa bizarra de hipersexualização de TUDO como piada, no fundo parece que ele está só usando o quadrinho como meio de satisfazer os próprios fetiches bizarros em cima do corpo feminino (espancamento, estupr0, abuso sexu4al, racismo, ped0filia), pra mim o limite foi ver diversos quadrinhos representando CRIANÇAS fazendo sexo, e não são poucos, tem um onde a criança está com um homem na garupa do triciclo e o mesmo sem calça, outro onde meninos negros estão VENDENDO A IRMÃ (que chamam de feia) por 3 cents, outro onde um CACHORRO ESTÁ TENDO RELAÇÕES COM UMA BÊBÊ! Sei que a intenção é ser algo chocante e bizarro pra ser engraçado, mas não entendo o ponto de utilizar isso dessa forma, não parece que ele está criticando ou satirizando, parece que ele sente prazer em retratar essas cenas, e o bizarro é pensar que isso era algo considerado engraçado, até parece que eles compravam só pelas piadas, tipo "Olha essa menina de 13 anos do Alabama vestida de criancinha mostrando a X0ta e com o mamilo marcando, que engraçado", desculpa mas não dá pra tankar. No fim é só um homem esquisito escrevendo sobre os próprios fetiches pra outros homens esquisitos.
Sensacional mais coisas do CRUMB por favor
Não sabia dessa obra, parece ser hilária kkk tá na lista
Eu parei de ler quadrinhos lá pelos meus 20 anos, tô com 43 porém gosto muito do canal pois os temas são bem interessantes
Existe um ditado popular" Onde há fumaça, há fogo" e essa é a premissa básica da caricatura.
“Vcs estão vendo aí” *segue imagens borradas e distorcidas*
Obrigado por lembrar desses desenhos doidos! Que época! Quando seus pais eram novos!
Se isso é ser anti racista nem quero saber o que é ser racista kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
mano, que video incrivel... vim ver sobre quadrinhos e, além disso, tive uma aula sobre o conceito das imagens de controle. Valeu
O canal mais foda maioria só fala de dc e marvel como ser a cultura pop só se resumisse a isso
Não acho certo censurar ou apagar da história, mas dada minha experiência com pessoas do público geral, eu não acho que é qualquer um que pode ler esse tipo de material justamente por não ter o necessário pra sacar a "punchline" e se ver validado pelo quadrinho
Penso que o que justifica a arte ser arte é a relevância, o quanto ela traduz sua própria sociedade. Partindo disso, os efeitos práticos se dão na forma de como a sociedade absorve tal arte. Se uma arte ambígua trás muito mais desconforto do que o senso crítico, essa arte falha em seu papel, e quando um autor separa o ego da real intenção de transformar o seu espaço, ele compreende quando o objetivo é alcançado ou não e toma a melhor decisão. Lembrando que a clareza e a proximidade com o público que o autor diz representar são fundamentais para que a arte não seja esteticamente acadêmica mas humanamente vazia, por isso que manifestações populares, como o samba e o funk no Brasil, são importantes num país tão desigual como o nosso, por dar protagonismo a pessoas reais.
Desde que você começou a falar já percebi que a história estava sem pé nem cabeça
Mas que também não parecia só algo jogando
Então cheguei à conclusão que ele tinha feito isso de propósito como uma saturação do racismo
É foi Exatamente isso que você falou
Eu fiquei surpreso que eu reparar
Essa questão da fet*chizacao da mulher negra é algo forte até hoje no Brasil infelizmente. Ocorre ate com a Iza que e uma cantora incrível, mas a maioria das pessoas lembra primeiro do CORPO dela.
Só o fato de que nas novelas da Globo tinham em sua grande maioria mulheres brancas como protagonistas, PORÉM quando se tratava de ficar nua eram as GLOBELEZAS, mulheres NEGRAS, já prova isso
O que é bem bizarro levando em conta que diferente da anita a isa não foca em mostrar sua bunda toda hora tanto que os clipes dela são até mais leves
Eu posso tá errado mas isso não acontece com os homens não só aqui nos Estados Unidos também?
@@adrielvinicius5040 Sim inclusive já aconteceu comigo quando namorei Minas brancas e olha que sou "mestiço" ascendência indigena. Apesar que também tem toda um f*tiche em indígenas, claro que é menos conhecido.
@@adrielvinicius5040 Sim mas consideravelmente menos. A sexualização do homem negro (BCC,negão,etc) tem mais a ver com "negro" do que com "homem"
Porra, Alexandre… que análise fuderosa! Principalmente no final, quando vc diz que Crumb, por ser branco, tem a possibilidade de ver o mundo pelas lentes dos racistas. Genial!
Vendo os comentários eu lembrei das criticas negativas a obra de Machado de Assis, onde uns e outros afirmam que ele foi pouco critico ao racismo e a escravidão em si. Ignorando completamente época, lugar e público alvo. Você está falando de racismo quando? Onde? Para quem? Acham mesmo que a sociedade branca da época leria uma obra de militância seja lá qual a cor do autor? Se hoje o branco de classe média metido a fascistinha rejeita tudo que considera "lacração, vitimismo, esquerdismo, comunismo..." imagina a branquitude de quase 200 anos atrás. Ainda assim, só pra encerrar, Machado escreveu abertamente contra o racismo/escravidão em matérias de jornal publicadas com pseudônimos, enquanto em seus romances criticava a elite branca na cara deles, mas de uma forma que os trouxas não se sentiam diretamente ofendidos. Brás Cubas, por exemplo, se escrito hoje, seria eleitor do 22 com força kkkkkkk
Crumb não é Machado, mas toda obra precisar ser analisada sem o olhar do tempo e da falta de conhecimento da cultura que a originou. Se não fica muito facil fazer uma critica pobre do tipo "muito bobo, qualquer um faria uma satira assim" bla bla bla. Obs: Acham que o Crumb desenhou isso achando que estava sendo revolucionário ou era só mesmo um negócio sem grandes pretensões que tomou grandes proporções justamente através do tempo e das mudanças de mentalidade?
A terceira regra para comentar é não ser babaca...fui de base kkkkkk
Cara descobri seu canal hoje, tô viciado, hoje eu assisti no café, no almoço e agora voltando da faculdade.
Pra quem sofreu e viu familiares sofrerem por esses estereótipos dificilmente há graça. Mesmo que seja um tipo de "racismo do bem"
Ainda mais se a sátira não consegue extrapolar o estereótipo, daí o reconhecimento do próprio autor que sua obra é uma faca de dois gumes.
Não acho necessariamente racista, mas pra mim é dispensável.
Entrar no poço das neuras e taras de Crumb é garantia de diversão, ainda que muitas vezes doentia. O underground teria espaço hoje, fora do nicho onde sobrevive?
Mas você mesmo classifica como underground. A pergunta não se perde na própria classificação dessas obras?
bom eu descobri o crumb lá pelos 14/15 anos e como um moleque que adorava essas coisas edgy tipo personagens caricatos/infantis com temas adultos, eu fiquei mt interessado quando descobri fritz the cat, criação do crumb que subverteu a posição de animais antropomorficos a lá mickey mouse. mas quando comprei a hq (publicada pela conrad aqui) achei pouco interessante as histórias...na verdade o Fritz é um cara escroto da pior espécie, egoísta, se aproveita de amigos e pessoas próximas pra conseguir o que quer, especialmente sexo e drogas. e claro, havia muito machismo e racismo como há na obra de crumb por completo.
o traço carregado dele e esse estilo anos 60/70 que foi pioneiro no underground são minhas influencias, mas crumb não é um autor que eu me conecto de forma profunda, que sinto apego. ele diz que não é racista, que desenhou aquelas coisas porque alguém tinha que fazer, porque incomodava mas era sátira. mas a verdade é que quando a sátira não é bem feita, ela só reforça o estereótipo ou preconceito ali retratado e acho que é o caso dele. ele podia ter escolhido não aderir ao blackface, ele tinha ciência disso, mas preferiu fazer parte da própria branquitude.
eu sei que em outras hqs, que aparecem no video, naquela do blues, os negros são desenhados sem estereótipos racistas...sei também que crumb adora se retratar de forma franzina e patética e jamais escondeu sua admiração por mulheres volumosas e que é um tarado, mas ainda assim a autoconsciência dele nao apaga pra mim os erros, as representações de mal gosto. o que tem de mulheres e pessoas pretas incomodadas lendo as coisas dele, não cabe em um comentário.
as satiras dele nao tem graça, ele é péssimo nisso. mas acho sim interessante analisar elas como produtos de época, nao podemos censurar e apagar a história, temos q entender a relevância dele e tratar ele como deve ser, assim como lovecraft foi um racista nojento e influente pro terror. uma coisa que o crumb faz muito bem é criticar a própria fanbase, apesar de fazer sucesso com hippies ele não sentia apego por eles, ele nao gostava dessas bandas de rock. tem uma frase célebre que diz que "hippies branquelos são só racistas acústicos" e acho q crumb via eles assim mesmo kkakakakaka em fritz the cat, tanto no filme e na hq, da pra ver ele zoando isso, brancos que pagam de desconstruído, esquerdomachos e afins, mas na verdade só são racistas querendo pagar de civilizados. apesar de ter feito a capa pro cheap thrills da Janis joplin, uma arte icônica, ele não era fã daquele som, o rock em si daquela época era feito a partir do blues negro de décadas atrás. é um album do caralho inclusive, queria uma camiseta dele? queria mas não me sinto confortável andando por aí com representações de black face. mesmo q fossem satiricas, elas ainda incomodam, elas estariam fora de contexto...e bem, é isso. ele poderia sim ter evitado muito dessas coisas
Esses quadrinhos não tinha nada de imaginação ! Ele fazia esses quadrinhos , conforme os acontecimentos ao redor . O barril mesmo ...tinha até corrida no rio , até cair na cachoeira.
Muito boa essa análise, esse canal tinha que ter pelo menos 2 milhões de inscritos é muita qualidade!
Antes de ver o vídeo,eu achava racista.Agora entendi oq o autor estava querendo dizer,ainda assim,ver isso é um tanto triste.
Pessoalmente não me importo se algo é racista ou satírico em sua essência, afinal o que importa não é o conteúdo e sim quem o consome e principalmente como propagam a obra; mesmo a coisa mais racista possível que exista pode ser usada para entender os anseios da massa dominante, logo eu diria que o problema é só o que quem ler irá levar da obra.
Dei uma Aula sobre cultura e corpo essa semana, tô pensando em passar esse vídeo na próxima
Tem uma série chamada ATLÂNTIDA, na 4 temporada tem um EP bem interessante que fala sobre o prejuízo causado pela escravidão e as pessoas brancas pagando esse prejuízo, recomendo é bem interessante.
Eu adorei a crítica, claramente são sátiras muito bem representadas uma pena que muitos não entendem isso
Pois é, acontecem que as pessoas sonham em alcançar um mundo super pacifico (e pra mim tá ótimo) só que esquecem das coisas grotescas que ainda existem ou existiram
Eu entendo e concordo. Isso só me faz acreditar mais ainda que NÃO deve haver censura em nenhum nível do que já foi produzido e sim as explicações para que isso não volte a acontecer e quando isso se traduz em sátira, que fique mais explicito e explicado nas republicações. Temos que trabalhar na conscientização (inclusive usando exemplos) e não na censura. Não da para apagar e nem concertar a história. Ela precisa ser mantida e revisitada. Não aprendemos apenas com as coisas certas. Eu diria mais. Que acabamos aprendendo mais com nossos próprios erros.
só o fato precisa de uma explicação sobre isso mostrar que a sociedade não vai evoluir. a partir do ponto que diz "racismo é errado e voce não deve fazer isso" já mostra que nunca seremos uma sociedade evoluída. um futuro real é que existir obra desse tipo sem der um aviso dizendo "olhar, isso aqui é errado não faça isso". algo tão obvio.
Será que você poderia dar uma chance para o mangá de CLAYMORE? Iria adorar saber do seu comentario sobre.
Achei legal as histórias, são importantes para ter o debate sobre o racismo e controle social.
É aquele bagulho, o medo de cair em mãos erradas esses contos
De tamanha escrotidão, é inimaginável que uma pessoa seja “ingênua”, tendo em vista o que fez, achar que as suas “obras” não vão chegar nas mãos de racistas, é como você mesmo disse, indossa o racismo dessas pessoas, e no fim das contas quem se fera são os negros, porque o branco que criou os quadrinhos diz que é apenas um “sátira” sem siquer pensar nas consequências que poderiam trazer.
A sátira é destinada para quem já tem um conhecimento prévio do assunto ou quando se está muito explícito onde se quer chegar, o que não é o caso dessas “obras”, sendo uma revistas que poderia ser comprada por qualquer um o risco de estimular o racismo, ainda mais naquela época, era muuuuuuito grande. Isso me leva a acreditar que é mais uma contribuição para com o racismo do que uma forma de combatê-lo. Imagina as consequências que esses quadrinhos trouxeram para mulheres negras dos EUA.
Mas as pessoas racistas não vão mudar por isso, nem por militancia nem nada, o maximo quevaia contecer é que elas vão rir e pronto, tem pesspas que simplesmente agntn pode mudar e isso é uma dura realidade