É que por você eu dirigia o meu automóvel de uma forma muito estapafúrdia. Meus pais sempre discutiam comigo porque não chegava à hora de jantar. O garoto da loja de sorvetes piscava-me o olho quando eu chegava sozinha no balcão. Ele já sabia que você dobraria a próxima esquina. Por você eu ficava sempre brigando com os pássaros, queria assobiar muito mais alto do que eles e isso não é nada esperto. Quem briga com bicho, perde. Por você eu também fui descobrir aquele projeto de mamífero emadeirado que ficava no ponto mais alto da aldeia e por causa disso eu soube que a luz incide de uma forma muito maravilhosa no rosto de dona Manu. É que dona Manu ficava lá sentada comigo todas as tardes, do lado da estrutura. Era eu, dona Manu e a baleia. Todas as tardes de verão em Lisboa. Não sei se te disse, mas durante os nossos dias, fez sempre verão em Lisboa. Não sei se você reparou, mas sei que todos os marinheiros da vila ao lado repararam. Lembra quando subimos no barco para comer churrasco? Acho que esse foi o fim de tarde mais lindo do mundo, como quase todos os todos os dias do mundo, foram os mais maravilhoso com você. Às vezes, ainda acho que vivo num filme que é tudo uma cinematografia um pouco estapafúrdia. Um filme, um filme em que não disseste sim. Um filme em que escolheste outro tipo de disparos. O filme em que julgaste que a minha velocidade era a coisa mais idiota da galáxia. Sim, eu pegaria um avião só para te beijar no dia dos teus anos. Sim, eu já te tinha dito. Era capaz de atravessar a cidade em bicicleta, só para te ver dançar. E não se iluda, nunca mais se iluda. Eu não sou herói, nada de campeonatos. Nunca atravessei nenhuma das chuvas para te provar coisa alguma. Tudo o que atravessei, toda aquela rapidez que te levava do claro ao escuro em 43 segundos, era só porque… desculpa… mas eu sempre achei que eras a pessoa mais bonita do mundo. Sempre achei que a tua presença a meu lado era quase imersiva Não acho que sejas a Gisele Bündchen, não acho que sejas o Brad Pitt, não acho que sejas o menino Arthur Rimbaud, não acho que tu sejas o conta-km de um Austen Martin na estrada de Kathmandu. Acho que tu, és o teu mundo. Teus olhos castanhos, teu cabelo claro, tua voz às vezes grave, às vezes doce. Tua incrível mirada sobre o mundos dos negócios e tua bendita sensibilidade para a natureza: una, espiritual, familiar de todas as coisas. Desculpa gostar tanto de ti… Desculpa já nem sequer te inventar. Eu sei que o teu rosto é o teu rosto e isso ainda é muito equiparável à estabilidade de uma girafa, sobre os 30 pratos na fazenda. Acho que foi por ti que Santo Anselmo cuspiu flores. Tu, o teu nome, a alegria no mundo. Acho que o teu amor, que nasce e morre e nasce e morre e ressuscita e, assim, se alastra é a maior de todas as bênçãos possíveis no peito de um anjo roxo. Perdoa este excesso de paixão, talvez para ti seja meio difícil, mas eu prometi sempre dizer a verdade. Toda a gente sabe quem tu és para mim. E você, e para você, os meus parabéns por 30 anos de Terra. Pela parte que me toca, obrigada pelos 20… foi, ainda é, uma aventura tremenda. Um abraço forte.
Eu sou grato por conhecer uma poetisa tão extraordinária, tão sublime e tão encantada! Ela é Arthur Rimbold, é Pablo Neruda e todas as bênçãos possível que a poesia pode conceder!
Ano passado eu falei a ele que eu pegaria um aviao para vê-lo no dia dos seus anos. E, depois que comemoraram sem mim, e eu nao fiz falta, acho que ali tudo começou a se acabar.
Oi Jadir! Infelizmente este poema não foi publicado em nenhum livro (até onde eu sei). O áudio faz parte de uma leva de vídeos que a Matilde fez pro canal dela do youtube.
Olá Bia! Acredito que este texto não tenha sido publicado em nenhum livro (mas posso estar enganado). O áudio faz parte de uma série de videos que a Matilde publicava em seu canal, declamando seus escritos, há um tempo já.
É que por você eu dirigia o meu automóvel de uma forma muito estapafúrdia.
Meus pais sempre discutiam comigo porque não chegava à hora de jantar.
O garoto da loja de sorvetes piscava-me o olho quando eu chegava sozinha no balcão.
Ele já sabia que você dobraria a próxima esquina.
Por você eu ficava sempre brigando com os pássaros,
queria assobiar muito mais alto do que eles e isso não é nada esperto.
Quem briga com bicho, perde.
Por você eu também fui descobrir aquele projeto de mamífero emadeirado que ficava no ponto mais alto da aldeia
e por causa disso eu soube que a luz incide de uma forma muito maravilhosa no rosto de dona Manu.
É que dona Manu ficava lá sentada comigo todas as tardes, do lado da estrutura. Era eu, dona Manu e a baleia.
Todas as tardes de verão em Lisboa.
Não sei se te disse, mas durante os nossos dias, fez sempre verão em Lisboa.
Não sei se você reparou, mas sei que todos os marinheiros da vila ao lado repararam.
Lembra quando subimos no barco para comer churrasco?
Acho que esse foi o fim de tarde mais lindo do mundo,
como quase todos os todos os dias do mundo,
foram os mais maravilhoso com você.
Às vezes, ainda acho que vivo num filme que é tudo uma cinematografia um pouco estapafúrdia.
Um filme, um filme em que não disseste sim.
Um filme em que escolheste outro tipo de disparos.
O filme em que julgaste que a minha velocidade era a coisa mais idiota da galáxia.
Sim, eu pegaria um avião só para te beijar no dia dos teus anos.
Sim, eu já te tinha dito. Era capaz de atravessar a cidade em bicicleta,
só para te ver dançar.
E não se iluda, nunca mais se iluda.
Eu não sou herói, nada de campeonatos.
Nunca atravessei nenhuma das chuvas para te provar coisa alguma.
Tudo o que atravessei, toda aquela rapidez que te levava do claro ao escuro em 43 segundos, era só porque… desculpa…
mas eu sempre achei que eras a pessoa mais bonita do mundo. Sempre achei que a tua presença a meu lado era quase imersiva
Não acho que sejas a Gisele Bündchen, não acho que sejas o Brad Pitt, não acho que sejas o menino Arthur Rimbaud, não acho que tu sejas o conta-km de um Austen Martin na estrada de Kathmandu.
Acho que tu, és o teu mundo. Teus olhos castanhos, teu cabelo claro, tua voz às vezes grave, às vezes doce.
Tua incrível mirada sobre o mundos dos negócios e tua bendita sensibilidade para a natureza: una, espiritual, familiar de todas as coisas.
Desculpa gostar tanto de ti…
Desculpa já nem sequer te inventar.
Eu sei que o teu rosto é o teu rosto e isso ainda é muito equiparável à estabilidade de uma girafa, sobre os 30 pratos na fazenda.
Acho que foi por ti que Santo Anselmo cuspiu flores.
Tu, o teu nome, a alegria no mundo.
Acho que o teu amor, que nasce e morre e nasce e morre e ressuscita e, assim, se alastra é a maior de todas as bênçãos possíveis no peito de um anjo roxo.
Perdoa este excesso de paixão, talvez para ti seja meio difícil, mas eu prometi sempre dizer a verdade. Toda a gente sabe quem tu és para mim.
E você, e para você, os meus parabéns por 30 anos de Terra.
Pela parte que me toca,
obrigada pelos 20… foi, ainda é, uma aventura tremenda. Um abraço forte.
Formidável Matilde...este poema é dos mais lindos ❤
Já assisti 5 vezes seguidas! Profun damente terno!
eu sou tão grata por ter o privilégio de viver na mesma época que vive Matilde Campilho❤
Se fosse depois seria melhor pq teria acesso a todas as obras
Eu sou grato por conhecer uma poetisa tão extraordinária, tão sublime e tão encantada! Ela é Arthur Rimbold, é Pablo Neruda e todas as bênçãos possível que a poesia pode conceder!
Nunca desapareça com esse vídeo... nunca.
Como ela consegue colocar em palavras sentimentos tão profundos ?!
Poema que dedico à minha Paixão Descabida, que me mostrou o que era amar alguém verdadeiramente. 💙💫
Te amarei hoje e sempre.
Belíssima!
Eu não me canso desse vídeo e desse texto… ❤
Conheci a autora recentemente. Esse texto é simplesmente PERFEITO 😍
Acabei de descobri-la e Já estou encantado
Perfeito
Peguei o texto para ler enquanto ouvia o áudio deste vídeo. Os olhos embaçaram ainda na metade, e eu não uso óculos.
Eu não sabia que precisava assistir isso, até vim parar aqui 💛
💛 que bom que chegaste, então!
"Perdoa esse excesso de paixão"
tudo isso por um bem maior!!!beijo emiliana.
"Desculpa gostar tanto de ti..."
❤
Ano passado eu falei a ele que eu pegaria um aviao para vê-lo no dia dos seus anos. E, depois que comemoraram sem mim, e eu nao fiz falta, acho que ali tudo começou a se acabar.
Alguem tem noticias da Matilde? Em que lugar podemos encontra-la? Alguma rede social?
Qual livro contém esse poema?
Oi Jadir! Infelizmente este poema não foi publicado em nenhum livro (até onde eu sei). O áudio faz parte de uma leva de vídeos que a Matilde fez pro canal dela do youtube.
ela não tem nenhuma rede social?
Não tem infelizmente
em qual livro está este texto?
Olá Bia! Acredito que este texto não tenha sido publicado em nenhum livro (mas posso estar enganado). O áudio faz parte de uma série de videos que a Matilde publicava em seu canal, declamando seus escritos, há um tempo já.
@@__f.ferreira obrigada ❤️
Alguém sabe o insta da Matilde Campilho?
Nunca achei, só hashtags
ela não tem
"Perdoa esse excesso de paixão"