Essa excelente palestra é importante para entender um dos maiores desafios da sociedade contemporânea, o sistema que vivemos. Como usamos o nosso tempo? O que tem a ver a depressão com o domínio do tempo e da aceleração da vida moderna?
Obrigada! A qualidade do vídeo, as roupas, maquiagem, cortes de cabelo e a fala da Rita sobre o artigo que ela leu na internet ser verossímel ou não (como se ler algo na internet ainda fosse algo incomum) não condizem muito com 2017, haha.
40:06 isso aqui foi um tiro na minha mente. Sou publicitário e é exatamente desse jeito, e talvez seja por isso que sou assim, estressado e com muitas coisas que parecem coisas de depressão, não gostar de viver, raiva, etc. já desenvolvi TAG, mas acredito que tenha mais coisa. Chega chorei ao ouvir, ela foi certeira! E talvez por isso que bate na minha cabeça em trocar de área, publicidade faz um mal horrível.
"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão. A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado. A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma."
Hoje é bonito, chique dizer que não tem tempo para um telefonema, uma conversa boba com amigos... Conheço pessoas que não fazem nada, e para seguir a onda do modismo está sempre se dizendo sem tempo, correndo.. É muito interessante observar esse novo jeito de ser. As pessoas que dizem ter tempo são vistas com certa desconfiança. Há até poucos séculos(?) O bacana era ter todo os dias livres de compromissos trabalhistas, só rico vivia assim , hj é o contrário!!!
Conheci hoje a Maria Rita Kehl 02/2024, justo no dia que tive um insede sobre fazer uma faculdade de psicologia. Maria obrigado pelas palavras vc é luz.
Café filosófico sempre um mergulho de reflexões, e está psicanalista é uma educadora. Entender que o ser humano precisa ter certas experiências e não só momento repetitivos e forçado de vivência é algo interessante. Estamos escrevendo nossa obra de vida, repleto de memórias boas e ruins, algo que vou contar pra netos, e netos lembraram, e assim o passado envolve o futuro.
quanta riqueza. quanta, quanta, quanta! pra complementar: José Larrosa Bondia tem um ensaio excelente sobre o saber da experiência. Se puder, procurem!
Eu queria aproveitar todo tempo a vida , Mais colocaram preço em tudo da vida, por isso gastamos muito tempo trabalhando ,e não aproveitando o tempo da vida!!!!
Agora vi o vídeo completo. Que palavras maravilhosas. É exatamente isso. Tento explicar para minha família esse vazio do presente. Parece que estou divagando. Eles não entendem. Eu podia ser psicanalista, mas não, é só depressão. A necessidade de verbalizar é uma defesa minha, uma tentativa de criar fantasia. " A cura pela palavra."
O depressivo pode se sentir extremamente diminuido diante dos problemas e desafios da vida. Não encontra ajuda e não tem forças para reagir. Perde os vinculos com as pessoas e o mundo, nos casos extremos apela para o suicídio.
21:04 eu sou assim tb, estou sempre com pressa, querendo acabar tudo logo... o que precisa ser feito na sexta, já quero fazer na quarta, se lembrar q tenho algo pra fazer amanhã, faço hj, e assim por diante... tô sempre ansiosa e se algo me atrasa, fico nervosa
Que maravilha escutar alguém falar de um assunto tão sério de forma séria e responsável. É enfadonho escutarmos receitas milagrosas, simplórias, cheias de clichês e mandamentos. Parabéns professora!!❤
O deprimido nada mais é do que um ser totalmente ciente da vivência humana, é um pessimista. Me lembrou Nietzsche, alguém perspicaz que entende muito profundamente a experiência da dor humana. Quem não é depressivo espera que algo bom vá acontecer e as vezes não acontece e o depressivo, consciente de sua pequenez e do significado do tempo, espera o vazio, a morte. Não sei se fez sentido mas me veio esse insight depois da Fala da Maria Rita K.
Caramba !! Esse vídeo já tem 1 ano e o tema continua atual e não para de aumentar ... digo, ansiedades, e depressão por conta - também -, de um mundo que se acelera cada vez mais ....
Há, falta nunca quero estar preenchido Procurar o que me falta e meu fôlego de vida Embora avezes nem sempre sei o que me falta E a preencho com qualquer coisa E distraio minha procura Até que a enconto! Denovo a falta, e volta minha procura , tô vivo sorri , tic, tac, tic, tac ... ( encontrei o que me falta morri fim) Gosto muito da forma que ela fala
Total clareza na apresentação da idéia. Sei q o tema não é simples e que as falas têm muita profundidade, mas contudo, deu pra entender um pouco a lógica. E, fatalmente, a coisa posta no nosso mundo é esta e com isso q temos q lidar. O desafio e ir achando o equilíbrio entre os dois polos diariamente.
"Aos depressivos falta fantasia"... A que fantasia se refere? Estou em tratamento de depressão e vivo no mundo da fantasia, faço diversos poemas, a escrita tem sido uma válvula de escape. Mas que valor tem isso nesse mundo da aceleração? Van Gogh, Santos Dummont, Robin Williams, entre outros, foram pessoas cheias de fantasia e depressão. O fato é saber como lidar com a fantasia onde tudo é consumo.
Cristileine Leão aos depressivos falta deus, não o religioso mas o deus que todos podemos ser, no sentido de se conhecer, além de compreender o "jogo" e jogar.
Cristileine, acredito que a fantasia à que se refere a Maria Rita é a fantasia de sonhar com um futuro diferente do seu presente, onde o vazio da realidade é esmagador. Sonhar com um futuro possível é apostar em uma saída possível, ainda que acompanhada de incertezas. Fantasia é então uma construção necessária para que você saia inércia imobilizante do vazio, para que consiga enxergar que o desejo será essa tentativa de fazer uma nova história, somente sua, nesse mundo vazio, repleto de incertezas. Espero ter ajudado !
Junior Miranda, "jogar" eis a questão, isso não é fácil no mundo de negatividade, culpa é falta de sentido que você um depressivo. Quanto a conhecer a Deus "não religioso" como você diz, é um caminho junto com o devido tratamento(psicológico e psiquiátrico), no qual estou trilhando e tem dado resultado positivo.
Algumas pessoas trabalham muito para consumir mais. Ficam reclamando, mas querem a bolsa, os óculos, tudo de marca, o carro do ano, e vão trabalhando em vários empregos para ter acesso a supérfluos... Qdo assim... Dane- se!!
Suportar, essa é uma palavra interessante. Freud continua relevante por tentar decifrar o desenvolvimento da psique humana. Algo trazemos no nascimento que e preciso progressivamente se adaptar ao novo ambiente extra uterino. Potencialmente tudo está conosco: razão, emoção, vontade. No tempo acontece a nutrição, convivência, comunicação e os desafios que estimulam nossas capacidades. Suportamos mais com o tempo até suportarmos menos ao se aproximar a morte.
27:11 VIVE "Vive, dizes, no presente, Vive só no presente. Mas eu não quero o presente, quero a realidade; Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede. O que é o presente? É uma cousa relativa ao passado e ao futuro. É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem. Eu quero só a realidade, as cousas sem presente. Não quero incluir o tempo no meu esquema. Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas como cousas. Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes. Eu nem por reais as devia tratar. Eu não as devia tratar por nada. Eu devia vê-las, apenas vê-las; Vê-las até não poder pensar nelas, Vê-las sem tempo, nem espaço, Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê. É esta a ciência de ver, que não é nenhuma." Fernando Pessoa
. Maria Rita Kehl - Aceleração e depressão - Café Filosófico CPFL - YTB . relação com o tempo na sociedade moderna capitalista - tempo é dinheiro? - dizer isso é uma brutalidade - o tempo é o tecido das nossas vidas, é tudo que temos, nossa vida é feita só de tempo e o resto a gente faz com ele. . Psiquismo - trabalho de representar um objeto faltante - Freud: tempo de espera da satisfação - recurso mental de imaginar um futuro melhor - essa perspectiva de tempo nos ajuda a suportar momentos difíceis e ruins - . o uso do tempo não é o mesmo p/ todas as culturas - os primeiros relógios eram colocados nas igrejas e a contagem do tempo era ligado às datas religiosas, aliado aos acontecimentos da natureza - depois os relógios começaram a ser colocados na frente das prefeituras e das fábricas (revolução industrial = tempo do trabalho e do capitalismo, em que estamos até hoje). . hoje em dia não se sabe mais quanto tempo é dedicado ao trabalho . patologias do tempo causadas pela sociedade acelerada de hj - tempo x consciência x memória 23:17
o tempo dos relógios e calendários continuam os mesmos, mas a sensação que temos é outra. Isso provoca perda o valor da experiência, gerando a depressão em sentindo social. Aceleração e depressão andam juntas. A relação com o tempo parece banal, mas não é. tempo não é dinheiro, tempo é o tecido das nossas vidas, é tudo que temos e que fazemos com ele. Teoria Freudiana: psquisismo é uma instância temporal...,.representa um vazio, um buraco, um nada. "O tempo de espera d satisfação da primeira mamada e a outras questões que possam vir a nós dar dar prazer". o grito traz a mãe, sentido de chamado, sentido de satisfação. o intervalo temporal vazio da origem a sujeitos problemáticos, como não saber lidar com a falta, frustrações, forma personalidade por representações mentais. vazios aterrorizantes, medos, o que aguarda o amanhã.....a possibilidade de suportar isso é o tempo como percusso. O uso do tempo não é o mesmo em diferentes sociedades. tempo do sol, tempo da igreja, tempo dos palácios, tempos das indústrias (tempo do trabalho). O tempo passou a ser tirado sem o trabalhador saber por meio dos meios de comunicação. O capital só acumula por causa dos bestas que acreditam que o trecho significa o homem. dias corridos prejudicam a memória, o excesso de estímulos prejudica. "Matéria e memória" passando por tempo, o presente não existe, é uma partícula empurrada pelo passado mas sendo roída pelo futuro. entre um antes e um depois, o que importa é a duração. o futuro é só fantasia, não existe. A memória da a fantasia de que algo bom vai acontecer. O deprimido vive em um tempo que não passa, não tem perspectiva do depois
a indústria farmacêutica é a única que vai sobreviver as desgraças promovidas pelo capitalismo. ela vai vender os antidepressivos. "O pior já passou, foram os melhores anos da minha vida"
Cristileine, 'O tempo e o Cão' é o livro da Maria Rita Kehl. Provavelmente, o livro do Laplanche a que ela se refere é 'A Angústia'. Também fiquei interessado em ler.
Estamos aqui em março de 2024!!
Abril de 2024 😍
@@claudiagarciacavalcante7193 Junho 2024: "Here we are now, entertain us".
Julho de 2024
Outubro de 2024
Importante citar que esta palestra foi gravada no dia 24 de junho de 2009, e mesmo após 13 anos segue atualíssima.
Mais atual ainda hoje em dia
Atual até próximo século
Essa excelente palestra é importante para entender um dos maiores desafios da sociedade contemporânea, o sistema que vivemos. Como usamos o nosso tempo? O que tem a ver a depressão com o domínio do tempo e da aceleração da vida moderna?
Obrigada! A qualidade do vídeo, as roupas, maquiagem, cortes de cabelo e a fala da Rita sobre o artigo que ela leu na internet ser verossímel ou não (como se ler algo na internet ainda fosse algo incomum) não condizem muito com 2017, haha.
Passaria o dia escutando a Maria Rita Kehl, ela é uma mulher fantástica.
Eu poderia ficar horas escutando mais sobre o que ela tem a falar.
"O pior ja passou. Foram os melhores momentos da minha vida. " Concordo. As tensões nos fazem crescer e se auto conhecer.
40:06 isso aqui foi um tiro na minha mente. Sou publicitário e é exatamente desse jeito, e talvez seja por isso que sou assim, estressado e com muitas coisas que parecem coisas de depressão, não gostar de viver, raiva, etc.
já desenvolvi TAG, mas acredito que tenha mais coisa. Chega chorei ao ouvir, ela foi certeira! E talvez por isso que bate na minha cabeça em trocar de área, publicidade faz um mal horrível.
Maria Rita! Estou assistindo dia 30/12/23!
Coo você é tão necessária! Sua existência, seu conhecimento!
"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.
A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.
A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma."
Excelente texto!!!👏👏
😊😊😊😊
Marina Colasanti maravilhosa!!❤️
Ótimo.
Texto incrível!
"Ceder na vida o nosso desejo, produz depressão."
Perfeito!
Hoje é bonito, chique dizer que não tem tempo para um telefonema, uma conversa boba com amigos... Conheço pessoas que não fazem nada, e para seguir a onda do modismo está sempre se dizendo sem tempo, correndo.. É muito interessante observar esse novo jeito de ser. As pessoas que dizem ter tempo são vistas com certa desconfiança. Há até poucos séculos(?) O bacana era ter todo os dias livres de compromissos trabalhistas, só rico vivia assim , hj é o contrário!!!
Com certeza, é muito triste que pessoas falando no telefone apressadas enquanto fazem outra coisa são a imagem do "ideal" de sucesso
Tempos bicudos estes...precisamos de uma certa dose de coragem para ligar para os "amigos"🙄
Seu comentário tem 5 anos,moça. E TUDO continua assim. 😢
Psicanálise e marxismo sempre rende muita reflexão❤
O presente é o único momento em que se pode viver.
Foi a melhor fala sobre depressão que eu já ouvi! ❤
Conheci hoje a Maria Rita Kehl 02/2024, justo no dia que tive um insede sobre fazer uma faculdade de psicologia. Maria obrigado pelas palavras vc é luz.
Ótima palestra. Incrível Maria Rita Kehl.
A senhora é fantástica sem ser prolixa. Parabéns.
18:08 -> vou usar em sala de aula
As definições de paixão platônica foram atualizadas! Sensacional!
Estou em fase de desaceleração e destralhe mental e material. Essa palestra é simplesmente muito boa. Assistirei mais vezes.
👏👏👏👏
Como se saiu, 5 anos depois?
Muito denso esse conteúdo, tenho que rever pra digerir.
Café filosófico sempre um mergulho de reflexões, e está psicanalista é uma educadora. Entender que o ser humano precisa ter certas experiências e não só momento repetitivos e forçado de vivência é algo interessante. Estamos escrevendo nossa obra de vida, repleto de memórias boas e ruins, algo que vou contar pra netos, e netos lembraram, e assim o passado envolve o futuro.
quanta riqueza. quanta, quanta, quanta!
pra complementar: José Larrosa Bondia tem um ensaio excelente sobre o saber da experiência. Se puder, procurem!
Essa mulher é um deslumbre iluminado!
Os 7 últimos minutos dizem muito sobre o nosso tempo.
Eu queria aproveitar todo tempo a vida ,
Mais colocaram preço em tudo da vida, por isso gastamos muito tempo trabalhando ,e não aproveitando o tempo da vida!!!!
Agora vi o vídeo completo. Que palavras maravilhosas. É exatamente isso. Tento explicar para minha família esse vazio do presente. Parece que estou divagando. Eles não entendem. Eu podia ser psicanalista, mas não, é só depressão. A necessidade de verbalizar é uma defesa minha, uma tentativa de criar fantasia. " A cura pela palavra."
Escreve num diário num livro eu tmb sou assim
Onde você encontrou o vídeo completo? Sabe se ainda está disponível? Obrigado!
Assistindo em 14/07/2024.
O depressivo pode se sentir extremamente diminuido diante dos problemas e desafios da vida. Não encontra ajuda e não tem forças para reagir. Perde os vinculos com as pessoas e o mundo, nos casos extremos apela para o suicídio.
21:04 eu sou assim tb, estou sempre com pressa, querendo acabar tudo logo... o que precisa ser feito na sexta, já quero fazer na quarta, se lembrar q tenho algo pra fazer amanhã, faço hj, e assim por diante... tô sempre ansiosa e se algo me atrasa, fico nervosa
Maravilhosa a maneira que ela expõe um tema tão profundo e atual! Obrigada por manterem o vídeo no ar!
Que maravilha escutar alguém falar de um assunto tão sério de forma séria e responsável. É enfadonho escutarmos receitas milagrosas, simplórias, cheias de clichês e mandamentos. Parabéns professora!!❤
Vendo em 2024 e maravilhada com a atualidade da fala dela! Uau! ❤
Até a ausência é necessário e construtiva.
Assisti a esta palestra hoje, 16.08.2024, e amei!! Como me ajudou!! Parabéns!!
Excelente!
Foi um privilégio assistir.
Obrigado.
O deprimido nada mais é do que um ser totalmente ciente da vivência humana, é um pessimista. Me lembrou Nietzsche, alguém perspicaz que entende muito profundamente a experiência da dor humana. Quem não é depressivo espera que algo bom vá acontecer e as vezes não acontece e o depressivo, consciente de sua pequenez e do significado do tempo, espera o vazio, a morte. Não sei se fez sentido mas me veio esse insight depois da Fala da Maria Rita K.
Faz sentido sim, mas o depressivo não absorve as pequenas alegrias da vida, talvez um egocêntrico, morrendo por dentro aos poucos...
Incrível, sensacional, muito importante ter acesso a essa material para despertar ao um ciclo novo!
Palestra maravilhosa!
Caramba !! Esse vídeo já tem 1 ano e o tema continua atual e não para de aumentar ... digo, ansiedades, e depressão por conta - também -, de um mundo que se acelera cada vez mais ....
Há, falta nunca quero estar preenchido
Procurar o que me falta e meu fôlego de vida
Embora avezes nem sempre sei o que me falta
E a preencho com qualquer coisa
E distraio minha procura
Até que a enconto! Denovo a falta, e volta minha procura , tô vivo sorri , tic, tac, tic, tac ... ( encontrei o que me falta morri fim)
Gosto muito da forma que ela fala
Sim, palestra de há ins anos mas, é um tema intemporal. Uma mulher fantástica e sabias ❤
Isso salvou meu dia!
Assistindo pela milésima vez! Amo essa conversa
Fiquei chocada sobre a reflexão do presente. ......
Total clareza na apresentação da idéia. Sei q o tema não é simples e que as falas têm muita profundidade, mas contudo, deu pra entender um pouco a lógica. E, fatalmente, a coisa posta no nosso mundo é esta e com isso q temos q lidar. O desafio e ir achando o equilíbrio entre os dois polos diariamente.
Gosto muito dessa filósofa e o livro atual são os pensadores: Aristóteles. Sem mais Renato de Embu SP.
Saudade do cafe filosófico que era bem mais honesto, com apresentações bem mais afiadas e menos engomadas...
fantástico essa fala sobre psicanalise.
Ótimo trabalho Excelente qualidade incrível fantástico extraordinário gostei muito parabéns prima bravo Brigado
"Aos depressivos falta fantasia"... A que fantasia se refere? Estou em tratamento de depressão e vivo no mundo da fantasia, faço diversos poemas, a escrita tem sido uma válvula de escape. Mas que valor tem isso nesse mundo da aceleração? Van Gogh, Santos Dummont, Robin Williams, entre outros, foram pessoas cheias de fantasia e depressão. O fato é saber como lidar com a fantasia onde tudo é consumo.
Cristileine Leão aos depressivos falta deus, não o religioso mas o deus que todos podemos ser, no sentido de se conhecer, além de compreender o "jogo" e jogar.
Cristileine, acredito que a fantasia à que se refere a Maria Rita é a fantasia de sonhar com um futuro diferente do seu presente, onde o vazio da realidade é esmagador. Sonhar com um futuro possível é apostar em uma saída possível, ainda que acompanhada de incertezas. Fantasia é então uma construção necessária para que você saia inércia imobilizante do vazio, para que consiga enxergar que o desejo será essa tentativa de fazer uma nova história, somente sua, nesse mundo vazio, repleto de incertezas. Espero ter ajudado !
Eugênio Rezende, ajudou bastante, estou pensando nisso até agora, achei viável sua explicação. Obrigada.
Junior Miranda, "jogar" eis a questão, isso não é fácil no mundo de negatividade, culpa é falta de sentido que você um depressivo. Quanto a conhecer a Deus "não religioso" como você diz, é um caminho junto com o devido tratamento(psicológico e psiquiátrico), no qual estou trilhando e tem dado resultado positivo.
Tu escreve sobre o que, Cristileine?
Tempo tecido das nossas vidas
Sabedoria ❤
Trabalho é esperar a satisfação
19:57 caraaaaa!
Muito bom!
Gostei muito 🌻
Excelente.
Memória evanescente
Bem legal
Assisti na velocidade 2x pois estava sem tempo :-)
Adoro essa mulher😍😍😍😍
A palestra tem umas partes interessantes.
25:46 Antes de Bergson, Santo Agostinho
Que fantástico!
Excelente
Excelente palestra, daquelas que tem que assistir mais de uma
excelente ♥
19:39 (ouvir)
Obrigada, gente!
Nota pessoal: sobre o tempo.
Não somos donos do nosso tempo.
Fantástico
Algumas pessoas trabalham muito para consumir mais. Ficam reclamando, mas querem a bolsa, os óculos, tudo de marca, o carro do ano, e vão trabalhando em vários empregos para ter acesso a supérfluos... Qdo assim... Dane- se!!
Somos seres cheios de objetos faltantes.
Suportar, essa é uma palavra interessante. Freud continua relevante por tentar decifrar o desenvolvimento da psique humana. Algo trazemos no nascimento que e preciso progressivamente se adaptar ao novo ambiente extra uterino. Potencialmente tudo está conosco: razão, emoção, vontade. No tempo acontece a nutrição, convivência, comunicação e os desafios que estimulam nossas capacidades. Suportamos mais com o tempo até suportarmos menos ao se aproximar a morte.
trabalhe com o que gosta e nunca mais vai gostar de nada na vida
“Um coração alegre aformoseia o rosto, o espírito abatido faz secar os ossos”. “Os que alimentam o passado constantemente, envenenam o seu presente”.
Depressão para mim é a desconexão com a alma. Todo mundo só vive para a matéria.
Show
Eu devo sofrer dos dois, credo!
top
Qual o nome do livro do Laplanche que a Maria Rita cita? Alguém sabe dizer?
Alguém ai sabe onde posso encontrar esse trabalho do Kings College que ela fala aí?
28:03 29:12 31:58 32:31 33:26 36:00 37:29 41:13 41:49 44:07 45:10
Ápice do Episódio ocorre aos 19:20!
👍
Porque parar só na velhice? Valeu a pena?
Chegamos aqui em Abril de 2024
27:11 VIVE
"Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma."
Fernando Pessoa
19:22
29:47
❤
. Maria Rita Kehl - Aceleração e depressão - Café Filosófico CPFL - YTB
. relação com o tempo na sociedade moderna capitalista - tempo é dinheiro? - dizer isso é uma brutalidade - o tempo é o tecido das nossas vidas, é tudo que temos, nossa vida é feita só de tempo e o resto a gente faz com ele.
. Psiquismo - trabalho de representar um objeto faltante - Freud: tempo de espera da satisfação - recurso mental de imaginar um futuro melhor - essa perspectiva de tempo nos ajuda a suportar momentos difíceis e ruins -
. o uso do tempo não é o mesmo p/ todas as culturas - os primeiros relógios eram colocados nas igrejas e a contagem do tempo era ligado às datas religiosas, aliado aos acontecimentos da natureza - depois os relógios começaram a ser colocados na frente das prefeituras e das fábricas (revolução industrial = tempo do trabalho e do capitalismo, em que estamos até hoje).
. hoje em dia não se sabe mais quanto tempo é dedicado ao trabalho
. patologias do tempo causadas pela sociedade acelerada de hj - tempo x consciência x memória
23:17
Valor da experiência.
Tudo começa e termina, um dia Internet acabará, o que virá?
Setembro de 2024 e nada mudou
o tempo dos relógios e calendários continuam os mesmos, mas a sensação que temos é outra. Isso provoca perda o valor da experiência, gerando a depressão em sentindo social. Aceleração e depressão andam juntas. A relação com o tempo parece banal, mas não é. tempo não é dinheiro, tempo é o tecido das nossas vidas, é tudo que temos e que fazemos com ele. Teoria Freudiana: psquisismo é uma instância temporal...,.representa um vazio, um buraco, um nada. "O tempo de espera d satisfação da primeira mamada e a outras questões que possam vir a nós dar dar prazer". o grito traz a mãe, sentido de chamado, sentido de satisfação. o intervalo temporal vazio da origem a sujeitos problemáticos, como não saber lidar com a falta, frustrações, forma personalidade por representações mentais. vazios aterrorizantes, medos, o que aguarda o amanhã.....a possibilidade de suportar isso é o tempo como percusso. O uso do tempo não é o mesmo em diferentes sociedades. tempo do sol, tempo da igreja, tempo dos palácios, tempos das indústrias (tempo do trabalho). O tempo passou a ser tirado sem o trabalhador saber por meio dos meios de comunicação. O capital só acumula por causa dos bestas que acreditam que o trecho significa o homem. dias corridos prejudicam a memória, o excesso de estímulos prejudica. "Matéria e memória" passando por tempo, o presente não existe, é uma partícula empurrada pelo passado mas sendo roída pelo futuro. entre um antes e um depois, o que importa é a duração. o futuro é só fantasia, não existe. A memória da a fantasia de que algo bom vai acontecer. O deprimido vive em um tempo que não passa, não tem perspectiva do depois
a indústria farmacêutica é a única que vai sobreviver as desgraças promovidas pelo capitalismo. ela vai vender os antidepressivos. "O pior já passou, foram os melhores anos da minha vida"
Depressão pra mim é ver esse vídeo pra fazer o trabalho
o tempo e o cão
*Time is money "
31:00 35:00 37:37 41:15
Realidade ou utopia (não realidade - imaginação pessoal, nem coletiva)
Olá! Gostaria de saber qual o nome do livro que Laplanche (28min; 37seg) escreveu sobre depressão. Obrigado!
Nelio Ferreira, "O Tempo e o Cão".
Cristileine, 'O tempo e o Cão' é o livro da Maria Rita Kehl. Provavelmente, o livro do Laplanche a que ela se refere é 'A Angústia'. Também fiquei interessado em ler.