“Essa história é linda e verdadeira. Eu morava, na época, na casa do Arnaldo Brandão, um baixista, que depois tocou comigo na outra banda da Terra durante anos depois participou do Brylho (A noite vai ser boa..). É o Arnaldo tocava baixo com os Doces Bárbaros. Ele tinha um filho, que é o Rodrigo, que hoje toca numa banda em São Paulo. Era uma sexta-feira e o Arnaldo falou: “Olha, hoje depois do show dos Doces Bárbaros a gente vai para o aniversário da Bethânia (ou da Gal sei lá, de alguém)… e vai ter uma festa depois. O Arnaldo e a Cláudia - que era mulher dele, mãe do Rodrigo - perguntaram: “Pô, fica tomando conta do Rodrigo hoje, pode ser? A gente vai chegar umas duas, três da manhã. Eu falei: “Claro. Sou o padrinho do Rodrigo, estou morando na casa de vocês podem ir”. Só que deu meia-noite, uma, duas, três, quatro horas e eles não chegavam nunca. Chegaram quase seis da manhã dessa tal festa. E eu estava acordado porque o Rodrigo já estava querendo acordar. Quando eles chegaram já estava claro”, relembra. “ Como eles moravam no Leblon, coloquei uma bermuda, uma camiseta e fui até a praia. Saí andando no Leblon até o Arpoador. Cheguei ao Arpoador, era umas seis e pouco da manhã, muito cedo . O público de Arpoador não vai tão cedo à praia. Mas foi um fato curioso, porque eu sentei a uns quarenta metros de mim tinha uma menina sentada. Eu não a conhecia e ela não me conhecia. Ela me olhava e eu olhava para ela. Mas todo mundo que chegava à praia me conhecia e a conhecia. Então a distância entre mim e ela foi encurtando. As pessoas foram chegando em mais ou menos, a gente se aproximou, se olhou. Aí teve uma hora que ela saiu de onde estava e chegou mais perto. Ficou ali conversando com amigos. Ninguém nos apresentou, mas eu sentia que tinha uma empatia rolando entre a gente. Ela se dirigiu ao mar. Quando foi mergulhar, eu vi claramente que ela tinha um anel. Aí deu aquele estalo. Sabe quando bate um raio, uma coisa assim”, revela. Esse “estalo” a que Vinicius se refere, outros compositores identificam como centelha criativa, inspiração, luz, mote para a composição musical. “Isso eu conto hoje e talvez eu tenha até imaginado. Mas na hora eu vi. Bateu um raio, raio de sol, né? Consegui ver bem de perto que ela tinha um anel de lua e estrela. Como eu fui caminhando, voltei com a música na cabeça: [cantarolando] Menina do anel de lua e estrela, raio de sol no céu da cidade. Qual era o nome dela? Quem é você, qual o teu nome/ conta pra mim, diz como eu te encontro. Aí de noite, a gente ia pra onde? Pro Baixo, né? Quem sabe te encontro de noite no Baixo /deixa ao destino, deixa ao acaso… A música foi toda sendo formada daquela história. Eu voltei, peguei o violão e a música saiu toda”, relata.
Essa música é uma das mais importantes que marcaram uma paixão que começou quando eu tinha 15 anos e durou por 20 anos. No começo houve um pequeno namoro de um encontro com beijos e só, depois ela simplesmente me abandonou. Estudávamos na mesma escola em Macapá e ela foi para Belém e um ano depois também fui para Belém. Minha paixão era tanta que nessas situações da vida eu a encontrei por duas vezes no completo acaso pois não tinha nenhum contato com ela. Naquela época, anos 80, a comunicação era muito difícil. Na primeira vez que a encontrei fui com ela até perto da casa dela que ficava em uma cidade satélite, Icoaraci, e lá nos beijamos muito mas ela não quis me dar informações da vida dela. Na outra vez ela desabafou que comigo sobre um relacionamento que ela tinha sido traída. Ela não imaginava o tanto que eu a queria mesmo eu dizendo. Sempre fui desprezado por ela e só servia para encontros por acaso com beijos muito gostosos mas nada além disso. Entre o primeiro encontro em Macapá e o segundo em Belém foram 15 anos. Depois de mais uns 3 anos houve o terceiro encontro quando ela me fez de amigo para contar seus dramas. Após uns meses nos aproximamos e saímos algumas vezes para bares e praia como talvez namorados e ela até comentava que as amigas dela nos viam como um casal e uma vez ela até segurou minha mão na frente das amigas. Nessa época já tínhamos quase 40 e eu já tinha sido casado e estava separado. Eu mudei muito, todo aquele romantismo que a música descreve bem, principalmente quando diz: "conta pra mim, diz como eu te encontro", era a descrição do meu sentimento. Pois é, ela parecia ficar comigo mas o sonho já não estava mais lá, eu não sentia correspondência, não sentia que podia confiar, que poderia olhar nos olhos e viver com ela, mesmo que fosse um outro momento, um sentimento diferente, não havia mais "nós dois". Eu até tentei. Eu estava frio por dentro e um pouco morto mesmo, talvez já estivesse com a depressão que eu estou hoje, 7 de julho de 2022, e já faz 12 anos desde o diagnóstico. Descobri também que tenho Autismo. Enfim, eu nunca vou esquecer aquele sentimento que me fez feliz por mais de 20 anos e que só foi correspondido por algumas horas somando os encontros. Eu prefiro mil vezes a pessoa sonhadora que eu era ao melancólico de hoje e não tenho do que agradecer a ela, não tenho mágoa mas não tenho gratidão em relação a ela. Inclusive ela me ligou chorando na época que estávamos saindo para os bares dizendo que poderia ter tido algo mais sério entre nós. Mas o tempo e a rejeição dela por mim foram implacáveis e me fizeram descrer nesse sentimento. Como diz o Chico Buarque em uma música: "Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito, exijo respeito não sou mais um sonhador, chego a mudar de calçada quando avisto uma flor, e dou risada do grande amor, mentira." Fã incondicional de Vinícius Cantuária e Chico Buarque. Um abraço e felicidades.
Essa canção marcou uma época linda, kkkkkkkkkkkkkk acredito que muitas meninas nessa época usava um anel de lua e estrela kkkkkkkkkkkkkk época mágica, muitos bolivianos vendiam , , joias de prata . eu e as minhas amigas compramos anéis de lua e estrela ,época show com amizade , sincera e muito amor. minha adolescência e juventude, massa!🐛🦋música e perfume, lembranças pra vida inteira. 🐛🦋essa belíssima canção fez muito sucesso, com Caetano Veloso!🐛🦋
Menina do anel De lua e estrela Raio de sol No céu da cidade Brilho da lua Noite é bem tarde Penso em você Sinto saudade Manhã chegando Luzes morrendo Nesse espelho Que é nossa cidade Quem é você Qual o seu nome Conta pra mim Diz como eu te encontro Mas deixo ao destino Deixo ao acaso Quem sabe eu te encontro De noite no baixo
Olha o back vocal da música....a construção da melódica....ele é incrível...grande músico ... Multifacetado
Música doce. Poema feito com emoção. E o vocal que acompanha o Cantuária é perfeito. Ah, anos 80, que saudade!
Céu da boca
Lembro e fico emocionado... bons tempos!
Cantuária é um gênio
“Essa história é linda e verdadeira. Eu morava, na época, na casa do Arnaldo Brandão, um baixista, que depois tocou comigo na outra banda da Terra durante anos depois participou do Brylho (A noite vai ser boa..). É o Arnaldo tocava baixo com os Doces Bárbaros. Ele tinha um filho, que é o Rodrigo, que hoje toca numa banda em São Paulo.
Era uma sexta-feira e o Arnaldo falou: “Olha, hoje depois do show dos Doces Bárbaros a gente vai para o aniversário da Bethânia (ou da Gal sei lá, de alguém)… e vai ter uma festa depois. O Arnaldo e a Cláudia - que era mulher dele, mãe do Rodrigo - perguntaram: “Pô, fica tomando conta do Rodrigo hoje, pode ser? A gente vai chegar umas duas, três da manhã. Eu falei: “Claro. Sou o padrinho do Rodrigo, estou morando na casa de vocês podem ir”. Só que deu meia-noite, uma, duas, três, quatro horas e eles não chegavam nunca. Chegaram quase seis da manhã dessa tal festa. E eu estava acordado porque o Rodrigo já estava querendo acordar. Quando eles chegaram já estava claro”, relembra.
“ Como eles moravam no Leblon, coloquei uma bermuda, uma camiseta e fui até a praia. Saí andando no Leblon até o Arpoador. Cheguei ao Arpoador, era umas seis e pouco da manhã, muito cedo . O público de Arpoador não vai tão cedo à praia. Mas foi um fato curioso, porque eu sentei a uns quarenta metros de mim tinha uma menina sentada. Eu não a conhecia e ela não me conhecia. Ela me olhava e eu olhava para ela. Mas todo mundo que chegava à praia me conhecia e a conhecia. Então a distância entre mim e ela foi encurtando. As pessoas foram chegando em mais ou menos, a gente se aproximou, se olhou. Aí teve uma hora que ela saiu de onde estava e chegou mais perto. Ficou ali conversando com amigos. Ninguém nos apresentou, mas eu sentia que tinha uma empatia rolando entre a gente. Ela se dirigiu ao mar. Quando foi mergulhar, eu vi claramente que ela tinha um anel. Aí deu aquele estalo. Sabe quando bate um raio, uma coisa assim”, revela.
Esse “estalo” a que Vinicius se refere, outros compositores identificam como centelha criativa, inspiração, luz, mote para a composição musical.
“Isso eu conto hoje e talvez eu tenha até imaginado. Mas na hora eu vi. Bateu um raio, raio de sol, né? Consegui ver bem de perto que ela tinha um anel de lua e estrela. Como eu fui caminhando, voltei com a música na cabeça: [cantarolando] Menina do anel de lua e estrela, raio de sol no céu da cidade. Qual era o nome dela? Quem é você, qual o teu nome/ conta pra mim, diz como eu te encontro. Aí de noite, a gente ia pra onde? Pro Baixo, né? Quem sabe te encontro de noite no Baixo /deixa ao destino, deixa ao acaso… A música foi toda sendo formada daquela história. Eu voltei, peguei o violão e a música saiu toda”, relata.
Fonte: musicaemprosa.wordpress.com/2017/10/28/quem-e-a-menina-do-anel-de-lua-e-estrela/
Ouvir essa música lendo esse comentário foi uma das coisas mais deliciosas que fiz em um bom tempo
Muito foda 👏🏾
Coisa linda demais da conta.🙏✌️🌟
Muito massa!
É a geração de músicos ao qual eles fizeram parte ,que ainda nesses tempos sombrios, nos dão um motivo para termos orgulho desse país.
Obrigado.
Essa canção é a expressão do sublime e insubstituível "amor", do início ao fim.
Vivi bons tempos ouvindo esta música maravilhosa!
Adoro essa música! É linda! E esse arranjo com esse coro é dez.
Essa música é uma das mais importantes que marcaram uma paixão que começou quando eu tinha 15 anos e durou por 20 anos. No começo houve um pequeno namoro de um encontro com beijos e só, depois ela simplesmente me abandonou. Estudávamos na mesma escola em Macapá e ela foi para Belém e um ano depois também fui para Belém. Minha paixão era tanta que nessas situações da vida eu a encontrei por duas vezes no completo acaso pois não tinha nenhum contato com ela. Naquela época, anos 80, a comunicação era muito difícil. Na primeira vez que a encontrei fui com ela até perto da casa dela que ficava em uma cidade satélite, Icoaraci, e lá nos beijamos muito mas ela não quis me dar informações da vida dela. Na outra vez ela desabafou que comigo sobre um relacionamento que ela tinha sido traída. Ela não imaginava o tanto que eu a queria mesmo eu dizendo. Sempre fui desprezado por ela e só servia para encontros por acaso com beijos muito gostosos mas nada além disso. Entre o primeiro encontro em Macapá e o segundo em Belém foram 15 anos. Depois de mais uns 3 anos houve o terceiro encontro quando ela me fez de amigo para contar seus dramas. Após uns meses nos aproximamos e saímos algumas vezes para bares e praia como talvez namorados e ela até comentava que as amigas dela nos viam como um casal e uma vez ela até segurou minha mão na frente das amigas. Nessa época já tínhamos quase 40 e eu já tinha sido casado e estava separado. Eu mudei muito, todo aquele romantismo que a música descreve bem, principalmente quando diz: "conta pra mim, diz como eu te encontro", era a descrição do meu sentimento. Pois é, ela parecia ficar comigo mas o sonho já não estava mais lá, eu não sentia correspondência, não sentia que podia confiar, que poderia olhar nos olhos e viver com ela, mesmo que fosse um outro momento, um sentimento diferente, não havia mais "nós dois". Eu até tentei. Eu estava frio por dentro e um pouco morto mesmo, talvez já estivesse com a depressão que eu estou hoje, 7 de julho de 2022, e já faz 12 anos desde o diagnóstico. Descobri também que tenho Autismo. Enfim, eu nunca vou esquecer aquele sentimento que me fez feliz por mais de 20 anos e que só foi correspondido por algumas horas somando os encontros. Eu prefiro mil vezes a pessoa sonhadora que eu era ao melancólico de hoje e não tenho do que agradecer a ela, não tenho mágoa mas não tenho gratidão em relação a ela. Inclusive ela me ligou chorando na época que estávamos saindo para os bares dizendo que poderia ter tido algo mais sério entre nós. Mas o tempo e a rejeição dela por mim foram implacáveis e me fizeram descrer nesse sentimento.
Como diz o Chico Buarque em uma música: "Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito, exijo respeito não sou mais um sonhador, chego a mudar de calçada quando avisto uma flor, e dou risada do grande amor, mentira." Fã incondicional de Vinícius Cantuária e Chico Buarque.
Um abraço e felicidades.
Música muito bonitinha. A gente adora aqui em casa.
Vinícius, obrigado por essa obra de arte!
Sou seu fã Vinicius cantos aria abraços parabéns pelo vídeo
Essa canção marcou uma época linda, kkkkkkkkkkkkkk acredito que muitas meninas nessa época usava um anel de lua e estrela kkkkkkkkkkkkkk época mágica, muitos bolivianos vendiam , , joias de prata . eu e as minhas amigas compramos anéis de lua e estrela ,época show com amizade , sincera e muito amor. minha adolescência e juventude, massa!🐛🦋música e perfume, lembranças pra vida inteira. 🐛🦋essa belíssima canção fez muito sucesso, com Caetano Veloso!🐛🦋
Espetáculo de música
Bons tempos! 👏👏
Essa música é muito linda!
Uma beleza essa versão
Música muito linda show
Só conhecia a versão do Caetano. Agora em 2023 descubro a raiz.🫶
Caetano gravou primeiro. Na época, o Vinícius era o violonista da banda do Caetano
Que chique...
Tempo q podia se circular e flertar a noite ate o dia raiar no Rio sem o risco de morrer de bala perdida...onde foi q erramos?
Uma pergunta para vc refletir: De que segmento são os políticos que fazem leis defendendo bandidos?
Lindo demais
Menina do anel
De lua e estrela
Raio de sol
No céu da cidade
Brilho da lua
Noite é bem tarde
Penso em você
Sinto saudade
Manhã chegando
Luzes morrendo
Nesse espelho
Que é nossa cidade
Quem é você
Qual o seu nome
Conta pra mim
Diz como eu te encontro
Mas deixo ao destino
Deixo ao acaso
Quem sabe eu te encontro
De noite no baixo
Penso em você fico com saudade...
Amo 😍
Poeta ❤
Eita, fodástico...
Tocou muito,''tocou'' até o Caetano.
Essa música é dele. Caetano que gravou dele
Caetano gravou primeiro. Na época, o Vinícius era o violonista da banda do Caetano
@@robbarros74 Eu conheci primeiro a versão do Cantuária.
🌹♥️
Pensava q era do Caetano
Caetano gravou primeiro, a época o Vinícius era violonista da banda do Caetano
Essa canção é a expressão do sublime e insubstituível "amor", do início ao fim.