Uma dúvida que tive é: se o conhecimento da totalidade, segundo Marx, decorre de ciclos de análises e sínteses, procedimentos que requerem definições, por que o autor afirma que as contradições não são previstas pela lógica, disciplina que admite que é sempre possível a uma proposição (p) definir sua negativa (~p) ? Ele afirma que uma dialética seria necessária pra suprir suposta insuficiência da lógica. Mas a lógica efetivamente trata, entre outras coisas, de relações entre teses/proposições e suas negações.
Outra dúvida: se poderia dizer que as definições iniciais (feitas por análises e sínteses) são NECESSARIAMENTE feitas sempre por contradição, como afirma o autor ?
Por exemplo, tomemos dois conjuntos:
1) sabores doces
2) sabores não-doces (azedo, adstringente, umami, amargo, etc)
De onde se pode concluir que algo com sabor doce é oposto/contradição a sabor azedo ou ao sabor adstringente, por exemplo ?
Outro exemplo:
1) cor verde
2) cor não-verde (branco, lilás, cinza, marrom, etc)
Poderemos dizer que 'verde' é oposto/contradição de 'marrom' ? O 'branco' é contradição do 'lilás' ?
Pelo que entendo, a definição de um sabor qualquer não é obrigatoriamente baseada numa relação de oposição/contradição com outro sabor. Portanto, afirmar a contradição entre sabor doce e sabor adstringente (um dos sabores não-doces), por exemplo, parece insuficiente e pode variar entre pessoas, não sendo necessário ou dado objetivamente.
Achei a história da filosofia truncada, um livro nitidamente marxista, embora, tenha certas partes aproveitáveis, como um todo o livro não é claro.
Gostei profundamente deste audio livro!
Que maravilha Israel. :-)